Blum Murphy

Era um dia monótono quando um grupo de bandidos começou a exigir uma taxa de proteção em um pequeno vilarejo, caso algum morador não fosse complacente com essa ideia, iria sofrer as devidas represarias. Como de costume, os baderneiros receberam seu pagamento. Entretanto, faltava apenas um certo grupo de moradores: o orfanato “Morning Glory”.

Adentrando o alojamento, diversas crianças se escondiam por medo dos bandidos. Logo, o grupo se dirigiu ao dono do orfanato e exigiu o tributo para cada cabeça, porém era nítido que o homem não havia tal dinheiro, imediatamente começou a pedir perdão e compaixão. Em seguida, as crianças foram em direção ao homem para acudi-lo.

O líder dos malfeitores começou a se irritar com aquela situação lamentável, tirou a arma do coldre e a apontou para cabeça do homem...

Wap! Podia-se escutar um som de madeira acertando a cabeça do vilão. O executor? É claro que era nosso herói, Murphy. Ele era um dos pupilos que vivia por lá e não deixaria que aquela crueldade fosse feita. Com uma capa de um super-herói e uma sede de justiça, começou a fazer um discurso para aqueles cretinos sumissem. Bom, se surtiu algum efeito, foi para aumentar o ódio dos inquilinos. O líder deixou de lado o pobre homem e apontou para o garoto...

Whoosh! Abruptamente a pistola que estava segurando foi cortada ao meio. Abismado com a situação, intuitivamente olhou para trás. O infame arregalou os olhos e suou frio naquele momento, pois o que avistava era o seu grupo completamente derrotado e um sujeito segurando a famosa espada lendária. Aquele homem era nada mais nada menos que o incrível general do exército.

Por fim, o general chamou um esquadrão para prender os bandidos e reforçar a defesa naquele vilarejo. O homem da lei acabou se desculpando por deixar aquilo acontecer, explicou que não estava recebendo relatórios coesos daquela região e percebeu que havia algo de errado. Ao investigar melhor viu que o chefe da vila estava trabalhando junto com os bandidos para adquirir uma grana.

Após isto, o cavalheiro se dirigiu ao pequeno protetor e agradeceu seu esforço, pois se não fosse por ele, talvez, algo de ruim teria acontecido. E então falou que estava devendo uma para o nosso herói.

Desde o incidente, o sonho de se tornar um cavalheiro floresceu ainda mais. Então, não demorou muito que a criança crescesse e se alistasse para guarda real.

Durante seu período de treinamento sempre foi um soldado disciplinado. Com certeza, ele não era um dos melhores, porém, sua vontade de está sempre melhorando e se esforçando atiçava os seus aliados e aos poucos crescia um sentimento de respeito entre o esquadrão sobre a figura de Murphy. Nesse tempo, aprendeu sobre combate militar. Praticava diariamente como manejar uma espada e um escudo, lia sobre estratégias de guerra e ampliava seu conhecimento de navegação.

Se tornando cavalheiro oficial, participou de várias batalhas e sempre sendo fiel as suas palavras, voltava das missões com êxito, demostrando consistência, habilidade no enfretamento de milícias e administração de tropas. Isso lhe rendeu uma reputação boa, fazendo com que subisse nas patentes e participasse de missões cada vez mais difíceis.

E então chegou no fatídico dia. O próprio rei chamou o cavalheiro para cumprir uma missão de reconhecimento em uma ilha próxima e não revelou nenhum detalhe. Ao questionar a majestade, o nobre apenas desconversava e não chegava a nenhum ponto. Sabia-se que existia um motivo por trás para o próprio rei está preocupado com uma questão tão trivial. Respeitando a vontade do rei, o guerreiro aceitou a missão e não fez mais nenhum questionamento.

Antes de partir em sua jornada, o próprio general aconselhou ao espadachim para tomar cuidado e se manter atento, pois desconfiava que algo de ruim poderia acontecer ao reino. Ele revelou essas informações para poucas pessoas e o cavalheiro tinha sido uma delas, mostrando o grau de confiança que o general tinha por ele. Então, acatando os conselhos do líder de guerra, partiu em sua trajetória.

Entrando no navio, o guerreiro teve uma estranha sensação que seria a última vez que iria ver a linda paisagem da ilha. Mas não havia como um reino inteiro desaparecer em alguns dias e jamais que o general iria deixar algo de ruim acontecer. Porém, na medida que o barco avançava, o agente da lei permaneceu olhando para seu querido lar, até que sumisse do horizonte.

Caos. Ninguém sabia o que estava acontecendo, a seta do Log Pose começou a girar – como não se houvesse um rumo certo - e uma severa tempestade atingiu o mar. Um Deus dos Marés surgia e destruía as velas, levando consigo vários soldados. Sem tempo de resposta, emergia do mar uma ilha, que levava a embarcação aos ares em uma rápida velocidade, fazendo com que muitos fossem jogados ao mar e uma parte sendo jogado diretamente para o centro daquele lugar inusitado.

Com a tripulação enfraquecida, uma série de piratas adentravam o navio. Por instinto, Blum, se agarrava a sua espada para batalhar com os intrusos. Ao olhar para sua tropa, via que poucos homens sobreviveram a calamidade. Para muitos esse seria o momento oportuno de desistir, porém, eles eram a tropa real e não devia ser subestimada. Mesmo feridos, os guerreiros lutaram com todo seu sangue. Enquanto um cavaleiro morria, 10 piratas pereciam.

Até certo momento, restava somente Murphy. Ele estava com ferimentos gravíssimos e sua morte era apenas questão de tempo. Sabendo da situação, queria ao menos fazer bonito e levar mais um pirata com ele para o túmulo, para enfim completar os 10. Por seu orgulho, queria levar consigo a chefe daquela tropa. Ela parecia uma bruxa, uma daquelas que ele sonhava em derrotar quando pequeno.

Usando toda sua velocidade e acrobacia conseguia chegar na chefona e desferir o último golpe, mas por azar, a sua fiel companheira não conseguia atravessar totalmente a armadura da bruxa, deixando apenas um ferimento. Por fim, Blum, era agarrado no pescoço pela feiticeira e após ela balbuciar algumas palavras indecifráveis, desferia um golpe brutal com suas unhas na barriga do cavaleiro. Depois disto, seu corpo era jogado ao mar.

...

O escudeiro abria seus olhos e questionava se realmente estava vivo. Lentamente olhava para seu corpo e se espantava com aquilo. Não era por conta de os ferimentos estarem completamente curados, mas sim por ter se tornado uma espécie de homem-peixe. Ainda atordoada com o descobrimento, olhou ao redor buscando algum tipo de ajuda. Ao observar, percebeu que estava em um local sombrio e inóspito. Chegou a cogitar que realmente estava morto, bem como, ali seria algum tipo de submundo e ele havia se tornado um demônio. Porém ainda havia algo de errado, que fez o esquecer até do fato de ter virado uma nova criatura, a paisagem que via ao redor era muito familiar. Então saiu correndo desesperado por todo lugar, até se deparar com o castelo real.

Paralisava com a construção, finalmente entedia que tudo aquilo era de verdade. O reino que jurou proteger havia sido aniquilado.

Um grupo de arruaceiros se aproveitando da situação debilitada do homem-peixe, o capturaram e o fez trabalhar como escravo. Depois desses acontecimentos, o herói apenas aceitou o seu destino, como se aquilo fosse uma punição por não ter conseguido salvar a todos. Enquanto trabalhava na embarcação, ouvia alguns escravistas conversando como o reino acabou se tornando aquilo e a situação dele no momento, depois, pegando um jornal comentou que ainda havia um grupo pequeno chamado “Morning Glory” que havia sido preso por tentar se opor contra a força atual.

Após o homem peixe ouvir o nome “Morning Glory” começou a chorar, ficou irritado e triste com ele mesmo por ter desistido do reino, mas também ficava feliz, pois o nome do grupo era de seu antigo orfanato, isso significava que eles ainda estavam lutando firmemente e aguentando toda a bronca. Ainda havia esperança. Quebrando as correntes a força e olhando para os malfeitores, o guerreiro simplesmente acabava com a raça de todos dali. Por fim, pegava o controle do leme e ia em rumo a ilha mais próxima.

Os céus haviam dado uma nova missão para o nosso herói: salvar a ilha Kuraigana.