Eu estava perdido, como sempre me encontrava mais uma vez só neste vasto mundo, porém uma coisa me fazia continuar e continuar, sim, é delas que eu estou falando, das lembranças até agora deixadas para mim, nunca me esquecerei daqueles nove companheiros que sacrificaram suas vidas pela minha, como também lembro como se fosse hoje o último abraço dos meus pais antes de morrerem, tudo isso sempre passava em minha mente me dando ao certo alguns pesadelos, pesadelos esses que pensei que já haviam desaparecidos da minha cabeça.

“Que dor de cabeça!” Pensava um pouco alto enquanto levava minha mão direita ao meu cabelo para coçá-lo, enquanto percebia que antes estava dormindo e por algum motivo me acordei. ~Malditos pesadelos!~ Falei baixo, apenas para mim mesmo como um sussurro, pois logo percebi que eu estava dormindo e algo tinha tirado meu sono, fazendo assim acordar um pouco desnorteado.

Aos poucos ia me levantando e relembrando onde eu estava, como se um turbilhão de memórias explodissem em minha cabeça, me fazendo me lembrar do mais simples detalhe possível, é, essa era a parte ruim de ter uma memória fotográfica, não sei com outros, mas sempre que eu acordava sem ter completado o sono, parecia que um efeito chicote se realizava em minha mente causando esse choque. Não olhava muito para meu redor em si, desatento a janelas ou algo que pudesse prover de como estava o clima hoje, se era dia ou noite, eu apenas me levantava ainda com a vista um pouco embaçada e seguia aos poucos saindo daquele alojamento. Sim, eu estava no quartel general da marinha, mas especificamente na ala dos agentes, e me lembro bem de ter apagado depois de passar no teste de admissão para Ciper Pol 3, deve ser por isso que eu estou com bastante dor de cabeça.

“Preciso me apresentar!” Pensava enquanto tentava seguir os corredores ou portas daquele lugar, não conhecia muito, e devido ao rápido teste de admissão eu apenas lembro de apagar após isso e acordar hoje neste “alojamento”, mas assim seguia. Calmamente eu dava um passo após o outro, de maneira tranquila e sem desespero enquanto abafava meus punhos nos bolsos da calça, quem me visse ali perceberia meus olhos um pouco remelados, e uma olheira que era quase que uma vitalícia de minha pessoa. Mesmo que não houvesse ninguém por ali, ou se estivesse lotado, eu preferiria apenas observar o local, decorando cada passagem, corredor e porta presente, para assim conseguir achar alguma sala onde estivessem os meus superiores, e isso poderia levar horas, ou apenas segundos, eu apenas mantinha aquela minha postura individualista.


Próximo aos mesmo, eu tentaria dar uma melhorada no visual, bater um pouco minhas roupas para tirar algum excesso de sujeira, como também limpar os olhos e manter uma postura firme, o Pre-Militar Comandos havia me ensinado muitas coisas sobre hierarquia e disciplina, e mesmo que eu não gostasse, naquele momento deveria ser feito. ~Hope! Agente Junior Uzz se apresentando!~ Diria logo após abrir a porta ou apenas adentrar tal sala, ou se por acaso visse um agente superior pelos corredores, mas claro, apenas se o mesmo não tivesse ocupado em alguma conversa com outros. ~Diga-me a missão, apenas preciso de um uniforme e de armas!~ Novamente de maneira firme e direta falaria, sem nenhuma encheção de saco, ou babação de ovo, isso nunca foi meu forte, e aquela aparência firme aos poucos ia mudando para uma fisionomia mais tediosa e fria.

A postura de descansar era se mantida até segunda ordem. “Quais armas eles tem aqui hein?” Me perdia um pouco imaginando sobre o arsenal do Qg.

Estava resoluto com aquela nova vida que iniciava, sim, havia me preparado para tudo aquilo que estava a vir, porém não queria dizer que eu me adaptaria fácil. Ao longe eu percebia um certo frescor passar por mim, talvez deveria ser a pequena garoa que caía lá fora, mas ainda sim me fazia lembrar dos velhos tempos de Jangal, chofes em lagos gelados no meio da madrugada, ou coturnos encharcados pelos instrutores, é, traziam boas memórias aquele clima, boas memórias agora, pois tenebroso foi viver as mesmas.

As mãos nos bolsos da calça, um costume meu que nunca desaparecia, eu caminhava por aqueles corredores estreitos sempre observando tudo, pois infelizmente eu tinha um defeito, eu nunca me esquecia de nada, e assim eu ia arquivando cada espaço e detalhe daquele quartel general. “Hm, deve ser aqui.” Pensei enquanto via o brasão do governo mundial na porta em uma das extremidades daquele corredor, enquanto a outra extremidade levava para o que seria o porão, ou térreo? Não sei, não lembro muito se estava em algum piso superior.

Uma voz linda me assolava, até pensei por um momento que era do possível líder daquele CP, mas logo entendi que não se passava apenas de uma bela música que soava como colírio aos meus ouvidos. Ajeitei meus cabelos com minha mão direita, deixava-os menos espetados. Aquele lugar era digno de um escritório, papéis, poltronas e é claro uma bebida de lei para manter a tranquilidade do local, sempre firme eu segui curto e direto ao ponto para superior em si, enquanto via o mesmo com sua enorme superioridade diante a minha postura.

“O que essa mulher está cantando?” Me perguntei ao não entender muito as palavras daquela música que saía da concha. Percebi que aquele líder era um fumante agressivo, seu cinzeiro quase não cabia mais cinzas e trajado com o que parecia ser o uniforme dos graduados do Governo mundial, o mesmo começou a dialogar comigo. ~ Ok, Tamissa. ~ Sem muita enrolação ou babação de ovo, eu apenas peguei o envelope sobre a mesa, e antes mesmo de sair daquela sala eu recebia minha primeira repreensão, ou se é que podemos chamar isso de repreensão. “Hmm…” Pensei enquanto ouvi as palavras daquele superior sobre minha apresentação, e apenas acenava com a cabeça dando uma resposta de que entendi sua fala, aceitando aquela crítica.

Segui pois na direção contrária daquela extremidade, daquela sala, segui para o que seria o piso inferior que se situava também ao fim do corredor estreito, assim procurando a tal Madame Tamissa. Se a achasse ou não, ia na direção dos refeitórios, não sabia ao certo que horas eram, porém a fome pós descanso sempre foi algo que me abatia, e assim tentaria realizar alguma refeição, mesmo que fosse para espantar a fome o mais rápido possível. Procuraria por aquela mulher tanto por aqueles corredores estreitos, quanto pelas salas, sendo o mais discreto possível [Furtividade]. ~ Madame Tamissa? Sou Agente Junior Uzz, estou a mando do superior … ~ Levava minha mão a cabeça enquanto a coçava, só até então lembrar que eu não sabia o nome daquele superior. ~ O Agente sênior me passou uma missão, porém antes preciso de alguns itens… ~ Tentaria escrever em algum guardanapo ou pedaço de papel, ou apenas ditar as seguintes informações:

• Um uniforme completo de Agente do Governo.
  
• Uma adaga simples de combate.
  
• Um mapa local e um Mapa deste QG.
  

~ Apenas isso, preciso me situar melhor nessa ilha, sou apenas um novato tanto na ilha quanto neste QG. ~ Diria para ela assim esperando alguma informação ou ação em troca, assim seguia as ordens ou ações que a mesma bradasse para assim conseguir os itens pedidos.

De forma simples e rápida, passaria pois numa possível armaria local daquele QG para conseguir uma adaga de combate, como também seguiria para algum almoxarifado para conseguir meu traje de expediente e se possível os mapas. Claro, após tais movimentos voltaria para meu alojamento, se o mesmo tivesse algum banheiro para me banhar, o utilizaria, se não, apenas procuraria por algum próximo e assim após estar devidamente limpo, voltaria para meu alojamento para assim ficar em prontidão.

Amarrando bem os sapatos, deixava o cinto da calça não tão apertado, apenas confortável para se movimentar, mas também não tão solto para não deixar a calça folgada, ensacando a camisa social branca, eu colocaria meu coldre axilar em seguida, o ajustando da melhor forma como também ajustava a minha gravata preta, posicionaria minha Luger da melhor forma possível no slot esquerdo do meu coldre, em seguida também posicionaria minha adaga no slot direito do coldre juntamente com alguns carregadores, para que por fim os encobrisse com o paletó preto digno de um agente.

Enfim, devidamente trajado e pronto, seguiria para o que seria a saída daquele QG, decorando cada canto do mesmo, se estivesse com um mapa ou não da ilha e do QG, eu revisaria todas as informações contidas no envelope dada pelo superior, enquanto dava passos curtos para saída.

Por um momento até cogitei em usar os óculos escuros, sim, naquele uniforme além do paletó, dentro do mesmo tinha um óculos escuro e um lenço com o símbolo do governo, aquela madame era bem mais que simpática ao meu ver, mas perambular por aí com óculos de sol em um dia nublado não era boa ideia, mesmo que escondesse minhas olheiras.

Já era de se esperar não conseguir nenhuma informação dos nativos da ilha, bem vestido e na área pobre da mesma, existia um certo preconceito tanto com aqueles que eram pobres, quanto com aqueles que eram ricos, porém eu estava mediando entre essas duas classes, mais para os pobres se for para falar a verdade. “Que droga é essa?” Me referia a fumaça estranha que exalava dos cigarros daqueles moradores pensando enquanto esperava algum retorno daquela caolha.

Um bom tempo já havia se passado, eu não era louco de querer arruinar minha primeira missão como agente já tentando uma abordagem mais severa, apenas seguia na política do policial bom, enquanto vi a entrada e a saída de bastantes pessoas, tentei até gravar seus rostos, porém o que mas me interessava mesmo era o dono daquele estabelecimento. ~Eu já disse, eu sou o assombroso… Mas se você quer mais detalhes.~ Falo em um tom um pouco irônico com aquele velho sorriso debochado, enquanto logo em seguida puxo o lenço com o brasão do governo mundial e começo a limpar a lente dos óculos escuros. ~Como falei antes, eu tenho um ótimo negócio para ele, mas para resumir, vim receber os impostos que ele deve ao governo mundial~ Falo claramente para aquela mulher caolha, enquanto termino a limpeza da lente. Levanto o óculos para o alto, procuro ver se aquela limpeza foi a contento e assim em seguida o guardo com o lenço enrolado ao mesmo.

~Não são olhares tortos que vão me intimidar, estarei esperando ele, ok?!~ Afirmo com bastante ênfase nas palavras, minha intenção era nada apenas mostrar que eu não sucumbia a qualquer tipo de pressão, intimidação ou medo de qualquer um naquele lugar [Impassível]. Procurava sentar naquele sofá para não ficar muito naquela recepção apertada, enquanto seguia verificava os botões do meu paletó, deixando o mesmo aberto, também soltava o botão que prendia minha Luger no coldre. “Não sejam burros, vamos fazer isso de forma civilizada.” Pensei enquanto começava a observar aquele cômodo, detalhes, saídas, objetos, tudo que fosse possível para usar eu apenas gravaria na memória [Memória fotográfica], nunca se sabe quando vai ser preciso reagir a algo.


Caso percebesse alguma movimentação estranha não me atormentaria, o primeiro que chegasse a quatro metros de distância da minha pessoa, seria perfurado com um tiro de Luger P08, sim, tentaria sacar a pistola o mais rápido possível e mirando na perna do indivíduo dispararia. ~Acho que vocês não entenderam, né? Querem mesmo o Governo mundial como inimigo?!~ Gritaria para todos ouvirem, claro, assim que disparasse procuraria algum lugar para não fugir, mas sim me abrigar e não ser encurralado, a entrada daquele lugar talvez, mas algo que eu percebesse sendo o menos inseguro. ~Cade seu Chefe!?~ Agora sem paciência bradava enquanto esperaria por algum retorno, claro, se algum ataque viesse em minha direção apenas tentaria me esquivar dando alguns dashs no sentido contrario do mesmo, e caso ainda assim não conseguisse esquivar a tempo, daria meu braço esquerdo para sustentar o ataque e o direcionar para outro posição fora meu corpo, assim diminuiria o dano recebido.


~O governo mundial está lhe notificando sobre os impostos que você deve! 3 Milhões, vai pagar ou não?!~ Diria abertamente caso aquele Moka aparecesse, mas não negaria a ação acima caso fosse pre chegada de Moka. Mantinha minha postura firme, se ninguém fosse me atormentar e eu ainda continuasse naquele sofá, apenas dobrava a perna e começava a olhar as unhas um pouco, tentativa essa de mostrar que eu não estava nenhum pouco preocupado com aquela situação, mas caso não fosse assim, estaria com a pistola em mãos esperando a resposta daquele dono.

Cão do governo, fazia tempo que eu não ouvia esse codinome, para não dizer zombaria, com os agentes do governo, é, talvez cão poderia ser um bom resumo para o que fazemos pro governo, fato que o governo nunca foi benevolente ou pacifico, mas não sou eu que vou julgar isso. “Maldita…” Penso enquanto vejo ela me chamar.

“O que esses malditos pensam se drogando assim, cara, tomara que morram, malditos cânceres desta ilha.” Sigo por aquele lugar vendo cenas decadentes que me fazem ter nojo a cada passo que dava. A respiração era quase que nula da minha parte, expiração e inspiração rápida e curta, eu não queria sentir nem um pingo daquela fumaça estranha que exalava daqueles malditos drogados, e assim chegava no que seria a sala do Moka.

O que mais me surpreendia era nada mais que um grande mapa do que seria toda aquela ilha, um belo de um quadro por sinal, porém existiam alguns X em pontos específicos daquele mapa, mas nada me chamasse a atenção naquele momento, claro, olho aquele quadro de canto a rabo, gravava cada pedaço de centímetro nele, assim se esse fosse o mapa da ilha, um grande mapa mental se projetava em minha frente em forma horizontal, e aos poucos eu me situava sobre a localização atual [Memória fotográfica], porém poderia ser que aquele mapa era de outro lugar talvez, e apenas enlouqueceria meu cérebro, porém ainda sim não esqueceria de cada parte do mesmo, o mapa.

Parece que o governo mundial não estava lá com tanta bola, de tudo que eu ouvia dos meus instrutores sobre o poder e o medo que os Ciper Poll causavam, me frusto ao ver que aquele homem nem sequer me olhou, até penso por ter ele ter visto eu e não o que eu representava, porém isso apenas aumentava mais minha frustração.


O homem era um típico cafetão, gordo, com roupas horríveis e uma soberba tamanha, mas novamente, não era isso que me tiraria do sério ou me amedrontaria, sentado naquela cadeira voltava a atenção dele pra mim. Ajeitando meu paletó, abria mais as abas do mesmo para não ficar amarrotada enquanto sentado eu estava, assim dando uma pequena silhueta do conteúdo do meu coldre, porém nada tão concreto. ~ Então não estamos cumprindo nosso acordo… ~ Cruzo as pernas ainda sentado, e com a mão direita entrelaço os dedos sobre meus cabelos jogando-os para o lado, arrumando-os, com um leve inspiro profundo. ~ Calma, pra que essa exaltação?! Então esses são os ladrões? ~ Levo a mão a testa, enquanto desço o dedo indicado perante a costeleta até o queixo. ~ Se quiser ligar eu não lhe impeço, até lhe ajudo, porém saiba que você vai perder bem mais que 3 milhões. ~ Solto o ar com um pouco mais de enfase, aquele olhar de quem não queria ter que resolver aquele impasse maldito. “Maldição, era pra ser uma simples cobrança de impostos!” Penso enquanto vejo o desenrolar da situação me levar a algo que não me agradava.


~ Ok, vamos cumprir com o nosso acordo, você tem mais informações sobre quem lhe roubou?! ~ Firme e rápido, não tirava os olhos do gordo, sempre o encarando o máximo possível para não transparecer nenhuma fraqueza. Me levanto e sigo na direção dos papéis que estavam consigo. ~ Aqui tem algo que possa me ajudar?! ~ Da maneira mais invasiva possível eu tentaria tirar alguma informação do que se tratava aqueles papéis, desde minha chegada até agora eu não estava nada gostoso com todo aquele estabelecimento, drogas e outras coisas ilícitas percorrendo livremente, e mesmo que meu chefe fizesse vista grossa quanto a isso, eu não faria, porém naquele momento não era a melhor hora ou lugar para tal ação.


~ Ultima forma, vou fazer vista grossa quanto a você não ter dinheiro para pagar, então ainda está no começo do dia, você tem até o fim da tarde, ok? ~ Bradava um pouco indignado com aquele estabelecimento, eu realmente não gostava daquilo, e nem de saber que meu superior compactuava com aquilo. Tentaria pois sair por onde eu entrei, com passos normais e impassíveis, sem sentir um pequeno pingo de intimidação alheia, mas pelo contrário, reatando as forças e o medo que o governo passava nos tempos de glória. ~ Tenha mais educação na próxima vez! ~ Diria de maneira simples e nítida, era por essas palavras que tentava mostrar que não sentia um pingo de medo dele, mas sim um enorme desprezo.

Forçaria aqueles que ficassem em minha frente caso impedissem minha saída, empurrando ou até mesmo sacando a pistola e dando um tiro para o alto como advertência, em último caso na perna do indivíduo à minha frente. Fora daquele estabelecimento, se aquele quadro fosse realmente o mapa daquela ilha, eu conseguiria me situar bem melhor que antes, assim caminharia para alguns locais mais urbanos e sociáveis em busca de uma livraria ou biblioteca próxima.

~ Onde fica essa curva nesse quadro? ~ Digo as minhas últimas palavras para aquele devedor, já havia deixado claro minha relutância em querer disputar uma batalha que era dele, porém era isso que eu queria que ele entendesse. Novamente com as mãos nos bolsos, antes prendia o botão do meu paletó para não deixá-lo solto, sigo andando normalmente para saída daquele estabelecimento. ~ Até mais tarde! ~ Digo de fininho, um pouco mais baixo que o habitual para aquela mulher que era balconista, assim continuando minha caminhada.

“Quem é Pedro Brandebuk?” Penso enquanto lembro de relance o que aqueles documentos em cima da mesa tinham, porém não havia sido rápido o suficiente para conseguir mais informações. ~Sobrou para mim de todo jeito ter que ir cobrar essa divida.~ Surrando como um pensamento alto, eu fiquei um pouco mais indignado com a situação, não queria deixar o moral dos agentes do governo em baixo após toda aquela humilhação, porém também não poderia voltar ao meu superior de mãos vazias.

Com o banco de dados daquela ilha salvo em minha cabeça, a partir de o que seria um mapa mental das partes daquela ilha, tento localizar onde seria o estabelecimento de algum ferreiro local. Achado seguiria na direção do mesmo limpando em si as botas se estivessem sujas, logo após sair daquela área, mas o ferreiro local ainda fosse por aquela àrea seguiria normalmente para tal lugar. ~Olá senhor, o governo mundial precisa de um favor seu.~ Falaria para o ferreiro ou algum atendente que logo me abordasse, assim tentando ser um pouco mais direto.

Retirando novamente os óculos do bolso e os limpando com o lenço do governo mundial,  eu tentaria me aproximar mais daquele lugar. Sem hesitação seguia com a mesma firmeza e frieza que antes usei contra aqueles malditos da casa de banho. ~Preciso que você monte um silenciador para mim, se não souber o que eu estou falando, posso explicar.~ Bradava para aquele ferreiro ou apenas um balconista, ensinando e detalhando sempre que era questionado sobre a utilização de tal artefato. ~O pagamento eu faço numa próxima, ok? Ainda não recebi o salário.~  Diria enquanto, após entender que aquele ferreiro havia sanado todas as dúvidas, sairia de fininho para não ser notado, com um destino único, armaria daquela improvisação de quartel general.

Eu realmente teria que prender esse maldito do Johnny Dogs, minha primeira missão como agente não queria aperriar meu superior logo agora, o que eu passaria para ele como primeira impressão, então apenas voltaria ao QG para me armar mais adqueadamente, assim agora em busca de algum rifle, pois eu teria que concluir aquela missão de um jeito ou de outro.

A porta daquele arsenal estava trancada para minha infelicidade, sim eu estou novamente no Quartel General da marinha, na parte onde os agentes tomavam conta para ser mais específico, porém não conseguia ver uma forma de entrar naquele arsenal sem arrombá-lo ou pior, ir contatar o meu superior. “Que inferno, estou liso, mal consigo barganhar com um ferreiro e ainda tem essa! ” Penso enquanto me refiro ao fato de estar a frente da armaria local e ver a mesma trancada.


Olho para cima por um instante, tinha esse pequeno hábito às vezes enquanto tentava planejar algo, e mesmo que eu apenas visse concreto e paredes ao meu redor, continuava o hábito enquanto tirava meu dog tag que estava por dentro da camisa, o jogando para fora. ~Eu nunca vou ter sua sorte, mané!~ Olhando para a placa com o nome “Sortudo” cravada na mesma, relembrava alguns momentos com um dos seus velhos amigos. Com aquele dog tag ainda para fora, sobre a gravata, eu sigo para o que seria aquela extremidade inferior do corredor, aquela mulher simpática de antes poderia ser minha salvação naquele momento.

Procurando a madame Tamissa, tentaria observar naquele salão se a mesma estava, era um simples novato, não conheciam ninguém ali, como também não tinha muitos contatos, seguir diretamente para meu superior não era uma opção para mim, ele havia me dado uma missão, e voltar com pedidos de ajuda ou mãos vazias apenas demonstraria que eu era um fraco.


~ Madame, podes me ajudar novamente? ~ Caso conseguisse a encontrar, aperreava a mesma mais uma vez, poderia ser insistente, porém era preciso. Levava a mão a nuca demonstrando estar um tanto constrangido enquanto olhava para baixo. ~ Preciso de mais uma arma e 500.000 B$... Vou lutar contra um grupo de ladrões e uma pistola só não será o suficiente. ~ Digo enquanto abro o meu colete e mostro a pistola no coldre. ~ Seria apenas um fuzil da armaria, assim que terminasse a missão eu devolveria… Ahh, os 500 são para um acessório para as armas, algo que me auxiliaria muito nessa missão!... Pode descontar do meu salário. ~ Afirmo para a madame, mas no final fala um pouco mais baixo, se ela aceitasse me dar sem nenhuma objeção nem cogitaria falar sobre o salário, porém se não eu diria para dar uma certa credibilidade.

Tentaria assim conseguir um rifle que tivesse apoio de uma bandoleira, seria de grande burrice eu estar portando uma pistola e uma faca, porém com um fuzil sem instrumento de porte, quando fosse preciso utilizar essas outras duas armas colocaria o fuzil onde? No chão? Não, então minha preferência seria essa, diria para Tamissa isso caso ela conseguisse o rifle para mim.


Não demoraria muito, ainda era dia e como o tempo ultimamente estava passando rapidamente, logo poderia escurecer e eu não teria conseguido os instrumentos para começar aquele assalto, assim com ou sem fuzil, ou com ou sem o empréstimo, seguiria novamente para onde estava aquele ferreiro. Seria ótimo se eu estivesse com o dinheiro em mãos, apenas o pagaria e esperaria pelo meu item, porém poderia ser que não fosse essa a vontade que o destino queria para mim e novamente eu teria que barganhar.~ Senhor, infelizmente eu não estou com o dinheiro! ~ Retiraria meu paletó entregava ao ferreiro. ~ Como eu falei antes, sou um agente do governo mundial, preciso desse item para ontem, porém não sou desonesto, aqui tome isso como prova que eu o pagarei em breve, esse paletó tem um preço mediano mas é fácil de ser vendido. ~ Esperava assim conseguir o Silenciador a todo custo.