Tutorial - Hooligan

Certamente não era o caminho que eu estava esperando trilhar, aquele homem com certeza não sabia onde estava me direcionando, pois bem, iria até o final para pelo menos ter certeza de dar meia volta. O trajeto ficou estranho, tão estranho que minha postura teve que mudar, já não me sentia tão seguro quanto antes. Ainda calma mas com os olhos atentos a toda volta e uma postura menos desajustada que desfavorecesse uma reação rápida.

"Mas que merda é essa" Pensaria comigo mesmo após vislumbrar um estabelecimento todo indigno do Governo e da Marinha. Entretanto, havia alguém para me recepcionar ali, até então com o formulário em mãos tudo parecia alegria, mas ao ler algum gatilho teria disparado em minha cabeça e todas as coisas que observei, a pessoa me indicando o lugar, as posturas, estruturas, tudo que havia acha estranho se uniram para uma única teoria... - Só um instante já estou terminando! Responderia ao ser questionado sobre a demora e dúvidas. Colocaria meu nome, Hooligan, minha idade, 24 anos, minha função, agente do governo mundial e traçaria uma linha na assinatura, claro que as letras miúdas teriam sido lidas - problemas de visão eram incomuns em alguém jovem e saudável -.

- Sabe? Tem uma coisa me incomodando aqui, estou com uma dúvida sim. Claro que minha ansiedade teria sido substituída por uma breve raiva. - Eu tenho cara de palhaço? Por acaso minhas ambições são uma piada para você! Diria de modo arrogante em um tom alto e opressor. Colocaria o formulário dentro das minhas calças, tiraria e com toda força bateria com a mão na mesa enquanto segurava o papel. - Agora, ou você me diz onde fica a maldita base da marinha ou vou revirar esse lugar de cabeça para baixo.

No caso de ser novamente orientado a seguir um caminho, iria de modo acelerado, porém agora o cenário contaria muito no meu trajeto e se eu julgasse ser uma armadilha ao começar a percorrer locais imundos e muitas vielas, pararia e procuraria um outro caminho mais próximo às atividades da cidade. Do contrário empurraria o objeto que utilizei como apoio para escrever no indivíduo a minha frente. Posteriormente saltaria em sua direção e tentaria empurrá-lo no chão onde pudesse sobrepor minha força por cima e no primeiro instante tentar cravar a canela em seu rosto - priorizando olho e bochechas -. - Você está zoando a maldita organização tenta me roubar, tudo isso por dinheiro? Acha que não conheço ninguém que trabalha lá? Acha que um lugar tão nobre iria extorquir alguém assim? Agora você vai pagar! Seguraria o homem pelo pescoço e começaria a desferir socos em seu rosto rapidamente, antes de levantar-me e sair dali correndo atrás da marinha antes que alguém pudesse testemunhar.

Se houvesse alguma tentativa de defesa por parte do meliante e ele começasse a revidar ou desviasse do meu afronte inicial, fecharia minha guarda com um legítimo pugilista, cotovelos colados em minhas costelas e punhos erguidos prontos para combate. Julgaria todos os ataques da mesma forma, independente de com que arma fosse aplicado, apenas o método serviria para que eu defendesse. Ataques laterais ou vindo de alguma das diagonais do meu corpo seriam esquivadas com pequenos saltos para trás, colocaria uma quantidade de força mediana em minhas pernas para que os saltos fossem um tanto breves e não me deixassem muito tempo no ar. Caso ficasse encurralado em alguma parede, manteria o padrão para a lateral contrária ao último golpe desferido. No caso de estocadas em minha direção, procuraria esquivas apenas o torso ou as penas - dependendo de onde fosse direcionado -, inclinando-me um pouco para o lado e nesta deixa tentaria contra-atacar, utilizando a distância que inclinaria para tomar impulso e desferir um soco na mandíbula do adversário.

Observações:

- Essa cidade é uma loucura, vou lhe dizer! Com certeza guardando um certo rancor pelo acontecido, já havia me esquecido que poderiam haver lugares onde passar por cima do outro era comum, fui ingênuo e isso não se repetiria. Retomaria minha postura, bateria minhas vestes e novamente voltaria a procurar um caminho diferente.

Com o entusiasmo indo embora aos poucos, já não sabia se estava muito afim de concluir minha inscrição no governo, claro, futuramente era outra história, visto que eu já tinha decidido por onde iria começar. Entretanto meu medo era atestar de onde eu vim, justificar todas as minhas habilidades em uma breve história que pudesse transparecer um pouco mais a minha personalidade. E os números, "será que eu teria que fazer novos cálculos?" Perguntava-me com receio, decidir essa parte era com certeza a mais difícil.

- Mas e durante o meu desenvolvimento? Planejar algo pensando no futuro era realmente um desafio, tudo tinha que estar alinhado..."Qual poder eu gostaria de atingir? Adquirir? Vale a pena abdicar de liberdade para ficar mais forte? Meu corpo ou uma arma?" Esses questionamentos ficariam comigo até o próximo episódio da minha empreitada.

Observações: