A música continuava suave como se lutasse para entrar em cada ouvido desprevenido, Ajaw tentava lutar contra a tranquilidade e sonolência que a melodia causava. As chamas causaram certa dor e isso poderia ser o suficiente, caso a melodia não parecesse já ter penetrado mais fundo do que parecia.

A mink por outro lado não havia tirado os olhos de sua presa, havia um sorriso vitoriosos em seus lábios, mas o tremor outrora leve, começou a tornar-se cada vez mais pesado e frequente, a quebra de atenção havia debilitado as notas fazendo o trio olhar entre si.  Naquele momento toda a ilha estava tremendo, do porto até o cafezal montenegro. De onde tal tremor vinha?




Após a luta, Astrid apenas riu ante a brincadeira do capitão, o tremor subsequente gerado por sua akuma foi maior do que o esperado, mostrando que tal poder ainda não era controlado completamente por Sunwise. A poça de sangue e dejetos que outrora fora seu boneco de testes agora vibrava espirrando gotículas em ambos os piratas. Era possível ouvir ruídos de pessoas falando ao longe, pessoas assustadas em vários pontos da ilha e mesmo não conhecendo, klaus era capaz de sentir seu medo.

— Capitão, se você destruir a ilha não vamos conseguir nosso dinheiro! — A gigante alertou tentando trazer um pouco de sanidade a ideia do imperador, prezando também pela vida de todos — Acho que já assustamos o bastante… agora vamos esperar? Ou seria melhor achar aquele passarinho? —


Jack encontrava-se em uma breve janela de tempo. As mulheres haviam parado a musica, seus instrumentos precisavam de reparos rápidos e isso ajudaria o celestial, mas agora havia um revez. A calmaria antes sentida pela música começava a queimar como uma enorme chama dentro do peito de todos os que estavam ali, inclusive Ajaw.

Aquela poderia ser a brecha perfeita, pois as pessoas agora iam em direção ao trio que corria em direção aos guardas pedindo proteção. Uma delas gritou algo que quase não foi percebido pelo garoto.

Agora ambos precisavam decidir o que fazer… Mas nem tudo eram flores naquela ilha.



(Essa parte não é de conhecimento dos personagens ainda)


Em uma pequena mesa, amarrado, o pequeno Leônidas parecia suportar ainda mais do que seu pequeno corpo podia. Sabia que mesmo que pedisse, seus companheiros não iriam abandonar aquela ilha… mas … até quando suas pequenas costuras iriam aguentar?

Um homem loiro, alto caminhava com a graça de um felino, em suas mãos uma tesoura afiada, na outra retalhos amarelados do que seria o corpo de Leônidas. O homem se aproxima do pequeno com um sorriso sádico, apoia a costura na lâmina da tesoura e sussurra algo para o leãozinho que apenas nega. O homem fecha a tesoura contra a costura de sua perna direita e observa o longe, como se esperasse pacientemente por alguém.

Histórico:

Ferimentos:

Aquela briga quase que mental se tornava cansativo, por mais que eu de alguma forma não sentisse tanta dor quanto aquelas chamas de meus dedos poderiam causar a qualquer outra pessoa, aquela música, aquele canto me embebedava aos poucos de uma forma que eu nunca havia ficado antes, as chamas não pareciam ser o suficiente para escapar daquela situação. “Qual é a dessas garotas!?”

Por um instante eu já me sentia quase entregue ao trio, porém, um tremor inesperado surgiu naquelas planícies me fazendo perder o equilíbrio e quase cair ao chão, salvo pela árvore que estava atrás de mim que serviu como escoro. - O que tá acontecendo? - Me questionei sem entender naquela hora, mas por um breve momento, aquilo se tornou a minha deixa. As pessoas se desesperaram, e em polvorosas avançaram contra o trio.

Não deixei de aproveitar a oportunidade para correr dali em direção a mansão enquanto ainda tinha tempo, mas durante a corrida, uma certa queimação em meu peito surgia, não eram as minhas chamas, mas pareciam provindas daquelas mulheres. “Que tipo de poder é esse?” - Eu preciso chegar até aquela mansão de uma vez, e pegar o Leonidas de volta! - Corri como nunca havia corrido antes enquanto apertava minha mão contra o meu peito, tentando talvez inutilmente aliviar aquela queimação interna.

Caso conseguisse me afastar o suficiente da bagunça em meio a multidão, e do trio misterioso, me repousaria por alguns segundos para recuperar a minha respiração, torcendo para que a dor já tivesse passado. Assim que as coisas estivessem um pouco mais tranquilas, eu me situaria de onde estava, procuraria um acesso fácil até as proximidades da mansão Montenegro e avaliaria todo local, procurando por uma entrada segura, ou apenas a que tivesse.

Histórico:

Legenda:

Pouco a pouco a ilha parava de tremer, a akuma que o imperador carregava agora em seu interior era deveras poderosa, mas precisaria de algum treino  — Sim, precisamos de dinheiro. Mas também precisamos da porra de um lugar pra pisar! — A gigante acabou por se deixar levar pelas emoções mas logo voltou ao normal com um sorriso mais orgulhoso em sua face.
Enquanto caminhavam buscando um local grande e importante o suficiente para buscar o que desejavam, era possível, a alguns metros a frente, ver que havia um pequeno grupo de homens com suas boinas brancas e uma figura mais afeminada junto a eles — Capitão acho que temos problemas… — a gigante avisou puxando a grande montante que carregava em suas mãos.  

Para Sunwise não seria difícil identificar que os homens não tinham vibrações ruins, apesar de estarem armados, nenhum deles fazia menção de puxar qualquer uma das espadas. Eram ao todo seis homens, entretanto a frente dos homens uma mulher de trajes mais comuns, os fios loiros iam até abaixo do rosto, os olhos em uma tonalidade azul penetrante. Quando se aproximaram o suficiente, a mulher fez um pequeno sinal para que a dupla parasse e se pôs a frente dos outros para falar. — Senhor Sunwise, peço primeiramente que pare os ataques— a voz era suave, mas havia um tom dominante na mesma, sua postura ainda que sensual, era rígida como a de um soldado — Podemos conversar sobre suas exigências em uma de nossas lojas tomando uma dose do bom café de nossas terras, ou caso contrário seremos forçados a fazer com que o senhor deixe esta terra. Volto a dizer que preferimos resolver isso de forma completamente pacífica. — a dama era menor que o imperador, devia ter cerca de um metro e sessenta e dois de altura, então ela era obrigada a olhar para cima para observar ambos.

Nenhum dos sete tinha de imediato intenções de começar uma nova luta, isso ficava claro nas curtas previsões de Klaus, entretanto haviam pequenos flashs de batalha. Seria aquilo uma amostra do futuro caso decidissem agir com truculência?




A confusão formada pelo estranho terremoto foi o suficiente para que o celestial conseguisse sair do transe. Ele sequer tinha ideia da ajuda do imperador, mas talvez este também não esperava que os poderes de sua akuma tivessem chegado tão longe.

O alívio da queimadura provocada por suas chamas já começava a ser sentido, mas sua tolerância à dor ajudava e muito nesse sentido.  O trio de mulheres já não era mais visto e a grande comoção de pessoas ainda era visível, muitas estavam assustadas sem entender o que havia acontecido, outras vociferavam obscenidades em direção aos guardas que nada fizeram. Mas era fácil perceber que ninguém havia gostado daquele pequeno show no final de tudo.

Jack corria entre as pessoas e os arbustos para chegar ainda mais perto da mansão. Em meio aos pés de café não era possível notar a presença de guardas, apenas de trabalhadores, a mansão já não estava mais tão longe da vista de Jack, mas ainda sim continuava muito bem protegida. A mansão era bem grande e agora apenas Jack poderia escolher por onde entrar e o que fazer.



(Essa parte não é de conhecimento dos personagens ainda)

— Senhor Montenegro?— a voz irrompe o silêncio. O loiro que deliciava-se com o desespero do pequeno leão que agora não tinha uma das pequenas pernas olha para traz com total desprezo — O que quer? —  ele parou olhando para o homem  — Eles já foram encontrados. As parcas falharam, mas logo daremos um jeito nelas. O empregador está com Esperanza e seus homens.—

Um sorriso surgiu no rosto do loiro e o pequeno leão sentiu um arrepio ao ouvir cada um daqueles nomes.

— A hora do chá está começando. Vamos ver que doce iremos provar primeiro. —

Legendas:

Histórico:

Ferimentos:

Ainda sem acreditar que naquela situação, o trio que antes tomava a mente de todos, agora era completamente caçado, e os guardas atacados pela fúria dos cidadãos que descontroladamente estavam emputecidos com a passividade de seus protetores, algo no mínimo curioso.

“Algo não me cheira bem.” Era apenas um devaneio, nada sério, mas a falta de ação dos guardas, e aquele olhar do trio vindo em direção a mim era no mínimo intrigante. No entanto, eu não tinha muito tempo para perder com teorias de conspiração ou essas coisas bobas, tinha o idiota do Leonidas pra salvar. - Porque eu fui lembrar dessa desgraça, o bicho burro! - Tudo bem, a culpa é minha também, porque fui insistir em deixar ele sozinho, não é!? Não era a primeira vez que ele dava uma burrada dessas, mas dessa vez as coisas tomaram uma proporção muito maior, ele estava sem um braço. - Sua pelúcia de merda, nunca mais te dou liberdade! - Dizia pra mim mesmo.

Aproveitando a bagunça da multidão, passei por entre os cidadãos e arbustos enquanto finalmente sentia, mesmo que de forma irrisória o queimar das minhas chamas no peito. Aquilo deixaria uma pequena marca em meu peito, mas a dor? Bom, não tinha muito efeito. Em meio aos pés de café, foi fácil notar a presença dos trabalhadores, porém, nenhum guarda se fazia presente, então apenas segui me aproximando da mansão.

O edifício era imenso, um dos maiores que já vi, e mesmo assim ainda estava longe e muito bem guardado. Tentaria não chamar muito a atenção dos trabalhadores, preferencialmente caminharia com cuidado por entre os pés de café procurando um lugar que não chamasse a atenção e não tivesse trabalhadores ou guardas por perto, e se caso percebesse a aproximação de alguém, usaria a plantação para me esconder e evitar ser visto. Enquanto expulsava minha atenção, observaria todo os arredores da mansão analisando a quantidade de guardas e como estariam armados naquele local, se a mesma era guardada por muros ou grades, se eram possíveis de escalar e, de alguma forma, tentaria encontrar alguma brecha ou padrão da ronda deles para que eu pudesse entrar sem ser visto.

Não seria nada fácil, e nem era mesmo o meu forte, mas eu tinha que arriscar. Pensar em tudo aquilo só me fazia ficar mais incomodado com o fato das minhas asas serem inúteis. “Se ao menos eu pudesse voar... de que adianta ter essas asas e não conseguir alçar aos céus!? As coisas seriam bem mais fáceis...” balancei a cabeça tentando esvaziar a minha mente e tirar aquela decepção da cabeça, tinha obrigações maiores e urgentes do que lamentar esse corpo malfeito.

Histórico:

Legenda:

Astrid parecia manter-se alerta de tudo, talvez a  mulher apenas tivesse um pouco mais de cuidado que seu Capitão, mas isso ainda sim parecia infundado para ele    — Só quero ter um chão pra pisar se tiver que lutar. — a gigante comentou pouco antes da chegada do grupo.

A mulher elevou a mão e os homens atrás da mesma pararam antes mesmo que começasse a falar com o imperador dragão, a mulher deu um sorriso maroto com a fala de Sunwise — O senhor Montenegro ficará muito feliz em lhe receber. Uma conversa pacífica e tudo que queremos— ela comentou apontando para a enorme planície — Caso deseje, podemos ir agora mesmo, caso contrário, podemos aproveitar algo mais de nossa culinária, tamanha presença não pode apenas ser dispensada com o que deseja sem que prove de nossas delícias… e não apenas da comida estou falando — era fato que a mulher estava descaradamente dando em cima de Sunwise, o grupo parecia não estremecer com a investida da loira, um deles até sorria de satisfação com a pretensão de tal cena — Não se sinta intimado, pode escolher o que desejar. —


(Essa parte não é de conhecimento dos personagens ainda)

— Martim… faça chover… —  O loiro disse deixando a tesoura afiada ao lado de Leônidas. Sem os braços e as pernas cortadas, recortadas e entregues ao homem que outrora entrará no salão, tudo o que o pequeno podia fazer era torcer pelo bem estar de seu amigo… e que estivesse longe daquele lugar.



Não foi difícil para o celestial andar pelos cafezais, mesmo chamativas, suas asas avermelhadas conseguiam se mimetizar com alguma facilidade entre a vegetação, com isso as pessoas dificilmente notavam sua presença naquele lugar.

Por outro lado, algo chamava a atenção do celestial, uma chuva alaranjada, pequenos pedaços picotados parecia ser lançados em várias direções diferentes e após isso um pequeno bilhete sendo espalhado diversas vezes por vários locais, eles sabiam que Jack estava no local, apenas não sabiam aonde ainda. Com tal fato, a quantidade de guardas parecia diminuir cada vez mais, era como se um enorme tapete vermelho estivesse sendo estendido para Ajaw, apenas cabia a ele caminhar ou não em tal lugar.

Caso Ajaw devida pegar o bilhete, no mesmo estará escrito " pegue-me se for capaz".

Legendas:

Histórico:

Ferimentos:

O problema anterior parecia ter se afastado agora, eu já não mais tinha o trio em meu encalço, dificultando minha ida até a mansão, estava agora entre a plantação de café rumando até aquela imensa arquitetura onde muito provavelmente guardava a presença de Leonidas, do qual eu não tinha ideia do que estaria acontecendo com o pequeno.

Caminhar pelos cafezais pareceu bem tranquilo, as cores da plantação se misturavam com as das minhas asas, o que deixou a minha tentativa de evitar os trabalhadores ainda mais fácil, por mais que esse não fosse o meu forte. A guarda envolta da mansão era claramente grande e reforçada, não seria nada fácil invadir o local sem ser percebido, porém, repentinamente uma chuva começou, mas não era uma chuva qualquer, eram pequenos pedaços alaranjados que pareciam estar picotados. Estendi minha mão e apanhei um pouco, então notei na mesma hora que aquilo era do Leonidas. - Não me diga que… - Meu sangue começou a ferver, eu não era de perder o controle tão facilmente, e das vezes em que o bichano de pelúcia se metia em encrenca, eu nunca me preocupava, as coisas sempre foram tranquilas, mas dessa vez, as coisas tinham passado dos limites.

Com todos aqueles pedaços, Leonidas não estaria mais apenas sem um de seus braços, eles provavelmente haviam arrancado mais partes do seu corpo. Repentinamente, no meio daquele confete de pelúcia, alguns pedaços de papéis se misturavam, e quando peguei um deles, pude ver o que estava escrito. "Pegue-me se for capaz.” - Então é assim? Você quer brincar? - Na mesma hora percebi que a segurança diminuiu, não pude ver onde a maioria deles estavam indo, mas era visível que estavam me dando espaço para entrar. Ele queria um confronto direto.

- Me perdoe, Klaus… mas isso não será perdoado! - As mesmas chamas de ódio que ardiam dentro de mim se manifestaram em minhas mãos, tão vívidas quanto aquela vegetação que, em poucos instantes, se tornaria um completo inferno. Caminharia por entre os corredores com os braços estendidos, onde a palma de minhas mãos tocariam cada pé de café, deixando com que o fogo se alastrasse e fizesse todo o trabalho natural que ele fora criado para fazer: Queimar! - Que o jogo comece, Montenegro! - Minhas palavras eram firmes, e minhas intenções eram mais do que óbvias, se ele queria tirar algo precioso de mim, eu tiraria algo precioso dele também.

Me aproximaria da entrada e observaria a quantidade de guardas que, provavelmente estariam preocupados caso começassem a notar que a plantação de café começava a queimar, o que traria um enorme prejuízo para o seu chefe. Caso o grupo fosse pequeno, eu os encararia de frente, mas caso fosse muito grande, eu apenas os observaria de longe entre a plantação queimada, esperando que eles se dispersassem e eu pudesse pegá-los um a um.

Histórico:

Legenda:

Era notável o fogo que havia entre os dos ali presentes. Kira demonstrava tamanho desejo pela mulher, assim como essa demonstrava enorme luxúria em direção ao imperador dragão, diferente de Astrid, que parecia sentir ameaçada pela loira ali presente, não por sua beleza, mas talvez por sentir um pouco de ciúme da investida do homem talvez. Seus olhos se encontraram apenas uma vez, mas era como se Astrid conseguisse sentir algo da mulher, apenas não sabia o que.

Mas voltando para a dupla que estava quase se comendo na frente da grande plateia. A mulher sorriu ante a investida de Klaus — Ficarei enormemente lisonjeada de lhe apresentar o que tem de mais saboroso em Caffeine.—  Ela sorria se pondo a andar pelo mesmo caminho a qual havia vindo — O senhor Montenegro e alguém muito sensato…— ela dizia quase com um sorriso na frase, os homens se mantinham calados, apenas fazendo guarda do até então "convidado " de seu senhor — Tenho plena certeza de que o achara tão magnífico quanto nos. —

A maior parte do caminho a mulher explicava para Kira sobre porque caffeine era uma ilha tão importante e que o café vinha em sua maioria da fazenda Montenegro, mas que haviam outras fazendas menores que também distribuem o café para todos.  Passaram por algumas lojas e uma estranha espécie de venda a qual as pessoas estavam sentadas do lado de fora, mas era muito mais refinada para um Pirata, mesmo tal pirata sendo imperador de uma ilha. Um maravilhoso cheiro de café com especiarias perfumava o caminho que passava, ela então explicou que aquilo se tratava de uma nova receita que estava sendo difundida em toda a ilha. Cappuccino era o nome, uma mistura de café, creme , chocolate e canela em proporções exatas.

Nao demorou muito para que chegassem a estaçao do bondinho, entretanto o carro era menor do que poderiam imaginar e infelizmente, ou felizmene depende da colocaçao, astrid nao cabia e nao poderia seguir com eles — Se preocupa nao chefe, eu fico aqui tranquila. E bom que posso aproveitar um pouco do Capuccino que ela falou.— mesmo com a fala um tanto alegre, era possível notar a tristeza de Astrid em nao poder ver os pes de cafe  — Voces dois, fiquem com ela e se certifiquem que ela tenha a melhor experiência de nossa ilha.—  Dois dos homens seguiram para fora do bondinho e se colocaram ao lado de Astrid. Sunwise poderia escolher ir ou ficar.





O ódio subiu pelo sangue e logo se alastrou por todo o corpo do celestial, os pés de café agora torravam, como as verdadeiras plantas que eram ante o fogo. A cena seria linda, se nao fosse tao trágica, os gritos de trabalhadores desesperados com o cheiro de fumaça vindo do cafezal era já ouvido por Ajaw, mas o fogo foi mais rápido. Os gritos por socorro começavam a surgir, pessoas teriam ficado presas nos locais onde colhiam os grãos de café .

Jovens , adultos e crianças trabalhavam naquele local, Ajaw nao sabia de tal informação, e com isso havia sentenciado vidas, tudo por culpa de um homem que havia atravessado o caminho da forma mais errada possível. o fogo se alastrava rapidamente e Ajaw usou isso como forma de se aproximar da fazenda, a mesma estava de portas abertas e sem guardas. Era uma armadilha , ninguém saberia dizer isso ainda.



Caso Kira decidisse entrar no bondinho, seria capaz de notar o enorme manto vermelho sendo formado e tomando todas as plantas daquela planície com uma rapidez nunca antes vista.

Jack tinha passagem livre para toda a fazendo e agora — Eu disse para ficar longe, não disse Jack? — a voz conhecida por jack se fazia presente — Mas vocês dois vieram para cá…eu ainda fui misericordioso —  ele continuava, o fundo, mesmo baixo, era possível ouvir as lamúrias de Leônidas — Mas você ignorou tudo que eu pedi. Agora sofra, como um passarinho enjaulado…. ou tente me pegar — O som vinha de auto falantes nos cantos dos de toda a fazenda, não havia um ponto fixo para isso. Agora era o movimento de Ajaw, quem sabe o que havia de escondido naquele lugar.

Legendas:

Histórico:

Ferimentos:

As chamas de ódio que me consumiam, agora haviam se alastrado por toda a plantação. Aos poucos eu pude ouvir os gritos de socorro, agonia e desespero, não era minha intenção machucar ou matar pessoas, mas eu tinha ciência do mundo que agora eu fazia parte, estava ao lado de um Imperador, tal homem com um cartaz de procurado, sendo um dos piratas mais infames e poderosos de toda a Grand Line. Eu não recuaria ali, aquela era a consequência dos atos de seu líder, se as famílias choravam em desespero, a culpa era dele e não minha.

O cheiro irritante da fumaça tomava conta, indicando que de fato o seu precioso café agora estava em completa ruína. Aproveitei da situação para me aproximar da entrada da mansão, e me incomodou o fato de não haver guardas ali. - Nenhum guarda? Nem mesmo pra salvar todo esse povo? Você é mesmo um riquinho bem mesquinho, não é mesmo!? Montenegro… - Aquilo era uma óbvia armadilha, ele queria eu bem ali, um campo aberto, sem qualquer chance de defesa, completamente exposto, uma presa fácil.

Não demorou até que ele finalmente desse as caras… ou quase isso. Aquela voz, eu não a conhecia, mas pelas suas palavras era nítido ser o Montenegro, ele queria me provocar, e o murmúrio de Leonidas ao fundo só me deixava cada vez mais irritado. “Não se preocupe amigão, eu vim pra te buscar!” - Você não parece ser um homem muito confiante de si, não é!? Montenegro! Se escondendo atrás dessas paredes. Porque não vem aqui fora brincar com o passarinho, hein!? - Disse, em tom de provocação, já esperando que o mesmo sequer fosse me responder.

Eu não tinha outro caminho, havia finalmente chegado onde queria, aquela mansão não só guardava a presença de Leonidas, mas também escondia riquezas, e esse era o meu objetivo naquele lugar, provar o meu valor para que finalmente eu possa ser aceito como igual no bando pirata de Klaus. Eu não hesitaria por um segundo em mostrar a minha força e salvar meu amigo.

Aquele era um campo desconhecido e perigoso, eu estava sozinho contra sabe-se lá quantos capangas aquele cara teria, então precisava de cautela. Apanhei meus óculos e os limpei com a minha camisa, um hábito de minha parte, respirei fundo e os coloquei no rosto novamente. Com cuidado, adentraria o local, e mesmo que eles quisessem armar alguma para cima de mim, observaria toda a área, o solo e as paredes daquela mansão. Graças a Paquiles, meu antigo mestre e professor, eu tinha habilidade com armadilhas, então sabia identificar uma de longe, sabia desarmar e armar qualquer armadilha que surgisse. Sendo assim, ficaria atento a toda a área para que não fosse pego de surpresa.

Do mesmo jeito que eu tomaria cuidado com armadilhas, ficaria atento a investidas contra mim, mantendo a minha postura como um exímio guerreiro alado, detentor do Kami no Tekken com os punhos ardendo em chamas, pronto para contra atacar. Caso recebesse investidas corporais, me afastaria dos ataques com saltos para trás visando tomar distância do autor do golpe, podendo assim ter clareza de quem estivesse me atacando. Mas, caso os ataques fossem a longa distância com disparos de qualquer tipo de projétil, usaria das minhas habilidades com o Soru para me movimentar com rapidez pelo local me esquivando dos ataques e em seguida, observaria de onde o ataque estaria vindo para demarcar a origem dos disparos. Se percebesse caminho livre para adentrar a mansão, assim o faria, atravessando a porta com força e entrando daquele imenso lar, começando a caçada ao Montenegro.

Histórico:

Legenda:

O momento fofo ficaria gravado na memória da Gigante, o tocar de mãos com o imperador dragão fez todo seu corpo tremer, talvez excitação, talvez êxtase por estar sendo tocada de forma tão carinhosa? Ninguém saberia pois não era sua intenção comentar sobre aquilo — Não precisava de tudo isso.— ela sorriu sentindo como se a proteção do homem se estendesse a ela onde quer que estivesse — Mas mesmo assim, obrigada.— ela sorriu, mas diferente da imagem gentil para Astrid, a sensação de ameaça caiu sobre os homens.



Conforme falava, os homens sentiam a enorme pressão do poder de um conquistador, mesmo por trás dos trajes, era possível perceber uma pequena flutuação de medo. Se observasse com detalhes poderia ver gotas de suor caindo no chão ou até mesmo o corpo dos homens tremendo de medo — Nada acontecerá com a mocinha— o primeiro disse. — Não deixaremos nem que uma mosca encoste em seus cabelos dourados— o outro complementava enquanto viam Sunwise se afastar em direção a seu trajeto.




— Que quente…— A loira comentou baixo observando a forma com a qual Klaus lidava com os homens. Um pequeno sinal foi dado para que os outros dois ficassem na plataforma, deixando apenas os dois naquele bondinho. Aquele local ficaria pequeno para os dois. A mulher deu passagem para Sunwise entrar e sorriu com isso — Não precisa se preocupar com o atraso.  — ela olhou o homem de cima a baixo com desejo — Não vamos demorar muito. Apenas o caminho do bondinho. Pode aproveitar toda a vista—  Com calma a mulher sentou-se ao lado do imperador e colocou a mão esquerda sobre a perna do mesmo. Klaus podia sentir um cheiro doce de amêndoas e anis estrelado, não era um perfume forte, mas era misterioso e sedutor.

— Temos alguns minutos para aproveitar… se quiser. 10...talvez 15 minutos até chegar la— ela indicava maliciosa deixando no ar suas verdadeiras intenções.








O ar está pesado com a fumaça que se eleva em espirais sinuosas, e o sol escarlate se põe atrás das colinas distantes. O café, que já foi verde e vivo, agora começa a ficar cinza e morto. Os ramos tortuosos das árvores retorcem-se em chamas, crepitando e estalando como se estivessem vivas, alimentadas pelo vento quente que sopra através do campo. As labaredas brilham em um vermelho feroz, lambendo os troncos e folhas com sua língua quente, enquanto o aroma da madeira queimada e do café torrado flutua pelo ar. O céu noturno é iluminado por um incêndio infernal, a luz dançante refletida nos olhos atentos dos animais que se afastam da área.

Mas, apesar de toda a destruição, a beleza ainda pode ser encontrada no espetáculo. É uma visão espetacular, uma paleta de cores vibrantes e contrastantes: o vermelho das chamas, o preto do carvão e o verde pálido das folhas carbonizadas. É um espetáculo terrível, mas fascinante, que hipnotiza e cativa, e mesmo de longe, a visão é ainda mais impressionante. As chamas parecem alcançar o céu, pintando o horizonte de um vermelho ardente que pode ser visto a quilômetros de distância. A imagem é hipnotizante, um espetáculo aterrador que ao mesmo tempo fascina e amedronta. Aqueles que assistem de longe em áreas seguras da planície, são testemunhas de um poderoso espetáculo natural, mas também são lembrados da fragilidade do mundo ao seu redor.

À medida que as chamas consomem o cafezal, a sensação de impotência se intensifica. É impossível não sentir tristeza pela perda da vida vegetal , animal e humana que habitava o campo, mas a beleza da cena é inegável. A visão das chamas, da fumaça e do carvão que se elevam no ar são uma recordação dramática de que a natureza é poderosa e imprevisível. Mas aquela belíssima visão não foi feita de forma natural, mas ninguém sabia disso.

Com cuidado, Ajaw observava armadilhas, e de fato haviam linhas colocadas cuidadosamente no chão, entretanto para ele parecia feita de forma para serem realmente encontradas. Suas palavras não foram respondidas e tudo o que perdurava era o imenso silêncio.  A fazenda estava totalmente apagada.  Se desejasse, poderia simplesmente planar sobre os fios ou desarmar as armadilhas.

O caminho além disso estava livre, não havia nenhum guarda, mas era possível começar a ouvir um resmungo muito baixo em meio aos gritos.

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Histórico:

Ferimentos:

O fogo já havia se intensificado, a plantação estava tomada, Montenegro sentia a consequência de seus atos assim como eu estava sentindo a minha. Naquela altura eu sabia que havia ceifado a vida de muitos civis inocentes, mas eu já tinha dito para mim mesmo que de hoje em diante eu faria qualquer coisa para conseguir realizar o meu sonho, não importando quem estivesse no caminho.

Em frente a mansão do Montenegro, o cenário obviamente perigoso se fazia claro e visível. Pelo campo, linhas mais do que claras estavam esticadas pelo terreno. Seria burrice dos capangas, ou aquilo estava facilmente visível de propósito? Me questionava a situação já que dentro daquele espaço o silêncio imperava enquanto era complementado com um baixo resmungo. Eu poderia tranquilamente planar até a entrada da escura mansão, ou desarmar aquelas armadilhas.

No entanto, eu estava cansado de esperar, aquela chuva de pedaços do Leonidas ainda me causavam a dúvida de como ele estaria, se de alguma forma aquela era toda a sua pelugem, ou se ele ainda teria partes para viver. A impaciência tomou conta de mim, e o sentido de urgência me fez tomar uma atitude um pouco mais imprudente.

Me afastei por cerca de três metros da primeira linha, posicionei minha perna esquerda a frente do corpo deixando o tronco de forma lateral, flexionei os joelhos e cerrei meu punho direito, e em seguida, minha destra foi tomada pelas chamas de meus ancestrais. Era um movimento arriscado pois não sabia o que viria a seguir, por isso eu teria que ser rápido. Então, estando completamente concentrado, esticaria o braço direito para frente direcionando um soco no ar para que na sequência, um jato de fogo fosse atirado por cerca de cinco metros a frente do meu corpo, porém, assim que disparasse o fogo, na mesma hora eu usaria do Soru na tentativa de me afastar de onde estava indo para trás no máximo de distância que eu pudesse.

Eu não sabia se aquelas linhas trariam disparos, lâminas ou alguma explosão, eu só sabia que queria acabar com aquelas armadilhas sem que eu perdesse tempo desarmando elas, além de que se eu planasse até a entrada, seria um alvo fácil, já que eu tinha asas completamente inúteis que não me permitiam voar livremente.

Caso meu plano desse certo estando comigo fora de alcance, e as armadilhas tendo sido ativadas, não perderia tempo para invadir a mansão usando do Soru para derrubar a porta de entrada daquela construção, já esperando que os capangas do Montenegro estivessem do lado de dentro a espreita esperando por mim, por isso me manteria atento caso conseguisse invadir, usando das habilidades do Kami-e para me esquivar de ataques surpresas que viessem sobre mim. - Vamos acabar logo com isso! - Estava completamente irado, o sangue subia a minha cabeça, eu literalmente estava pegando fogo, e o que eu mais queria naquele momento era queimar qualquer um que se colocasse na minha frente.

Histórico:

Legenda: