O último adeus!

Buscando absorver a cada detalhe falado pelas diversas pessoas que cruzaram o caminho de Akemi, a jovem princesa já não aguentava mais esperar para enfim conhecer a ilha. E sua primeira parada era justamente um dos lugares mais famosos e atraentes de Flevance. O agitado e festivo Búfalo Branco, local do qual Akemi acreditava ser para onde seu irmão provavelmente iria, e de fato a garota tentava entrar totalmente na mente de seu falecido irmão com a intenção de replicar a postura de um homem.

A caminhada até o tal bar era longa e cansativa, contudo, não fora entediante. A cada barraca que a garota conhecia mais encantada ela ficava, se deixando levar pelas belezas dos itens diferenciados que o local lhe trazia. Ela até mesma poderia pensar que se na região mais pobre já seria assim, quem dirá a região mais rica da ilha? E por um breve momento, Akemi quase se deixou levar a comprar um enfeito branco para seu cabelo, o que poderia trazer estranhamento para o vendedor. No entanto, a jovem princesa se conteve e lembrou-se de que agora deveria assumir o papel de Akira seu irmão, pois esse era o seu plano, o seu futuro.  

As passadas foram exaustivas, mas depois de mais de uma hora de caminhada, Akemi finalmente chegou ao local, se deixando intrigar ao ouvir os sons dos mineradores lhe trazendo certa curiosidade, querendo assim poder vê-los trabalhando. Mas infelizmente dali onde estava era impossível, ficando apenas com a sua imaginação de como estariam se esforçando, fazendo um comparativo com a parte mais pobre da ilha na qual Akemi fora a princesa um dia.

Agora o que lhe restava era o bar que já se colocava a sua frente de forma convidativa, e sem hesitar, Akemi adentrou ao local já ofegante e cansada pela distância percorrida. Seu primeiro pensamento foi em procurar o balcão do bar e pedir um suco... ou melhor, uma cerveja! Exclamava na tentativa de mostrar a sua masculinidade. - HAHAHA! Já está bêbado a essa hora garoto? - Indagou o o jovem rapaz que a recepcionava enquanto secava um dos copos que acabara de lavar. - Fique à vontade! - O mesmo se virava para um dos enormes barris que estavam bem atrás para encher o copo para que a princesa pudesse beber.

Devido ao cansaço, a jovem garota não conseguira notar o local anteriormente, mas agora em seu acento próximo ao balcão e com sua respiração se recuperando aos poucos, Akemi finalmente poderia olhar o local com mais clareza. E diferente de seu exterior esbranquiçado, o seu interior era mais comum. Toda sua estrutura era simples, apesar de muito bem cuidada, contudo, era extremamente larga, tendo espaço para diversas atividades.

Espalhados por todo o bar, inúmeras mesas circulares com quatro acentos em cada uma delas, e entre algumas delas algumas mesas de roleta para os amantes de apostas, uma atividade da qual o administrador do bar provavelmente lucrava muito bem com o dinheiro dos mineradores que frequentavam o local. Bem ao canto do lugar um enorme palco, o que já não se precisava de muito raciocínio para saber do que se tratava. Olhando mais a cima, Akemi poderia ver os enormes e belos lustres que o bar continha, além de notar o segundo andar que apenas parecia uma extensão do andar de baixo, com mais inúmeras mesas e cadeiras para numerosos clientes.

- Aqui está! - O garoto voltava com o copo de cerveja. - Nunca te vi por aqui. - Estendia uma de suas mãos enquanto sorria para a garota. - Me chamo Subaro! Qual o seu nome? - Simpaticamente o garoto tentava se socializar com a bela princesa da qual ele não fazia ideia de sua identidade.

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Ponto-Situação do Personagem:

Aos poucos a nossa querida princesa se recuperava daquela longa caminhada que acabara de fazer pela manhã. Akemi que agora estava no papel de seu falecido irmão Akira buscava de alguma forma se encontrar nesse seu novo papel como um homem, já que agora estava bem longe de casa, e as mordomias e prazeres de uma princesa não mais lhe pertenciam. Por conta disso, se refugiava em Flevance na espera de uma possível ajuda de um velho conhecido.

Enquanto o Rei Alexander não lhe dava alguma resposta sobre sua carta, Akemi resolvia então explorar aquela ilha que fazia de estadia por um tempo. E a garota sempre fora um tanto quanto curiosa, e essa curiosidade somada a sua vontade de assumir o papel de seu irmão sabendo que não seria uma tarefa fácil, fez com que a garota tomasse rumo até o atrativo bar Búfalo Branco, onde em uma primeira tentativa de expressar a sua “masculinidade”, Akemi acabou por não se sentir muita à vontade ao sentir o gosto amargo da cerveja descendo pela garganta.

- Akira... Que nome legal! - Mantinha a conversa tentando ser amigável com Akemi. - HAHAHA! Você é bem engraçado! - Ria ao ver Akemi com uma expressão de desgosto pela bebida. - A essa hora já querendo beber, e ainda não aguentando um golinho. - Continuava a interagir enquanto continuava os seus afazeres naquele balcão de bar. - Doce? Hum... Talvez eu tenha algo. -

Subaro se retirava dali enquanto adentrava em uma sala que, por um leve relance se poderia ver que seria algum tipo de adega. E enquanto Akemi esperava o retorno do garoto, as portas do bar se abriam para uma quantidade numerosa de pessoas que entravam e se ajeitavam nas mesas daquele recinto. Ao ver suas roupas, Akemi poderia identificar de que seriam os mineradores que trabalhavam ali por perto.

Todos vestiam calças largas e acinzentadas, suadas e sujas pela terra, e em seus troncos uma regata branca totalmente machada, expondo os seus corpos grotescos e musculosos devido ao árduo trabalho diário. Em seus pés enormes botas pretas que se sentia o peso na passada de seus pés enquanto caminhavam pelo estabelecimento.

Os funcionários do bar começavam a se agitar pelo lugar recepcionando todos aqueles homens que chegavam por ali, ajeitando as mesas e retirando pedidos. - Prontinho... ahn.. Akira! Já ia me esquecendo do seu nome, HAHAHA! - Se desculpava enquanto coçava sua nuca. - Essa é uma especialidade minha... CLARREYBARO!!! - Anunciava como se aqui fosse um troféu. - É um tipo de vinho bem adocicado com mel, que pode ser degustado sem ter uma gota de álcool! Por favor, se delicie dessa obra de arte feita por mim! -

O garoto lhe apresentava uma simples taça de vidro que estava meio cheia por um líquido amarelado, e que se notado com mais atenção veria que tinha uma textura mais grossa, indicando inclusão de mel na tal bebida, assim como dito por Subaro anteriormente. - Vamo! Beba! - Dizia enquanto olhava com a maior empolgação do mundo a bebida que acabara de apresentar para a jovem princesa.

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Ponto-Situação do Personagem:

A sensação de recompensa percorria pelo corpo de Akemi ao provar aquela deliciosa bebida, adocicada no ponto certo, e que trazia uma sensação maravilhosa em cada gole, pois a longa caminhada feita até aquele bar lhe trouxera muito cansaço, e provar de algo tão bom faria muito bem para repor as energias gastas naquela manhã.

Subaro ficava instantaneamente feliz ao ver a empolgação da jovem princesa com a sua típica bebida. - HAHAHA! Não tinha dúvida de que você gostaria. - A felicidade estampada no rosto do garoto mostrava o quanto era recompensador para ele ouvir a provação de Akemi. - Eles? - Indagava Subaro, sem saber de quem Akemi falava até notar que a garota estava olhando para os mineradores. - Ah!... Dá pra ver a felicidade estampada na cara deles. - Seu semblante ficava sereno ou olhar para os homens que estavam ali. - Eles se orgulham do trabalho que fazem. Até porque, eles têm consciência de que a ilha é o que é hoje graças aos esforços de cada um. - Voltava sua atenção a limpeza de alguns utensílios do bar. - Mas com certeza não deve ser fácil trabalhar naquele lugar... - De uma hora para outra, Subaro começava a se entristecer ao lembrar de algo.

- EI, SUBARO! - Uma voz grave e potente surgia ao lado deles, interrompendo por um instante aquele silêncio. - Para de enrolação pivete, e me dê uma cerveja. - A voz vinha de um dos mineradores que se aproximava, olhando de cima a baixo a garota que conversava com Subaro. - Puta merda, você ainda fica oferecendo essa bebida de “mulherzinha” pros outros? Sirva uma cerveja pra esse cara por minha conta, por favor! - Começava a admirar a arma que Akemi carregava consigo. - Um garoto da sua idade, carregando uma arma dessas pra cima e pra baixo!? Deve ter "culhões" mesmo. - Franzia a testa por um momento tentando imaginar o motivo da princesa estar carregando aquela arma.

- PAI!!! Minha bebida é excelente, você que não sabe admirar o que é bom!  - Indignado, Subaro respondia o homem que aparentemente era o seu pai. - Tá, tá, tá... me vê logo essa cerveja. - O garoto pegava um dos copos dali e se virava para enchê-lo da cerveja que seu pai pedia. - Mas então garoto, de onde você é, e porque carrega essa arma com você? - Ao receber o seu copo cheio, entornava em uma bela e longa golada, esvaziando por completo o álcool do recipiente. - Akira, sua cerveja. - O garoto voltava a entregar mais um copo cheio para a garota.

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Ponto-Situação do Personagem:

A longa caminhada até o famoso Búfalo Branco trazia uma singela recompensa para a jovem princesa ao conhecer Subaro que, simpaticamente atendia Akemi lhe oferecendo uma bebida que o mesmo a chamava de sua própria obra de arte, vangloriando-se de sua particular especiaria. Mas aquela proveitosa conversa era interrompida por um dos mineradores que se identificava como pai de Subaro, causando certa surpresa e receio para a garota.

Akemi ainda tinha a curiosidade por saber mais sobre as minas de Flevance, mas infelizmente a presença desse novo membro da conversa atrasaria suas dúvidas por certo tempo. - Caçador de recompensas? HAHAHAHA – O homem ria descontroladamente ao ouvir as firmes palavras da jovem princesa que tentava criar uma imagem que pudesse convencê-lo. - Por favor, me fale mais sobre você! - Franzia um pouco a testa parecendo duvidar da garota.  

- Não pressione o Akira, pai. Ele parece bem nervoso, até disse “obrigada”! HAHAHAHA – Os dois riam juntos ao comentar aquela piada que mais era engraçada pra eles do que pra qualquer outra pessoa que tivesse um tipo de humor muito mais... “descente”. - Você não parece muito forte garoto. Diga, quantos piratas você já capturou? Se é um caçador de recompensas, deve ter muito dinheiro, não é? - Um sorriso cheio de segundas intenções surgia na face do velho homem.

Enquanto a conversa se desenrolava, o ambiente ficava ainda mais cheio que anteriormente, e as inúmeras conversas inundavam todo o estabelecimento criando um espaço extremamente barulhento que poderia incomodar, e que aos poucos entravam pela mente de Akemi lhe fazendo ficar com a vista um pouco turva. A agitação ficava ainda maior com a presença de algumas pessoas no palco bem ao fundo do bar, onde alguns equipamentos de som e instrumentos eram instalados aos poucos.

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Ponto-Situação do Personagem:

Com o ambiente cheio e o barulho ecoando por todo o bar, Akemi continuava sua inusitada conversa com o pai de Subaro, do qual lhe questionava sobre a sua capacidade como um caçador de recompensas, já que a princesa se anunciara para o homem como tal. Mas aos poucos a bebida tomava conta da garota que jamais tivera o costume de ingerir grandes quantidades alcoólicas, e isso lhe fazia falar um pouco demais.

- Não tem dinheiro? Temos aqui um caçador de recompensas falido! HAHAHAHA – O Homem de primeira notava que a Akemi estaria um pouco alterada. - Você deve gastar muito dinheiro em bares. A essa hora, e já está chapado? HAHAHA – A garota mesmo estando um pouco fora de si, resolve fazer uma proposta para o homem, desafiando-o com o intuito de mostrar o quanto era boa com o rifle. - Uuuuuh, uma aposta? HAHAHA, eu aceito! - O homem se virava para o centro do bar falando em alto e bom tom. - ALÔ RAPAZES! TEMOS UMA GAROTO QUE DIZ SER CAÇADOR DE RECOMPENSAS, E RESOLVEU FAZER UMA APOSTA! ELE DISSE QUE EU POSSO ESCOLHER O QUE FOR, QUE ELE VAI ACERTAR COM FACILIDADE! HAHAHAHA -  

O inusitado público começava a gritar reagindo ao anúncio em polvoroso. - Vamos lá pra fora, garoto! Quero ver do que é capaz! - Akemi tentava se levantar da cadeira, mas cambaleava ao sentir o álcool batendo em seu corpo, o que fez o bar inteiro rir. - Que piada! HAHAHA – O homem se virava para Subaro. - Filho, traga o meu rifle, por favor! - Se voltava para Akemi. - Vamos competir, que tal!? - Sorria para Akemi enquanto caminhava para fora do bar, assim como todos que estavam lá dentro.

Do lado de fora, as pessoas se aglomeravam em volta do homem enquanto o garoto levava um rifle para o seu pai. - Vamos lá, garoto! - Analisava a própria arma enquanto passava uma pequena flanela por ela e carregava o seu cartucho. - Vou te dar uma vantagem, e deixar você escolher o que iremos atirar nessa rodada. - Após ajeitar seu rifle, mirou para o alto, e naquele momento um grupo de aves passava por ali a aproximadamente 40 metros de altura, e em um tiro, o homem derrubou uma das que estavam dentre a revoada. - HAHAHA, parece que eu não perdi o jeito. - Ele sorria de forma provocativa para Akemi, enquanto o público aplaudia e ria com o belo tiro feito por ele, sem se surpreender com tal.

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Ponto-Situação do Personagem:

Em meio a risadas e aplausos, a jovem princesa que começara o dia buscando conhecer mais do lugar em que estava, e agora depois de uma longa caminhada e alguns goles de álcool do qual ela não era familiarizada, Akemi se deparava com um duelo bem a sua frente. Duelo esse que ela não havia proposto, mas que aceitou sem pensar duas vezes – ou talvez o álcool em seu cérebro tenha aceito -, e em meio à multidão que se aglomerava ali, Akemi não recuava e seguia para o desafio.

O pai de Subaro se mostrava um excelente atirador, dando a chance para que a garota pudesse escolher o que eles iriam atirar. No entanto, tratou de dar um “cumprimento” para ela derrubando um dos pássaros que passavam juntamente da revoada. Akemi elogiou o homem reconhecendo suas habilidades, e sabendo que não poderia ficar para trás, tratou de se ajeitar em busca de retribuir o “cumprimento”.

O álcool realmente lhe subira um pouco a cabeça, fazendo com que ao observar com atenção ao bando de aves passando por ali enquanto mirava, sua visão por um instante estremeceu. Mas com cuidado e paciência Akemi voltou a si, e usando de suas técnicas como atiradora acertou uma das aves em cheio.

- OOOOOOHHH! - O público a sua volta se surpreendia com as habilidades da garota, fazendo com que aplausos e provocações ao pai de Subaro ecoassem pelo campo lá fora. - Ha... - Uma risada sem graça mostrava o quanto ele se sentia intimidado pelo belo tiro de Akemi. - Então mesmo sobre o álcool você ainda consegue atirar... - O homem se virava para Subaro e a multidão anunciando um novo desafio. - Façamos o seguinte! Um copo de cerveja, e um tiro em sequência! - Tornava a olhar para Akemi. - Veremos qual dos homens se aguentam em pé! HAHAHA! - As pessoas se animavam com o desafio feito.

Se a jovem princesa aceitasse o desafio, Subaro voltaria com uma das mesas do bar e montava lá fora, colocando sobre ela dois copos de 300ml, e algumas garrafas de saquê. - Akira! - Subaro dava um tapa em suas costas, chamando a atenção da garota. - Ele vive fazendo isso, e nunca perde. - Mas Subaro continuava sério. - Por favor, acabe com ele. Se não vai ser um mês se vangloriando dessa porcaria. - O garoto dava de ombros e se retirava dali quase se arrastando como se já esperasse o pior daquilo.

- Vamos lá caçador! HAHAHA! Veremos até onde você aguenta! - O homem agora enchia os dois copos até tampa, fazendo com que a espuma escorregasse para fora do recipiente. - Um copo, um tiro! Só acaba quando o primeiro errar, ou não aguentar ficar em pé! HAHAHA – O desafiante virava o saquê em uma golada, e em seguida observava a vista a sua volta procurando a próxima “vítima”.  

A cerca de 35 metros de distância dali bem ao fim da rua, havia uma placa ao lado de um depósito onde quase não se podia ver o que estava escrito, com exceção de Akemi que devido a sua grande capacidade de visão observaria que ali diria nada mais do que “vende-se”. E assim o homem regulava seu rifle, e após alguns segundos de puro silêncio, puxava o gatilho para retirar uma bela lasca de placa.

Contudo, a expressão dele não era de muito contentamento estando quase que aliviado. E se a garota observasse veria que a bala praticamente pegava de raspão a beirada da placa indicando que, ou a bebida já lhe começava a embaralhar, ou a distância já começara a ficar longe demais para o homem. Independente disso, as pessoas ao redor aplaudiam e gritavam agitando ainda mais o desafio, certos de que o tiro havia sido “perfeito”.

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Ponto-Situação do Personagem:

O clima do lado de fora ficava cada vez mais animado, as pessoas aglomeradas em volta da dupla de desafiantes se empolgavam a cada tiro certeiro dado por eles. O pai de Subaro era o mais convencido de todos, totalmente ciente de que jamais perderia para um garoto.  

No entanto, o homem não contava com o fato de Akemi ser uma garota não só muito bem treinada, mas que também tinha consigo uma visão absurda, e isso fazia com que a jovem princesa de forma natural e sem maldade alguma, fizesse um breve comentário que alterava o estado do homem a quem desafiara.

O rosto do homem começava a ficar vermelho, era nítido a súbita raiva em que ele sentia com o comentário anterior de Akemi, que de certa forma era recebida pelo público como uma provocação, agitando ainda mais os ânimos do pessoal que provocavam e caçoavam do minerador. Até mesmo o seu filho Subaro entrava na “onda”.

Sem se incomodar tanto com o público a volta já que a bebida não lhe permitia muito isso, Akemi tomou o seu copo com o maior desgosto, pois nunca gostou muito de bebidas alcoólicas. E apesar de sua cabeça balançar um pouco com a bebida digerida, e seu corpo começar a ficar quente com isso, a jovem princesa se acalmava antes de seu disparo.

Paciente e calculista, Akemi parou para entender as condições do vento naquela região da ilha, já que notara anteriormente que isso provavelmente influenciou no tiro do homem. Tomou sua postura, e apesar da vista um pouco tremida, forçou um pouco mais buscando o hífen da palavra escrita naquela placa, e após alguns segundos de puro silêncio, Akemi atirou.

Seu objetivo era atingido em cheio, o que tirava semblantes impressionados e encantados com a habilidade que a garota apresentava – ao contrário é claro do homem -, que ficava totalmente incomodado com a situação. - Tsc... - Voltava a encher os copos totalmente irritado com aquilo, enquanto olhava ao redor tentando de alguma forma dificultar as coisas para a garota.

- Ali, o nosso próximo alvo! - Apontando para o horizonte, um inesperado coelho branco caminhava por entre o gramado bem à frente do bar. A distância era de aproximadamente de uns 35 metros. - Dessa vez caminharemos de costas para o animal... DEZ! Dez passos. - O homem sorria com a confiança de que não perderia daquela vez. - Caminhamos juntos, e ao fim dos dez passos viramos e quem acertar primeiro, vence! - Virava o seu copo liquidando com a bebida em um instante, e em seguida parava de costas para a direção da criatura bem ao lado da mesa, aguardando o momento em que Akemi fizesse o mesmo.

Parados lado a lado, o minerador puxava os passos lentamente enquanto o público com tensão contava os passos da dupla lentamente, e a cada passo dado, as pessoas ficavam ainda mais apreensivas, pois essa com certeza seria a resolução daquele pequeno duelo. Até que no décimo passo contado, os dois se viravam abruptamente para buscarem o alvo que estava distraído a metros de distancia.  

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Ponto-Situação do Personagem:

Os ânimos aumentavam a cada provocação do público, e o derradeiro duelo já em seu clímax se aproximava do fim. Em desespero, o homem anunciava um último desafio para a jovem princesa, deixando as pessoas ao redor agitadas com a sugestão, prevendo que aquele seria o grande “embate” daquele dia.

Sem se importar com todos a volta e principalmente com Akemi, o homem começava a caminhar, extremamente focado em seu próximo tiro, ciente de que seu oponente era mais complicado do que imaginava. Mas não estava nos planos da garota seguir com aquilo, pois seu nobre coração não lhe permitia tal ato violento para com o animal.

O pai de Subaro não lhe dava a atenção, e em um ato desesperador a garota usou seu rifle para afugentar o coelho, enquanto trazia o homem para a realidade, e ainda retirava olhares assustados do público a sua volta. O homem desacreditado de tal atitude, via aquilo como a gota d’água, e em um ato brusco e de muita ira, soltou sua arma para em seguida dar um tapa com as costas da sua mão esquerda com tanta força nos braços de Akemi que fez com que sua arma caísse.  

- VOCÊ ESTÁ BRINCANDO COM A MINHA CARA!? - Puxou a garota pela gola da camisa, e num instante socou seu rosto, levando-a ao chão. - SEU MOLEQUE! - A bebida já havia subido a sua cabeça, e sem querer parar avançou pra cima de Akemi, mas logo foi parado por alguns mineradores que tinham dificuldade de segurá-lo, já que o homem era forte, e a sua raiva tornava tudo ainda mais difícil de controlar.

Subaro desapontado com tudo aquilo, corria na direção de Akemi, tentando ajudá-la a levantar. - AKIRA! VOCÊ ESTÁ BEM? - Seu semblante mostrava a culpa que ele sentia por incentivar a garota a aceitar o duelo, já imaginando que algo de ruim pudesse acontecer. - Me perdoe por te fazer passar por isso... - O garoto usava de suas forças para levantar Akemi do chão. - Merda, você tá sangrando! - O gosto metálico de seu sangue era sentido ao escorrer do nariz para a boca da princesa.

- PAREM DE ME SEGURAR SEUS DESGRAÇADOS! NÃO VOU DEIXAR ESSE MOLEQUE BRINCAR COM A MINHA HONRA!!! - Alguns mineradores sofriam pequenos danos ao tentar parar o enfurecido homem, que não se ligava por um momento o quão descontrolado e violento estava sendo com seus companheiros.  

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