Kiter é meu lar. Um bela ilha, com belíssimas cidades e uma grande floresta, onde eu cresci e vivi junto de minha tribo os Aeolitas. Minha tribo é minha família, mas não consigo mais viver entre eles. Eles são desconfiados com os forasteiros, quem vem visitar as outras cidades, e acreditam em uma divindade a qual eu não consigo acreditar. Eu não fui sempre assim, mas um encontro me fez mudar.

Eu tinha 17 anos, um navio havia acabado de chegar na ilha, onde eu e um grupo de guerreiros fomos designados para observar os forasteiros, para que não fizessem mal à nossa terra. Era um grupo de cientistas, que estava na ilha para realizar uma pesquisa. Nós os observamos de longe, sem sermos notados. A vigia estava monótona, eles pegaram algumas amostras de plantas, colheram água de alguns rios próximos, sempre respeitando a natureza, o que não nos deu causa para atacá-los. Até que uma cientista se afastou do grupo. O líder do meu esquadrão deu-me a ordem para segui-la, o que fiz de imediato.

Ela havia voltado para um dos lagos, onde sua equipe tinha passado a pouco . Eu a estava observando da copa de uma árvore, quando notei a aproximação de uma fera, que a espreitava pronta para atacar. Ali deveria ser a morte dela, mas eu fiz o que muitos Aeolitas nunca fariam, a protegi.

A fera foi morta por minhas mãos, mas ela deixou sua marca, um enorme arranhão em meu peito. O sangramento era intenso, e a dor insuportável, minha pele queimava, meus joelhos cambaleavam, e em instantes, perdi a consciência.

Quando acordei, estava deitado em uma tenda, meus companheiros, ao meu lado, junto com a cientista do lago Dra.Afra. Ela havia salvado minha vida, e me explicou que era médica, que tive hemorragia, por conta do ferimento, e logo iria me recuperar, mas que precisaria ficar alguns dias junto com sua equipe para monitorar meus sinais vitais, por ser um tratamento ainda experimental. Tive relutância em aceitar sua ajuda, mas meu líder de esquadrão disse que não deveria me preocupar , que todo meu grupo ficaria comigo, e protegeria a mim e aos cientistas, como forma de agradecimento por terem salvo minha vida.

Assim fiquei cerca de quinze dias, junto com eles. Dra.Afra sempre conversava comigo, e aos poucos fomos criando laços de amizade, e ela contou qual grande e magnífico era o mundo, cheio de aventura e lugares espetaculares, o que me vez ver o quão pequeno era meu lar, e surgiu em mim o desejo de se aventurar por ele.

Quando ela partiu junto com sua equipe, continuamos nos comunicando por muitos anos, até o ano passado, quando soube de sua morte, em uma terrível tempestade. Fiquei dias triste, mas esse foi o pontapé inicial para tomar coragem para sair de Kiter, e hoje pedirei autorização para sair da tribo.