Estendo a mão para aquele homem, mesmo não sentindo um mínimo respeito sobre ele, eu não poderia estragar minha missão, eu tinha um objetivo que era entrar, receber os impostos e sair, não poderia deixar meu interior sobrepor meu exterior. “Calma Mizzu, Calma Mizzu, esse é o maldito responsável por toda essa escravidão, calma, essas pessoas não tem nenhuma relevância para você!” Em um embate comigo mesmo, pensamentos análogos surgem enquanto solto um leve sorriso de canto de boca ao cumprimentar aquele anfitrião, com minha calma e educação [Impassível] eu ajo como se tudo estivesse normal.


A casa era por sinal bastante cuidada, dos muitos adereços que tinham na mesma, eu olho mais diretamente para os quadros, tento gravar aqueles rostos para algo num futuro talvez, assim seguindo para o escritório de Fidelix.


Olho tudo ao redor, percebi que o mesmo parecia ter um hábito de leitura, ou apenas era um compulsivo em livros devido a prateleira, ele não demonstrava por nenhum momento sua verdadeira essência de escravista, porém tinha um mix intenções voláteis que iam de um ameaçador homem, para um calmo e educado, e isso me intriga. ~ Ele está bem, com algumas olheiras e um aspecto de exausto, porém está bem. ~ Repondo o homem enquanto aceno com a mão recusando o que seria a proposta para um bom vinho ao pedir duas taças. ~ Meu nome é uzz, na ilha sim… ~ Poucas palavras saiam de minha boca, não queria ficar muito naquele lugar, seria um simples bate e volta, porém eu observava mais a prateleira, e via alguns livros interessantes. “Doma e adestramento hein… Um k9 não seria nada mau!” Penso enquanto começo a cruzar os braços, eu não tinha mais o por que estar naquele lugar, queria apenas receber o dinheiro e sair, porém aquele homem logo me oferecia seu fumo. ~ Obrigado, não fumo. ~ Acenando novamente com a mão eu não perdia os olhos daquele cowboy de vista, sempre o encarando demonstrando seriedade em minhas falas e ações.

A prateleira não parecia muito longe de onde eu estava, claro, estávamos em um simples quarto, porém eu não queria fazer nenhuma atitude suspeita para aquele homem, eu estava em seu habitat, e qualquer erro ali poderia ser fatal. ~ Você tem livros interessantes, foi por meio desses dois que você tratou daquele puro sangue lá embaixo? ~ Os meus interesses mudaram por um breve minuto, agora meu foco era naqueles dois livros na prateleira, doma e adestramento, me aproximaria deles e pegaria um e logo após o outro.


Sem falar qualquer coisa ao homem, ou pedir, eu pego os livros, e começo a folheá-los, sendo um por vez, o primeiro doma. ~ Então, vamos ao que interessa?! ~ Olhando os livros eu fechava por um breve momento e encarava aquele homem, sabia que eu não poderia transparecer medo ou insignificância nenhuma diante de pessoas do tipo dele, pois eram típicas pessoas que sobrepujam seus gostos e ordens sobre os mais fracos, porém eu não estava com nenhum pingo de medo ou qualquer coisa do tipo.

Tudo seguia o fluxo esperando, eu entendi que não poderia fazer nada perante aquela pseudo senzala, mas convenhamos que também não iriam me interferir em nada, e por hora, eu apenas os ignorei, digo, os escravos. ~ Gosto da lealdade dos cachorros… ~ De braços cruzados eu respondo Fidelix, vi que ele realmente adorava o que fazia, tanto que levava o lema e os ideais da doma até para os humanos, porém eu não aprovo isso. “Que maldito.” Percebo que ele não se importava nem um pouco com as vidas humanas ao qual ele escravizava, assim dando um leve sorriso de canto de boca, algo mais sarcástico ao ver ele falar sobre domar escravos.

~ Não, obrigado. ~ Levantava uma das minhas mão para recusar a oferta do mesmo, movimentando um pouco o resto, eu demonstro não aceitar tanto a bebida, quanto a comida que a criada havia acabado de deixar naquela sala, mas já o homem fazia totalmente o contrário, virando a taça de vinho de uma vez e comendo aos poucos o bolo deixado pela garota.

O homem por um leve momento parecia ter se irritado ou algo do tipo, ao meu ver entendia que ele apenas estava me testando antes, e agora vendo minha posição como também me menosprezando, ele apenas mostrava sua real forma ao falar que não discutiria comigo ou melhor, mandando eu deixar recados para meu superior, como se eu fosse realmente o que ele havia dito, um garoto de recados. Próximo ao balcão eu seguia até a prateleira do lugar, observando os livros puxo o que seria o livro de adestramento e abro no mesmo momento. ~ Quanto você quer por esses dois livros? O de doma e o de adestramento? Achei-os interessantes. ~ Fecho o livro em minha mão no mesmo instante o colocando em cima do livro de doma que estava na mesa. Tentei barganhar com aquele homem, queria aproveitar o momento para conseguir dois bons livros para conhecimento próprio, assim fazendo a missão valer bem mais a pena.

Eu ignorava o fato dele ter me chamado de garoto de recados, ou para eu deixar uma informação para meu superior, não me importava se ele era amigo ou algo mais íntimo, minha missão era uma, pegar os impostos que o mesmo devia, logo, zombarias ou algo do mesmo calibre apenas entram por um ouvido e sairiam por outro. Estaria disposto a pagar uma boa grana pelos livros, mas nada que ultrapassasse mais de 500.000B$, pois aí já seria covardia demais. Porém se o mesmo não estivesse disposto a vender faria outra proposta pra ele. ~ Você pode emprestá-los ou apenas deixar eu lê-los aqui mesmo por pelo menos uma vez. ~ Diria caso os livros não estivessem à venda.

Pagando, levando emprestado ou apenas memorizando cada palavra contida neles em minha memória, eu apenas agradeceria de forma simples e educada, com um aperto de mão e um gesto positivo com a cabeça, não falaria mais nada, guardando o envelope no bolso de meu blazer eu novamente seguia com as mãos nos bolsos da calça, andando levemente por aquela casa em direção a porta de entrada, que creio eu ser também a de saída. “O que será que ele guarda nesse porão?!” Franzo minha testa ao novamente passar pelo térreo e ouvir o som de madeira ôca vindo de baixo, igual ao entrar na casa.

Seguiria sem olhar para trás, olhando firmemente para direção do píer eu não queria ver nenhuma atrocidade feita por aqueles malditos, ignorava o fato deles serem malditos escravistas, eu estava sob missão do Governo mundial, então minhas escolhas poderiam acarretar algo pior para mim. Devagar tentaria chegar até o pior, claro que pegando alguns cachos de uva no caminho para me entreter, pois aquele capitão não tinha nenhum momento de paz. Dentro do barco, apenas falaria o básico, ou se quer falaria, aquele capitão já entenderia com minha volta que deveria me deixar no mesmo local que eu havia subido, assim voltando para a proa do navio apoiando os braços e os cotovelos, apreciando a vista dos rios de sirarossa como também o sabor das uvas.

Meu primeiro destino nada mais seria que a sala daquele superior, minha segunda missão parecia ser bem mais tranquila que a primeira, assim me apresentando ao mesmo e entregando o envelope a ele de maneira cuidadosa. ~ Hope, desculpe perguntar, mas qual o seu nome? Outra, aqui tem algum grupamento de animais? Quero tentar algumas coisas com algum cachorro selvagem. ~ Com as pernas eretas, distância a mesma dos ombros, e os dois punho a frente na altura da cintura, um por cima do outro, eu fazia algumas perguntas para o superior enquanto não perdia o garbo e a elegância que um militar tinha ao ficar em forma.

Não era desfeita, ou muito menos arrogância da minha parte, simplesmente eu não me sentia bem em beber ou comer naquele lugar, poderia ser devido aos tratamentos que aquele homem tinha com seus escravos? Talvez, porém naquele exato momento eu não tinha uma resposta concreta, talvez por não confiar naquele dono de rancho, porém lembro a última vez que ingeri bebida alcoólica, e foi na companhia dos meus finados amigos, ou melhor, irmãos. ~ Não precisa. ~ Calmo e direto dispenso o desconto feito pelo homem, pouco me importo se ele ficaria ou não contente com a escolha, então o pago e com os livros nos braços eu saio daquele lugar. Com um aceno de dois dedos levantados, como um V, eu respondo o homem que pedia para não esquecer o seu recado, assim acompanhado sigo até a embarcação que me esperava.

A viagem foi bem mais cansativa que antes, aquele capitão parecia já não ter mais escrúpulos ou dignidade após se afogar em bebidas, e o que antes era quase suportável, agora já beirava o irritante, porém minha calma era inabalável e em proa eu novamente fico observando bem melhor a ilha e suas nuances.

A noite já me esperava, com a demorar devido a bebedeira daquele capitão, eu então depois de um longo tempo chego ao QG, claro, minha primeira parada era a sala do superior, tinha que dar o feedback da missão como também entregar o pacote que havia sido mandado pegar, porém após aberto ele indagava algo que eu não entendia. ~ Ele apenas deu esse envelope, disse que não discutiria preços com um garoto de recados. ~ Uma leve suspirada mostrava que eu não tinha ficado contente com esse apelido. ~ Não sabia que escravos eram permitidos em sirarossa. ~ Encaro por poucos segundos o agente. ~ Mas pouco me importa, ele falou que quer ser avisado quanto a nova leva. ~ Já era minha segunda missão, poderia eu estar sendo um pouco folgado demais? Talvez, porém a parte dos escravos não tinha me agradado muito, assim minhas falas como também a forma como eu ficava perante o superior demonstrava que eu não aceitava aquilo, pior, que ele havia perdido todo o respeito mediante a mim.

~ Sim senhor! ~ Respondo em alto e bom som, recebendo o devido salário, não enrolava por mais nenhum momento naquele lugar, tomando o caminho da porta pelos corredores e seguindo para o refeitório. Aquele cheiro de frango enchia meus lábios de água, sim, eu estava com bastante fome, não comia desde cedo e essa seria a melhor comida que eu comeria, estando ela boa ou não, a sensibilidade com gostos e sabores era ofuscada pela fome que me oprimia. Como de boa e velha rotina, comer e dormir era uma boa combinação, havia acabado de me recuperar dos ferimentos, de bucho cheio uma soneca seria uma ótima ideia, então não penso duas vezes seguindo para meu alojamento e deitando como uma pedra na cama.

Poderia então acordar pela madrugada, ou talvez ser acionado para alguma coisa, mas se não, meu cansaço me faria apenas acordar no outro dia, dia esse que era o meu dia de folga, fazendo assim eu ter milhões de ideias para realizar no mesmo. Eu acordo, sem muita enrolação e preguiça, me levanto para não só escovar os dentes, mas também tomar um bom banho, pois tinha ido dormi do jeito que havia chegado, com as armas no coldre e de roupa ainda, assim após a assepsia, seguia para tomar um café da manhã reforçado e novamente voltar para meu alojamento.



Eu tinha dois livros para comer em um dia, tinha que decorá-los e aprendê-los nesse dia livre que eu tinha, e convenhamos que não seria lá tão difícil, assim na cama ligaria alguma lâmpada caso estivesse escuro, porém se claro, apenas dobraria melhor o travesseiro para um bom apoio para nuca, então começo a ler o primeiro livro, “Domando o Espírito Animal”. “As três habilidades centrais para o treinamento de animais são: reconhecer a resposta reforçável (criteria setting), conseguir com que o animal emita essa resposta (prompting and shaping) e reforçar imediatamente uma vez que a resposta é emitida (timing).” Leio em meus pensamentos cada parte do livro para um melhor salvamento das palavras em minha memória [Memória Fotográfica] [Prodígio]. Após terminar de lê-lo dou uma leve pausa para beber algo, mas já engato na leitura do próximo livro, o de adestramento. “A punição é usada comumente como um meio de “vingança” pelo que o cachorro fez de errado. O dono começa a aumentar a escala punitiva (ex: bater mais forte e mais vezes no cão) até atingir um grau que seu cachorro obedeça. ” [Memória Fotográfica] [Prodígio]. Assim terminando de ler os dois livros, os gravaria em minha memória seguindo para o refeitório novamente, perderia a manhã toda realizando tal feito, e caso terminasse antes, apenas descansaria mais para um bom almoço.



Bem alimentado, juntava meus equipamentos para então dar uma saída do QG, meu intuito era conseguir pôr em prática aquilo que eu havia acabado de ler pela manhã, não só em busca de algum animal, mas sim de algum lugar na ilha que fosse propício para isso, um petshop, um veterinário, qualquer coisa que me fosse boa para comprar alguma comida que serve de prêmio para o treinamento do animal, como também algum animal favorável.

Para o Avaliador escreveu:Apenas fiz a parte teórica das pericias e posteriormente irei para parte prática junto com a doma do animal.

Era manhã, porém não sei mais ou menos a hora exata, andando pelas ruas daquela ilha eu entendo que precisava de um aliado, tanto na primeira missão, como na segunda missão, muitas coisas aconteceram que me fazem repensar quanto as minhas ações. “Será que existe alguém a altura?” Penso enquanto sigo com passos curtos e lentos, as mãos nos bolsos da calça que era de praxe com o queixo para baixo, mas os olhos cerrados para cima, eu não baixo a guarda em nenhum momento.

Por um breve período eu paro, levantando meu rosto aos céus fecho os olhos e entro em foco máximo. “Será que tem algum nessa ilha?” Concentrado procuro no banco de dados que era minha memória, canto a canto procurando aquele mapa da ilha que eu havia memorizado a dias atrás. O mapa não seria uma coisa dificil de se achar, se eu memorizei o mesmo, ele não escaparia assim, porém achar o que seria um PetShop naquele mapa que poderia ser difícil, e esse era o desafio no momento.

Procuraria por aquele mapa o que seria um petshop ou algum mercado onde conseguisse algumas rações, claro, o mesmo poderia estar desatualizado, assim sendo impossível achar algo que não existisse nele, porém existisse na ilha, assim me fazendo perguntar para qualquer pessoa próxima sobre. ~ Olá, bom dia, sabe dizer se nessa ilha tem algum petshop? ~ Relaxo um pouco a testa, fechando os olhos dando um ar de cansado enquanto e tirando toda aquela sensação de intimidação, caso não fosse respondido pela primeira pessoa, seguiria para próxima até receber uma resposta de que não existisse tal estabelecimento na ilha. Iria diretamente para o lugar caso o achasse no mapa, não precisando parecer um besta para conseguir informações.

~ Preciso de algumas rações, carnes, ossos mordedor e uma coleira. ~ Essas seriam minhas primeiras palavras caso encontrasse o estabelecimento, procuraria os melhores itens a venda, seguindo assim todas as instruções que antes havia lido naqueles dois livros, que por sinal estavam comigo no momento, ambos nos espaços vazios do meu cinto tático. Pagaria o devido preço, não me importando se fosse uma quantia alta, apenas queria os itens para seguir com meu plano para aquele dia de folga. “Um k9 seria minha melhor dupla, porém onde eu poderia encontrar algum…” Bem vestido com o uniforme da agência, um fuzil nas costas, fora o cinto tático com diversas coisas, agora eu estaria com uma possível sacola com alguns itens para doma, se possível escolheria uma coleira preta ou escura, gosto pessoal, e assim até perguntaria para algum vendedor sobre onde eu poderia encontrar animais para utilizar os itens que eu havia comprado, claro, o mesmo me respondendo ou não, eu seguiria para a parte mais pobre da ilha, não sendo cruel ou narcisista, mas naquelas bandas devido a pobreza e a fome, seria mais fácil tentar conseguir algo.

Então lá estava eu, andando calmamente com uma das minhas mãos no bolso e outra carregando as compras recentes, seguindo para a parte pobre da ilha, a parte que antes eu já havia ido para realizar a primeira missão como agente, assim sendo fácil a minha chegada, fora que eu já tinha memorizado cada pedaço da ilha por conta do mapa. Procuraria pois algum cão que me fosse bem visto, claro, não me atentaria muito a sua robustez, saberia que naquele lugar os animais estariam bastante magros e desnutridos, mas o que me chamaria a atenção seria quanto a raça dos mesmos, sendo no livro de doma explicando o que cada raça era boa e também dando ilustrações, claro ficaria com o livro a mão olhando cão a cão para saber se havia achado algo de bom grado. Por fim, daria minha última cartada, caso não achasse nada que me agradasse, apenas seguiria para a floresta da ilha, sabia que lá era o lugar para encontrar animais selvagens, e mencionado no livro os lobos eram os melhores animais depois de domados, era a melhor raça a se ter como aliado, porém eles eram o topo da cadeia de dificuldade em domar, eram raros os domadores que conseguiram tal feito, assim deixando grandes avisos claros no livro quanto a tal prática, mas eu apenas ignorava, e seguiria pela floresta atrás de um.

Muitas pessoas nas ruas, muitos olhares, muita fumaça, por um breve momento eu me arrependia de sair com o meu AR-15, chamava muita atenção e naquele momento atenção era o que eu menos queria. “Esses vagabundos não trabalham?” Penso enquanto vejo rodas e mais rodas de pessoas fumando algo que seria uma das drogas novas, fumaça azul, era assim que eu chamava aquele novo tipo de fumo, se era liberado ou não, não me importava, pouco me interessava como esses malditos estragavam seus corpos com substâncias tóxicas, por isso a morte deles era como a morte de uma formiga para mim.

“Acho que com essas coisas eu consigo domar algum? Não sei” Penso enquanto dou uma leve olhada para a sacola com os itens comprados. ~ Apostar? ~ Respondo sem entender muito o que aquele homem que me abordava queria, mas logo percebia a tenda mais atrás e assim explicava muita coisas que acontecia ali, a entrada e saída constante de pessoas naquela rua, fora o panfleto que recebia que deixava mais claro o que acontecia, era um local de luta clandestina de animais. “Malditos!” Olho nos olhos do homem e apenas devolvo o panfleto. ~ Não! ~ Respondo de forma fria e sem expressão, não me importava como eles se matavam ou como eles matavam uns aos outros, porém por um leve momento eu via meu interior se contorcer um pouco ao ver os animais feridos, só piorando ao ter a certeza do que se tratava no panfleto, e isso era uma fraqueza, eu nunca tolerei fraquezas. Sigo normalmente pela rua passando aquela rua sem saída.


Algo me intrigava, agora estava eu no mesmo lugar que antes havia quase me levado a morte, sim, no lar do finado Johnny Dogs, os latidos e uivos eram o que me chamavam a atenção, porém por estar em um local que eu já havia feito umas brincadeirinhas, não baixava a guarda, e no mesmo momento eu puxava o fuzil de minhas costas, tomando posição de assalto com o fuzil já carregado eu seguia calmamente para dentro do lixão. Com a ponta do fuzil sempre mirando a frente, fatiava e passava por cada canto daquele lugar, de maneira furtiva e silenciosa eu seguia o que seria a direção dos uivos e latidos, e assim com o dedo coçando o gatilho para caso de alguma alteração, porém não deixava a sacola com os itens comprados para trás, a carregando em meu braço apoiada na junta de meu cotovelo direito.

Caso conseguisse avistar alguns animais presos e famintos, apenas caminharia para algum lugar mais central, com o corpo mais rebaixado para não perder o equilibrio com o centro de gravidade do mesmo, a coronha do fuzil não saia de meu ombro, fora que ao chegar no local mais central, eu tentaria olhar todas as frechas e brechas daquele lugar, eu não podia ficar tão aberto em um lugar como aquele, lugar esse que eu já havia feito um estrago, assim olhando canto a canto com meu fuzil e caso algo suspeito aparecesse, apenas manteria a mira. ~ Quem está aí? Acho bom avisar antes que eu atire! ~ Gritaria assim para tentar afugentar ou apenas ver se existia alguma ameaça contra minha pessoa, e se existindo não hesitaria em disparar para matar, dois no peito e um na cabeça, básico disparo para levar o inimigo a morte.

Os animais poderiam estar um pouco famintos e presos, claro, eu havia matado os seus donos, mas isso eles não precisariam saber, então apenas procuraria o cachorro que havia matado logo cedo, caso achasse ou não o corpo do mesmo apenas parava no local e relaxava meu corpo, abaixando o fuzil e também minha guarda, caso não tivesse nenhum perigo eminente, por um momento a fraqueza me consumia me fazendo lembrar da morte daquele animal, trazendo um pouco de compaixão a minha alma. “Tenho que soltá-los” Penso enquanto coloco o fuzil novamente em minhas costas, assim abrindo a sacola com os itens comprados no petshop, caso os animais estivessem presos e famintos, ao mostrar a ração e outras coisas eles poderiam começar a se agitar, e isso não era minha intenção. ~ Calma, calma, vou soltá-los agora, esperem um pouco. ~ Separava as rações, criando um amontoado próximo, mas não juntos ao ponto daqueles animais se baterem à procura de comida, e assim eu seguia para soltá-los.

Puxaria minhas pistola do coldre, com um simples puxar do ferrolho da arma, eu a golpeei deixando a mesma carregada e pronto para uso, com o supressor de ruídos eu abafaria a zoada dos disparos, mirando nas fechaduras e ferrolhos que tinham nas possíveis gaiolas ou portas que prendiam os animais, assim abrindo-as e liberando os animais para comerem.

Os animais estavam felizes, assim eu esperava que estivessem, a fome que os mesmos passavam era descomunal, e pior, eu sabia que era por minha causa. Não que fosse ter pena deles, porém a forma como eles estavam me tocava, mesmo que pouco, mas me tocava, porém algo chamava a atenção deles, tinham mais um animal preso, mas já esse ficava distante dos outros. ~ Por que você tá separado dos outros? Deve ser o mais violento do grupo, esses cachorros não relutariam em comer ao ouvi-lo se não fosse. ~ Assim eu seguia para o que seria próximo do pequeno barracão.

Prática de doma e adestramento.

Antes sabia que os animais estavam com medo do outro por algum motivo, porém eu tinha uma vantagem sobre eles, os mesmos estavam com fracos, famintos para ser exato e essa seria minha carta na manga para conseguir algo ali. Seguia pois na ideia do mesmo que estava preso e com fome, porém era agressivo, ainda sobravam forças para o bixo arranhar as portas e se movimentar, a brecha de um buraco da porta mostrava isso, então não poderia relaxar. “Então você é brabo… Ok!” Penso enquanto coloca a sacola com os itens que havia comprado, era algo como um varal que mesmo que os animais pulassem para tentar mordê o saco, seria alto demais, assim retirando um dos pacotes de carne seca do mesmo e me afastando da sacola em si.

Guardei meu fuzil apoiado no chão apoiado ao lado da porta daquele barracão, não queria estar com os mesmo nas costas pois em um caso de combate, seria ruim me movimentar com ele contra o animal, assim em seguida corto a carne seca em alguns pedaços, não entregaria a mesma por inteiro para o animal, eu não era besta, e em seguida puxava minha pistola novamente. Ficando numa posição ao lado da porta eu realizei dois disparos certeiros que atingiam a fechadura daquele barracão o arrombando, assim a porta estava semi-aberta, e não só eu, como o animal também percebia que aquela porta já não estava mais fechada, e no mesmo momento que eu seguia para um pouco mais a frente da porta, o bixo avançava a mesma e assim a abria.

Algo inusitado acontecia, não era um simples cão qualquer, ou um animal de raça pura, era sim um genuino lobo negro, sua pelagem preta realçada com a cor dos olhos azuis, apenas aumentavam mais a sua aura assustadora enquanto rostava para mim, a baba em seus dentes escorria e enquanto ele não tirava os olhos de mim, eu não tirava os olhos dele, assim ficando por alguns segundos ambos se encarando, e era nesse momento que eu guardava minha pistola no coldre e desembanhava minha lâmina. Por um momento o lobo observava os cachorros se alimentando, apenas seu olhar fazia os animais pararem de mastigar e ficarem paralisados, porém quando o carnívoro pensou em avançar para as rações eu tomei a frente do mesmo, com uma arma em mãos eu não deixava de encarar o bicho, que agora me aceitava como oponente rosnando bem mais.

“Agora tenho que começar as táticas que aprendi nos livros.” Peguei um dos pedaços de carne seca e assim jogava para o lobo, bem próximo de seu focinho, porém o mesmo não demonstrava reação alguma, apenas rosnava e rosnava em minha direção. ~ Coma seu maldito, você não está faminto! ~ Brado para o animal, sabia que o orgulho daquele lobo era tamanho, porém seu corpo dizia que a fome era maior que qualquer vontade que ele tivesse, porém o mesmo ainda relutava, poderia ser pelo instinto selvagem dele achar que o alimento teria algum veneno? Os lobos eram animais extremamente inteligentes, fora o que o mesmo já poderia ter passado mediante aqueles donos asquerosos que o haviam prendido. ~ Pode comer! ~ Bradei novamente, tentava fazer com que o animal entendesse minhas palavras, mesmo que fosse algo ilógico no momento. Após algumas tentativas de fazê-lo comer, ele dava um pequeno avanço rápido para frente, como se estivesse ameaçando me atacar, porém para tristeza dele eu fazia o mesmo, mostrando não ter nenhum medo dele.

Comigo existiam mais outros pedaços de carne, e em minha mente um plano surgiu. “Merda.” Penso enquanto tenho a conclusão do plano, percebo que eu teria que fazer algo nojento. Com um pedaço de carne seca em mãos, eu mostrava para o animal para ele entender que se tratava da mesma coisa que eu havia jogado para ele, assim após isso eu mordia e comia posteriormente a carne, soltando uma expressão de rejeição logo em seguida, porém eu comia. O plano surtiu efeito, após alguns segundos que eu engolia a carne o lobo colocava a carne também na boca, parecia que o mesmo esperava para ver se acontece algo comigo e após ter a certeza ele comia a carne que eu havia jogado para o mesmo. Após comer aquele pequeno pedaço de carne seca o lobo novamente tentava avançar para as rações dos cachorros, mas novamente estava eu para parar o avanço do mesmo que o fazia rosnar novamente.

~ Sua comida está aqui, deixe-os! ~ Falo para o lobo enquanto mostro os outros pedaços de carne seca, e assim fazendo o mesmo parar de rosnar. ~ Parou, bom, temos um pequeno avanço. ~ O animal começava a uivar como se estivesse pedindo algo, e assim eu entendia que ele estava com fome, e assim eu puxava mais um pedaço de carne seca a mão. ~ Calma, calma, calma… Não me morda seu maldito. ~ Digo enquanto me aproximo aos poucos do bixo, estendendo a mão com o pedaço de carne eu tentava me aproximar dele ao ponto de poder tocá-lo, mas logo era parado pelo rosnar novamente do animal. ~ Você não quer comer? Você está faminto! Sei que você é um líder, um chefe, mas abaixe esse seu orgulho! ~ Gritava para o lobo enquanto puxava a mão com o pedaço de carne demonstrando que não daria mais comida a ele, e tentava dialogar como se estivesse conversando com uma pessoa.

O lobo uivava novamente, era possível ver em suas pernas trêmulas que ele estava a ponto de ceder às forças de fome, porém ele não se dava por vencido por nenhum momento. ~ Vamos tentar mais uma vez? ~ Digo enquanto novamente tento me aproximar do mesmo, porém dessa vez fui bem recebido, sem rosnados ou mordidas, o animal aceitava minha aproximação e assim jogando a carne ao chão, utilizo da brecha deixada pelo bicho no momento de ir pegar a carne para acariciar sua cabeça, aqueles pelos lisos, porém sujos eram bastante macios, e enquanto o bicho mastiga a carne, eu o acariciava com a palma da mão, fazendo o mesmo relaxar mesmo que por um breve momento.

Após terminar a carne o animal começava a rosnar, e antes que eu percebesse ele tentava morder minha mão, porém eu era bem mais rápido que ele. ~ Seu maldito traiçoeiro, eu te salvando e você querendo me morder seu merda! ~ Digo enquanto olho para os cães, por um leve momento pensei em parar com aquela tentativa de domar o lobo e ir para o mais fácil, que seriam os cães, mas eu nunca fui de me render a fraqueza, me render a uma missão difícil, ou uma tarefa difícil, então a vontade era momentânea e assim voltava para minha árdua tarefa, domar aquele lobo. O mesmo novamente uivava, porém eu nada fazia, antes ele havia tentado me morde e agora eu tinha que demonstrar que o mesmo não estava no comando e sim eu. ~ Venha! ~ Gritei logo após me afastar do mesmo evitando mais um novo ataque. Agora estava com a carne seca em mãos, porém não sairia do lugar, minha nova tática era mostrar para o animal que eu mandava nele, ou melhor a fome mandava, e assim esperaria o mesmo vir até mim para se alimentar e não eu a ele. O animal rosnava, tentava avançar novamente para os cachorros porém eu o parava, não restando nenhuma outra opção do mesmo que se aproximar de mim, porém o mesmo era dificil, rosnando ele dava passos devagar e pequenos até se aproximar por completo, mas eu puxava a carne. ~ Pare de rosnar! Pare ou não receberá comida! ~ Digo com a comida levantada a mão e assim via o bixo avançar em mim para me morder e conseguir as carnes, mas para infelicidade dele eu era bem mais forte no momento, e com um chute eu o jogava novamente para porta de onde ele havia saído.

~ Você está louco, ainda quer me morder?! ~ Grito enquanto novamente realizo o movimento de abaixar a carne seca a espera do lobo vir de bom grado. ~ Venha comer! ~ O animal que já não tinha muitas forças antes, agora vinha mais devagar ainda, porém não deixava de rosnar para a minha pessoa, assim fazendo eu novamente levantar a mão para que o mesmo não comece. ~ Pare que rosnar! ~ Grito para o bixo que logo entendia quem estava no comando naquele lugar e assim se calava, vindo a uivar como pedido de alimento, e assim eu o agraciava com comida e carícias em sua cabeça. O lobo após terminar de mastigar e engolir já não tentava me morder, apenas uivava mais uma vez pedindo comida, e eu logo o respondia com carne e mais carne, assim me aproximando mais do mesmo e acariciando não só seu rosto como também seu corpo, parecia que o animal já havia cedido não só a fraqueza que seu corpo estava suportando como também a mim, e isso era bom, assim entregando toda carne seca que eu havia dividido.

Me levantei, antes ao lado do lobo eu voltava para a sacola e pegava a coleira e o outro pedaço de carne seca, grande eu apenas o dividia ao meio. Um pouco mais longe do animal ao mostrá-lo a carne grande o mesmo já se levantava com a intenção de se aproximar de mim e devorar aquela carne. ~ Parado! Fique aqui! ~ Gritei, o animal parava no mesmo lugar, ele parece ter entendido minhas palavras e minha ordem, assim eu ajeitava novamente a sacola ao varal e abria a coleira que antes estava fechada. ~ Venha! ~ Gritei e o lobo seguia em minha direção, sem forças, mas ele entendia que eu iria alimentá-lo, assim eu dava o primeiro pedaço da carne, e enquanto o mesmo tentava mastigar eu ia colocando a coleira em seu pescoço, mas ele nada se agradava disso. Com uma patada ele arranhava meu rosto de forma superficial, porém assim eu tomava a carne do mesmo e não conseguia por a coleira nele.

~ Você só vai comer se aceitar a coleira, Seu nome vai ser Khannov! ~ Grito enquanto estendo novamente os dois pedaços de carne com uma mão, e assim por não precisar mais utilizar a lâmina eu a guardo na bainha em meu cinto. Com a carne em uma mão e a coleira em outra, eu estendia a coleira primeiro para que o animal entendesse que para terminar a refeição ele teria que aceitar que eu seria seu mestre, porém o lobo voltava a rosnar, mas não era por muito tempo.

O rosnar do bicho exigia um pouco mais de suas forças, fazendo assim ele tremer bem mais as pernas, e após alguns segundos outra coisas rosnava dentro dele, e sim sua barriga de fome, assim fazendo animal não aguentar mais toda aquela relutância e se aproximar mais de mim abaixando sua cabeça em um gesto de derrota aquela luta por comando. Não hesitei ou demorei, logo colocava a coleira no animal e em seu ouvido falava mais baixo que os gritos de antes. ~ Muito bom garoto, Khannov vai ser seu nome, pode ficar tranquilo que eu vou cuidar bem de você! ~ Disse após prender a coleira no mesmo e assim entregar toda a carne seca para ele comer e se alimentar.

Pego pois a sacola do varal, retirando um dos ossos de morder o jogo para os cachorros que estavam antes paralisados de medo, porém voltavam  comer a ração dada a eles, assim guardando o outro pote de ração que faltava junto com o outro mordedor, eu ia em direção ao fuzil e o equipava, colocando a bandoleira do mesmo eu já não o colocava em minhas costas, apenas o deixava apoiado a frente. Me aproximava do lobo enquanto via o mesmo comer, agachado eu apenas o observava à espera do término do mesmo. ~ Pode ir com calma, você tem o tempo todo do mundo. ~ Digo enquanto vejo o mesmo se alimentar como um mendigo faminto. ~ Vou cuidar de você a partir de agora ok?! ~ Digo para o agora chamado de Khannov assim que a refeição fosse terminada. Assim vendo que suas forças ainda não estavam totalmente restauradas, eu o colocaria em meus ombros o segurando pelas patas como se estivesse segurando u msaco de batatas, o mesmo relutaria no inicio porém cederia logo em seguida.

Fim da prática de doma e adestramento, posteriormente domando e adestrando o LOBO.

Com o animal em minhas costa seu voltava pelo mesmo caminho que havia feito, voltava para o QG com o intuito de levar o animal para o alojamento e assim dar um bom banho no mesmo e alimentá-lo mais ainda, procuraria alguma veterinária se estivesse no QG para ver se o animal estava doente ou algo do tipo, mas mesmo assim eu banhava ele.

Para o avaliador escreveu:A avaliação é quanto ao aprendizado da proficiência da doma e da doma do Lobo.

Mau tinha pisado os pés no quartel general e já havia sido advertido, pelo tom do conselho que aquela madame havia me dito, algo já tinha acontecido neste lugar, o famoso: “Se tem placa é por que tem história", me fazendo entender que os dias a partir de hoje naquele lugar seriam um pouco mais turbulentos, agora eu entendi as palavras quanto a brincar com cachorrinhos do superior no dia anterior, realmente ele tinha um pé atrás com animais, ou era apenas a mulher que não gostava e utilizava o nome de seu chefe para impor regras e ordens? Não sei, porém como novato que era, eu não poderia me afobar muito.

~ K9 Venha! ~ Digo logo após de banhar o mesmo e desembaraçar aqueles pelos sedosos negros, retirando todo tipo de sujeira e fedor do felino, mostrando o porque de sua raça ser tão almejada pelos domadores de todo mundo, assim o levando para meu alojamento, já era noite e o dia tinha sido bastante longo, tanto para mim, quanto para o meu mais novo alidado, o lobo Khannov, ou K9 para melhor abreviação.

A noite se passava e o dia raiava, novamente a presença do superior não era notada, assim não por mim, então não poderia ter a certeza que o mesmo não tinha lá suas amarras contra animais, então já de pé e com minha assepsia feita, sigo para o refeitório local. ~ Fique aqui. ~ Digo calmamente para K9, mesmo ainda aquele lobo não estando totalmente adestrado, ele entendia que eu era o chefe daquela matilha, assim acatando ordens, mesmo que rosnando as vezes, feita por mim. ~ Calma, ele tem a própria comida, fora que ele não vai melar aqui, né, K9? ~ Diria para qualquer um que se aproximasse e tenta-se avisar sobre as lamúrias do superior quanto aos animais.

Início prática da proficiência adestramento

Eu tinha acabado de sair do refeitório, bem alimentado e saudável, diferentemente de K9 que ainda não tinha se alimentado, algumas rosnadas e uivadas do mesmo no refeitório apenas mostrava que aquele lobo deveria ser mais adestrado e doutrinado, apenas não me dando escolha em usar novamente a fome como uma aliada para implementação de uma doutrina naquele animal.

Sigo para uma area mais ou menos como pátio, era onde haviam os treinamentos de combate e testes de admissão, sabia que devido ao superior não estar presente, dificilmente utilizariam aquela área, assim levando alguns itens já comprado no petshop para poder usar com K9. ~ Pega! ~ Digo ao animal assim que havia acabado de jogar aquele osso mordedor para cerca de três metros de distância da gente, soltando posteriormente o cabo que prendia a coleira do lobo. K9 não saia do lugar onde estava. ~ Teimoso! ~ Falo enquanto vou eu mesmo pegar o mordedor e vejo o lobo novamente rosnar para mim, porém não com intenção de ataque, apenas como uma forma de dizer que estava faminto. ~ Então você está com fome né? ~ Falo com o lobo em tom de ironia enquanto mais uma vez jogo o osso e nada do mesmo avançar para pegar, mais umas três tentativas foram feitas e nenhum movimento de K9, mas isso não me irritava, sabia que por se tratar de um lobo tudo seria bem mais difícil.

“No livro de adestramento o que mais preza é pela repetição e recompensa… ok.” Penso enquanto tiro de minha memória algumas partes do livro gravado. ~ Então é isso que você quer? ~ Falo enquanto mostro um pequeno pedaço de carne para o animal, o mesmo logo se agitava, porém não entregava nada a ele, fazendo assim novamente a ação de jogar o osso e ver o mesmo seguir para pegar. Por incrível que pareça o animal entendeu a intenção do processo, seguindo para pegar o osso e entregando ao seu dono, em seguida sendo recompensado com um pequeno pedaço de carne, que não mataria a fome do mesmo por sinal. Após algumas tentativas com sucesso eu novamente o alimentava, e seguia assim para alguns outros comandos, como: o ficar, o vir, o morder, o pegar e o rosnar, comandos básicos para o animal ter uma certa quanto a mim, para poder deixá-lo livre sem nenhum cabo que segurasse sua coleira.

O treinamento com o animal havia acabado com toda a minha manhã, extremamente sujo e fedendo eu ainda teria que achar o meu superior para saber qual seriam as novas ordens do mesmo, assim não demorando muito para seguir para o alojamento, pois a manhã já havia passado e agora eu tinha apenas a tarde para saber se o chefe havia voltado ou não para o QG. ~ Venha! ~ Brado para aquele lobo que logo me acompanhava normalmente, o mesmo parecia não estar mais arisco, passando por outras pessoas naquele QG ele já não rosnava como antes para tais, poderia ser a fome que havia cessado? Ou talvez meu adestramento com o mesmo tenha sido eficaz? Não sei, porém até o momento tudo estava indo conforme o planejado.

Fim da prática da proficiência de adestramento.

Havia tanto tomado banho, como também lavado o K9, em meu alojamento apenas estavam as roupas sujas que já havia utilizado, enquanto comigo estavam a minha AR-15 e meu cinto tático com a pistola, a lâmina de combate e outras coisas, ao meu lado estava meu aliado, o lobo Khannov e assim eu seguia para fora do alojamento em busca do Superior. ~ Vamos, calado ok? ~ Digo para K9 para o mesmo não rosnar ou uivar para ninguém, a fama que o superior não curtia animais era grande, então não podia dar esse mole. O caminho para sala do mesmo era o de sempre, já conhecia o lugar então não era tão fácil se perder ali, com passos curtos e cadenciados, mãos nos bolsos da calça, eu seguia calmamente para o que seria o local mais ido por mim naquele QG, claro, tirando meu alojamento e o refeitório. ~ Fica! ~ Digo para K9 para o mesmo permanecer em frente a sala e não adentrar junto comigo.

~ Senhor, pronto para mais uma missão, senhor! ~ Bateria na porta esperando ouvir algum sinal para adentrar, assim bradando apenas afirmações para meu chefe mostrando que estava apto para mais uma missão ordenada pelo mesmo. Com o queixo levantado, os pés com distância de ambos quase que igual os ombros, minhas minhas iam para trás, com punho sobre o outro, uma postura firme e ereta, demonstrando confiança e poder.

Para o avaliador escreveu:A avaliação é quanto ao aprendizado da proficiência da adestramento e adestramento do Lobo, aprendendo os seguintes comandos: o ficar, o vir, o morder, o pegar e o rosnar.

Sem muitas palavras eu entendia que novos ares seriam respirados por mim, sabia que meus atos naquela agência não foram lá dos mais notáveis, mas uma transferência seria oportunidade ideal para eu mostrar meu potencial como agente, e cobrar simples impostos eram como matar formiga com bala de canhão. “Uma última missão, né, ok.” Penso enquanto apenas aceito as ordens daquele superior e sigo minha vida saindo daquele cômodo.

Com o envelope bem guardado no bolso vazio de meu cinto tático, eu sigo em direção ao refeitório daquele lugar, mesmo com as falcatruas e chantagens feita por aquela madame, eu não poderia me despedir daquela ilha sem ao menos um xau para ela, seus temperos como também seu tratamento de minhas feridas eram o real motivo de tudo aquilo, porém também tinha um objetivo por baixo da manga para realizar com ela. ~ Vamos k9! ~ Digo para o lobo, fazendo o mesmo se levantar da frente da porta do chefe e me seguir até o refeitório.

Minha procura era por aquela mulher, mesmo que ela não tivesse naquele momento, viria num próximo, porém não deixaria de contatá-la. ~ Olá madame, vim dizer adeus, fui transferido para a unidade do país de Kano. ~ Digo com um coçar de nuca demonstrando que estava um tanto entusiasmado com a ideia. Era muito difícil as pessoas verem expressões como ansiedade ou alegria vinda de minha parte, porém em casos raros isso acontecia. ~ Mas antes de ir, queria pedir um uniforme novo, vou chegar em uma agência nova para cumprimento de missão, e preciso dar boas primeiras intenções… ~ Mais uma vez eu fazia um pedido de terno para aquela mulher, agora esperava que a mesma não me entregasse um terno de baixa qualidade, já não era mais aquele novato de antes, assim seguindo para meu alojamento.

~ Agora é só você e eu K9. ~ Digo para o meu mais novo aliado enquanto vou arrumando todo aquele cômodo, queria deixar do mesmo jeito que me foi entregue, assim organizando o que eu iria levar dali, como também o que eu não iria usar mais para ficar pra um próximo agente. Deixo então meu coldre axilar, e alguns uniformes mais desgastados em cima de um criado mudo simples, a vista para qualquer pessoa que adentrar logo avistasse e assim deitava na cama para um bom sono, o próximo dia seria um dia importante pra mim. ~ Até amanhã, acho bom você dormir. ~ Digo para K9 enquanto o ouço uivar como resposta que não queria dormir naquela hora.

Ao me acordar apenas me levantaria normalmente, acordando meu parceiro sigo para o banheiro para fazer minha assepsia matinal, um bom e longo banho me acometia assim trajando os uniformes que haviam me pagado, sendo eles os de boa qualidade ou não, porém antes de seguir para o porto daquela ilha, passaria pela sala do superior uma última vez, com uma simples saudação de despedida seguiria então para fora do QG com o intuito de chegar ao porto. Com tudo que era meu bem organizado e preparado, procuraria então o barco que me levaria para o país de kano e sem hesitação o adentrava, esperando claro o mesmo zarpar para poder me acomodar dentro dele.