Operação G.R.E.T.A.

Estávamos em uma ótima noite. Não conseguia conter meu sorriso enquanto ia para o quarto guiada por Roy. Minha primeira promoção acabara de chegar, quantas mais seriam necessárias? — Parabéns para nós princesa! — falava animada com Chocho, não havia sido a única promovida e sentia que não tardaria para que todas nós ali fossemos. A bem da verdade, não fora difícil essa primeira promoção.

Quando chegasse no quarto que nos disponibilizaram, veria que eram beliches, muitas. E que já havia muitas pessoas ali. Como havia um banheiro já perguntava a Roy. — Com licença, e onde tem mudas de uniformes? — já estava pensando em um bom banho para dormir tranquila e animada para o dia seguinte. Aquele dia havia acabado de ficar perfeito. Após o banho dormiria tranquila.

Ao acordar no dia seguinte ainda estava em um pouco de êxtase por ter sido promovida. Dividida entre o que desejava no momento, obviamente o primeiro passo seria um bom café da manhã, se a princesa já houvesse acordado a chamaria para ir comer comigo.

No refeitório, me serviria de algumas frutas enquanto pensava no meu próximo passo. Aquela felicidade toda, sentada a frente da princesa, me lembrava da promessa que havia feito a ela. — Princesa, acho que nunca estive tão feliz — comentaria. — Acho que isso deve ser importante para atingir minha promessa com você — falaria pensando em como explicar. — A comida não pode só ser gostosa, ela precisa te deixar animada, feliz. Você precisa entrar em êxtase com ela igual estou agora — empolgada morderia a primeira fruta que pegara. — Não sei nem se quero partir para outra missão e tentar ser promovida de novo, ou se penso em treinar um pouco — diria.

Só que só de falar aquilo eu já sabia o que precisava fazer. Queria uma missão para continuar subindo, mas sentia que isso não podia ser tudo naquele momento, principalmente após a demonstração de força de Mark no dia anterior e a minha falta de força na minha última luta. Precisava ficar ao menos um pouco mais forte no momento se quisesse lutar com os capangas de Calros e ser minimamente útil naquele combate, ou em futuros combates. Agora sabia quão forte um agente da Grand Line era, precisava por aquilo como uma das minhas metas.

Após comer decidida do que precisava fazer, iria até a sala do superior do dia anterior, bateria na porta e esperaria pela resposta. Quando pudesse entrar desejaria bom dia e então comentaria. — O senhor não se apresentou ontem... — comentava para ele entender que não sabia como o chamar. — Senhor, antes de começar minha próxima missão, gostaria de saber se existe alguma forma de ficar mais rápida, minha mãe... na verdade, sempre me chamaram de lerda, não só ela, e ontem percebi que realmente sou fraca, preciso ficar mais forte — comentaria esperando alguma luz no fim do túnel.

Após aquele estranho e duvidoso combate com uma embarcação inimiga, chegávamos a Flevance de forma relativamente tranquila. Nos momentos seguintes, aliviada com o fim de toda aquela confusão ia até a sala do superior e ouvia sobre o desfecho da missão, recebendo meu pagamento e testemunhando a promoção de Aiko e Kimiko.

Após sermos liberadas, saía com Jon até que nos afastássemos dos outros e então dizia - No fim das contas, não aconteceu o que esperávamos… Que dia maluco - Brincava - Amanhã pode me ensinar a lidar com as portas igual você tava fazendo? Acho que pode ajudar caso nada faça sentido de novo e você não esteja por perto - Sorria para o meu colega.

Terminada a conversa, me despediria e iria tomar um banho e me deitar para finalmente poder descansar para tirar todas aquelas dúvidas e teorias da conspiração da cabeça. No dia seguinte, após acordar, fazia os devidos rituais de arrumação matutinos e então partia até a cantina do QG, em busca de uma boa refeição.

Por fim, após me alimentar seguiria até a sala do superior que havia conhecido no dia anterior, imaginando que já era o momento de voltar a trabalhar - Senhor, Elizabeth Steinberg se apresentando. Gostaria de saber se tem alguma missão para mim, ou se tenho a manhã livre - Questionava. Caso houvessem outros agentes ali, os cumprimentaria com um simples aceno de cabeça.
Caso fosse liberado do dever por hora, seguiria pelo QG em busca de Jon, para que pudesse aprender sobre arrombamento - Também está com a manhã livre? Pode me ensinar agora? - Questionava em um tom descontraído, sem por muita pressão em meu companheiro. Iria segui-lo para onde ele quisesse me levar a fim de ensinar a nova perícia.

Enfim no quartel de Lvneel, recebíamos uma promoção que, devo dizer, foi inesperada. Ser colocada como agente plena dava-me uma maior autonomia nas missões, e embora fosse apenas o primeiro passo, o reconhecimento de meus trabalhos tornava-me algo mais próximo de um dia poder retomar meu reino. Eu devia estar feliz, certo? Mas minha mente vagava, pensando em alguns problemas. A voz de Aiko me alcançava, mas demorava alguns segundos para processar, antes de respondê-la: — Ah, sim! Parabéns, Aiko-chan. Vamos continuar nos ajudando e melhorando cada vez mais, certo? Sorria para a garota de volta. Tenho certeza que qualquer um na sala podia captar minha energia pra baixo nesse momento, mas por sorte a garota sempre levava tudo para o lado literal e não entendia o conceito de mentira, o que facilitava que fosse enganada pelo sorriso.


Tão logo chegássemos ao quarto, guardaria meus pertences e sairia, procurando pela biblioteca.




Enquanto caminhava para a biblioteca, mantinha-me pensando no que me preocupava: Amis. "Será que ele recebeu minha mensagem? E será que ainda estarei aqui quando ele chegar? A chance de sermos enviadas novamente em missão é alta, ainda mais agora que recebemos uma promoção..." Não podia sair escrevendo detalhes sobre as missões, tampouco podia prever eficientemente como encontraria com meu súdito. "Já que não posso escrever livremente, preciso encontrar uma forma de nos comunicarmos em código..."


Meu pensamento era claro: códigos conhecidos poderiam ser facilmente decifrados, então precisaria criar um do zero. Mas, para isso, precisava entender melhor como funcionavam as lógicas por trás de criptografar dados. Assim, a biblioteca era meu único pensamento possível. Certamente em uma sede para agentes do Governo seria possível obter tal conhecimento. Não estava com sono, pois descansara antes de pegar o último turno no barco, então tinha tempo para passar a noite estudando. E assim o fiz. Madrugada adentro, fui lendo livros sobe diferentes códigos, entendendo o passo-a-passo de como foram montados e como mantinham-se lógicos para evitar mensagens dúbias para quem soubesse decifrá-los. Por fim, tanto a fim de praticar quanto a fim de criar minha forma de comunicação com Amis, iniciei a criar um código próprio, tentando fazer de forma que o bardo conseguisse compreender quando recebesse o papel, mas fosse algo difícil, para não dizer impossível, de decifrar por alguém de fora.


Dessa forma, fiz duas cartas. A primeira, contendo somente a frase codificada "estou em missão", com um espaço em branco a seguir para que preenchesse assim que soubesse qual lugar eu iria. A segunda, contendo uma carta dizendo-lhe sobre como sentia falta de nosso reino, utilizando caprichosamente uma caligrafia diferente da que estava acostumada na primeira letra de cada frase. O estilo de escrita de minha família-real era tradicional e passado por gerações. Amis saberia que estava usando uma letra diferente, embora parecesse algo comum para todos que olhassem. Quando finalmente o código ficou pronto, alonguei-me, olhei para o horário e resolvi voltar para o dormitório. Teria mais uma ou duas horas para descansar antes de levantarmos.




Ao acordar, na manhã seguinte, via uma Aiko sorridente e animada falar comigo. Agora, desestressada pela necessidade urgente de encontrar uma solução de me comunicar com Amis, conseguia sorrir genuinamente de volta e aceitar seu convite para tomar café juntas. Serviria-me de frutas frescas, okonomiyaki, gohan e um soba. — Itadakimasu! Comeria com tranquilidade, saboreando cada pequena porção de alimento. Para acompanhar, um chá preto dava-me energia. — Também não esqueci minha promessa para você, Aiko-chan. Lhe farei uma arma em breve, ok?


Ouvia, também, os pensamentos da garota a respeito da próxima missão. Não somente concordava que precisávamos ficar mais fortes, como também via nisso uma oportunidade para que gastássemos algum tempo em Lvneel. Dessa forma, poderia dar tempo de Amis chegar. — Sabe, Aiko-chan, também penso como você. Precisamos ficar mais fortes ou não aguentaremos lidar com missões mais perigosas. Os malditos revolucionários da Greta pareceram muito fortes, mas acho que nós é que éramos fracas. Sinto que já estamos mais treinadas, mas precisamos melhorar mais e mais!


Quando terminássemos de tomar café, seguiria Aiko para nos reportarmos ao nosso superior e expressar nossa vontade de treinar. Esperaria a agente terminar de falar e complementaria: — Bom dia, senhor! O pensamento de Aiko-san também me ocorreu. Tivemos adversários difíceis da Greta e, sinceramente, não fosse a intervenção de nossos superiores, provavelmente teríamos sido esmagadas. Preciso ficar mais forte. Teria alguém a quem poderíamos pedir para nos treinar? Prometemos seguir com determinação o que nos for ensinado! Terminava fazendo uma leve reverência. Começávamos, assim, a escrever um novo capítulo de nossa história como agentes.

Objetivos:

Depois de não mais do que um vislumbre do que era uma missão de agentes, seguíamos de volta a calmaria entediante. Não demorou para o barco estar em seu curso, aportarmos e sermos levadas para uma sala de reunião. Éramos parabenizadas por fazer quase nada, recebíamos recompensas e camas. Estava tão frustrada com tudo aquilo que acontecia que simplesmente trocava minhas armas com as de Zanza e punha-me a dormir uma noite sem graça de sono. Afinal, não havia feito nada que merecesse ficar cansada o bastante para ter de repousar.

Na manhã seguinte, ainda emburrada por tudo que havia acontecido, seguiria para o desjejum junto de minhas colegas. E para minha surpresa veria o maior banquete que já havia visto! Havia pães, água a vontade e até mesmo sopa! Lamberia os beiços e rapidamente me colocaria a devorar tudo que visse pela frente, fartura como aquela não poderia ser normal, com certeza havia algo de errado e eu tinha de aproveitar para me alimentar quando podia, não sabia quando poderíamos comer novamente.
Terminando a refeição, me colocaria de pé. Buscaria por Zanza, que acreditava estar no mesmo refeitório que eu mesma, estava com sua arma e esperava que ela tivesse com as minhas.
- Zanza, acredito que nos enganamos ontem à noite, acabei por pegar sua lança ao invés de minhas armas, vamos destrocar as coisas?- Ofereceria sua lança enquanto esperaria que ela me devolvesse minhas armas, de toda forma, não ficaria muito tempo no lugar, mesmo que Zanza não tivesse intenção de fazer a troca, acreditava que poderia encontrar novas armas em algum lugar do quartel general quando fosse propicio para isso.
Meu próximo passo natural seria o mesmo de linha colega Elizabeth. Caminharia junto a garota buscando encontrar a mesma sala da noite anterior com uma razão clara em mente. Gostaria de colocar em prática tudo que havia aprendido nos últimos anos, queria uma missão de verdade! Algo que pudesse me desafiar mais do que esperar em um navio por um inimigo que nunca chegava.

- Agente júnior Eleine Worzel também se apresenta, senhor. Também estou à procura de alguma missão para essa manhã. Somos necessárias em algum ponto? Questionava, afoita em fazer qualquer coisa de útil naquela manhã. Em caso de negativa, não deixaria de demonstrar decepção em novamente não ter nada a fazer, apenas giraria nos calcanhares e daria as costas a sala e ao quartel. Como tinha a manhã livre buscaria na cidade alguma coisa que pudesse chamar atenção por mais improvável que isso fosse.

Havia sido completamente ignorada pelos agentes que tinham nos recepcionado, apesar disso essa situação não era tão relevante e somente mostrava a educação dos membros do governo. Como aprendi desde cedo a respeito disso, talvez seja um pouco mais crítica quanto a disciplina e educação, principalmente em momentos como esses.

Após esse breve momento da nossa chegada, os agentes locais nos levavam até o QG onde o pagamento era realizado em uma sala "Vou usar esse dinheiro pra comprar algumas roupas novas" já tinha um destino planejado pra uma outra hora. Seria bom ter algo preparado para uma possível missão disfarçada ou então quando tivesse algum tempo livre, estar de uniforme a todo momento poderia me trazer incômodos desnecessários. Assim como no bar, alguém pode se sentir incomodado ou até mesmo intimidado por reconhecer uma agente.

Nesse mesmo ambiente Aiko e Chocho eram promovidas, muito provavelmente porque elas já estavam em missão quando as encontrei - Meus parabéns as duas! diria de forma sorridente enquanto batia as palmas. Ao menos enquanto não chegasse a minha vez poderia ficar feliz por elas - Talvez eu tenha que mudar a forma que chamo vocês manteria o sorriso no rosto enquanto mexia no cabelo.

Spoiler:

Com o fim de tudo, poderia finalmente descansar já que na viagem isso tinha sido tirado de mim - Agora, é hora de tomar um bom banho para relaxar e depois ir dormir me despediria do restante do grupo antes de me separar. Aproveitaria bastante esse momento do banho, afinal era um dos poucos momentos que também poderia refletir sobre minha situação atual e os passos que poderia tomar no futuro - Bom, acho que está na hora de me aperfeiçoar em algo conversava comigo mesma como sempre.

Não tinha muitas ideias do que fazer, talvez devesse aprender algo relacionado a medicina, afinal essa era uma área que já tinha algum conhecimento - Quando tiver algum tempo livre, acho que vou poder me focar nisso talvez alguém me visse assim, com toda certeza me acharia uma maluca acabaria rindo estando nessa situação, era de fato uma situação cômica.

Pela manhã, não faria algo muito diferente do que fazia todos os dias, até porque não tinha muito o que fazer para mudar a rotineira vida de agente. Levaria o tempo que fosse preciso para me arrumar novamente e fazer as outras coisas que seriam necessárias - Yīqiè zhǔnbèi jiùxù! exclamaria quando deixasse o dormitório. Seguiria para o refeitório para tomar o café da manhã - Bom dia, como estão? cumprimentaria caso encontrasse as outras em meu trajeto - Espero que hoje o dia seja bom sorriria como de costume.

Depois do café da manhã procuraria pela sala de algum superior para saber a minha situação - Bom dia senhor(a), agente júnior Huang Meifeng se apresentando faria uma continência quando adentrasse o local. Esperaria por sua resposta antes de prosseguir - Eu gostaria de saber se estou livre ou se há alguma missão designada para mim questionaria em seguida.

Caso tivesse algum tempo livre, sairia da sala e me direcionaria até a enfermaria para avançar no que havia definido na noite anterior. Quando chegasse lá procuraria por alguém que pudesse me ajudar ali na sala - Bom dia, estou procurando por alguém que possa me ajudar com algumas questões sobre medicina sorriria para quem estivesse ali.

Spoiler:

Ao contrário de minha colega decepcionada, eu me sentia exausta, mesmo que a missão não cobrasse tanto esforço fisico assim, estavamos a horas de pé, por fim embaixo da chuva e toda aquela tensão de um combate eminente, me sentia satisfeita de finalmente poder me deitar e descansar um pouco, mas Eleine saía tão rápido da minha vista que sequer tinha notado ter levado minha lança com ela e largado todas as suas milhares de armas para trás... Pra que isso tudo afinal?

Dormia feito pedra durante toda a noite e acabava por passar tempo demais ma cama, chegando atrasada para tomar o café e....
- Uuuuooooouuu!!! - Jogava os braços pra cima ao ver a quantia exorbitante de comida, faziam ANOS que não tinha uma refeição farta assim. Antes que pudesse me deliciar de um pedaço de cada variedade alí, Eleine chegava pedindo por suas armas e de boca cheia eu respondia. - Ué! Claro, suas armas estão no quarto. - Falava com o sorriso sujo de qualquer coisa que fosse aquilo em minha boca, como uma mink bovino da familia Minos não podia deixar de mostrar quanta comida cabia em mim.

Quando via Eleine sair atrás de Elizabeth, levantava indo atrás enquanto limpava os farelos de minhas roupas. - Agente Junior Zansa Minos. - Terminava de limpar o restante dos farelos em meus lábios.

Agente Smith havia explicado bem superficialmente que agentes e marinheiros treinam habilidades diferenciadas e exclusivas, só conseguia sorrir com a informação, meu já bom humor começava a me fazer imaginar o futuro distante, onde alguma dessas tão incríveis habilidades me ajudassem a prender minha mãe.

Como provavelmente explicar não levaria a nada, nosso superior nos levou até um local simples, onde diversos agentes treinavam. Os movimentos deles eram meio estranhos, mas pelo tanto que treinavam, era claro que o que quer que estivessem aprendendo era importante. Smith nos levava até um grupo de agentes, onde um se destacava, não só pelas falas, como por ser um marinheiro no meio de todos aqueles agentes. — Pode ter certeza senhor — falava animada. — Sou a agente Aiko Saito, espero atender as expectativas — me apresentaria para ele antes de começarmos.


Nunca havia treinado nenhuma arte marcial além da arte da katana, e mesmo nesta, após tanto tempo de treinamento, ainda era uma mera iniciante perto do que poderia ser. Como toda arte marcial, o rokushiki possui princípios de funcionamentos. Como eram vários e o nosso instrutor não parecia dos mais interessados em explicar fundamentos, acabei comentando que desejaria um que me tornasse mais rápida.

Com isso, o marinheiro meramente pontuou a base de um deles, chamado Soru. Não parecia que ele entraria em muitos detalhes naquele momento, uma pessoa que era mais “faça” do que “estude”. Não tinha problemas com isso, já que na maior parte das vezes possuía problemas justamente na parte de fazer as coisas, entender era mais fácil.

O princípio principal parecia algo como “chute o chão dez vezes em um piscar de olhos”. Aquilo era simplesmente inimaginável para mim no começo do treinamento. Por isso, o treinamento consistiu em diversas corridas, batia o pé diversas vezes parada no mesmo lugar, e isso de novo e de novo e de novo.

Nas inúmeras tentativas e falhas, começava a entender que era um movimento que exigia bastante pontualmente. O marinheiro dava uma pequena dica aqui ou ali, e muitas vezes simplesmente gritava que eu nunca conseguiria se seguisse daquela forma. Aumentava naturalmente a força que dava em cada batida no chão, começava a “explodir” mais o movimento, focando mais no sprint inicial do que em manter a velocidade absurda por toda uma corrida. Mesmo assim as falhas continuavam, minha perna começava a bater no chão mais por tremer de cansaço do que por vontade própria.

O tempo foi passando e após um ponto já não pegava mais dicas, pois elas estavam se repetindo de novo e de novo, e nem olhava para os outros. Já sabia o que precisava fazer, só não conseguia executar corretamente. Meu corpo sempre fora assim, não havia por que pensar que naquele momento seria diferente. Só precisava focar e continuar treinando.


Não sabia quanto tempo havia passado, mas não havia parado para comer ou descansar, só bebia água sempre que a minha língua começava a gritar por isso. Me via no chão, minhas pernas doendo pelo esforço absurdo que havia feito até então. Já não sabia onde a princesa estava, provavelmente já teria acabado, ou estava por perto e o cansaço não deixava sequer que focasse nela. por favor aí yami e avaliador, como a Aiko é incapaz, eu prefiro que eu acabe o treinamento após o akuma Independente de qual fosse a alternativa, aquilo fazia com que aos poucos a força voltasse para as minhas pernas. Não podia ficar para trás, batia em minhas próprias pernas para a vida retornar a elas, começava aos poucos a bater os pés novamente e ia acelerando. Quando sentia que estava em uma velocidade boa parava imediatamente. Tinha que ser de uma vez, não podia ser aos poucos. Respiraria fundo e tentaria mais uma vez, quando expirasse o ar, bateria os meus pés o mais rápido que conseguisse e correria vários metros a minha frente.

Chegando ao ponto que queria percebia que havia conseguido, ainda não havia nem mesmo respirado novamente, me deixava cair no chão e sentia o sorriso voltando ao meu rosto.


— Consegui! — falaria mais alto do que desejava olhando para a direção que o marinheiro esteve no começo, não sabia nem mesmo se ele estaria ali ainda ou se a princesa estaria por ali ainda. Nos últimos momentos gastei meu tempo totalmente concentrada em meu próprio aprendizado. Sentia que a fome me atacava. O que estava ocorrendo por ali agora?

Depois de literalmente me banquetear e me aprontar para o dia caminhava até o escritório de meu superior em busca de uma aventura. Eu e outras quatro recrutas estávamos dispostas a tomarmos uma nova missão, algo sobre revolucionários utilizando animais silvestres para transmitir mensagens entre si. Gostava da ideia de ter de lutar contra os revolucionários, na verdade gostava da ideia de lutar contra qualquer coisa, sentia-me parada por tanto tempo que os músculos começavam a enferrujar. Ansiava por voltar ao combate!

Outras duas agentes, Chocho e Aiko, tinham outros planos. Falavam sobre algo estranho, chamado Rokushiki. Parecia uma técnica exclusiva para as duas recém promovidas. Gostava de como aquilo soava, talvez pudesse aprender com elas, ou outro agente, quando também fosse promovida. Fazia uma nota mental sobre isso para voltar ao assunto mais tarde, quanto fosse mais proveitoso falarmos sobre isso. Por hora, apenas tinha de destrocar meu equipamento com o de Zanza e visitar o agente Roy na hora indicada para seguirmos a missão.

Bateria continência ao me despedir de nosso superior, o agente Smith. Sairia da sala e logo me aproximaria de Zanza. Não sabia que horas eram, mas gostaria de deixar tudo pronto para seguirmos com a missão.

- Posso te pedir um favor? Pode levar as armas para o ponto de encontro com o Agente Roy eu ainda gostaria de conseguir um chicote para mim. - Propunha enquanto entregaria a lança que estava comigo e esperava que ela aceitasse o pedido. De toda forma, agradeceria e seguiria quartel adentro, buscando dentro do castelo algum local onde pudesse me armar novamente. Dessa vez, contando que teria as outras armas a minha espera, tinha uma lista reduzida de equipamentos, apenas procuraria por um chicote que pudesse utilizar nesta nova missão.

- Olá, bom dia. Sou a agente júnior Eleine Worzel e gostaria de um chicote. - Me apresentaria e faria o pedido para o agente responsável por gerir os equipamentos caso o encontrasse. Agradeceria a ajuda e caso ainda tivesse algum tempo comigo caminharia de volta para reencontrar minhas colegas e o agente Roy, pronta para pegar minhas armas e seguir com a missão.

As poucas horas de descanso haviam sido o bastante para que acordasse bem disposta e alegre. Um bom café da manhã me revigorava e, pronta, partia com Aiko para que pudéssemos pedir por treinamento. O agente Smith nos dizia sobre Rokushiki e, aos poucos, alguns flashes da luta com Summer me vinham a cabeça. A velocidade com que ele surgira derrotando Frost e também com que aparecera do nada, matando nosso interrogado. Será que aquilo era referente a esses poderes? Se sim, estávamos prestes a abrir incríveis possibilidades.


Após chegarmos ao local onde ocorreria nosso treino, um novo marinheiro nos era introduzido. Aparentemente, ele seria o nosso instrutor. — Princesa Chocho Kimiko se apresentando, senhor! Por favor, cuide de nosso treino! Apesar de não ter se apresentado, ele possuía esse direito, não eu. Estava pronta para começar meu aprendizado.




Correr era algo fácil para mim e sentia que poderia demonstrar minhas capacidades para o marinheiro tranquilamente. Como estava errada. Apesar de minha ótima agilidade e movimentação, era criticada por meu instrutor a todo momento. "Só correr não basta... Mas então o que ele quer que eu faça? Como vou aumentar minha velocidade?" Pensava, tentando entender qual a ideia por trás daquilo. Após me ver sofrer um pouco tentando compreender sozinha o desenrolar, o chefe resolvia fazer uma demonstração, explicando onde deveria prestar atenção. Começava a entender, então, o fundamento por trás do Soru.


— Ah! O foco é me mover rapidamente mesmo sem sair do lugar!? Acho que peguei a ideia! Exclamava para mim mesma, ao perceber que o que o instrutor fazia basicamente era focar toda a explosão muscular de sua perna no mesmo local, chutando o solo várias vezes em sequência. Isso dava um poder de propulsão enorme, permitindo cobrir grandes distâncias em um curto espaço de tempo. Recordava-me de brinquedos de corda, onde cedíamos a energia antes para que o brinquedo andasse rapidamente de repente. Com a teoria em mente, começava a praticar e, com algum esforço, começava a apresentar resultados.


Começava a apresentar uma agilidade sobre-humana, mas ainda era incapaz de movimentar-me de acordo. Se minhas pernas faziam meu corpo deslocar, o resto parecia não acompanhar, tirando-me a fluidez necessária para utilizar aquilo em batalha. Além disso, após poucas tentativas, sentia já minhas coxas queimando, como se estivesse em meio a brasas. Tirava alguns momentos para respirar fundo, retomar a concentração e, então, reiniciar meu treino. Aos poucos começava a pegar o jeito, apresentando mais fluidez no movimento e conseguindo estruturar meu tronco para sustentar corretamente minha movimentação. Ao fazer isso, conseguia imprimir ainda mais potência a minha movimentação. Quando finalmente sentia estar pronta, mostrava para meu instrutor os frutos do treinamento e, recebendo um aceno de que estava fazendo corretamente, respirava fundo, satisfeita. "Pode não ser ainda o movimento perfeito, mas ao menos atingi o mínimo aceitável agora. Continuarei praticando sempre que possível, até masterizar essa técnica!" Pensava, determinada.




Tendo terminado o primeiro treinamento, pediria licença para ir ao banheiro e beber água. Aproveitaria, ainda, para ir a entrada do quartel e informar a quem estivesse de guarda que estava esperando por uma pessoa. Descreveria a aparência de Amis e daria seu nome, pedindo para que, caso Amis aparecesse procurando por mim, que me fosse informado.


Caso ao chegar lá Amis já estivesse me esperando, cumprimentaria-o, feliz em vê-lo, e pediria para aguardar por mais algumas horas, que assim que fosse dispensada voltaria para a entrada. De toda forma, logo retornaria ao campo de treinamento, esperando pelas instruções para meu próximo aprendizado.

Objetivos:

Acabava indo em busca do superior junto com cinco das outras agentes com quem havia viajado até aquela ilha. O agente Smith não parecia tão cordial quanto Vincent, que havíamos conhecido em Flevance, mas muito disso poderia ser associado ao fato de estar trabalhando.

Diferente das agentes em treinamento, as duas que haviam sido promovidas no dia anterior buscavam alguma orientação. Logo era trazido por Smith o termo “Rokushiki”, que fazia com que eu me lembrasse da batalha contra Summer e de como essas técnicas não haviam me dado nenhuma chance de vitória.

Sentia meu coração acelerar naquele momento. Queria observar aquele treinamento, queria fazer parte dele para me tornar tão forte quanto aquele sujeito, mas sabia que ainda não era forte e nem confiável o suficiente para fazê-lo. Se quisesse ter acesso àquelas técnicas, precisaria seguir fazendo missões.

Voltando então sua atenção para as quatro agentes em treinamento, Smith falava sobre revolucionários utilizando animais para passar informações na ilha, nossa missão seria descobrir mais sobre isso. Sentia-me um pouco animada com a possibilidade de um bom embate, ainda mais que ainda não havia testado o quão mais forte havia ficado desde o embate contra Summer e seus Rokushikis.

Sabendo que a missão só começaria às 10 horas, concluía que tinha algum tempo antes de ter que me encontrar com o resto do grupo. Ouvia Eleine dizendo que iria até o arsenal conseguir uma arma e acabava por gostar da ideia, dizendo - Vou com você, acho que também estou precisando fazer uma troca. Da última vez que usei a minha espada ataquei um cara que parecia feito de aço - Forçava para que um sorriso amigável surgisse em meu rosto - Mais alguém vem?

Tendo dito isso, caminharia junto de Eleine e quem mais fosse até o arsenal. Lá, deixaria a chifruda fazer seu pedido primeiro e então diria - Elizabeth Steinberg. Gostaria de deixar essa espada para manutenção e trocar por outra - Diria entregando minha arma no aguardo de que o responsável me entregasse uma “nova”.

Após finalizar a troca, checaria s horas e então seguiria o grupo até o local de encontro com Roy, imaginando que seria na saída do QG sabendo que Smith não havia indicado o local. Se o tempo passasse e o superior não aparecesse por ali, perguntaria sobre sua localização no QG até encontrá-lo.

Roku-shiki? O que era isso, o homem descrevia sobre ser habilidades especiais de agentes e claro que isso me enchia os olhos, escutava atentamente já desejando algo parecido, mas infelizmente eu não seria uma das que treinariam habilidades novas... Tudo bem, me segurava para não contrariar o superior pedindo para me tirar de uma missão para mandar à esse treinamento especial.

Enfim, batia continência e saía, dificilmente estariam utilizando bovinos para fazer entregas contrabandeadas, o que era uma infelicidade, pois se fosse o caso eu seria de uma grande valia para a missão. Enquanto imaginava como seria o desenrolar do que fariamos à seguir, Eleine chegava até mim outra vez para falar sobre armas... Parecia até que tinha nascido grudada nessas armas do tanto que falava delas. Inclusive, ela que tinha esquecido seu tão precioso armamento para trás noite passada! Humpf.

- Aahn... Ta bem. - Falava um pouco a contra gosto, ela estava me achando com cara de mochila? Por que ela mesma não buscava as armas no quarto? Respirava fundo enquanto Eleine virava as costas, não resisti em fazer careta para a mesma. - Da próxima vez vou largar essas armas em qualquer lugar. - Falava baixinho enquanto ia rumo ao quarto, claro que era uma mentira deslavada, conhecia minha personalidade e acabava por ser meio boba as vezes, devia admitir que gostava de ajudar todos ao máximo, mesmo que as vezes extrapolassem isso.

Após pegar o amontoado de armas que Eleine tinha solicitado em Flevance, terminaria de ajeitar minhas coisas e seguiria rumo à encontrar as outras colegas para irmos nessa missão e também devolver os equipamentos da anjinha, a fofa.

Pela manhã, todas as 6 faziam jus a rotina e se apresentavam na sala do superior. E bem, ele era igual aos outros agentes que havia encontrado anteriormente, somente Frost tinha quebrado esse padrão tão chato. Talvez estivesse me apegando demais a esses pequenos detalhes, já que o foco no momento não era exatamente esse.

Tendo um maior interesse em outros assuntos, Aiko e Chocho questionavam sobre a mesma coisa, isso até que era natural até porque novos cargos geram novas responsabilidades. O agente Smith nos introduziu a um novo termo “Rokushiki”, um conjunto de habilidades que transformavam os usuários em “super-humanos”. Ultrapassar os próprios limites, talvez fosse um dos conceitos mais importantes ensinados pelos artistas marciais de Shan. Era definitivamente algo interessante e que eu iria atrás quando também subisse de cargo, mas no momento era a hora de me focar na missão que seria passada as outras 4.

A nossa problemática estava voltada para os revolucionários e a utilização de animais silvestres para a comunicação. É interessante ver as formas que esses criminosos usam para burlar a fiscalização do governo, mas no fim na maioria das vezes eles acabam sendo descobertos por nós. Deve ser frustrante estar nessa situação, porém isso tudo vem com a escolha de se rebelar contra a verdadeira justiça. A causa pela qual eles dizem que lutam é até honrosa, porém se aproveitar disso para cometer diversos crimes que colocam os outros em risco é simplesmente hipocrisia.

Até as 10h deveria estar pronta para a missão, nesse meio tempo Elizabeth e Zansa buscavam ir até o Arsenal - Eu vou junto sorriria, esse era um bom momento para tentar alguma aproximação. Formar laços gera lealdade e confiança, nós teríamos que trabalhar em grupo e ao menos queria conhecê-las mais depois da fracassada tentativa no verdade ou consequência - E então, como vocês estão nesta bela manhã? questionaria enquanto caminhávamos.

Quando chegássemos ao Arsenal esperaria até que minha vez de falar chegasse e manteria atenta no que as outras diziam - Bom, sou Huang Meifeng era o que falava inicialmente - Vou trocar as botas e luvas, elas estão um pouco desgastadas para a nova missão que teremos completaria. Agradeceria a pessoa que estivesse ali com uma rápida mesura e seguiria com as outras em busca do tal agente Roy que nos guiaria.