Moda casual de luxo

Ato X.

Aquela com certeza não tinha sido a melhor das minhas abordagens, e na verdade não era algo com o qual eu me importava tanto assim. Conseguir ou não atear fogo àquela marcenaria era algo que eu ainda deveria avaliar bem se era algo do qual valeria a pena investir meu tempo e dinheiro. "Quem sabe... Recebendo aquele dinheiro bom que o rapaz prometeu, talvez eu consiga vazar dessa ilha com meu mano..." Levava uma nova tragada profunda aos pulmões, mantendo-a lá enquanto perdia a oxigenação do cérebro por alguns instantes. - Saquei. - Soltava a núvem de fumaça na direção da guarita, me aproximando um pouco para que atingisse o guarda, e então voltaria a me afastar, num saltitar.

- Valeu pela informação. - Daria uma breve olhada pela fachada do local, e então tentaria identificar quaisquer janelas ou entradas laterais que pudessem vir de possíveis passagens no limite entre a marcenaria e os prédios em volta. Aliás, também faria o possível para tentar identificar esses tais prédios em volta, apenas para reconhecer qual deles poderia vir a ser mais fácil de invadir, e o quão perto estariam estes da marcenaria em si.

Ao afastar-me completamente, daria uma cutucada em Chesire e partiria de volta às ruas. - A gente precisa de equipamento. - Cochicharia pro rapaz. - Algum conhecido seu por aí? Armeiro? Traficante? Psicopata arsonista? Serve. - Perguntaria, esperando que o garoto soubesse de algum contato que pudesse ser de utilidade para o serviço. Nesse caso, o seguiria até chegar ao local. Do contrário, eu mesma buscaria pelas lojas de armas já conhecidas pela ilha, apenas para conseguir uma coisa ou outra de utilidade.

- Preciso de alguma coisa pra socar, talvez pra cobrir a cara também. E de quebra um chicote... Correntes servem... - Seguiria comentando com Arthur, enquanto buscaria fazer o caminho seguido o mais rápido possível, tentando pegar os cantos mais escuros para andar. - E vamo precisar de gasosa, claro. Isqueiro também, essas coisas... E tu? - Soltaria, oferecendo o resto do meu cigarro ao rapaz.

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Ato XI.

O vendedor era um homem todo coberto com uma bandana cobrindo parcialmente o rosto. Era de dar calafrios em qualquer pessoa bem intencionada, mas não era o nosso caso. Bem, eu não costumava temer muitas coisas, independente. Fiz o meu caminho pelas coisas do homem que estavam na carroça até encontrar algo que viesse a servir em minhas mãos, vestindo as luvas de couro e sentindo um pouco da pegada que possuíam ao envolvê-las. - É... Ainda bem que cê disse. - Comentava com Arthur, enquanto afivelava a luva em volta do pulso e cerrava o punho, vendo se não ficariam apertadas demais para mim. - Realmente não são de qualidade. - Soltava, casualmente.

Chesire pegava para si um par de foices, e, além das luvas, eu conseguia uma corrente, que logo enrolava no antebraço direito ao puxar a manga da jaqueta para trás. - Mas já fizemos mais com menos.
Após me equipar, conseguia duas bandanas para cobrir nossos rostos também, e então pegava dois galões de óleo de lamparina, entregando um para Chesire e carregando o outro na mão esquerda.
- Ah, maninho, cê desenrola um arrombamento furtivo ou coisa assim? Se sim, já coloca as gazuas na conta.
Após todo o processo, recolhia algum dinheiro de meus bolsos, contabilizando-o e entregando para o vendedor estranho. - Tá aí. Pode contar. - Dizia, mas já ia me afastando aos poucos sem realmente estar disponível a qualquer queixa sobre o pagamento.

- Vamo discutir o plano? - Perguntaria, andando pelas ruas de volta para aquela área da marcenaria. - Eu tenho o esboço de um. - E então comentaria com ele o que tinha visto no ambiente daquela rua anteriormente, dando destaques às janelas de vidro no térreo e à escada de incêndio na rua ao lado que talvez fosse útil para acessar o andar superior e dar um jeito de cair lá dentro... De alguma maneira. De qualquer forma, repetiria algumas vezes a respeito da necessidade de fazer aquilo de forma furtiva. - Entendeu? As armas são para o caso de dar errado. - Concluíria, chegando até o local e me esgueirando para a lateral do edifício, tentando não ser vista novamente pelos guardas.

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Ato XII.

- Bater em canalhas é sempre mais legal. - Concordava, segurando o tom de voz para que não ficasse muito maior que um sussurro. Olhando aquela parede lateral, percebia algumas janelas que poderiam vir a se tornar bons pontos para uma invasão bem sucedida: Uma parecia dar em uma espécie de escritório, com uma mesa, poltrona e essas outras coisas comuns em escritórios. A outra parecia levar a um refeitório com as luzes apagadas, e que provavelmente não estava sendo usado. Olhando um pouco além, percebia também uma quantidade de janelas menores que pareciam se conectar com o vestiário, e talvez fossem até mesmo a janela do box ou dos chuveiros, a julgar pelo tamanho delas. - Ali. - Cochicharia, apontando para as janelas menores ao mesmo tempo que iria lentamente me aproximando de sua parede, mantendo uma curvatura agachada.

- Eu acho que dá pra passar por aqui. Faz pézinho, eu entro e puxo os galões e você com a corrente. - Informaria, dando a ideia e então me preparando para apoiar sobre as mãos de Chesire, se ele topasse o plano. Depositaria os galões de gasolina no chão e assim o faria, me apoiando parte em suas mãos e parte na parede da janela, de forma que não precisasse depositar todo o meu peso sobre o rapaz. Dessa maneira, quando alcançasse a janela do vestiário, tentaria alcançar a mais enferrujada destas, e, com minhas mãos cobertas pelo couro das luvas, tentaria puxar a estrutura da janela, enfiando a ponta dos dedos por suas laterais e aplicando força, numa espécie de alavanca com o cotovelo apoiado na parede da janela.

Se não fosse o suficiente para arrancar a estrutura férrea, ou se mesmo arrancando-a, ainda não conseguisse deslocar o vidro da janela, apenas despiria rapidamente o meu casaco, colocando-o em frente ao vidro, e então o socaria, de forma a quebrá-lo sem fazer tanto barulho. Na sequência, tendo conseguido de uma forma ou de outra, me puxaria pela borda da janela para dentro, rastejando e então tentando pousar do outro lado sem mais problemas. Caso tivesse obtido passagem pelo vidro quebrado, manteria o meu casaco no lugar para que os possíveis cacos não entrassem em contato com meu corpo.

Ao pousar do outro lado, daria uma breve olhada para ter certeza de que estava sozinha, pelo menos no ambiente em que eu tinha adentrado - seja ele um grande vestiário ou apenas um box, e iria até a porta, encostando-a ou trancando-a se possível.
Na sequência, desenrolaria minha corrente do braço direito, segurando uma de suas extremidades e então lançando-a até o outro lado. Aguardaria que Chesire amarasse a corrente nos galões, e então os puxaria com cuidado, depositando-os no chão ao lado. Por fim, faria o mesmo quando fosse a vez do rapaz de passar pela janela.

Ao fim da invasão, se fosse bem sucedida, retiraria o meu casaco da janela se este estivesse lá, e tornaria a vestí-lo. Finalmente, tomaria alguns segundos para respirar e explorar o ambiente do vestiário com cautela, mantendo os passos mais cuidadosos e a postura mais agachada, evitando barulhos ao me mover e até mesmo demonstrando a Chesire como deveria ser feito para manter o low-profile.

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Ato XIII.

- Canalha. - Cochichava de volta, junto de uma risada baixinha que acompanhava a de Chesire ao ouvir sua piadoca a respeito do odor presente naquele vestiário. Mantinha os galões de combustível no chão, passando a investigar rapidamente a área em volta. Haviam alguns armários trancados, provavelmente com os objetos pessoais dos homens lá fora, mas também haviam alguns armários destrancados, que apesar de possuírem algumas divisórias e prateleiras em seu interior, pareciam estar vazios.

Caminhava pelo lugar, tentando explorar o máximo possível do ambiente e me preparar para o que poderia encontrar ao lado de fora. Fuçava alguns dos armários vazios, sem sorte. Por fim, percebia que talvez os problemas estavam vindo até mim, e que pouco seria o tempo para me preparar para eles. Ao ouvir os passos se aproximando do lado de fora, seguido da pergunta de Arthur, tentava manter a minha mente calma, e focar no que realmente poderia nos dar uma boa vantagem em um possível combate ali.

Os olhos deslizavam pela imagem do cenário em frente, enquanto que o meu corpo se deslocava de forma circular para aumentar o alcance de minha visão periférica. Identificava os armários vazios como bons lugares para se esconder, à princípio, mesmo que talvez o espaço não fosse dos melhores. Mas veja bem: tínhamos acabado de passar por um buraco de minhoca ao nos espremer pela janela do vestiário. Aliás, talvez um aliado ainda maior quando se tratasse dos armários seria o elemento surpresa: ninguém imagina que numa noite normal de expediente as portas dos armários vazios se abram sozinhas. E é aí que podemos pegá-los de surpresa.

Eu já levei uma portada na cara, e não foi coisa boa.

- Arth... - A esse ponto já quase não estaria mais fazendo som com a boca ao me comunicar, apenas esboçando palavras com sopros. Apontaria, então, para um dos armários vazios, e então para ele. Após isso, apontaria para outro, voltando a recolher o dedo indicador e apontando com o polegar para o meu peito. E sem muito tempo para reagir, já estaria me movimentando ao armário enquanto explicaria o plano em forma daqueles sinais básicos.

Me posicionaria de costas para o armário, buscando sentar em seu interior, e antes que eu perdesse contato visual com Chesire, apontaria para a porta do armário, e então fingiria um tapa com a mão aberta sobre a ponta de meu nariz, torcendo para que o garoto entendesse o que eu queria dizer. Bem, ele deveria entender, tinham sido tantas lutas de bar que nos trouxeram ao presente dia.
Ao me sentar no interior do armário e me encolher o suficiente para caber em seu interior, apertada, posicionaria as minhas pernas de frente para a porta ao puxá-la pelo lado de dentro, encostando a porta do armário e me escondendo em seu interior. Assim, tentaria ficar imóvel, ao mesmo tempo que as pernas estariam flexionadas, prontas para descarregar um poderoso chute contra a porta assim que o momento pedisse.

E assim, esperaria. Faria o possível para manter-me em silêncio ao aguardar, e procuraria entender do que se tratava aquele grupo que estava indo ao vestiário. Ronda? Tomar banho? Caso estivessem indo apenas tomar um banho, esperaria o momento que tirassem suas roupas e se despissem de seus equipamentos para sair do armário rapidamente e dar continuidade ao meu plano de combate.
Caso fosse uma ronda, esperaria sentir passos mais próximos do armário em que eu estava para, com rapidez e sem aviso algum, chutar a porta contra o nariz do sorteado e seguir o combate. Na possibilidade de nenhum dos casos anteriores se cumprirem, daria alguns petelecos no interior do armário, no intuito de fazer algum barulho que pudesse atrair a atenção de algum gente fina. E então, comeria o cu de curioso com o mesmo chute anterior, deflexionando as pernas contra a porta e tentando causar um atordoamento inicial no alvo.

De qualquer maneira, seguiria o combate com um soco rápido pela esquerda, contra a têmpora do infeliz, ou contra o seu nariz, caso tivesse obtido sucesso em acertá-lo de primeira com a porta. Ao mesmo tempo, já começaria a desenrolar a corrente de meu antebraço direito, apenas o suficiente para que tivesse extensão para, na sequência do soco - este acertando ou não -, passar a extremidade livre da corrente pelo pescoço do alvo, enrolando algumas rápidas vezes e puxando com brutalidade na direção de alguma parede próxima, na tentativa de chocar sua cabeça e causar algum tipo daqueles ferimentos de nome complexo que deixam sequelas para o resto da vida toda. Pobre coitado, a curiosidade matou o gato.

Caso alvejada por algum outro guarda que não o meu alvo primário, ou até mesmo por ele no caso de não ter sido capaz de derrubá-lo rapidamente, procuraria posicionar meu braço livre - provavelmente o esquerdo no momento - em frente ao golpe, cruzando-o sempre de forma a tomar uma perpendicular ao golpe inimigo, e usar como vantagem a luva de couro que estava usando no momento para interceptar o golpe. Caso, no entanto, estivesse ainda próximo o suficiente da porta do armário, faria o mesmo movimento defensivo, mas utilizando da porta, que seria aberta de forma a se chocar contra o membro ou arma de ataque.
Faria diferente, no entanto, se a arma do ataque fosse [i]realmente uma arma[i]. De fogo, quero dizer. Nesse caso, avançaria rapidamente contra o portador da arma, inclinando a parte superior do corpo para frente e então tentando atingí-lo com uma espécie de cabeçada contra o seu peito, agarrando-o em meus ombros e arrastando-o alguma distância antes de chocá-lo contra uma parede próxima ou até mesmo o próprio chão, tentando derrubá-lo para, em seguida, descer uma cotovelada do braço direito contra a sua boca. Retrairia novamente o braço, e então desceria um novo soco contra a sua garganta, tentando foder com a garganta dele antes de qualquer grito de ajuda.

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Ato XIV.

Acabava por finalizar o único guarda que tinha entrado no banheiro com certa facilidade. Provavelmente ele não estava esperando a duplinha de invasores que o aguardaria enquanto tirava um mijão, e sem dúvidas a minha estratégia rápida tinha sido bastante útil e bem planejada. A execução podemos dizer que tinha sido um tanto quanto exacerbada, e eu quase sentia pena do sujeito, mas bem... Se eu fosse me compadecer de cada pobre coitado que eu espancasse em troca de alguns trocados, não teria entrado nessa.

- Me empolguei. - Dava de ombros, sussurrando para Chesire enquanto me explicava, sorridente. Rapidamente, me agacharia ao lado do corpo do homem, apalpando os seus bolsos e pertences em busca de algum tipo de chave. Se minha teoria estivesse correta, ele muito provavelmente teria a chave para algum dos armários do vestiário, onde provavelmente estavam os seus pertences pessoais. Caso achasse alguma chave, tentaria destrancar os armários de outrora, tentando chave por chave - em caso de múltiplas -, e armário por armário. Mas claro, se tivesse alguma identificação, nome, número do armário ou coisa assim, levaria em consideração antes.

Por fim, caso encontrasse a combinação correta de chave e armário, o abriria e voltaria para o corpo do guarda, puxando-o para os meus ombros e o arrastando até o interior do armário, acomodando-o e então o trancando no interior. "Se ele acordar, pelo menos não sai anunciando nossa presença por aí". No entanto, caso encontrasse muitas chaves ou nenhuma, desistiria da ideia, afinal, a primeira opção tomaria tempo demais.

De qualquer maneira, voltaria a buscar um dos galões de combustível, sinalizando o outro para Chesire. - Agora é simples. Espalhar isso aqui pelo chão, pelas partes mais inflamáveis. Joga em móveis, sofás, lugar com livro, papel, e, principalmente, no estoque de madeira. - Diria, dando uma breve olhada para o lado de fora do banheiro, esgueirando-me pelo canto da porta, apenas o suficiente para ver a cena do lado de fora.

Percebia, ao me expor um pouco mais para ver o resto, que haviam algumas luzes cintilando por alguns cantos, provavelmente a iluminação dos guardas que faziam suas patrulhas. Sendo assim, minha suposição era a de que todo o lugar estava com as luzes apagadas, justificando assim o uso da iluminação individual na forma de lamparinas. - Se tão usando lamparina, é melhor pra gente. - Diria a Chesire enquanto estaria observando a área em frente a saída do banheiro, que parecia possuir alguns maquinários de metal. - Eles se destacam no escuro, nós não. - Completaria com uma observação.

Pelo lado de fora, lembrava de ter visto um escritório que tinha me chamado alguma atenção. Já pelo lado de dentro, passaria uma breve olhada pelas paredes próximas, tentando identificar qual daquelas salas seria o tal escritório, e faria tal identificação através da lembrança espacial de sua posição com relação às janelas do vestiário, pelo lado de fora. - Eu vou por aqui. - Diria a Arthur, indicando o lado pelo qual iria para ir até o escritório, e também o lado pelo qual ficaria responsável de espalhar o combustível. - Quando terminar, me encontra no estoque de madeira. Se encontrar extintores, tira do lugar e esconde. Toma cuidado, e qualquer coisa grita.

Após me despedir, faria um caminho mais tranquilo, buscando as áreas menos iluminadas para traçar minha rota até o escritório de outrora. Tinha algum interesse nele, já que poderia possuir itens de valor para o dono dessa empresa. Aliás, podia até mesmo me explicar um pouco da identidade do homem, ou talvez possuir algum tipo de informação valiosa que pudesse ser trocada por dinheiro? De qualquer forma, assim que chegasse ao local, entraria rapidamente e fecharia a porta atrás de mim com cuidado, passando então a olhar para o interior do cômodo com interesse, investigando a área. Olharia mesas, prateleiras, gavetas, jornais, diários e outras papelarias. Estava em busca de jóias e outras coisas de valor, além de documentações minimamente suspeitas aos meus olhos afiados.

Se topasse com algum caminho que possuísse algum guarda com sua lamparina, aproveitaria da vantagem de vê-lo chegar muito antes do alcance radial de sua iluminação me revelar a ele. Dessa forma, rapidamente buscaria sair da rota de sua patrulha, mantendo a postura furtiva enquanto daria passadas rápidas para buscar proteção atrás de algum caixote, maquinário ou pilha de madeira. Aguardaria a sua passagem, e então seguiria.

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Ato XV.

Uma boa quantidade de documentos nada interessantes para mim estavam dispostos pelo escritório. "Nagashi Fushima." Pensava comigo mesma enquanto segurava a foto de sua família na mão, trazendo para mais perto do rosto e dando uma boa olhada. "Família bacana. Tenho certeza que vão se recuperar." Dava de ombros, colocando no bolso da calça aqueles pingentes que tinha encontrado. Devia ter algum valor naquilo, mesmo que pouco. Como é que falam? De grão em grão, junto um dinheirão.

Na sequência, já começaria a destampar o galão que tinha em mãos, derramando um pouco daquele combustível pela mesa do escritório, pelo chão, possíveis tapeçarias e pelas estantes. Por fim, tamparia o galão novamente, tentando deixar ainda uma boa parte do seu conteúdo, mas finalizando com um caminho de combustível que seria traçado até a frente da porta do escritório.
Voltaria a jogar um pouco do combustível pelas partes próximas ao escritório, tentando não fazer muito barulho de água enquanto o fazia. E logo em seguida já buscaria voltar a tomar minha postura furtiva para alcançar o estoque que tinha visto anteriormente, começando a contorná-lo agachada, derramando o combustível por boa parte do conteúdo do estoque e então pela área em volta.

Se cruzasse com guardas portando suas lamparinas, buscaria parar de fazer o que quer que eu estivesse fazendo que pudesse chamar atenção desnecessária, e então me tornaria a adotar uma postura mais calma, controlada e furtiva, procurando algum obstáculo próximo que pudesse esconder o meu corpo para aguardar a passagem do indivíduo. Se demorasse a perceber a aproximação de um guarda e este já estivesse próximo demais, buscaria correr para alcançar a sua boca, jogando o peso de meu corpo contra o dele e tentando derrubá-lo, posicionando minha mão contra a sua boca e impedindo que este alarmasse os demais guardas. Na sequência, posicionaria a minha outra mão, livre após soltar o galão de combustível, por detrás da cabeça do indivíduo, e num movimento rápido torceria a mão em sua boca e a mão em sua nuca rapidamente para direções opostas, de forma a quebrar seu pescoço rapidamente. Caso não tivesse sucesso, apenas aplicaria joelhadas em seu estômago enquanto tentaria manter o agarro forte de seu corpo no meu. Nesse caso de confronto, não me importaria caso uma lamparina ou outra caísse no chão, afinal, um incêndio tinha que começar de algum canto.

Caso ficasse livre, seja após um combate ou seja pela ausência de um, terminaria de gastar todo o combustível do meu galão pelas áreas próximas e no estoque, também embebendo em gasolina toda área que parecesse possuir algum material inflamável. Por fim, aproximaria-me de alguma área escura no estoque e me colocaria a esperar por Chesire em nosso ponto de encontro. Manteria-me atenta para chamar sua atenção caso ele se aproximasse furtivamente, mas apenas caso tal chamada não viesse a despertar interesse de nenhum outro.

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Ato XVI.

"Chesire..." - Percebia o galão de combustível largado pelo chão, também vendo que boa parte daquele armazém já estava com aquele mesmo cheiro de lamparina, o que me parecia que Arthur já tinha feito a sua parte por ali. O ponto de interesse, no entanto, era o que exatamente ele estava fazendo que não estava me aguardando ali.
A tensão começava a subir, esquentando meu corpo, mas pouco me abalava além disso, de forma que eu conseguia manter o meu foco em continuar o meu trabalho espalhando o resto de meu combustível.

Finalmente, escutava uma movimentação esquisita em volta. Algumas lamparinas seguiam um som de apito, quebrando o silêncio daquela noite, e junto desse caos iminente, uma voz familiar gritava com seus perseguidores. "É claro..." Resmungava, percebendo o garoto que se aproximava correndo de uma multidão. Terminei de despejar todo o conteúdo do galão em alguma pilha de madeira próxima, e então já fuçava os bolsos, buscando a caixa de fósforos, retirando alguns palitos com rapidez, mas não deixando a tensão do momento me atrapalhar, e deslizando a cabeça dos fósforos contra a lateral da embalagem, esperando que a faísca desenvolve uma pequena chama. Se não obtivesse sucesso, repetiria o movimento até conseguir, até mesmo trocando e pegando alguns fósforos a mais para que conseguisse completar aquela etapa. Por fim, lançaria o apanhado de fósforos flamejantes contra alguma área de madeira embebida no combustível, deixando que esta começasse a pegar fogo junto dos fósforos.

Não pararia por aí, no entanto. Enquanto me viraria para começar a correr na direção oposta a que Chesire vinha trazendo o grupo de guardas, já começaria a retirar outros fósforos, acendendo-os também e largando contra outra área, dessa vez no chão, com combustível de lamparina, iniciando mais de um foco de fogo e possibilitando que aquele lugar queimasse mais rapidamente, além de criar obstáculos que pudessem vir a atrapalhar ou distrair os perseguidores. - Onde você estava? - Gritaria enquanto corria junto de Chesire, tentando acompanhar o passo dele apesar de eu claramente não ser tão rápida quanto. Ao passar pela porta do escritório de antes, já teria preparado mais um grupo de fósforos acesos para lançar no chão a sua frente, de forma que o caminho trilhado de óleo incendiasse o local rapidamente, deixando mais um foco.

Rapidamente, buscaria correr para a saída do local, de forma a deixar aquele estabelecimento rapidamente. Vez ou outra olharia para trás, e caso percebesse que os guardas estavam desistindo da perseguição e preferindo tentar apagar o incêndio ou qualquer coisa do gênero, daria uma pausa rápida, tentando chamar a atenção deles novamente para mim. - Ei, fudidos! - Gritaria, numa primeira tentativa. - TOMEM DINHEIRO! - Colocaria a mão no bolso e tiraria de lá algumas notas de baixo valor, mas que numerosamente se tornariam algo em torno de 30k berries, jogando-as no chão. Uma coisa que eu tinha percebido na vida era que ninguém gostava de queimar dinheiro, por menor o seu valor. Bom... Talvez isso desse a eles algo diferente para salvar, além daquele local. Por conta disso, manteria-me jogando as cédulas no chão enquanto corria, alternando entre células de valores diferentes, e talvez até ultrapassando um pouco o meu limite e indo até um gasto de 80k, caso o plano realmente estivesse sendo efetivo.

Caso algum guarda se metesse na frente de nosso caminho, desenrolaria a corrente-chicote de meu braço destro, lançando-a em frente até a perna do homem, enroscando-a e dando uma rápida puxada, numa tentativa de derrubá-lo. No entanto, caso este estivesse portando uma lamparina como os demais, miraria em sua mão, dessa vez tentando derrubar a sua lamparina no chão e assim causar um novo foco de incêndio em seus pés.

Por fim, minha tentativa seria a de, numa situação perfeita, meter o pé para fora dali junto de Arthur, encontrar a primeira travessa escura em alguma rua de pouca movimentação e me meter, para, enfim, tentar respirar um pouco depois daquela perseguição cheia de adrenalina.

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Ato XVII.

A fulga parecia acabar com toda a perfeição que precisava. Meus passos se apressavam a manter uma boa velocidade enquanto fugia pelas ruas laterais, e então fazia uma curva brusca em uma viela escura qualquer, tentando tornar ainda mais aleatório o caminho que percorreria para deixar o local. - Boa, porra! - Comemorava com Chesire quando percebia que já estava razoavelmente distante de toda aquela confusão. Em um giro por sobre os calcanhares, erguia a mão destra ao ar, esperando uma espécie de high five, e então tocando a mão do rapaz caso este me acompanhasse no cumprimento. Na sequência, retirava também a minha máscara, guardando-a no bolso da calça, despindo também a minha jaqueta e colocando os meus óculos de lentes azuladas em frente aos olhos, de forma a mudar um tanto a minha aparência antes de continuar andando de volta para casa.

- Sabe que eu não lembro? - Comentaria, coçando a cabeça após a pergunta de meu irmão, mas não estava muito preocupada com isso. O pico de adrenalina já começava a baixar, e uma tremedeira natural se espalhava pelas minhas pernas conforme eu me recuperava daquele momento. - A gente encontra com ele amanhã a noite de novo. Vamos pra casa, quero tirar um cochilo. - Passaria, então, a me encaminhar rumo ao bairro mais residencial daquela cidade, de forma que assumiria uma postura mais descontraída e calma assim que deixasse uma área segura do crime. Tinha percebido que rapidamente uma boa quantidade de marinheiros já estava disposta para procurar pelos culpados, então parecer suspeita era algo que eu tentaria evitar.

- Mandamos bem lá, precisamos de um descanso. - Concluiria.

Se conseguissemos chegar em casa sem nenhum impedimento, rapidamente caçaria pela chave de baixo do jarro de planta na entrada, destrancaria a porta e a abriria, trancando-a novamente assim que Chesire passasse por ela.

- Lar doce lar. - Suspirava, em alívio. Aquela era uma boa vida a que tínhamos vivido naqueles últimos anos, sem dúvidas. Roubar dos ricos, nos sustentar. Fazer um serviço aqui ou ali que outros não querem sujar as mãos... Essa era a nossa especialidade.
Me jogaria no sofá ao qual estava tão acostumada, reservando algum tempo para relaxar e refletir. "Você não quer só isso." Aquela voz incômoda voltava a fazer o seu papel, tal qual tinha feito em todas as outras vezes que havíamos completado um serviço. Era a minha voz, dizendo em alto e bom tom aquilo que eu tentava ignorar. "Eu quero o resto do mundo também." Suspiraria, em silêncio, virando a cabeça e deixando de olhar o teto, direcionando minha visão para onde quer que Chesire estivesse. Ele era o motivo pelo qual eu ainda estava levando essa vida. "Como será que ele iria reagir ao descobrir que quero voltar pro mar...?" Já começava a me emburrar com aquela voz. Era muito mais fácil esquecer aquela vontade, por mais que ela continuamente martelasse a minha mente. "Como eu digo pra ele que quero voltar pro mesmo mar que uma vez roubou a nossa liberdade?"

Objetivos

Perícia Lógica e Geografia. De resto, me divertir e ir pra Kano. Aliás, quero receber o dinheiro da Little Cow (5kk) ingame, já que não recebi na ficha anterior e é um prêmio vinculado à conta. https://www.allbluerpg.com/t357-evento-de-abertura-little-cow

Histórico

Número de posts: 17
Ganhos: • Maço de Cigarro - 8 usos (1) • Perícia Lógica (2) • Perícia Geografia (3) • 5kk ( 8 ) • Soqueiras de couro • Corrente • Bandana Simples • Chaves • Jóias (14)
Perdas: • 155k • 700k • 80.000
HP: 10420
Stamina: 100
Relacionamento:

Relacionamento:

• Arthur Chesire
• Alberto
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