Operação Firefly

Não me lembrava quando dormia, apenas que desmaiava de exaustão ao chegar em meu beliche. O corpo todo doía muito mais do que podia esperar. Parte por ter sido surrada por durante todo o dia enquanto falhava por diversas vezes no meu treinamento do Tekkai, outra parte pelo desgaste que meu corpo sentia em utilizar essa nova habilidade. De uma coisa tinha certeza aquele poder seria útil, mas vinha com um custo.

Ainda que não tivesse tempo para pensar em nada além do cansaço, sabia que se não fosse pelo treinamento a ansiedade teria me dominado por completo. Não apenas estava ansiosa pela nova missão que faríamos em algum tempo como também para que pudesse me tornar uma bala, tal como o agente sênior havia comentado. De toda forma eu dormia feliz por ter a certeza de que em pouco tempo estaria ainda mais forte do que já estava.

Acordaria no dia seguinte para a mesma rotina de sempre. Tomaria minhas armas, as quais limparia de forma diligente e seguiria para o refeitório para o café da manhã. Se o dia de hoje fosse tão atribulado quanto o anterior sabia que não teria muito tempo para comer assim que saísse do QG portanto garantiria que comeria tanto quanto possível. Pães e frios com ovos e frutas. Uma verdadeira montanha na qual me banquetearia sem o menor pudor. Comendo em uma única refeição o que deveria comer durante o dia de ontem e o dia de hoje também.

- Tomo una forta! - Respondia ao questionamento de Elizabeth enquanto mastigava uma fatia gorda de torta. Migalhas caindo ao meu redor e por minha boca, enquanto falava. - Ato que vou fassar toje! Fenho que ter uns trivos. - Continuava a responder sem parar de comer por um único instante. Me despediria de Elizabeth e finalizaria minha refeição antes de rumar para um lugar em especial. Caminharia para fora do QG na orla da floresta onde o agente Yang havia me mostrado mais sobre alguns animais no dia anterior.

Aprendizado: Veterinária
Caminharia para o que deveria ser onde alguns animais utilizados pelos marinheiros e agentes era guardado. Com exceção a alguns pequenos felpudos presos em jaulas não havia outros agentes, apenas uma enorme pilha de materiais novos e alguns livros e papeis jogados em uma mesa. Provavelmente o responsável por aquilo não era o mais organizado de todos.  
Tomava um pequeno papel em mãos observando um prontuário médico de um dos animais...aparentemente com uma pata ferida na noite anterior. Um corte que ainda não havia sido bem tratado. Os demais retratavam diversos conceitos sobre como deveriam ser tratados os felpudos. Pegava um deles e começava a ler. Observava nas palavras trechos sobre como os animais podiam ser acalmados quando feridos, já que eles costumavam ficar irritados por conta da dor que sentiam. Também lia um pouco sobre medicações e quão parecido era curar um animal e uma pessoa. Pelo que entendia dos livros você no precisaria costurar e fechar os machucados da mesma forma o que mudava é que no final das contas você lidava com um animal que não era tão racional assim.

Horas de leitura me faziam voltar a atenção ao prontuário médico. Um pequeno cão que já estava sedado, mas que havia sido ferido por um corte em uma das patas. Ao meu lado observava a criatura dormindo pacificamente em uma das jaulas. Decidia então que faria as vias do veterinário do quartel e cuidaria dele eu mesma. Com delicadeza retirava o animal da jaula e o colocava na maca. Ainda com ele dormindo e com o livro ao meu lado, servindo de guia para cada passo que dava me colocava a preparar o equipamento. Linhas para suturar e um conjunto de agulhas cirúrgicas. Com uma gaze limpava a ferida e tirava a crosta de sangue velho. Então com uma delicadeza recém-descoberta me punha a costurar. Nós, firmes como o livro mandava, se entrelaçavam fechando a ferida do animal. Com quase uma hora de esforço finalmente via o resultado de minha tarefa, uma ferida bem fechada. O que restava era enfaixar a pata do animal e reforçar o curativo com uma pomada que o curaria. Por fim tinha concluído minha missão ali.
Fim do Aprendizado
Cansada da árdua tarefa e do dia de aprendizado voltaria direto para meu beliche. Dormiria uma noite sem sonos, mas dessa vez ansiosa para aprender mais uma técnica no dia anterior. Desta vez seria o Soru, ou como o agente havia comentado, o poder de se tornar uma bala.

Acordaria cedo no dia seguinte e repetiria os mesmos ritos que conhecia. Tomaria meu café, arrumaria minhas armas e também o uniforme e então partiria para o ponto de encontro onde procuraria pelo agente sênior e por Elizabeth. Pronta para mais um dia de treinamento.