[Autonarrada/Fechada] - A Duke's Return and a Queen's Will.

O trabalho era interminável, fosse na agitação da batalha, fosse na calmaria do vento que dançava ao redor de panos de seda branca, simplesmente o ato de parar tornou-se um martírio. Quantos dias se passaram desde a batalha? Não era capaz de acertar a resposta, mesmo sendo plenamente capacitada para discernir com precisão o tempo passado, mas havia sido uma derrota no final das contas e aos vivos restavam lamber as feridas. Não havia vestido azul brilhante ou joias a ostentar desta vez, o palácio em que estávamos havia visto no passado uma mulher bem diferente de agora, a atual vestia roupas brancas quase surradas e repletas de sangue, os cabelos brancos e soltos estavam presos em um coque e o vermelho parecia respingado nele e em minha face, olhos cansados porém ágeis se mantinham inquietos, percorrendo de canto a canto aquele salão repleto de feridos. Havia médico para todos, mas todos não eram capazes de fazer o que eu fazia e talvez até por mais que isso, os mesmos pareciam tão incapazes de ajudar quem ajudava a todos ali.

Os murmúrios de dor, deram lugar a um silêncio quase absoluto, somente passos e o som de objetos clínicos podiam ser ouvidos, bem diferente do tormento de dias atrás de uma chegada abrupta e uma maratona de tratamentos e cirurgias. Havia estado em todas, havia liderado todas para ser exata e novamente, o palácio havia sido testemunha silenciosa do tamanho progresso que havia alcançado. As dores em meu corpo não me abalaram, nem mesmo o sono e a fome me fizeram perder a destreza manual e a capacidade de concentração. Aquelas centenas de revolucionários feridos estavam tratados e os mais graves aos poucos passavam por novas etapas cirúrgicas enquanto estudava e planejava com o mesmo grau de esmero a melhor forma de ajudá-los. A cortesia de Alabasta havia sido bem vinda, mas havia escrito um pedido de desculpas no segundo dia por não estar tão apta para um café da manhã ou um chá da tarde, a realeza foi sutil e compreensível na resposta levando-me algo para comer duas vezes ao dia e mesmo assim, fazia questão de dividir com a equipe médica.

Poucas foram as vezes em que parei para vislumbrar o local, talvez porque ali havia memórias boas e trágicas demais para lembrar e talvez tremendo me pegar presa a elas, não ser útil para fazer o que devia ser feito. - Leve os remédio dos pacientes da ala C e lembrem-se de que este paciente deve ter seus curativos trocados a cada seis horas, além disso administrar morfina para alívio das dores. - comentava para uma médica próxima, após sair da última cirurgia até notar o olhar surpreso dela para algo que se aproximava. Algo não, alguém ou mesmo um fantasma. - … - Era até mesmo difícil ver o homem à minha frente, sem duvidar se de fato não era uma miragem, havíamos lutado dias atrás, juntos mais uma vez e ainda sim observá-lo era um exercício estranho, uma espécie de recusa a aceitar aquela realidade. Respirava fundo, mas até mesmo o contato visual parecia difícil e por algumas vezes desviei o olhar, murmurando palavras sufocadas. Ele brincava, mas também falava sobre Nika e tudo isso era como retornar ao que era agora e as responsabilidades que tinha assumido, observei incrédula seus poderes novamente e quando ele deu as costas era como se fosse uma despedida, ou uma espécie de conselho do além.

Mas não era. - Espera! - dizia, caminhando até ele, observando-o de cima a baixo. Pegava em suas mãos sentindo o toque à medida que o apertava sutilmente até chegar em sua face, ás vezes era preciso sentir que aquilo tudo era real, até mesmo o mau cheiro do cigarro enquanto aos poucos sentia que meus olhos se enchiam de lágrimas. - Por que você demorou tanto pra voltar seu desgraçado! - dizia em voz chorosa, abraçando-o com força. A realidade era que, perder Raymond e Axell haviam sido golpes duríssimos, porém Frisk e ele era outro nível de dor, a qual talvez não resistisse, ou melhor não estava resistindo. Tomaria tempo naquele abraço. - Me deixe aqui, alguns minutos por favor. - pedia, deixando as lágrimas rolarem aos poucos enquanto compreendia que não havia superado a dor daquelas perdas, mas também não havia seguido em frente após elas, apenas havia permitido que lentamente me consumissem. - Obrigada por estar de volta! - não era um agradecimento de uma liderança revolucionária, era um agradecimento de uma amiga.

Com o passar de alguns minutos, soltava-me daquele abraço caloroso, suspirando enquanto erguia as mangas e entregava aos olhos treinados do Duque, o segredo de tamanha resiliência. Finas placas de gelo, por onde agulhas finas estimulavam acupontos essenciais para liberação de dor, me permitindo suportar imensas cargas de cansaço físico e mental, mas que obviamente não faziam bem algum a longo prazo. - Acho que não tomo banho o suficiente para afastar qualquer um da cama. - dizia com um suave sorriso, uma tentativa de esboçar uma felicidade que se tornou rara. - Eu ainda preciso cuidar de algumas receitas médicas, mas gostaria de conversar com você após isso. - comentava. - Aqui no Palácio existem águas termais tão boas quanto aqueles que haviam no esconderijo de Channel lembra? Me encontre lá em algumas horas. Mas até lá, seria interessante você conversar com seus antigos homens, a Vanguarda ainda existe. - comentava com o Duque, antes de retornar as papeladas.

Eu sei que sente. - comentei, ao sentir os braços de Tidus retribuindo o abraço após alguma hesitação, talvez ele não lembrasse, mas era capaz de sentir seus sentimentos e compreender que sua ausência, mesmo que ainda não explicada, não era causada por mal. Trocamos sorrisos sutis e aproveitava para lembrá-lo das fontes termais que, assim como ele, fazia anos que não estava em uma. - Eu nem me lembro da última vez em que aproveitei uma. - era contida na fala, mas claramente sentia-me um pouco melhor, ao menos emocionalmente enquanto o duque parecia receber atônito uma boa notícia. A Vanguarda de Outono ter sobrevivido havia sido uma surpresa até para mim, minha última recordação daquele grupo era da persistência conjunta em cair em batalha tal qual Tidus também havia caído, no entanto uma parcela havia sobrevivido e retornado escondidos em outros navios. Quando soube da notícia, solicitei imediatamente a Falange para que buscassem a todos e assim permaneceu, ao menos por algum tempo. - Aparentemente eles são tão teimosos quanto você, poucos sobreviveram no entanto, mas ainda sim se recusaram a serem enviados para outras células ou mesmo se integrarem a Falange. - olhava-o por alguns instantes, de certa forma a lealdade deles para com Tidus era uma virtude bastante valiosa.

Eles disseram que venceriam o Governo Mundial como Vanguarda em honra a sua memória, mas engraçado que aos poucos eles também cresceram em número, então você vai encontrar novos rostos, entre eles o de Às também. - suspirava profundamente, como se houvesse uma boa história para contar sobre o fato. - Podemos dizer que Às nuca foi muito sutil, a sugestão de Dailong de que ele deveria procurar algo mais físico e agressivo também não ajudou e por isso ela se juntou a Vanguarda também, mas ainda é difícil saber se ela prefere os punhos ou a espada, ou ambos. Poucos se feriram, deverá encontrá-los acampados próximo aos estábulos, também irá encontrar seu pato selvagem. Alabasta fez um favor em cuidar dele e de Lira. - assentia com a face, porém meus olhos brilhavam com também uma boa notícia. - Lembra-se do porquê, mas também lembra de que voltar agora não seria bom. Na dúvida… - do braço, projetava um pedaço de gelo quebrando-o e o dando na mão do Belmont. - …chupa gelo, ainda vai aliviar o calor! - dava-lhe suaves batidas no ombro. - Só cuidado com a Às, ela é jovem e forte e você também parece que já viu dias melhores. - terminava assim minha conversa com Tidus, enquanto voltava para terminar as papeladas a respeito dos pacientes.

A atividade, durou apenas algumas horas e sem sombra de dúvidas era mais monótona e menos interessante do que estar de fato atuando em cirurgias e tratamentos, porém era vital para que todos tivessem uma recuperação mais rápida. - Qualquer problema me chame! - dizia uma das enfermeiras do local, antes de caminhar rumo aos aposentos que haviam sido cedidos para mim e lá encontrava Mindy. - Oi! Tem um minuto?

Um passo de cada vez até o interior daquele quarto belíssimo, apesar de tudo ainda podia me impressionar com o luxo que era a simplicidade daquele ambiente, embora todo o ouro e sede ficassem em segundo plano quanto notava Mindy a me observar com uma certa expressão de surpresa. - Achei que nunca a veria sair daquela enfermaria! - sua voz carregava alívio, mas também um certo grau de felicidade por ter-me ali naquele instante. Minha companheira de longa data vestia roupas típicas de Alabasta, enquanto permanecia sentada em frente a uma escrivaninha onde escrevia os relatórios de danos e custos daquela batalha. - Já está quase finalizado… - ela iniciou um monólogo, mas cessava ao notar que estendia a mão em um sinal para que parasse. - Sem mais trabalho por hoje, não foi a vitória que todos desejamos, mas pelo menos recuperei um amigo e de certa forma, acho que derramei as lágrimas que segurei todo esse tempo. - dizia com um suave sorriso, enquanto ela suspirava em um meio sorriso. -Tidus certo? - concordei com ela, me aproximando sutilmente para lhe beijar a testa. - O que acha de irmos para as fontes termais hoje? - o convite era recebido com surpresa, pois fazia muitos meses que não era eu a fazer esse tipo de proposta. - Eu adoraria. - ela segurava em minhas mãos, apertando-as sutilmente, no entanto passos apressados podiam ser ouvidos até nossa porta.

Senhorita Elsa! Senhorita Elsa! - um dos médicos adentrava o quarto, ofegante. - Elas acordaram! - seu aviso chamava a atenção de Mindy que olhava para mim enquanto eu calmamente suspirava. - Elas podiam ter dormido por mais alguns dias não? Justo agora. - não era uma reclamação de preocupação, mas sim que era irônico decidir sair da enfermaria para tão imediatamente, algo me puxar de volta pra ela. - Venha comigo Mindy. Tidus não sabe dessas duas pacientes. - chamava-a, começando a caminhar tranquilamente de volta a enfermaria. - Acha que elas irão perguntar sobre… - Mindy falava, mas logo a cortava. - Acredito que não, mas com essas duas acho que nada é certo, mas vamos evitar sussurros - o comentário acabava sendo pertinente pois gritos já podiam ser ouvidos, assim como o que parecia o começo de uma discussão mais acalorada.

Por entre as paredes de tecido, abria caminho até enfim adentrar o que seria a ‘tenda’ das duas, interrompendo qualquer indício de discussão por parte de meus médicos que ao me verem rapidamente se colocavam nos eixos. Não falava de imediato, apenas as observavam por alguns segundos. - Bom dia! - a voz saia tranquila, suave mas estranhamente imponente e sem ruídos que indicassem medo ou receio. - Fabian, por gentileza, poderia nos deixar a sós. - dizia ao médico que prontamente caminhava para fora do local. - Vocês estão sob minha proteção e cuidados e por favor, silêncio. Outros feridos também estão se recuperando em outras alas. - caminhava para próximo de uma mesa coberta de tecidos brancos, onde havia uma bacia de água limpa onde cuidava da higiene das mãos, lavando-as cuidadosamente. - Senhorita, poderia se deitar? Seus ferimentos estão tratados e não curados, fora que as agulhas são bem sensíveis, se estimular o ponto errado você irá só dificultar sua recuperação. - olhava para Morgana, esperando a compreensão da mesma para deitar-se novamente na cama, mas se não acontecesse simplesmente continuaria a falar enquanto caminhava até sua tripulante. - Bom dia, Milene, ainda sente alguma dor? - comentava, sentando-me próximo da mulher a colocando a mão em sua testa. - Hmm a febre parece ter passado e os seus ferimentos mais superficiais já estão cicatrizados. Pedirei para que preparem algo para você comer. - dizia de forma cordial, afinal de contas, a mulher havia sido uma das primeiras a despertar e de longe a que menos feridas graves tinha.

Quanto a vocês duas, lamento que tenham que acordar com Kairouseki nos punhos, mas eu prezo bastante pelo bem estar geral além do mais, a última coisa que quero de vocês é que causem alarde por aqui. - caminhava, indo até Aria. - Por favor não retirem as agulhas e não se movimentem demais, vocês dormiram por dias e estão com essas agulhas também por dias, pode não parecer mas seus corpos estão com um elevado grau de sensibilidade, não é bom se moverem muito. - se questionada, explicaria. - Vocês estão sendo tratadas com acupuntura, isso fará que a recuperação de vocês acelere, até porque utilizei mais de uma técnica para tal. - apontava para o nariz. - Usuários de Zoan tem a tendência a terem sentidos bem sensíveis, o que torna a aromacupuntura e a sonopuntura técnicas muito eficazes. - respirava fundo. - Falando em aroma, vou pedir para repor o incenso. - Com os olhos em Aria, movia algumas agulhas de lugar. - Sua estrutura robótica é interessante, mas ela compartilha muito da estrutura humana original, levei um pouco mais tempo para tratar suas feridas. Como se sente? - questionaria a garota, antes de olhar para Morgana.

Sua tripulação não está aqui, apenas as Kujas feridas gravemente. Seu navio também não está aqui, mas já enviei uma mensagem através de meus homens para sua tripulação, os convenci a ficarem escondidos em uma ilha adjacente enquanto aguardam a melhora do seu quadro. Fabian já foi até um dos membros da minha Falange para comunicar isso e iniciar os preparativos para o transporte de vocês. - realizava uma análise clínica em Aria, verificando sua pressão, seus batimentos cardíacos e sua mobilidade. - Se sentir alguma dor me avise. - diria, antes de me aproximar de Morgana. - Se importa em ser uma boa menina e me deixar examinar você? - diria com um sorriso sutil, colocando as mãos na cintura enquanto aguardava a boa vontade da pirata. Se ela deixasse, pediria para que ela permanecesse sentada, enquanto levava minha mão até suas costas na altura de um dos pulmões. - Respira fundo! - avaliaria como seus pulmões se comportavam. - Hmm nem parece que você teve um pulmão perfurado. Mas seu VC22 tá desregulado, um pulmão está puxando mais ar do que o outro, você não deve estar notando isso agora, mas em batalha claramente sentiria a diferença. - Com a outra mão, estimulava uma agulha na altura dos seus ombros, logo abaixo do pescoço. - Respira de novo. - dizia e na segunda vez, sorriria. - Hmm bem melhor, inserção perpendicular de 0,3 cun com penetração de 1 cun. Vamos manter essa agulha aí por alguns minutos. Agora, me dê o seu braço direito. - com o braço em minha mãos, sutilmente abaixaria a algema de kairouse para que pudesse observar o punho, movendo-o de forma circular. - Sente dores? Você explodiu o seu punho em mil pedaços, além da reconstrução óssea, foi preciso reparar os tendões flexores e extensores. Se fosse qualquer outro médico, teria sido mais fácil só amputar sua mão, felizmente não sou qualquer médica. Ponto C6, 0,4 em inserção perpendicular, mas como não dá pra por uma agulha aqui… - retirava uma pequena esfera do bolso, de tamanho extremamente pequeno e a colocava na direção do ponto, apertando-a com as ataduras.

Pronto! Com isso algumas dores vão ficar mais leves, mas seria bom manter o repouso. Mindy, poderia pegar aquela maleta com ervas? - olhava para as duas. - Irei preparar os remédios de vocês, para que possam levá-los até a ilha das Kujas, junto da forma como preparar caso precisem de mais. Além disso, há mais alguma dúvida? - diria casualmente, sentando-me próximo delas como se fossem pacientes normais.

Ela é sempre assim tão enérgica? - o comentário acabava por sair um um humor sutil, enquanto Morgana claramente mostrava seu descontentamento com as algemas de Kairouseki. Não apenas isso, mas parecia que seu desconhecimento sobre mim lhe afetava bem mais do que simplesmente a pedra do mar que inibia seus poderes, o que não ocorria com Aria que aos poucos parecia recordar-se. - Pelo visto a batalha não afetou sua memória. - replicava de forma cortês, enquanto deixava a menina cuidar da apresentação ao mesmo tempo que lidava com Milene que parecia naquele momento bem melhor de saúde. Suspirava com as palavras de Morgana, ela parecia ser realmente bem forte, mas podia ter pelo menos um temperamento num tom menor igual sua mãe. - Se eu fosse de fato uma ameaça, não estaríamos tendo sequer essa conversa. Quer um conselho? Quanto mais você insistir em passar uma imagem de que está ou pode assumir o controle da situação, mais feio fica. Você está cercada por companheiras que se importam com você e lhe querem bem e comigo, que não liga se você pode ou não sair dessas algemas, mas se conseguir, por gentileza deite-se para que eu prossiga com o tratamento. - era sincera e direta nas palavras, enquanto Milene comentava com sua capitã a respeito das demais.

Rapidamente, uma infinidade de perguntas surgiam aos meus ouvidos, mas elas aguardaram até que tivesse realizado todo o procedimento e pedido a Mindy que buscasse minhas coisas. - O que eu ganho? Nada! Essa é a grande ironia! - sorriria para as duas. - Mas devo te corrigir Aria, agora é apenas Elsa, líder revolucionária, mas antes mesmo disso gostaria de ser conhecida apenas como médica, embora eu acredite que Rainha dos Espinhos seja um nome bem bonito de se colocar em um jornal. - procurava uma cadeira para me sentar, respirando fundo por alguns segundos enquanto sentia meu corpo relaxar bastante. - Você saiu da revolução alguns meses antes de eu invadir a Terra Sagrada, o ataque surpresa foi efetivo, mas conduzimos nossas ações pela raiva e talvez por isso as coisas não se seguiram como desejávamos, nisso perdi…perdemos o Frisk e por alguns acreditei também ter perdido Tidus. - removia a agulha que prendia meus cabelos, soltando-os. - De repente a revolução se tornou menos e a medicina mais na minha vida. Com tantas perdas e com o potencial de salvar vidas, em algum momento você se pergunta se está fazendo o certo ou não, mas se você lembrar bem eu não era muito fã de Bellona e nem ela era muito minha fã, formas diferentes de enxergar o rumo das coisas. Sem meus companheiros eu simplesmente me dediquei a isso. - mostrava a elas aquela área médica. - Nem toda vida merece ser salva, mas estou disposta a salvar todas as que podem ou merecem. Igual vocês. - dava de ombros, pensando um pouco durante alguns segundos. - Talvez, pensando com um pouco de racionalidade eu devesse cobrar vocês, pelo menos a gentileza de não intervir onde a revolução está atuando, mas eu prefiro não cobrar favores em troca de algo que faço de coração.

Coçava a cabeça, olhando para Mindy, que chegava com a minha maleta, como quem pedia por ajuda. - Hmm receio que sei pouco, quando Nika caiu, diferente de vocês eu me mantive alerta e acordada, mas me tranquei nos navios e nesses salões garantindo que cada vida aqui não fosse perdida, o que sei da batalha é que não demorou muito para que ela se encerrasse, tudo foi muito depressa e acho que em dado momento, todos perceberam que se fosse até o final ninguém sairia vivo de fato. Então mesmo sem intenção, todos pensaram a mesma coisa, mas o Mundo mudou de fato. - gesticulei, para que Mindy avançasse, pegando dela a maleta e começando o processo de produção dos remédios, enquanto ela compreendia o que tinha de fazer.

Caffeine está em ruínas, a batalha causou danos severos a todas as forças desse Mundo, mas também alterou estruturas de poder. Com Tidus vivo, a revolução se torna mais perigosa do que se imaginava mesmo com Elsa viva. Porém a pirataria, essa sim parece ter sofrido grande mudança com a morte da Rainha dos Piratas. Drak Skarhall tomou um dos Road Poneglyphs e sua recompensa saltou para quatro bilhões de berries, porém novas peças entraram no jogo de poder. Com cerca de dois bilhões e meio de berries e um bilhão e oitocentos milhões, vocês duas estão no holofote. - Mindy comentava, enquanto eu apenas ria. - Parabéns Rainha Dragão, você é uma imperatriz dos mares! - caminhava até ela e Aria, dando-lhes frascos de medicamentos. - Uma vez por dia ao acordarem. Aliás, acredito que sua tripulação também está com um dos Road Poneglyphs, você precisará ver isso quando retornar. - sentava-me na cama de Morgana.

As coisas seguirão desse jeito, uma comitiva sairá dessa ilha com vocês e as piratas Kuja, como vocês estão ‘escondidas’ poucas pessoas sabem de vocês, sendo assim terão de sair escondidas, pois não quero trazer atenção ou alvoroço a quem nos acolheu. Seu navio não virá até aqui, meu acordo com eles é de que vocês serão entregues tratadas e alimentadas, um banquete humilde mas nutritivo estará às esperando no navio da minha Falange, Aria compreenderá, meus navios são rápidos como o vento e vocês estarão “em casa” rapidamente. As algemas ficarão no entanto, desculpe. Quem sabe numa próxima vez, possamos nos encontrar sem elas? - sorriria. - Não se preocupem com homens, pedi para que a tripulação de transporte fosse exclusivamente feminina, então se sentirão mais confortáveis eu espero. - olhava para ambas fixamente, analisando suas expressões. - Gostariam de mais alguma coisa?