2 - Fat Bottomed Girls

Ivana

 Toda aquela situação incomodava com demasia a meia-gigante, ser privada de seu trabalho por conta de pirraça ou inveja de Jaxy ainda incomodava a garota ao ver que Fred era cobrado indevidamente por Álvaro que surgia acompanhado de seu esquadrão.

O sarcasmo de Ivana parecia ser ignorado pelo sargento que olhava inexpressivamente para ela que de início apenas ignorou seu comentário voltando então sua atenção para Fred. - Assim eu espero! - Com rispidez, Álvaro e seu grupo se retiraram do local ao mesmo tempo em que Ivana se despedia de seu patrão sinalizando o que levaria para tal trabalho. - Claro, claro... fique à vontade. Se precisar de algo mais, basta vir falar comigo. - Respondeu o rapaz. - Boa sorte com o trabalho! - Acenou Fred que logo em seguida se dirigiu até o barco totalmente cabisbaixo para encerrar aquele serviço.

O caminho até o hotel fora tranquilo, e encontrá-lo era ainda mais fácil, já que de longe era visível o desastre naquele local. Já na entrada, a porta sanfonada estava no chão, as janelas ao lado completamente quebradas, até mesmo a placa com o escrito “Gran Giorgio” estava pendurada de ponta cabeça. Internamente os danos eram os mesmos, várias mesas destruídas, cadeiras completamente danificadas, além do chão e paredes de todo aquele hotel que necessitavam de reparos assim como Fred havia dito, e por sorte, o tamanho do hotel facilitaria mesmo que um pouco o árduo trabalho que Ivana teria para deixar aquele lugar novinho em folha.

- Oh, como você é grande! - Exclamou o homem ao sair de dentro do local. - Acha que consegue executar serviço? Pelas suas ferramentas, você muito provavelmente é funcionária do Fred Armas. Isso me deixa um pouco mais aliviado. - Comentou o homem. - Por favor, fique à vontade para trabalhar, e se precisar de algo, basta chamar. - Disse enquanto se retirava até os fundos do hotel.

Ivana

O estado que aquele hotel apresentava era caótico, Ivana notava que o trabalho naquele dia seria pesado para que conseguisse trazer aquele lugar de volta aos trilhos. - Nossa, isso vai dar um trabalhão. E vai ficar caro... Aqueles desgraçados, se eu ver um daqueles estrumes aqui de novo eu juro que mato. Arf... enfim, que seja, ou conserto, ou fico sem clientes. Pode seguir com o seu trabalho, garota. Sobre os vidros, eu mesmo irei até o centro resolver isso, volto mais tarde com tudo e te ajudo na instalação deles. - Irritado, o homem se retirou do local após apanhar uma pequena mochila, tomando rumo até o centro de Sirarossa.

Apenas restava Ivana seguir com seu trabalho, e assim o fez. Como o hotel era bem extenso e alto, a meia-gigante não teve tantas dificuldades para se locomover pelo local enquanto media cada dano que o local havia sofrido. Com um plano traçado, a carpinteira deu início aos reparos, onde passou a manhã toda sozinha em idas e vindas, hora no “Fred Armas” em busca daquilo que necessitava, outrora no “Gran Giorgio” seguindo com os reparos.

O Sol do meio dia batia bem no alto daquele céu fechado, era difícil saber se choveria, a única certeza era que o ar sempre estaria gélido, mas isso não afetava a garota que já estava bem suada e quente de tanto trabalhar. Antes que a garota pudesse levar os móveis de volta a carpintaria para repará-los, o dono do hotel se aproximava com mais cinco rapazes que o ajudavam na carga de todos os vidros os deixando no lado de dentro do hotel próximo ao balcão da recepção. - Nossa, nesse meio tempo você adiantou muito bem o serviço! O Fred consegue contratar pessoas excelentes! Tome, você deve estar com fome. - O rapaz entregava uma caixa enrolada por um pano, e dela era sentido aquele cheirinho de comida fresca. - Por favor, uma cortesia da casa. - Tomando a comida para si, o homem voltaria suas atenções para os reparos do local deixando que a garota seguisse.

Independente de aproveitar a comida ou não, Ivana segui com a segunda parte do trabalho que seria reparar o que pudesse dos móveis, um serviço costumeiro para a garota que aplicou todas as técnicas possíveis para que conseguisse restaura cada cadeira e mesa do lugar, além de reparar os encaixes das janelas que era a parte mais simples de todo aquele serviço. Com cada problema resolvido, a garota voltou até o hotel onde o dono do próprio a esperava em êxtase. - Menina, você é do balacobaco! - Expressou o homem usando qualquer expressão de “tiozão” que lhe vinha à mente. - Venha cá, vamos colocar essas coisas no lugar! - O homem espalhava os móveis pelo local enquanto Ivana instalava os caixilhos e a porta. - Ufa, ficou novinho em folha! - Dizia enquanto admirava todo o local com os olhos brilhando. - Você fez um trabalho sensacional garota, agradeço de coração pelos seus serviços! Sempre que precisar de um lugar para ficar, pode me procurar que você será muito bem recebida! PIFAFAFA! Deixei o pagamento com o Fred hoje pela manhã, é só falar com ele! PIFAFAFA! - Se retirava dali todo contente com a reforma enquanto deixava Ivana livre para tomar rumo de volta até a carpintaria.

O fraco e tímido Sol começava a sumir no horizonte, deixando um céu avermelhado e forte indicando que a noite se aproximava. Ao se aproximar da loja, Ivana notaria que o cais parecia estar bem agitado, alguns homens fardados com o manto da marinha se aglomeravam pelo local, indicando que algo de anormal estaria acontecendo. - Vamos Fred, não seja tolo e fale a verdade, seu desgraçado, você está querendo sabotar um oficial da marinha? - Uma voz exaltada poderia ser ouvida enquanto a garota se achegava mais perto da Fred Armas.

A visão não era das melhores, o barco da marinha ao fundo parecia muito bem reparado como Fred havia prometido, mas ainda assim o tratavam de forma esdrúxula como se ele tentasse sabotá-los, e ao lado o responsável pelo interrogatório eram a dupla formada por Álvaro e Jaxy enquanto Fred ajoelhado ao chão parecia bem surrado pelos oficiais.

Porém, em um instante, Jaxy levantou a cabeça e notou a presença da meia-gigante arregalando os olhos na mesma hora. - HOMENS! - Um grito fez com que os soldados que estavam por perto notassem a presença de Ivana e na mesma hora sacassem suas espadas formando um círculo em volta da garota apontando suas armas para ela impedindo que a mesma reagisse. - Sua puta! Sua merdinha! Você anda por aí toda disfarçada fingindo ser uma carpinteira, eu bem que sabia que você era uma biscate! - Jaxy não parecia saudável, algo havia acontecido com a mulher já que seu olho e lado esquerdo de sua cabeça estavam enfaixados, e a garota apenas se mantinha em pé apoiada sobre um pedaço de madeira em que a mesma se escorava com a mão direta enquanto com sua mão esquerda a mesma retirava uma pistola de seu coldre e apontava para a gigante. -  Me diga, onde está a porra daquela mulher, eu vou matar ela depois que trazer um fim pra sua vida também! - Exclamou a oficial completamente irritada com algo que nem mesmo Ivana pudesse saber naquele momento.  

Ivana

Sob o céu avermelhado que indicava o aproximar da noite, Ivana se via em meio a uma confusão da qual não tinha ideia de como havia começado e nem porquê de encurralarem-na. E se não bastasse, Jaxy irritantemente mais uma vez partia pra cima de Ivana com mais e mais ofensas aparentando acusá-la de algo.

A garota por sua vez devolvia os insultos que causavam certas reações constrangedoras e um pouco engraçadas entre os marinheiros, o que deixava Jaxy completamente envergonhada, puxando a trava da arma na mesma hora voltando a falar. - Tome muito cuidado com o que você vai dizer para um oficial da marinha, sua puta! Não pense que eu estou brincando com você! - Apesar do alerta, a carpinteira insistia em seu deboche para com a marinheira que firmava sua mão na arma apontada diretamente para a meia-gigante que ainda tentava entender o porquê de tudo aquilo.

- Diga de uma vez! Cadê aquela mulher pirata!? Meus homens me confirmaram que você tem algum tipo de envolvimento com ela. - Exclamou Jaxy mais uma vez. - Não seja tola de querer esconder algo da gente, garota. - Disse Álvaro ofegante e estressado com a experiência. - Ou você fala, ou a gente acaba com ele aqui e agora sem ressentimento algum... - Naquele momento, Álvaro desembainhou sua espada e a aproximou do pescoço de Fred que fraquejado e de olhos bem inchados tossia um pouco de sangue.

Ali pelo cais haviam alguns containers bem ao fundo de toda a confusão, e em meio aquela cena, apenas Ivana notaria por um breve momento certas madeixas loiras se esvoaçarem entre aquelas enormes bagagens sem conseguir ver previamente o que, ou quem seria.   

Ivana

Toda a histeria de Jaxy apenas trazia divertimento para Ivana que a cada surto da marinheira apenas continuava a provocá-la. Porém, a meia-gigante notara que a mulher estaria provavelmente falando de Rosalyne, e sendo uma garota que mantinha os princípios de suas paixões, estava convicta que de forma alguma entregaria a mulher que lhe fizera feliz na noite anterior. Mas ainda tinha que lidar com o fato de Fred estar naquela situação muito provavelmente por achar que o rapaz tenha algum envolvimento.

Jaxy ficava cada vez mais corada ao ser chamada de gostosa, ficando até mesmo sem palavras, algo notado por Álvaro que na mesma hora tentou contornar a situação como se estivesse sem graça por tudo que Ivana continuava a dizer. - V-v-você então está alegando que se envolve com criminosos, mulher!? - Dizia apontando para a garota enquanto tremia sua mão um tanto quanto desesperado, perdendo um pouco a compostura. De fato, o jeito debochado e direto de Ivana deixava os homens nervosos, nem mesmo o sargento conseguia lidar com isso.

- Q-q-quem você pensa que é para questionar os meus métodos? Em nome da justiça maior que é o Governo Mundial, qualquer um que possa ter um mínimo de envolvimento com criminosos, deve ser subjugado! Ninguém está livre das mãos da justiça! - Exclamou o homem retirando a lâmina da garganta de Fred dando alguns passos à frente e apontando a mesma para a carpinteira.

A noite tomava conta do lugar sem que percebessem, e com isso, a fala de Álvaro trazia silêncio ao cais, criando uma aura de suspense da qual os marinheiros começavam a achar que algo de estranho estava pra acontecer e, sem que todos percebessem, um suspiro curto e agonizante podia ser ouvido, e atrás de Álvaro, sua pupila Jaxy estava com uma espada atravessada em seu peito.  

A lâmina desaparecia por entre o corpo enquanto o manto branco da marinha era tomado pelo vermelho rubro de seu sangue. Jaxy caía de joelhos encontrando a sua morte enquanto a presença de Rosalyne era revelada. - Eu não consegui dar um jeito em você na noite passada, mas agora as coisas finalmente foram resolvidas, sua puta! - A loira cospia sobre o corpo morto de Jaxy enquanto levantou seus olhos em direção a Ivana com uma expressão totalmente diferente da noite anterior. Rosalyne não parecia mais uma garota amável e completamente apaixonada, que falava sobre sonhos e navegar, mas sim uma melhor cheia de ódio, com um olhar pesado e carregado de raiva.  

Rosalyne naquele momento apontou sua espada coberta por sangue para o alto, e em poucas palavras, criou um tumulto gigantesco. - Acabem com eles... - De trás dos containers, sobre os galhos das árvores aos arredores, e qualquer outro ponto de escuridão que você imaginar, uma boa quantidade dos mais porcos e repugnantes piratas surgiam com urros de guerra caminhando na direção dos soldados que cercavam Ivana que, automaticamente deixavam a garota de lado para lidar com os criminosos.  

Uma batalha não prevista começava naquele cais, onde o tintinar das espadas levariam a um final sangrento, e próximo dali um duelo estava prestes a começar. Rosalyne retirava sua segunda lâmina, mostrando uma empunhadura de duas espadas, enquanto Álvaro puxava de suas costas um mangual do qual usaria junto de sua espada. Fred por sua vez, parecia ainda ter forças para engatinhar para fora dali, podendo ser visto por Ivana quase que se arrastando pelo canto do cais.    

Ivana

Enquanto o escuro céu iluminado apenas pela brilhante lua cheia bem ao alto tomava conta de Sirarossa, abaixo sobre o cais, especificamente na carpintaria Fred Armas uma batalha não antes programada acontecia onde antes mesmo daquela guerra começar, o corpo de um oficial da marinha perdia sua vida pelas mãos de um pirata em ascensão.

A morte de Jaxy surpreendia a meia-gigante que não esperava por aquilo, principalmente ao ser revelado que a responsável pela morte fora Rosalyne que, diferente da noite passada, apresentava uma aura mais violenta e assassina.

Em meio a batalha entre piratas e marinheiros, Ivana agora deixada de lado pelos marujos temporariamente, notou a tentativa de fuga de Fred Armas daquele fogo cruzado entre os dois grupos. Tomando uma atitude rápida, agora conseguiu se locomover até o homem e afastá-lo de todo a confusão. - Hahahah..coof, coof... bleergh... - Fred tentou rir das palavras de Ivana, mas seus pulmões pareciam bem machucados para expressar qualquer divertimento. - Brincando, arf... em uma situação dessas... Ivana. Talvez... seja por isso... que eu goste de... coof, coof... trabalhar com você. - Disse o rapaz em meio a tosses e tentativas de respirar.

- Bem... pode se dizer que esse tipo de briga é comum por aqui... só não esperava... arf, que eu estaria no meio... de alguma forma... - Comentou Fred demonstrando bastante fadiga, mas sem expressar desespero com todo o ocorrido. Ao fundo, algumas pancadas nos containers, e o contato violento entre os aços poderiam ser ouvidos, consequência da batalha brutal que acontecia naquele cais.

- Eles alegam que... você, arf... tem alguma... relação com esses... piratas. Mas... eu tenho certeza, arf... que você não tem nada... a ver com isso, arf... coof, coof... então saia daqui antes que... tentem lhe culpar de... arf, coof, coof... algo! - Apesar dos danos e fadiga, Fred aparentava não estar em um estado grave de morte, o homem provavelmente ainda sobreviveria por muito tempo, mas suas condições físicas o impossibilitavam de se afastar dali por conta própria.    

Ivana

Apesar de escondidos atrás de alguns containers, a dupla ainda conseguiria ouvir a violenta batalha entre o chocar de espadas, o esmurrar de socos e chutes, além de alguns tiros esporádicos em meio a toda aquela confusão.  

- Haha... coof, coof... você é mesmo corajosa, Ivana... coof, coof... com esse tamanho, devo imaginar como você, coof, coof... deve se sentir... confiante... coof, coof... - Fred parecia exausto até mesmo para se quer falar, então apenas se debruçou em qualquer encosto que o pudesse evitar esforço, e dali pra frente qualquer comentário que a meia-gigante fizesse, ele não responderia. Certamente não por ser grosseiro, apenas porque queria evitar a dor ao falar.

...

Alguns minutos eram passados, e aquela batalha parecia ter cessado com urro grotesco de vitória que só fora revelado o real vencedor quando em passos leves, uma silhueta feminina surgia escorada ao lado do container onde Ivana e Fred estavam. - Me desculpe por isso... - Toda aquela escuridão impossibilitava de visualmente saber quem era a tal silhueta, já que a pessoa fazia questão de não ser vista. Contudo, a voz era irreconhecível para a garota que sabia muito bem que a fizera feliz na noite anterior. - Por favor, tome cuidado daqui pra frente. Alguns covardes conseguiram fugir, e por isso você corre risco... - Havia pesar em suas palavras, pois seu convite havia sido recusado na noite anterior, mas demonstrando respeito para com a decisão de Ivana, e ainda querendo protegê-la, não hesitou em avisá-la. - Até mais... grandona! - E assim, a mulher desapareceu em meio ao escuro, deixando Ivana e Fred sozinhos.

Assim que a meia-gigante e seu chefe voltassem para a carpintaria, notariam os estragos daquela guerra. Por todo o cais, móveis e construções estavam arrasadas, enquanto muitos corpos haviam encontrado o seu fim, e em grande maioria de marinheiros. Em meio a caminhada, Ivana tropeçaria em um deles, o corpo de alguém que a tanto provocara, e ainda a faria lembrar de sua morte... Jaxy.

Próximo a ela, outro irreconhecível corpo também havia encontrado o seu fim, e esse era do arrogante sargento Álvaro que brutalmente fora derrotado por Rosalyne, demonstrando a força e habilidade que a loira tinha. O cais era tomado pelo silêncio fúnebre de homens e mulheres que jamais veriam a luz do dia, isso era a realidade de um pirata... empilhar corpos.     

Ivana

Os corpos espalhados pelo cais chamavam a atenção de Ivana, mas um em especial lhe trazia certa tristeza por não poder passar algum momento de divertimento com Jaxy que infelizmente havia se ido pela espada de Rosalyne. De volta para a carpintaria, a meia-gigante se atirou a fazer seu relatório de trabalho mesmo após toda aquela situação, e Fred com um pouco mais de condições pegou um Den Den Mushi Bebê em cima de sua mesa e ligou para alguém se afastando da garota enquanto conversava com tal pessoa.

Por falar baixo e afastado da garota, Ivana não conseguiu ouvir o que ele estava dizendo, mas após aquela rápida conversa o homem se aproximou novamente da meia-gigante enquanto abria uma caixinha que estava trancada retirando um envelope e entregando-o para ela. - Não se preocupe com os detalhes, coof, coof... eu tenho certeza que você trabalhou, coof, coof... muito bem. E não se preocupe com a zona, eu pago, coof, coof... seguro, então amanhã tudo estará resolvido... Inclusive, nem precisa vir trabalhar, coof, coof... amanhã. Tire o dia para descansar... ou melhor, coof, coof... nem venha mais e... tome cuidado... - Disse o homem se despedindo da garota que, agora afastada via Fred desligar as luzes e fechar a loja, sumindo assim do local.

De volta ao cais, Ivana ao ver os corpos de Jaxy e Álvaro largados não hesitou em roubá-los, começando uma busca em seus bolsos por berries ou qualquer outra coisa de valor. De Álvaro, a garota conseguiu encontrar um bolinho de dinheiro envolta em um barbante, contendo B$ 3.000.000, uma boa quantidade para se conseguir tão facilmente. Além dos berries, Ivana encontraria um relógio de bolso prateado que, ao abrir, encontraria uma foto do sargento junto de sua esposa e filha, duas pessoas das quais o marinheiro agora morto deixou para trás.

Jaxy por sua vez não parecia ter nada de valor, além de uma carteira de identidade da marinha que, infelizmente tinha sua foto coberta pelo sangue da moça, impossibilitando de que Ivana pudesse ter uma boa recordação da mulher. Por outro lado, a meia-gigante se sentiu na necessidade de despir a mulher para que pudesse ser indenizada por tudo que havia passado com ela, deixando o corpo frio e morto de Jaxy completamente nu enquanto Ivana levava consigo o uniforme da mulher para se fazer sabe lá o que com aquilo. Mas, nesse mesmo instante, um estouro de luz cegou rapidamente os olhos da garota que após alguns segundos conseguiu notar a presença de um homem que se assustou ao ver que a meia-gigante tinha percebido sua presença.

Assustado, o homem correu o máximo que pode para longe do cais, mas sem se preocupar muito com isso, Ivana apenas ignorou a presença do mesmo sem nem saber o que ele havia feito e apenas tomou seu rumo de volta ao hotel com uma boa quantidade de berries no bolso, além de um traje completamente novo.

Ao adentrar o quarto, Jules se atirou para cima de Ivana desesperada com os olhos inchados e vermelhos. - IVAAAANAAAA! VOCÊ TÁ VIVA! - Um pouco mais aliviada agora, Jules abraçou a barriga da carpinteira – o máximo que ela conseguia alcançar em um salto – apertando com força o corpo da garota. - Eu fiquei preocupada com você! Estão comentando pela ilha que houve uma briga feia no cais, e que várias pessoas morreram, e-e-e-e... eu achei que tivesse te perdiiidoooo... - De volta com os pés no chão, Jules se acalmou ao ver que sua amiga estava bem.

- Eu aqui toda preocupada com você, mas parece que você nem tá ligando, toda animadinha aí, alegre e tudo mais... o que foi que aconteceu? - Esfregando seus olhos, Jules subiu na cama ficando de pernas cruzadas enquanto retirava um envelope de baixo do travesseiro. - Tenho uns... cinco milhões aqui comigo. E você? - Indagou a garota.