Além da grandiosa Red Line à frente no campo de visão, a tripulação dos infernais também conseguia enxergar a ilha de Kano ao longe, com suas várias formações rochosas únicas em destaque no horizonte. Rex parecia bem animado, com seus comentários arrancando alguns sorrisinhos macabros de alguns dos outros infernais. Deep, o capitão, sabendo que a travessia da montanha reversa seria um trabalho árduo e perigoso, decidiu tomar algumas precauções para maximizar suas chances de sucesso. Ele prontamente ordenou que os seus seguidores amarrassem tudo o que não estava amarrado, para evitar que isso cause problemas durante a dura jornada. - Sim senhor! - Responderam os outros tripulantes, enquanto cada um ia realizar sua função específica. Rex, Colt, Doc e os outros ex pacientes logo foram usando as cordas presentes na escuna para prender de forma bem firme a carga do barco, não ousando questionar as ordens de seu líder.

Enquanto o seu bando fazia esse trabalho, ainda de posse do timão do navio, o demônio alterou o curso da nau, dessa vez direcionando-a para as águas próximas de Kano. O navio dos infernais não carregava uma “Jolly Roger”, a infame bandeira pirata de uma caveira humana em um fundo preto que inspirava terror nas populações, por isso, a embarcação conseguiu aproximar-se do porto mais próximo da ilha sem gerar nenhum alarde ou grande confusão. Isso, combinado com a inteligente sacada que o capitão teve de tentar manobrar o barco sem fazer muito barulho, fez com que eles conseguissem parar bem do lado de um pequeno barco civil de mercadorias. Depois disso, não demorou para que o coala decidisse colocasse seu plano maligno em ação.

Gritando mais uma ordem para seus subordinados, Deep anunciou suas macabras intenções. Os infernais, aproveitando que já estavam com cordas nas mãos devido ao trabalho que faziam antes, imediatamente saltaram na nau vizinha e agarraram um marujo desavisado que estava com uma prancheta na mão, provavelmente fazendo algum tipo de inventório em seu barco. O civil foi pego de surpresa, e quando se deu conta do que estava acontecendo, já estava nos braços de um dos ex pacientes do manicômio de Sirarossa. Outros civis do porto começaram a gritar horrorizados ao presenciar o que estava acontecendo. - São piratas!!! - Eles faziam um enorme alarde. - Ataque de piratas! Chamem a marinha!!! - O lugar rapidamente começava a ficar tumultuado, e alguns civis um pouco mais preparados começaram até mesmo a disparar com pistolas na direção dos infernais, que nessa altura já se preparavam para fazer sua retirada estratégica.

Um dos seguidores infernais recebeu um balaço de pistola bem no antebraço ao fugir, gritando de dor enquanto se jogava no barco de Deep com um salto. O capitão por muito pouco foi não atingido pelas balas, mas conseguiu ficar ileso pois estava a uma distância muito grande dos atiradores. Os outros infernais logo conseguiram voltar à bordo, com o navio logo dando meia volta agora que já tinham sua presa. O marujo gritava desesperado, morrendo de medo. - Alguém me ajudaaa! - Ignorando suas súplicas, os infernais amarraram o cativo com as cordas enquanto Deep disparava uma cortina de ácido na direção do porto, no intuito de cobrir sua retirada. Como o ataque havia sido repentino demais, não houve tempo hábil para a marinha montar uma resposta, e a escuna daqueles piratas logo conseguiu se distanciar de Kano sem maiores perturbações, rumando novamente para a montanha reversa. O sol da manhã e ausência de qualquer nuvens no céu davam um contraste macabro para aquela tragédia que estava prestes a se intensificar.

O prisioneiro ainda gritava, se debatia e esperneava enquanto era amarrado na proa do navio conforme ordenado pelo assassino, servindo praticamente como a carranca humana do navio. Deep logo aproximou-se dele, sem fazer o menor esforço para esconder suas intenções diabólicas. - Não me mate! Não! Não! Não! Não! Não! - O capturado chorava descontroladamente. - Por favor não!!! - O homem suplicava, ainda se segurando na esperança de que aqueles piratas lhe mostrariam misericórdia. Ah, era uma figura capaz de inspirar pena até no mais maligno dos homens! Entretanto, aqueles infernais não eram piratas comuns, e a figura horrenda que se colocava a sua frente, estava muita mais próximo de uma besta sanguinária do que de um homem. O diabólico capitão enxergou puro desespero naqueles olhos, mas não se importou nem um pouco. Ele era o mal encarnado, e como tal, realizou seu terrível ritual em meio aos lamentos e gemidos de dor horripilantes de sua vítima, seguindo em frente assim que o concluiu.

Apenas depois de um longo tempo, a pobre vítima viu o último sopro de vida deixar seu corpo. A visão do que restou daquele pobre mercador inocente, céus! Era algo que nem mesmo eu me atreveria a descrever. Em sua mão direita, era possível ver que ele, mesmo morto e depois de toda aquela tortura, ainda segurava firmemente um misterioso papel em branco, papel esse que foi tragado eventualmente pelas ondas, descendo para as profundezas junto com todos os sonhos e esperanças daquele civil.

Basta dizer que foi praticamente uma confirmação de antigo ditado conhecido por marujos do West Blue, ditado esse que falava sobre o mar ser mais cruel e vil do que qualquer animal selvagem ou governante tirânico.

...

Os outros infernais assistiram a tudo sem desviar os olhos, uns se deleitando mais com aquela cena terrível do que os outros. Doc pareceu se divertir bastante, dando risadinhas como se estivesse em uma comédia de teatro. Já Colt se manteve impassível como sempre, mas sua expressão facial deixava claro que ele estava intrigado com o óbvio aspecto ocultista daquele ritual. Depois de tudo aquilo, não demorou muito mais tempo até que a escuna dos infernais chegasse até o pé da montanha reversa.

Deep gargalhava enquanto guiava seu barco adiante rumo aquela correnteza destruidora, gritando mais ordens para seus tripulantes e demonstrando sua certeza de que teriam sucesso. O barco estava apenas no comecinho da subida, mas bastava olhar em frente para perceber que em poucos instantes aquele bando estaria enfrentando a viagem de barco mais difícil de suas vidas até então.

Muitos navios de piratas novatos nem sequer chegavam na Grand Line. O motivo? O imenso perigo que é a subida da grandiosa montanha reversa, a única forma que tais grupos de criminosos do mar tinham para adentrar as águas do mais perigoso dos oceanos. Cada um dos infernais dava seu jeito para evitar serem mandados para o fundo do mar, com Rex usando uma corda solta para se amarrar ao barco, Doc e Colt coordenando os outros a fazerem coisas da mesma natureza. Radgar ainda parecia estar no interior do navio, então ninguém na parte de fora conseguia vê-lo por lá.

A subida ficava cada vez mais íngreme, e eram apenas as habilidades de Deep que faziam o barco se mantivesse intacto seguindo a violenta correnteza da montanha. Algumas pedras e outros detritos logo voavam na direção do navio, porém tinham suas trajetórias rapidamente rebatidas pelos relâmpagos do demônio de Sirarossa. Alguns dos outros infernais pareciam bastante assustados, Colt estava impassível e Doc gargalhava, bastante animado com todo aquele caos e achando graça no comportamento dos outros.

O barco balançava e sacudia loucamente, e se os tripulantes não tivessem feito suas preparações e seguido as ordens de seu capitão, muito provavelmente eles teriam todos arremessados para muito longe ou o barco teria se chocado diretamente contra a montanha. A habilidade de todos ali presentes fez muita diferença, ou talvez fosse o sacrifício feito por Deep que os protegeu da morte naquela montanha tão perigosa. Depois de muita dificuldade, o grupo chegou no topo da montanha, e se depararam com a segunda, e bem mais difícil, parte da travessia da montanha. A subida havia sido vencida, agora restava apenas a descida.

- A pior parte vem agora… - Falou Colt ainda impassível por ser um navegador experiente, como um alerta para seu capitão. O barco estava a segundos de fazer a grandiosa descida até os mares da Grand Line, agora, os infernais precisavam apenas sobreviver àquele último desafio. Rex ainda estava bem amarrado, mas talvez aquilo não fosse suficiente nessa segunda parte, já o capitão, conseguia perceber que o medo entre seus seguidores infernais mais fracos apenas aumentava.

Os infernais ficavam mais calmos após a fala de Deep, cada um se segurando onde podia se preparando para enfrentar aquela descida tão íngreme. Rex se amarrava ainda mais e agarrava aquelas cordas da forma mais firme que sua força permitia, e Radgar pelo visto ainda estava dentro dos compartimentos internos do navio. O capitão fazia suas últimas correções no leme bem na hora em que a escuna venceu a subida, entrando em descida numa questão de instantes. O barco descia em alta velocidade, e se não fosse a habilidade do timoneiro, com certeza teria batido de frente em algum rochedo vermelho, do tipo que existia ali em abundância.

O vento fortíssimo da descida testava aquele navio ao limite, quase rompendo diversas cordas e velas, mas pelo visto, a força deles foi suficiente para aguentar a violenta travessia. Eventualmente, a descida chegou ao fim com o barco e sua tripulação intactos, porém, já não restava muita coisa daquele cadáver dantesco sacrificado por Deep que tinha sido amarrado na frente do navio. Os infernais já conseguiam ver, bem perto de onde estavam, uma cidade feita de destroços construída em volta de um imenso farol.


O bando pirata logo rumou até o porto e abaixaram âncora, com Deep ordenando que seus tripulantes trocassem os saques por comida. - Pode deixar, hihihi! - Doc respondeu, fazendo uma pequena reverência enquanto comandava aqueles homens. Logo à primeira vista, aquela cidade de destroços parecia um lugar hostil e perigoso. O clima frio daquela área também não ajudava nisso, fazendo com que a atmosfera ficasse ainda menos convidativa, como se pudesse ter um pirata inimigo em cada esquina. O cheiro do local não era nem um pouco bom.

Em busca de algum local onde ele pudesse adquirir um log pose, o demônio andou por aquelas ruas de destroços até chegar em um bar no meio de uma pequena área comercial. O local estava cheio de pessoas com aparência duvidosa, muito provavelmente todos piratas. Deep pode escutar parte de uma conversa ao entrar ali. - Finalmente consegui uma pista pro tesouro do Capitão James… - Comentou um deles, dando uma golada em uma garrafa de rum logo em seguida, parecendo bastante satisfeito consigo mesmo. - Logo mais todo aquele ouro vai ser meu! Gahahahaha! - Ele gargalhou, brindando com a garrafa de seu colega de bebedeira. Paralelamente a isso, o coala andou até o balcão do bar, questionando o rapaz que cuidava daquele lugar sobre onde ele poderia arrumar um log pose. O funcionário parecia ser uma pessoa apática, e ao ouvir a pergunta do capitão dos infernais, apenas abriu a janela mais próxima e apontou para uma grande construção de madeira que lembrava um coliseu.

O apático barista apenas assentiu com a cabeça, ainda sem demonstrar qualquer emoção, enquanto pegava as 200.000 berries dadas por Deep e ia para os fundos do bar pegar a garrafa. Por ser um sabor tão exótico, não havia nenhuma garrafa daquela bebida ali por perto, por isso ele precisou ir buscar lá nos depósitos do estabelecimento. Enquanto o rapaz estava fora, Deep decidiu ir até a mesa onde estavam os piratas que falaram anteriormente no tesouro do capitão James. Ao perceberem a aproximação do recém chegado, ambos fecharam a cara e começaram a encará-lo, aparentemente não muito felizes com sua presença. O assassino então fez sua oferta, e como ele mesmo esperava, aqueles dois não o levaram a sério. - Cai fora patrão, essa conversa é particular. - Falou o mais velho deles, aquele que tinha dito ter a pista.

O outro deu uma risadinha. - Que facão grande você tem aí. - Ele comentou sarcasticamente. - Tá querendo compensar por alguma coisa? - Zombou o mais novo, fazendo os dois começaram a gargalhar histericamente depois da piadinha. - Ai, ai… - O mais velho ainda se recuperava da piada, um pouco ofegante, esperando um pouco antes de continuar a falar. - Agora vaza daqui antes que eu seja obrigado a te chutar pra fora, patrão. - Ele concluiu. Como forma de consolidar sua ameaça, ele rapidamente retirou uma pistola de seu casaco de capitão, era uma pena que o coala assassino já estava muito bem preparado para isso.

Um rápido relâmpago vindo de uma das cabeças de Deep atingiu a arma em cheio, fazendo com que ela explodisse na mão do inimigo, o que fez com que ele desse um alto grito de susto. Os outros presentes no bar, atraídos pelo barulho, logo pararam de prestar atenção no que estavam fazendo antes para focar naquela briga que se iniciava, vibrando e torcendo, entretidos com aquela cena que parecia não ser tão inusitada em um ambiente como aquele. O outro pirata inimigo logo ergueu seu punho e partiu para o ataque contra o coala, apenas para ter seu golpe parado por uma mordida de outra das cabeças em seu braço. Ele em seguida levou um raio bem no peito, lançando-o voando contra a mesa onde sentava e a quebrando, morto.

Ao ver o que tinha acontecido com seu amigo, o mais velho tentou correr dali, mas infelizmente foi atingido na parte inferior da coluna por mais um raio, matando-o instantaneamente. Pelo visto, aqueles dois haviam subestimado a força de outros que tinham conseguido chegar no farol, e assim, pagaram o preço com suas vidas. A platéia vibrou com a conclusão da disputa, mas logo perderam o interesse e voltaram à programação normal, nem um pouco impressionados. O demônio então vasculhou os corpos daqueles dois, encontrando apenas o que parecia mapa de tesouro enrolado como um pergaminho como item de valor.

Depois disso, o maligno coala ainda aproveitou para profanar ainda mais aqueles cadáveres com os dentes de sua adaga antes de se dar por satisfeito e voltar até o balcão, onde o apático barista esperava com a garrafa de licor em sua frente. Sem expressar qualquer outra reação quanto a despedida do seu novo cliente, o rapaz apenas continuou ali parado sem emoção enquanto o via sair do bar em direção à arena.


Não interessado em seguir tanto Deep quanto Colt e Doc, Rex, o pequeno mink canino, decidiu cumprir as ordens do capitão à sua própria maneira. Tomando posse de uma sacola de saques, saques esses que os infernais haviam pego em Sirarossa, apropriada para seu tamanho e meio suja de sangue, ele começou a caminhar pela cidade de destroços em busca de um lugar onde ele pudesse trocar aquilo por comida ou bebidas. O canino andou por alguns minutos por aquelas ruas, olhando para os lados em busca de algum lugar apropriado para realizar sua transação.

Eventualmente, ele chegou em um tipo de mercado a céu aberto. Várias tendas ao ar livre faziam comércio com piratas e outros tipos de pessoas de caráter duvidoso. O local estava bastante lotado, então Rex demorou um bom tempo para encontrar algum lugar livre para trocar sua sacola de saques. Eventualmente, o canino encontrou uma tenda onde o último cliente havia acabado de sair. Lá dentro era possível ver algumas caixas de frutas e barris de rum.

Rex então perguntou o que o atendente, um homem barbado que parecia estar na casa dos 40 anos com um tapa olho, trocaria por aquela quantia de bens que ele tinha nas mãos. O vendedor colocou a mão esquerda no queixo enquanto inspecionava os materiais sem nem ao menos tocá-los, pensando sobre qual poderia ser o preço daquilo. - Um saco de laranjas ou um barril de rum. Você escolhe. - Falou ele, parecendo resoluto em sua decisão.


A caminhada do assassino o levou até o coração da cidade, onde ele deu de cara com aquela enorme construção circular: o coliseu de destroços do local, um templo da morte e da violência onde as platéias se deleitavam com a matança e o derramamento de sangue. O coala adentrou o saguão onde eram feitos os registros para a participação nos combates, e foi imediatamente perguntar a um tritão tubarão serra, que estava sentado atrás de um balcão, sobre como ele poderia conseguir um log pose.

O tritão sorriu, mostrando seus dentes afiadíssimos. - Você tá com sorte, o último combate acabou de acabar. - Ele cruzou os braços. - Se conseguir uma vitória aqui na arena, terá o seu log pose. - O homem peixe fez uma pequena pausa dramática antes de continuar. - Mas tenha em mente que aqui não existem regras. Ou seja, as lutas vão até a morte. - O tritão fez uma risadinha.

Enquanto eles conversavam, um mink lobo de pelagem vermelha deu as caras no saguão e foi até onde Deep e o homem peixe estavam conversando.


O mink parecia confiante, usando uma capa velha de capitão nos ombros. - Aí, você que vai ser o meu inimigo no combate? - Ele perguntou, com as mãos na cintura. - Meu nome é Willy Jones, já ouviu falar de mim? - O lobo vermelho retirou um cartaz de procurado do bolso com a sua foto nele, com Deep podendo observar que a cabeça valia 10 milhões de berries.

- Só isso mesmo. - O dono da lojinha respondeu, aparentemente sem muita vontade de pechinchar com Rex, afinal além dele não ter muita habilidade nessa área, aquele vendedor com certeza lidava com vários clientes como o mink todos os dias. - Não adiante colega, é pegar ou largar. Um barril ou nada. - Ele deu sua última oferta, deixando o pequenino sem muita escolha além de aceitar, recebendo dele um barril bem cheio de rum pela sua sacola de saques de Sirarossa. O humano não deu muita atenção pras falas de seu cliente sobre falar mal dele, apenas fazendo um sinal obsceno com a mão em resposta.

O mink canino andava pelas ruas bastante atento, com medo de alguém suspeito o estivesse perseguindo. Naturalmente, o comportamento meio paranóico dele fez com que algumas pessoas virassem as cabeças, curiosas pra saber o que ele tava fazendo, mas aparentemente não o deram muita atenção. Enfim, Rex não percebeu ninguém suspeito o perseguindo e logo chegou de volta ao navio, onde ele podia ver que os outros membros dos infernais já estavam de volta, e pelo visto também haviam conseguido boas quantidades de comida e bebida.


Willy Jones não estava nem um pouco intimidado com o discurso de Deep, afinal, o mink estava confiante de que um grande pirata que valia 10 milhões de berries como ele nunca seria derrotado por um desconhecido como Deep. - Você fala muito, mas quero ver se vai conseguir provar isso aí na hora do “vamo ver”. - O lobo ria, guardando seu cartaz de volta em seu bolso. O coala assassino então logo começou a andar em direção à entrada da arena, com o tritão virando para Willy em seguida. - Então é oficial? - O peixe perguntou, com Willy apenas assentindo a cabeça em resposta, lambendo os beiços, animado para a luta que logo começaria.

Ao chegar na arena, Deep viu que havia um grande buraco circular no meio dela que dava para o oceano. As arquibancadas estavam bem lotadas, afinal, aquela era uma das únicas diversões que o povo daquela cidade podia aproveitar. Logo em seguida, o demônio avistou Willy Jones vindo pela entrada oposta à que Deep usou. A plateia vibrava, animados por saber que o próximo combate começaria tão cedo.

Em uma grande plataforma perto das arquibancadas, um anunciante apresentava o combate que estava prestes a acontecer. - De um lado, um conhecido veterano dos combates aqui na Arena do Desespero, aquele que esmagou os sonhos de vários novatos em busca de um log pose, ostentando uma recompensa de dez milhões de berries, o lobo solitário de Shells Town, Willyyyyy Jooooooones! - A platéia vibrou descontroladamente o seu ídolo local, claramente torcendo para que ele vencesse. O anunciante então voltou a falar assim que os gritos diminuíram. - Do outro lado, um desconhecido que exigiu um combate na arena sem nem mesmo se apresentar, possuindo várias cabeças de coala em seu corpo, senhoras e senhores eu os apresento o Estranhoooo Misteriosooo! - A platéia vaiou ao ouvi-lo falar aquilo, alguns até jogando tomates na direção do demônio. Agora, restava saber se Deep iria conseguir ganhar a adoração da platéia até o final da luta.

O combate teve início com o disparo de uma pistola por meio do anunciante, e Deep não perdeu tempo. O assassino logo avançou na direção do mink lobo, sua faca em mãos, pronto para acertá-lo com um ataque certeiro. O lobo por muito pouco conseguiu desviar do primeiro ataque, mas o demônio não parou por aí, usando seus elementos para impulsioná-lo novamente na direção de seu inimigo e dificultar sua fuga. Eventualmente o coala teve sucesso e rasgou o peito do lobo horizontalmente com sua faca, mas foi vítima do contra ataque dele, que acertou um chute certeiro bem no seu queixo.

A platéia ia a loucura depois daquela primeira troca de golpes. O corte que Willy havia recebido sangrava bastante e parecia bem sério, já o chute que Deep havia recebido pelo visto não causou muitos danos e apenas o jogou para trás uns dois metros. - Seu salafrário! Que tipo de arma maluca é essa!? - O lobo questionou, enfurecido. Quem será que sairá vencedor aquela luta mortal?