[ TUMBA - 4º ANDAR] HELLHOUNDS

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Lutar em um local como aquele era diferente de tudo, o sabor da vitória não era acompanhado do alívio, mas sim pelo anseio do próximo oponente. O pouco cansaço desaparecia, à medida que o pombo tagarelava sem parar, fazendo o ambiente ao nosso redor mudar mais uma vez. - Parece que ficará difícil usar Orion de maneira eficiente. - comentava em um primeiro instante, ouvindo o ruivo comentar sobre surf enquanto parecia se esquecer que não estávamos lá para diversão. - Prefiro não me molhar por hora. - comentava, observando o local até nossos oponentes se revelarem.

Vocês parecem fortes. - comentei, observando Akira, com um olhar de quem notava que as coisas pela primeira vez não seriam tão simples. - Vamos ver quais metais e quais dentes são os mais fortes por aqui! - comentava com certa animação, mantendo Narsil ao alcance de um saque rápido.

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A animosidade era instantânea, tal como a sensação de perigo que ambos pareciam emanar. Arlong parecia ser o tipo de tritão que minha mãe comentava quando eu era menor, os que acreditam somente em seus semelhantes e veem todos os demais como fracos e inferiores, movidos por um ódio injustificado, ainda que compreensível, talvez Akira pudesse ser como ele, dentro das circunstâncias mais sofríveis, no entanto tal fato não apenas era um achismo, como acreditava ser impossível uma vez que conhecia bem o coração de meu irmão, ao ponto de afirmar que sua personalidade jamais se renderia ao ódio velado entre tritões e humanos. - Não estou falando com você peixe podre, eu estou falando apenas com meu irmão! - apontava para o ruivo, embora sentisse que uma confirmação de nosso laço pudesse lhe gerar uma reação de repúdio. Já o outro homem, parecia gabar-se da situação, podia reconhecer sua força, porém sua personalidade era irritante, do tipo que verdadeiramente me incomodava. - Estranho, nunca ouvi falar de você. Será que ele vale alguma coisa Akira?! - comentava com o ruivo, enquanto guardava Narsil em minha cintura. - Tanto faz, vou começar por você, espero que não me decepcione. - respirava fundo, enquanto podia medir através de Sirius a distância entre mim e meus inimigos. - Ativar Polaris! - a ordem sequer precisava ser verbalizada, bastava um pensamento para Sirius ativar o mecanismo, colocando não apenas as baterias em uso, como também a rotação de Orion a fim de pôr o dínamo em funcionamento.

Não leve essa luta como os andares anteriores Akira. - comentaria com o ruivo, sentindo a eletricidade percorrer minhas partes cibernéticas. - Não vamos correr o risco de nos expor a uma situação complicada! - comentava sem perder tempo em avançar contra Don Krieg, em minha mente, sabia que não poderia explorar todo potencial de Orion em um ambiente tão aberto como aquele, por isso se fosse para utilizar meus cabos, deveria ser em um momento completamente oportuno, onde o elemento surpresa poderia prevalecer contra meu oponente. Um olhar antes de entrar em combate seria o suficiente para indicar a Akira, que era melhor não nos prendermos ao mano a mano e sim, nos aproveitar de toda e qualquer vantagem para vencer. Dessa forma, utilizava minha prontidão para maximizar minha velocidade de aproximação, onde tentaria surpreender Krieg, não apenas com uma aproximação veloz, mas também com um finta a fim de extrair dele uma tentativa de defesa, para então aproveitar do momento para golpeá-lo em seu flanco. - Essa armadura de Ouro parece bem legal hein… - comentaria, antes de desferir um poderoso soco contra sua costelas. Sua armadura poderia ser impressionante, mas o simples fato dela existir não me era um impeditivo para poupar minha força temendo a resistência do metal, muito além disso o ouro era um excelente condutor de modo que a eletricidade não poderia simplesmente ser evitada uma vez que o tocasse. O soco desferido não foi executado apenas de maneira bruta, ajustaria minha posição de combate, erguendo a mão livre para próximo de meu rosto, a fim de certificar-me de que poderia, se necessário fosse, bloquear um ataque direcionado a mim. Esperava de Akira um acompanhamento no ataque, ao qual usaria para intercalar meu próximo golpe, no entanto, era preciso considerar a participação de Arlong na luta e por isso, era preciso estar pronta para lidar com Krieg sozinha, ou mesmo repelir o tritão caso ele tentasse nos atacar.

Após o primeiro ataque desferido, me afastaria rapidamente em um gingado digno de pugilistas, onde procuraria evadir-me de um eventual ataque de Krieg, ou mesmo continuar a surpreendê-lo com minha velocidade, conduzindo meu corpo para conectar um direto de direita contra sua face. O homem se dizia um arsenal e por isso estaria atenta às suas artimanhas, usando minhas partes cibernéticas para eventualmente aparar suas tentativas, usando o metal resistente de meu corpo como um escudo, direcionando seus ataques e recriando novas aberturas e oportunidades, fosse para mim, fosse para Akira. Recuaria alguns passos imediatamente após o segundo ataque, observando com atenção Krieg, antes de colocar-me ao seu alcance, provocando-o para me atacar, ao qual responderia com uma esquiva para os lados, onde procuraria encaixar meus outros dois ataque, dois socos contra suas costelas, seguidos de um cruzado de esquerda, não pouparia força ou velocidade para atacar, aproveitando-me do poder de Alioth para castigar sua defesa e tornar sua orgulhosa armadura, em uma grande armadilha.


Manteria minha atenção no máximo, atenta as artimanhas de Krieg e procurando, uma vez que estivesse em sintonia de ataques com Akira, conectar meus ataques logo após ao do ruivo a fim de não perder a oportunidade de uma rápida finalização contra o pirata. Optaria por sempre esquivar-me de seus ataques, porém se preciso fosse, os bloquearia, especialmente se com isso, conseguisse uma oportunidade para Akira conectar seu ataque. O bloqueio no entanto não serviria para Arlong, onde optaria por apenas me esquivar de suas possíveis tentativas de ataque, usando Sirius para manter-me alerta de sua posição e distância e se necessário fosse, disparar Orion contra o corpo do tritão no momento exato que conseguisse me esquivar dele, o eletrocutando momentaneamente antes de recolher os cabos e voltar a atacar Krieg.

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Não poderia traduzir de maneira melhor aqueles primeiros movimentos como um primeiro sucesso. Krieg era massacrado pela combinação de meus ataques com os de Akira, sentindo por completo a sinergia formada por mim e meu irmão desde o South Blue. - Parece que estamos em boa sintonia irmão! - comentava, antes de notar o avanço de Arlong, notando de imediato que eu seria o alvo prioritário do homem peixe. - Que irritante! - comentava, após esquivar com a sinalização de Sirius me antecipando as ações do tritão. O ímpeto gritava para que partisse para cima do tubarão serra, mas a razão insistia em me sinalizar para acabar com Krieg de uma vez por todas, ainda mais ao notar o tanto de apetrechos que ele carregava consigo. - Lamento, não posso perder tempo com você! - dizia com um meio sorriso, erguendo os punhos em sinal de combate e avançando contra o homem peixe.

A ideia era simples e objetiva, Krieg precisava ser abatido e eu, precisava auxiliar Akira no que fosse necessário e por isso avançava contra Arlong, dando a entender de que tentaria passar por ele de maneira combativa, mas desde o primeiro avanço, já media minha distância para dele com Sirius, incluindo, mensurar seu alcance com a espada que ele carregava, assim, quando estivesse bem próxima do limite de distância, usaria Orion para disparar um cabo em diagonal, mirando uma região a frente de Arlong e fora de seu alcance, para que assim me puxasse rapidamente, evadindo-me do tritão de maneira veloz e usando os cabos auxiliares para então mirar contra Krieg e assim jogar-me contra ele, aproveitando do primeiro movimento de Akira para partir para cima do pirata encouraçado.

Dessa forma, chegaria com tudo, em um chute frontal, fosse contra o corpo do homem, fosse contra ele caído no chão, buscaria conciliar minhas investidas junto de Akira, principalmente para que pudéssemos aproveitar tanto do Karatê tritão, quanto de Polaris, para que nossos ataques fosse maximizados e não dessem a o pirata chance de reação. Imediatamente após o chute, executaria um mortal para trás, novamente recolhendo e disparando os cabos, desta vez os posicionando no chão, na lateral onde o homem estava para que então me jogasse contra ele, o golpeando com um soco duplo na altura de seu tórax. - Acabe com ele Akira! - diria ao meu irmão, porém se notasse que Arlong vinha para me atacar novamente, ao invés de somente golpear Krieg, o agarraria logo em seguida, puxando-o para que o usasse de escudo contra o ataque do tritão, não apenas me evadindo do perigo, como dando a Akira uma oportunidade perfeita para golpear não apenas Krieg, como Arlong em um único ataque, ao qual combinaria a Polaris logo em seguida, golpeando o tórax de Krieg com um poderoso chute de direita, na altura de suas costelas.

Se Krieg fosse morto durante a sequência de ataques, passaria a focar Arlong, provocando-o com as mãos para que me atacasse, onde aproveitaria do peso de sua espada, para tentar evadir-me no último momento com um jogo de corpo, onde buscaria conectar um gancho em seu queixo, especialmente por considerar que o mesmo pudesse dar preferência a sua mandíbula para me atacar. No entanto, se Krieg não fosse derrotado na sequência dos ataques, utilizar meu último soco contra o homem a fim de nocauteá-lo, antes de usar Orion abruptamente para que pudesse recuar tanto do pirata, quanto do tritão.

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Krieg mal havia lutado, rapidamente colocado na defensiva, focá-la havia sido de fato uma boa estratégia, principalmente por notar a quantidade de aparatos que ele conseguia esconder no interior de sua armadura. Era um a menos, porém isso não significava que teríamos vida fácil, já que Arlong havia sido um encalço irritante para mim, que só conseguia ajudar a lidar com Krieg com o uso de Orion. - Esse é problema Akira. - comentava em alto e bom tom, ao notar a onda de choque se espalhar, arremessando não apenas a espada do tritão, como também superando fisicamente a força do ruivo. - Vocês não são iguais, nem um pouco parecidos. - comentava a distância, erguendo os punhos em sinal de combate. Talvez o que estivesse para dizer, causasse uma certa raiva em nosso oponente. - Mas já que você ameaçou meu irmão, não posso simplesmente deixar isso passar. - com um sorriso afiado, rapidamente avançava em sua direção, usando de toda minha prontidão para uma aproximação veloz.

Sirius, quero Polaris em força máxima! - pensava, observando através de Sirius o índice de potência do mecanismo aumentar, tornando a eletricidade em meus membros algo bastante visível. Assim num ímpeto veloz faria a ação de um soco direto contra o tritão, mas apenas faria daquilo um subterfúgio, usando Orion para me locomover de maneira rápida, antes havia o utilizado para passar pelo tritão, mas desta vez, só faria parte do movimento, disparando os cabos principais para atrás da posição do tritão, mas rapidamente usaria os auxiliares, disparando os cabos para onde ele estava, onde seria puxada rente ao chão antes de com um movimento acrobático surpreendê-lo com um chute de baixo para cima, mirando seu queixo e dando a Akira a oportunidade de conectar seu golpe. - Vai pra cima! - aproveitaria do avanço do ruivo para recolher os cabos, os quais usaria logo em seguida ao seu ataque, observando com atenção o movimento de meu irmão a fim de conciliar nosso ritmo de ataque.


Com Orion, dispararia os cabos de perfuração contra os ombros de Arlong, o objetivo era claro, não apenas prejudicar a mobilidade de seus braços, como também eletrocutá-lo no processo enquanto concluiria esse segundo ataque da minha parte, puxando-me na direção do tritão, saltando quando estivesse bem próximo dele para conectar um cruzado de direito, novamente em seu queixo, soltando os cabos para que Akira voltasse com o próximo ataque. Com a guarda sempre alta, permaneceria atenta aos ataques de Arlong, buscando sempre esquivas velozes e diretas, movendo o corpo constantemente a fim de dificultar seu acerto, deixando para Akira a dianteira dos demais ataques, observando uma oportunidade de atacar o tritão quando ela surgisse e o momento ideal seria quando Akira viesse para golpeá-lo, assim, partindo em uma nova explosão de velocidade, buscaria passar pela lateral do tritão, como se tentasse alcançar suas costas, mas com um movimento acrobático, executaria um acrobacia, da maneira atingir a nuca do tritão, ou mesmo sua face, caso ele se virasse para lidar comigo, surpreendendo-o com uma ação no meio daquela movimentação.


Seria essa a deixa para Akira finalizar seus ataques, sendo que tentaria golpear o meu último junto ao do ruivo, jogando-me para o chão, usando meu braço como apoio levaria minha perna direita contra a cabeça de Arlong, tentando golpeá-lo fosse ao mesmo instante de Akira, antes ou depois do último ataque do ruivo, antes de afastar-me em uma série de acrobacias, mantendo uma distância segura para evadir-me das tentativas de ataque do Arlong.

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Era notável o ódio do tritão para com os humanos, ainda que lutasse contra mim e contra Akira, os sentimentos envolvidos ali eram bem perceptíveis, enquanto o ruivo era alvo de ofensas misturadas a raiva, toda vez que Arlong falava sobre mim, era muito claro notar que havia muito mais ódio diluído em cada letra. Talvez pudesse sentir pena do homem peixe, de sua trajetória de vida, de seus dramas e do que o fez ficar daquele jeito, mas o mesmo já era um caso sem volta e mesmo assim, ameaçar Akira já era razão suficiente para não deixar que aquela situação ficasse por isso. - Irmão, vamos resolver isso juntos. - comentava com o ruivo, respirando fundo e cerrando os punhos, havia entendido melhor do que ambos ali, que gritos de raiva não resolveria as coisas para nenhum dos lados. - Ainda sim… - porém reconhecia uma importância dentro daquele conflito. Não era para que eu o resolvesse, isso deveria ser o trabalho de Akira.

Naquela ‘arena’ reconhecia-me como a mais forte dos três, a mais inteira e capacitada, mas nenhuma daquelas qualidades me tornava a mais apta para resolver aquela questão profunda, para Arlong, se eu o vencesse, era a manutenção de um ciclo do qual o ódio apenas continuaria, mas a vitória do ruivo com o golpe decisivo, mudava as coisas, mudava tudo em minha concepção. - Vamos lá! - em um surto de velocidade, lancei-me ao ataque franco, não apenas me utilizando da prontidão mas também de Orion, para disparar os cabos na direção do tritão para ter o primeiro ataque. Não executaria fintas sutis, desta vez controlaria a potência dos cabos de maneira individualmente, para que conseguisse evadir das tentativas de ataque de Arlong e conectar um poderoso soco contra seu estômago, dando assim para Akira a brecha necessária para seguir com seus ataques. Não arredaria mais nenhum centímetro de vantagem para que Arlong pudesse contra atacar e assim que o ruivo executasse parte de seus ataques, com o auxílio de de Sirius identificaria o momento propício.

Quando uma nova oportunidade surgisse, flanquear Arlong, aproveitando-me dos ataques de Akira para encontrar o momento e direção certos de atacar, o receberia com um chute na altura da costela, mantendo sempre meus punhos em guarda alta a fim de se necessário bloquear com o braço esquerdo as presas do tritão. - Você é apenas um peixe, em um aquário cheio de tuburões. - as palavras sairiam com sinceridade, antes de conectar um terceiro golpe, girando com o corpo para conectar uma cotovelada contra o queixo do homem peixe, ao mesmo tempo que usaria o gancho de Orion para me prender a Arlong, enquanto deixava o impacto levá-lo alguns metros de distância ou não, fato era de que usaria aquele timing para preparar meu ataque. - Você perdeu para si próprio quando deixou seu ódio vencer, os tritões não são assim, você se colocou no mesmo patamar das pessoas que você odeia, mas tanto eu quanto Akira somos muito mais do que você simplesmente enxerga! - Tomaria impulso, saltando caso o tritão estivesse próximo demais, ou puxando-me rapidamente com Orion em sua direção, com o punho direito completamente carregado por Polaris. - Antares…

Alcançaria não apenas o ápice de minha velocidade como também de minha força física naquele curto período de tempo, concentrando tudo em munho punho contro a barriga do tritão. - …Gungnir! - sentindo a eletricidade percorrer o membro cibernético, golpearia o homem peixe, arrastando-o no processo enquanto avisava Akira. - VAI AKIRA! - diria a meu irmão para que continuasse o ataque, cessando meu avanço e empurrando Arlong no fim do movimento, para que o ruivo finalizasse aquele combate. - Você me deve pelo menos uns vinte potes de abacate em conserva e muito rum! - diria, caso o conflito estivesse resolvido, cumprimentando o ruivo ao final da luta.