A silhueta aos poucos foi tomando forma, casas, prédios e toda uma arquitetura que chamava a atenção pela nítida diferença de Petra Yuni. Logo no porto era notável um clima agradável, a brisa gélida acalentava os corpos do trio, parecia que o calor infernal realmente tinha ficado para trás. O porto não contava com muitos detalhes, a estrutura parecia ter sido
reconstruída há pouco tempo, será que tinha acontecido uma batalha por ali? De qualquer maneira era notável para todos a diferença cultural, aquele aspecto “largado” de Petra não cabia mais ali, já que todos os estabelecimentos e ruas estavam devidamente sinalizados com placas de madeira. Por último, algo que chamava atenção naquele novo ambiente era o aglomerado de montanhas e picos a noroeste, algo que trazia uma beleza peculiar a Sobert.
Após uma breve conversa o trio se separou, dois saíram e um continuou no barco. Logo que atracaram, notaram que a presença ilustre dos mesmos chamaram a atenção dos moradores, olhares estranhos foram direcionados, contudo, ninguém deu um pio sequer.
Blade
Blade continuou no barco, ficando responsável em fazer a segurança do local. Suas falácias chamaram a atenção daqueles que estavam no porto, alguns pescadores e curiosos locais. Ao invés de fazer a guarda da embarcação, terceirizou sua responsabilidade para Lua, que ficou mantendo a guarda atentamente. Ele então partiu em direção a criança sequestrada anteriormente pelo bando criminoso –
Pai? Te fude! – Gritou com raiva e a única coisa que Blade sentiu em seguida, foi a forte mordida que o menino desferiu em sua mão. O lobo parecia já esperar e recrutava falando da mãe do menino, o que causava incomodo visivel, mas que ele tentava disfarçar –
Era de se esperar, só um burro mesmo pra seguir aquele bode nojento! – Falou tomado pela raiva –
Guardando seu barco? Eu vim pra cá pra comer, seu imbecil.– Bradou ainda mais raiva –
Depois eu ouvi uma série de disparados e uma fumaça impediu de ver o que estava acontecendo, voltei correndo para pegar as coisas e dar o fora, quando aquele bode me surpreendeu. – Contava o ocorrido de maneira raivosa, ele estava puto com toda aquela situação, principalmente por estar preso com trapos.
–
Eu percebi que você é burro, mas não esperei que fosse tanto assim. - Falou com desdém –
Você acha mesmo que um navio que iria pra leilão, estaria recheado de produtos? – Riu em seguida –
Burro demais, não é possível. – Continuou a falar de maneira debochada-
Eu que trouxe aquela comida pra cá, para comer enquanto esperava por ele! Aliás, vocês estão ferrados, ele virá atrás de mim e estará duas vezes mais puto, quando perceber que beberam o álcool dele. – Blade recebia informações sobre uma outra figura ligada ao menino. Por fim, continuou ali parado na frente do jovem.
Deep
O homem-peixe estava em êxtase pelos seus feitos, ao chegar no porto rapidamente já pulou para fora, indo procurar comida. Ali mesmo naquela era, pegando o rumo da extrema esquerda – diferente do rumo tomado por Subaé – ele pode ver uma espécie de mercearia. A cada passo que dava, era perceptível para ele o incômodo que ele causava, seria por conta sua raça? Ou seria apenas por ele ser gordo? Não demorava para chegar nas proximidades da mercearia e percebia que não era o que ele esperava, e sim uma casa comum.
O tritão então continuou seu rumo, andando como se estivesse indo fazer compras em mais um dia comum em sua vida. Cada passo que dava os olhares ficavam mais intensos, uma sensação de nojo começa a existir em sua volta, já que as pessoas se afastavam e/ou desviavam do seu caminho –
Eca. – Disse uma mulher que passou por perto, adiantando seus passos para que pudesse se livrar logo daquela criatura do mar. Estava claro para Scaleback que o preconceito naquela região era alto, coisa que não existia – aparentemente – em Petra.
Mais algum tempo de caminhada e ele finalmente via uma loja, na verdade, um mercado de proporções medianas e uma arquitetura comum. No caminho não encontrou nenhuma roupa ou bebida, não que fosse do seu interesse é claro, já que avistou algumas lojas de roupas femininas, uma loja de brinquedo e uma loja de produtos naturais. Enfim, o homem-peixe estava a alguns metros do mercado, agora resta saber como ele faria as compras.
Levi
A primeira coisa notável em Levi, era o seu fétido odor. O pobre coitado estava fedendo ao ponto de incomodar aqueles que o rodeavam por muito tempo. Partiu sem mais delongas pelas ruas movimentadas da Cidade Central, como ele chegou ali? Tudo culpa do seu senso de direção desregulado. Enfim, não demorou para achar uma farmácia, como já citado anteriormente, a cidade é muito bem sinalizada –
Ei! Não precisa gritar. – Falou o vendedor alto, robusto e de cabelos escuros, trajando um uniforme branco com a logomarca do lugar, um “P” vermelho –
Bem vindo a Farmácia Popular, meu nome é Robb. – Falou inicialmente com cordialidade, mas, ao ver o estado do jovem, sua expressão mudou completamente –[color=#7FFF00] Olha meu pequeno mendigo, aqui não fazemos doação de medicamentos. Você pode mendigar perto do palácio real, lá só anda gente que tem bufunfa, pode dar alguma sorte. [/coor]– Ele olhava para Levi com um certo desdém.
–
Mas, se por acaso você tiver algum dinheiro... posso te vender alguma coisa, se puder pagar, já aviso. – Falou com um pouco mais de empatia, mas ainda sim era notável o incômodo que o jovem causava –
Anti Inflamatório tem um baratinho, custa apenas 10 mil berries a unidade. Agora com cafeína... tenho alguns termogênicos, tem um analgésico que contém cafeína também, custa 20 mil berries cada unidade. – Falou sem tirar os olhos do menino –
O teto? – Falou o homem olhando para cima, seguindo a indicação do jovem. Por fim, a porta do estabelecimento se abria, parecia que tinha mais um cliente atrás de medicamentos.
Subae
O capitão – após falar com sua tripulação – caminhou pelas ruas movimentadas da cidade Central sem ligar muito para os olhares que lhe eram direcionados, ele tinha um objetivo claro em sua mente e faria tudo o que fosse possível para concluir. Não foi difícil para que o Mink encontrasse uma pequena biblioteca, sua arquitetura exterior era simples e um pouco rústica para o padrão de estabelecimentos ao redor: suas paredes eram feitas de concreto, dando uma tonalidade acinzentada para o lugar; a vitrine não era das maiores, cabiam cerca de quinze livros sem muito espaço entre eles, mas, dava para ver o nome dos exemplares em questão.
Ao entrar, Subaé provavelmente se surpreenderia com a estrutura interior. Uma série de livros em inúmeras prateleiras, o lugar era maior do que parecia e apenas um único homem estava no balcão, localizado no Centro daquele ambiente –
Boa… tarde. – Falou com desdém, olhando o homem-animal de baixo para cima –
Geografia? Um momento. – Bradou, saindo de trás do balcão e se enfiando entre as colunas de livro. Seus passos eram audíveis ao capitão pirata, já que o chão era feito de madeira – um tanto quanto oca – e o homem parecia estar usando um sapato barulhento. Não demorou mais que dois minutos para que ele retornasse com dois livros –
Este conta história da Geografia, algo mais didático. O segundo é algo que requer um conhecimento refinado, mas, que contém uma gama única de informações relacionadas ao assunto em questão. – Colocou ambos no balcão –
Acredito que o mais didático, que beira o infantil, seja mais adequado para alguém da sua espécie. – Concluiu empurrando aquele mais simples, para mais próximo de Subaé.
O pirata agiu com hostilidade, o que fez o vendedor dar alguns passos para trás e levar a mão espalmada na direção do seu peito –
Como imaginei! Raça nojenta! Corja de bandidos. – Falou correndo para os fundos da loja de maneira acelerada, na verdade, era possível notar uma habilidade considerável no que diz respeito à fuga daquele homem. Por fim, o pirata continuou naquele lugar, sozinho e repleto de livros. Ao procurar no caixa, percebeu que uma mísera nota de dois berrys estava ali, pelo jeito, as vendas não estavam boas. Enfim, restava agora ao pirata decidir se iria atrás da sua presa ou continuaria seu rumo de maneira tranquila.