Ato XVIII.

- E aí, quer uma?! - Chesire se aproximava, estendendo a sua mão com uma garrafa de cerveja. - Valeu - Pegava a bebida com uma das mãos, alavancando-me para cima e então me sentando no sofá, cruzando as pernas. Encaixava os dentes de baixo na parte debaixo da tampa da garrafa, empurrando-a para baixo de forma a alavancar a tampa para cima, abrindo-a e ouvindo aquele som característico e tão satisfatório que praticamente anunciava que a minha garganta ia receber algo geladinho e bom.

Erguia a mão com a garrafa, levando-a até os lábios e derramando o líquido garganta abaixo, os olhos mantinham-se abertos enquanto a cabeça se elevava a olhar o teto, bebendo a cerveja em goladas. - Aah...! - Abaixava a garrafa novamente, descendo a cabeça e olhando a Arthur. Meu corpo imediatamente sentia os efeitos daquela virada de tantos goles e minha visão já tonteava por alguns instantes. - Sabe, Arth... - Inspirava profundamente após ouvir a pergunta do rapaz a respeito do destino do nosso dinheiro. Meu olhar era sério, mas tentava não encará-lo diretamente. Eu realmente não sabia o quão confortável o garoto estava com a nossa situação, e se ele concordava em mudar de vida e começar a buscar algo melhor. - Eu não sei se quero ficar aqui pra sempre... - Comentava, bebendo mais alguns goles da cerveja numa forma de disfarçar após soltar aquela frase, esperando para ver sua reação. Ao mesmo tempo em que voltava a abaixar a garrafa, levantaria-me do sofá, pondo-me a caminhar pela sala até a porta do banheiro ali perto.

Novamente, levaria a garrafa até a boca, dessa vez bebendo goladas suficientes para que o seu conteúdo acabasse, e então a deixaria numa bancada próxima, vazia, antes de entrar no banheiro. - Vou tomar um banho, a gente conversa sobre isso depois. - Indicaria a Arthur, fechando a porta do banheiro atrás de mim e encerrando aquela comunicação pelo momento.

- É... Talvez precise de uma reforma. - Cochicharia para mim mesma ao dar uma boa olhada no ambiente do banheiro. Uma ducha simples, uma privada, uma pia e um armário com espelho acima dessa. Quase nenhum espaço. Talvez uma banheira seria bacana, ou um pouco mais de espaço. Talvez ele estivesse certo...
Pensava um pouco sobre o dinheiro que ganharíamos naquele trabalho, e talvez até bons contatos. Podíamos nos lançar no mundo com aquilo, conseguir um barquinho bacana, Chesire podia pilotar... Quem sabe um dia eu poderia ir atrás dos meus sonhos.

Depositaria meus óculos fechados em cima da bancada da pia, e retiraria os sapatos com o auxílio dos pés. Então passaria as mãos pela cintura, agarrando a barrinha inferior da camisa e puxando-a para cima, vendo a imagem refletida do espelho copiar meus movimentos. Os fios ruivos deslizavam pelo tecido negro da camisa conforme a vestimenta saía pela minha cabeça, por fim, revelando uma mulher de peles alvas sujas de fuligem, seios pomposos, físico definidos, um olhar cansado, mas uma expressão intacta, como se ignorasse a real exaustão que eu estava sentindo no momento.

Enquanto aquela mulher refletida me observava, inclinava meu tronco em frente, abaixando as calças ao segurar suas bordas superiores, tirando-as então pelas pernas bem torneadas e que não eram depiladas há alguns dias. A calcinha surrada era rapidamente retirada, surpreendendo a mulher do espelho, que constantemente cruzava seus olhares com os meus. Ela parecia saber o que eu queria, mais do que qualquer pessoa.

- Tudo vai funcionar. De algum jeito. - Pensava em voz alta, me referindo ao medo de que Chesire não quisesse me acompanhar, algo que possivelmente me obrigaria a conseguir um novo navegador, ou talvez até mesmo aprender uma coisa ou outra sobre.
Os pés delicados pisavam com cuidado o chão a frente, cheio de azulejos parcialmente arrancados e com falta de reboco, e me encaminhavam rumo ao chuveiro, o qual ligaria com uma das mãos e deixaria a água morna cair sobre a minha cabeça, escorrendo corpo abaixo. - Ahh... Pelo menos temos um bom aquecedor nessa casa. Vou sentir falta. - Minha cabeça flutuava na ideia de passar boa parte de minha vida em alto mar, tomando banho numa água gelada e num banheiro improvisado e fedido. Alcançaria um sabonete próximo, esfregando-o pela minha pele a partir de cima, passando pelo pescoço, braços e busto, e descendo. As bolhas de sabão que se formavam rapidamente seriam arrastadas pela água corrente, levando consigo a fuligem que sujava minha pele e deixando apenas o cheiro bom de... Ehrm... "Do que era mesmo?" Tentava me lembrar do que exatamente era aquele sabonete, mas a sua embalagem já tinha sido jogada fora há alguns dias, e sinceramente não era algo que tinha tomado tanto da minha atenção à época.

Lavaria bem o meu corpo, enxaguando-o e então faria o mesmo com meus cabelos, esfregando nas raízes um shampoo qualquer que tinha, e finalizando com máscara hidratante e condicionador. Após passar um óleo sobre minha pele, esfregando-o de forma que cobrisse toda a sua superfície, desligaria a água, saindo da ducha e me secaria com a minha toalha, a começar do cabelo. Finalmente, a mulher no espelho parecia quase que uma nova pessoa. Pele limpa, corpo curvilíneo por baixo da toalha que o cobria, olhar fixo e lábios que quase esboçavam um sorriso.

Sairia do banheiro com o corpo coberto pela toalha, levando nas mãos os pertences em minhas roupas anteriores. Caminharia até o quarto que dividia com Chesire. - O que você acha? - Perguntaria, me referindo às afirmações que tinha feito antes do banho.

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Perícia Lógica e Geografia. De resto, me divertir e ir pra Kano. Aliás, quero receber o dinheiro da Little Cow (5kk) ingame, já que não recebi na ficha anterior e é um prêmio vinculado à conta. https://www.allbluerpg.com/t357-evento-de-abertura-little-cow

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Ato XIX.

Ao chegar no quarto, Chesire já parecia estar pronto para beber mais algumas e dormir. Apesar de não ter entendido de cara o que eu queria dizer com sair dali, ele logo passava pela minha intenção em um de seus comentários. Não havia qualquer livro fechado entre nós.

- É, o mar. Sair da ilha. - Resumia minhas intenções, aproximando-me de minha cama e depositando os meus pertences, de forma que pudesse liberar espaço em minhas mãos. - Eu quero que a gente cresça. Me sinto estagnada aqui. - Comentaria novamente, respondendo a sua última pergunta a respeito do que eu queria fazer fora da ilha. A mão canhota soltava o nó de minha toalha, abrindo-a e revelando o meu corpo que já não era segredo para ninguém naquele quarto. Depositaria a toalha pendurada sobre um cabide próximo, junto a uma das paredes, e então deslocaria-me até a porta do meu guarda-roupas, abrindo-o.

- Você sabe o motivo pelo qual deixamos de ser escravos, anos atrás? - Perguntava, numa dúvida genuína. Eu sabia o motivo, mas queria muito saber se Chesire entendia o ponto crucial que nos separava de outros escravos que vivem toda a sua vida naquela mesma situação, sem mudança. - Porque nós nascemos para mais. - Completava, dando o motivo que eu acreditava com todo o meu coração.
Puxava uma camisola longa do guarda-roupa, das que costumava usar para dormir de forma um pouco mais "folgada". Viraria-me então para Chesire, olhando-o nos olhos enquanto fazia a minha argumentação nesse momento. - Nós conseguimos nossa liberdade com o nosso esforço. E é isso que nos diferencia dos outros que continuam escravos. Você sabe disso. Você é habilidoso, esperto. Eu sou forte... - Chocharia o punho destro, fechado e segurando a camisola entre os dedos, na palma da mão esquerda. Apesar de ainda estar nua, isso não diminuía a importância de minha fala. - Conheço muita coisa do mundo através dos livros... Essas qualidades não são comuns, maninho. - Concluía por algum momento, respirando e abrindo a parte inferior da camisola, vestindo-a por cima e deslizando-a por meu corpo, até que o cobrisse por inteiro. Na sequência, sentaria na borda de minha cama, ainda mantendo a expressão séria.

- E se nós merecemos tanto... Por quê não vamos atrás? Eu não quero envelhecer e apodrecer nessa ilha, perseguindo algo que nunca vai ser alcançado aqui. Quero ir atrás do que é nosso por direito. - Concluía, agora de vez. Olharia profundamente nos olhos de Arthur, e então me recordava o que meu irmão realmente gostava de fazer, e que poderia ser uma incrível maneira de dar algum incentivo e não deixar o clima cair numa seriedade tóxica. - E se der ruim... Sempre tem essa pequena chance... Ainda assim é uma boa aposta. - Deixaria um sorriso se formar de meus lábios, e ergueria a mão direita, estalando os dedos polegar e médio, apontando na sequência para ele com o indicador. Lançaria-lhe uma piscadela.

- Fio sério.

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Ato XX.

Sem nunca deixar Chesire no vácuo, acertava a sua mão com a minha, selando aquilo que tinha sido combinado.

- Amanhã... - Balbuciava de sono, mergulhando o rosto em meu travesseiro após ter desligado as luzes do quarto, adormecendo enquanto sentia como se todo o conforto daquela cama encobrisse o meu corpo por completo, inserindo-me no universo dos sonhos.

Ainda me sentia zonza ao acordar, levantando o meu corpo bem devagar quando começava a ouvir alguma movimentação irregular no resto da casa. Ainda me surpreendia com o fato de que um bêbado conseguia acordar antes que eu, mas era impossível competir, infelizmente eu gostava bastante de dormir, principalmente depois de ter feito tanto esforço na noite anterior.

Indo até o guarda-roupas, trajaria alguma vestimenta simples e bem característica com aquilo que eu já estava vestindo no dia anterior. Recolheria os meus óculos e os posicionaria na gola de minha camisa, pendurados por uma das pernas, enfurnaria minhas luvas de couro no bolso, junto de todos os meus outros pertences e dinheiro, arrumando-os de uma forma que ficassem organizados de maneira prática.

- E aí. - Caminharia até a cozinha, que tinha um conceito aberto, e conectava-se com a sala e o banheiro. - Dormiu bem? - Meus passos se encerrariam em frente a geladeira, abrindo-a com uma das mãos e me abaixando para enxergar lá dentro, curiosa. Pegaria algum sanduíche velho, pedaço de pizza antiga ou uma fruta, terminando de comer o alimento com uma ou duas mordidas e alcançando uma garrafa de leite, o qual levaria até a boca e daria umas duas goladas rápidas. - Hoje eu vou cobrar aquele sujeito... E depois disso, qual o plano, navegador? - Perguntaria, tampando a garrafa de leite novamente e jogando-a em um arco curto na direção de Chesire, sem tanta força. - Deve ter cereal ainda. - Informaria, me sentando por sobre a ilha da cozinha, e esperando que o rapaz também se alimentasse, caso ainda não o tivesse feito, e aguardando.

Imaginava que precisaríamos de um navio, e esse era o tipo de coisa que eu não entendia nadica de nada. Nesse caso, deixaria nas mãos de um "profissional qualificado". Sorriria ironicamente frente a esse pensamento.

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Ato XXI.

Inspirava profundamente, de frente para a geladeira aberta, e de costas para Chesire. Guardava a garrafa de leite em seu interior após um último gole, e então me virava, fechando a porta do eletrodoméstico com o calcanhar. - Blurgh. - Arrotava, após terminar de engolir tudo o que ainda estava mastigando, finalizando assim o meu café da manhã. - Vamos para a Grand Line, maninho. - Confirmava, ainda com um tanto de incerteza para com aquilo que estava afirmando, mas sem dúvidas era algo que poderia trazer uma jornadas daquelas.

Teria prestado bastante atenção nas explicações de Chesire com relação a embarcação, e concordava em certo ponto, mas tinha noção de que provavelmente não teríamos dinheiro suficiente bancar uma embarcação de qualidade. - Vamos guardar nosso dinheiro pra conseguir um navio melhor. - Diria, ao ser questionada a respeito da legalidade de nossos métodos. - Damos um jeito de roubar um barco menor, vamos até a próxima ilha e tentamos ganhar algum dinheiro. - Afirmava, deixando a ilha seguinte como sendo uma variável desconhecida e que provavelmente precisaria de bastante improviso. - Las Camp ou Derlund... - Era outro fator que precisaríamos decidir, e, nesse caso, apenas escolheria uma delas. - Derlund é um nome bacana. Vamos pra lá, e daí a gente improvisa. - Pegaria o meu casaco, colocando-o sobre os ombros, mas não vestindo os braços, deixando-os de fora. Além disso, colocaria minhas luvas de couro em cada uma das mãos, afivelando-as à altura dos pulsos.

- Vou cobrar o cara. Quer ir? Ou prefere ir logo vendo as coisas no porto? - Começaria a andar até a porta, abrindo-a enquanto esperava pela resposta de Chesire, ansiosa por concluir aquelas coisas o quanto antes. Em seguida, tendo sua resposta e podendo seguir caminho, sairia à rua, fechando a porta atrás de mim, mas não trancando-a, afinal deixaria para que ele o fizesse.

Nas ruas, retiraria os óculos pendurado em minha camisa e o colocaria em frente aos olhos, passando a desfilar com as mãos nos bolsos, rumando em direção ao bairro de apostas, buscando por aquele bar da noite anterior. Caso conseguisse encontrá-lo, entraria com cautela, olhando para ambos os lados e me sentando em frente ao balcão, acenando com a cabela para o barman. - Tudo em cima? Alberto passou por aqui hoje? - Questionava, com um semblante sério por trás das lentes.

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Ato XXII.

- Um emprego? - Questionava, sem conseguir esconder a indignação na voz. Quem esse homem pensava ser para me oferecer um simples emprego? Não é esse tipo de coisa que eu buscava, e isso já deveria ter ficado claro em nossos poucos minutos de relação. "A menos que..." Ele não parecia ser nem um pouco burro, e se estava oferecendo aquilo, nem de longe deveria ser um emprego qualquer.

- Que tipo de emprego? - Diria, agora me acomodando no banco, inclinando o corpo por sobre a mão, que se apoiaria no balcão do bar. Ele tinha capturado o meu interesse, de alguma forma. Com a mão esquerda, puxaria a bolsa de dinheiro entregue por ele, sentindo o seu peso e guardando-a comigo. - Devo lhe adiantar que em breve estarei indo para a Grand Line... Então são poucos os empregos que podem me interessar. - Afirmaria, com um sorriso desafiador. - Mas por favor, tente. - Concluiria, umedecendo os lábios com a ponta da língua.

Não pretendia perder muito de meu tempo por ali sem uma bebida, a tentação era grande e o bar sequer estava aberto comercialmente. Então, caso Alberto não fosse capaz de cumprir com minhas expectativas para um emprego que se alinhasse aos meus objetivos, me despediria da maneira mais cordial que conseguisse, e deixaria o salão pela porta da frente, rumando até o porto, onde procuraria por Chesire. - Tá pago.

No entanto, caso ele mantivesse aquela conversa rolando, pediria por mais informações antes de realmente sair dali.

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Ato XXIII.

Um emprego fixo, com propostas de promoção de cargo, salário de acordo com produtividade, e liberdade para viajar como eu quiser?

- Aceito. - Diria, estendendo a mão destra a aceitando o cigarro daquele homem, o qual levaria até minha boca, segurando-o com os lábios e me reclinando por sobre o balcão, esperando que ele tivesse a decência de acender o fogo de uma dama. Daria uma longa tragada se isso acontecesse, puxando o fogo para dentro do cilindro de tabaco e incinerando o seu interior, junto do oxigênio tragado. Caso Alberto não acendesse o cigarro, apenas o retiraria de minha boca, guardando-o atrás da orelha direita para mais tarde.

Por fim, estenderia a minha mão direita ao homem, esperando que ele a apertasse com a sua, selando assim um acordo. - Mas eu não gosto do termo "funcionária". - Rebateria ao me levantar do banco em frente ao balcão. - Quanto falta para me chamarem de "Chefona"? - Questionaria, com um sorriso zombeteiro no rosto. - Bom, Derlund é a minha próxima parada. - Cochicharia, um pouco mais próxima de Alberto, e então me viraria, caminhando em direção à saída daquele barzinho. Esperava que, ao informá-lo de minha próxima localização, ele pudesse dar um jeito de me contatar para mais trabalhos, e, consequentemente, bem mais dinheiro.

- Eu gosto de dinheiro, viu? - Informaria, já de costas ao homem, levantando minha mão destra por sobre os ombros e acenando sem olhar para trás. - Mandarei lembranças, HAUHAUAHAHAHAH! - Finalizaria, antes de passar pelos grandões na porta e me direcionar ao lado de fora.

Finalmente deixando o local do bar, voltaria a andar nas ruas, dessa vez tentando tomar rotas mais populosas e me esquivar no meio da população que estivesse perambulando. Dessa maneira, buscaria adotar uma postura mais casual enquanto me direcionaria ao porto, seguindo o fluxo de pessoas que estivesse indo naquela direção.
Chegando ao porto, procuraria imediatamente por qualquer sinal de Chesire, ou de alguma mesa de aposta de rua que pudesse haver por ali, afinal, não me surpreenderia se o menino estivesse com a sua própria casa de apostas de pé após passar algum tempo naquele meio. "Uma casa de apostas... É uma boa ideia montar uma dessas em algum canto rico.", pensava comigo mesma.

- Tá pago. E tu? - Questionaria ao garoto assim que o visse pelo porto, dando umas batidinhas no meu bolso para que ouvisse o som das moedas.

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Ato XXIV.

A cena que eu encontrava não era muito diferente daquilo que eu havia imaginado: Ao chegar no porto, podia ver Chesire jogando algum tipo de jogo de azar com um sorriso estampado no rosto. Tinha certeza que, de alguma maneira, ele estava levando a melhor, apesar de não entender muito bem como aquele rapaz podia ser tão bom assim nessas coisas.

Arthur rapidamente apresentava o seu achado, assim que nos distanciávamos mais um pouco de onde ele outrora estava, e de certa forma chegávamos um pouco mais perto de onde as embarcações estavam de fato atracadas. Nesse momento, tiraria os óculos, colocando-os fechados no bolso do casaco, afinal, se as informações a respeito de nossa aparência já estavam circulando, por mais que a culpa pelo incêndio tivesse sido desviada a outros, provavelmente atrapalharia se eu continuasse andando pela ilha com aqueles óculos tão chamativos.

Com base no que o rapaz explicava, o grupo do navio pequeno consistia em três pessoas, dos quais dois eram mais fortes e um era magrelo e fraco, mas também era aquele que comandava os demais. - Se conseguirmos neutralizar o comandante... Ele pode demandar a rendição dos outros dois. - Ponderava, sendo aquela uma das formas mais eficientes de evitar mortes desnecessárias, evitar confronto prolongado e cansativo, e também de chamar tanta atenção no porto. - Aliás, idealmente deveríamos fazer isso em alto mar. É mais seguro para que não tenham testemunhas presentes. - Era também um outro ponto importante, e que muito provavelmente seria o suficiente para que eu pudesse relativizar um plano de ação.

Não era necessário usar muito mais que dois neurônios para entender que deveríamos entrar naquela embarcação como conhecidos, talvez passageiros, e em alto mar tentar aplicar o golpe. - Temos dinheiro. Pagamos eles para nos deixar noutra ilha mais próxima, nem deve ser grande esforço, e então no meio do mar podemos render o capitão, e lançar os demais ao mar. - Comentava sobre o plano de ação, bem próximo de Chesire, e num tom mais baixo, sempre esperando que os pedestres possivelmente próximos se afastassem primeiro antes de continuar a falar, portanto, pausando bastante o diálogo.

- Objeções?

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