Conforme meus sentidos retornavam, conforme meu controle sobre meu próprio corpo retornava, a situação que se desenrolava na minha frente era no mínimo inusitada. No início, quando minha consciência ainda estava oscilante, eu imaginava que eu havia sido vitima de um sequestro, rendidas novamente, mas, embora tecnicamente houvesse sido um sequestro, a natureza era totalmente diferente. Pra começar, aquela criatura na minha frente era diferente de tudo o que eu já havia visto; parecia ter feições que lembravam um pássaro, mas, mesmo que fosse resultado de uma akuma no mi, não justificava o método que ele havia usado, ou pior, a gigantesca pressão que ele exercia. Eu não pretendia por tudo a perder retrucando a criatura, mas, mesmo que quisesse, eu sentia que sequer conseguiria abrir minha boca para isso. Eu não sabia se aquilo era resultado de algo que ele havia feito, ou da simples e pura presença dele, mas em ambos os casos significava que ele não era alguém que eu poderia me dar ao luxo de antagonizar. Felizmente, isso sequer seria preciso ”Tesouros?” Eu ouvia atentamente, tentando encaixar os pedaços do quebra cabeça. Ele parecia querer nos usar de gladiadores, mas, ao menos, pagar por isso, de acordo com nossa performance. Eu não gostava de ser forçada a jogar o joguinho dele, e muito menos de me submeter, mas eu também sabia que me recusar a participar significaria ter todos os prejuízos e nenhuma das vantagens, então, feliz ou infelizmente, estava na hora de ver onde o destino me levaria uma vez mais.

Atravessando o portão para o que imaginava ser a primeira arena, me pegava pensando sobre “meu companheiro”. Pensando logicamente, eu imaginava que Myriam estivesse comigo, dado a caçada que fizemos juntas e sua capacidade defensiva admirável, mas, infelizmente, o vulto rosa surgindo ao meu lado foi o bastante para destruir todos os meus sonhos em uma fração de segundo - Ah, Leonheart - Afirmava, com um tom nada animado - Da ultima vez que eu soube, você não era uma garota - Respondia o comentário dele, sem paciência para aguentar as confusões geradas pelo pandemônio de gênero daquele ser. Ele era alguém que eu definitivamente não queria ter que confiar minhas costas, mas já era tarde demais, e eu não iria chorar pelo leite derramado - Espero que leve isso a sério. Ou, bem, o mais sério que conseguir. Se eu voltar de mãos vazias por culpa sua, vou fazer questão de arrancar uma compensação de você - Ameaçava, numa tentativa conter aquele caos em forma humana. Felizmente eu não precisava me preocupar com a segurança dele, ou minha até, já que o próprio anfitrião revelou que a morte não seria realmente um problema ali, o que imaginava valer também para ferimentos ou sujeira ”Talvez haja um motivo para ele ter vindo comigo. Talves... Eu também precise de um pouco de loucura e autodestruição para conquistar a vitória” Pensava deixando a apresentação e iniciativa para Leon, mas, se fosse questionada sobre meu nome, seria fria e direta - Pode me chamar de Kim. Um perdedor não precisa de mais do que isso.

Uma batalha na floresta não era o que eu considerava de mais agradável, especialmente se houvesse lama, mas, parando pra pensar, nesse caso especifico era provavelmente um ótimo local para mim. Nasz havia dito que morte iria ser revertida, então por tabela isso significava ferimentos também, e possivelmente sujeira. Se a floresta não havia risco de me sujar, eu poderia ir com tudo, e aproveitar ao máximo aquelas arvores como proteção e obeliscos para redirecionar a trajetória do um chicote. Os dois adversários definitivamente eram inusitados, mas o ser rosado ao meu lado não ficava para trás quanto a estranheza, então ao menos para conter minha surpresa ele servia - Leon, acho que eu não preciso dizer isso, mas tome cuidado com eles. O machado e a clava são enormes - E, com um plano já formando-se em minha mente, sussurraria a ele - E acha que consegue atrair o cara com machado? Sei que gosta de ser perseguido por homens grandes - E, logo em seguida, faria minha própria provocação, me virando para a mulher acima do peso - Mais bonita? Aposto que seu espelho esta quebrado.

Após o aviso e as provocações, era hora de eu mesma tomar os cuidados. Mesmo que a morte fosse ser revertível ali, tomar um golpe daqueles dois não seria nada agradável, e infelizmente era provável de me dar um caminho sem volta para fora daquele lugar, sem nenhum dos tesouros de Nasz, e eu me recusava a voltar de mãos abanando. Sacando meu chicote, eu rapidamente me moveria lateralmente para ocultar meu corpo atrás das arvores, numa tentativa de sair do campo de visão imediato dos dois adversários. Diferente de mim, eles provavelmente precisariam contornar o obstáculo que eram as arvores, o que me daria tempo e oportunidades de pegar eles com a guarda aberta. Se eles fossem atrás de Leonheart provavelmente eu veria um deles ou os dois se afastando, mas, se ouvisse passos sem os ver ou visse sua grande lateral pelos cantos da arvore, eu faria o primeiro movimento. Rapidamente projetaria meu chicote para o lado direito, ou pelo lado oposto em que o adversário se aproximava, com o intuito de fazer a correia da arma se “chocar” com uma arvore pouco antes da metade do seu comprimento, para que o resto da arma redirecionasse sua trajetória igual o ponteiro de um relógio, em direção ao inimigo que me perseguia. Se tudo desse certo, o chicote redirecionado acertaria um dos dois, golpeando-o e chamando sua atenção como se eu estivesse naquela direção, ao qual aproveitaria a deixa para retrair a arma e disparar na direção oposta, me afastando por detrás do seu possível campo de visão.

Se o movimento desse certo e eu ainda não fosse vista, aproveitaria para segurar o chicote com as duas mãos, usando ambas como alavancas para rotaciona-lo verticalmente de forma veloz, em dois giros completos com o intuito de golpear o inimigo até duas vezes de cima com um movimento centrifugo de cima para baixo, quando então, errando ou acertando, voltaria a me afastar correndo. Porem, se meu avanço fosse visto, e o adversaria voltasse a me encarar, Eu brandiria meu chicote, disparando-o em direção as suas pernas, como se fosse tentar um golpe baixo. Se o alvo não tentasse bloquear nem desviar, ótimo, mas se visse menção de reação ao ataque, eu rapidamente deslizaria a mão esquerda com força pela correia, puxando para cima, para que a força fosse transmitida pela correia e o chicote fizesse um brusco movimento ascendente, redirecionando-se das pernas para um golpe na parte superior do corpo, antes de retrai-lo novamente e voltar a correr.

Eu esperava que não chegasse a isso, mas a chance de um dos dois conseguir encurtar distancia e me alcançar existia. Se um deles conseguisse chegar em distância de ataque, eu percebesse que iria tentar um golpe vertical, rapidamente giraria meu pé e me impulsionaria para o lado para tentar sair da trajetória do ataque, aproveitando também o momento para desferir uma rápida chicotada contra o braço do meu adversário, possivelmente ainda lento pelo recurso do peso da arma; após isso voltaria a correr. Se o golpe fosse horizontal, balançando a arma de um lado ao outro, eu rapidamente me abaixaria, deslocando meu corpo levemente para a lateral durante o movimento, afim de não ficar totalmente em seu caminho, e me apoiaria com uma das mãos no chão. Aproveitando a parada brusca para me abaixar e deslocar, onde possivelmente meu adversário continuaria o movimento, eu aproveitaria para esticar minha perna e chutar as pernas do meu adversário, como uma rasteira, para tentar derruba-lo aproveitando seu próprio movimento de corrida, ao qual logo puxaria de volta minha perna para não haver risco de cair em cima dela. Caso tivesse tempo, aproveitaria a possível queda para desferir uma chicotada em suas costas antes de correr, senão não perderia tempo e voltaria a correr logo. Se, nesse meio tempo, eu estivesse relativamente próxima de Leon e Anais correndo, e percebesse que iriam ser atacados por um ataque que não conseguiriam evitar, eu projetaria meu chicote na direção do braço do atacante, tentando segura-lo ao redor do cotovelo para defender o ataque por Leon, apenas por uma fração de instante para que meus aliados pudessem ter tempo de reação, quando então soltaria o chicote para não haver risco de ser agarrado, e voltaria a correr.

Após o poderoso impacto da clava, logo me esforçava para levantar novamente. Por mais que não fosse no mesmo nível do enorme machado de Morgan, aquela clava certamente faria um estrago se eu não prestasse atenção. A queda e redução de passo minha e de minha adversaria ao menos tinha uma vantagem, e era de ter um instante pra fazer uma nova analise do local. Os enormes troncos caídos deixavam claro a violência que estava rolando com Morgan e Leon, e, se o rosado estava se balançando entre as arvores, claramente estava ficando sem opções, o que significava que era minha vez de me adaptar a ele. Novamente de pé enquanto recuava da enorme mulher, um sorriso se abria em meu rosto ao ver que meu plano estava dando certo - Isso foi tudo? Achei que esse seu braço enorme e rechonchudo faria mais estrago, mas sua força parece igual à sua beleza: Inexistente - E, com a nova provocação para tentar garantir a manutenção do status quo, voltaria a correr, mas dessa vez com uma meta clara: Uma área mais florestada.

Diferente de Alvida, meu corpo era realmente esbelto e leve, então não tinha muitas preocupações quanto a saltar por cima dos troncos caídos, mas o corpo acima do peso de minha adversária me fazia ter mais facilidade em a imaginar empurrando os troncos do que saltando por cima deles. Assim, em um movimento rapido, saltaria por cima de um dos troncos enquanto corria de Alvida, me apoiando com os braços e fazendo um rolamento se fosse mais veloz dessa forma, afim de ganhar tempo. Caso pudesse me dar ao luxo, olharia rapidamente ao redor para tentar identificar uma área com mais arvores onde pudesse ir, ou a direção que Leon já estivesse se dirigindo. Com o curso traçado, sem nunca parar de me mover, rapidamente me viraria para trás, projetando meu chicote em um primeiro ataque com violência contra a mulher caso visse ela numa má posição tentando passar por cima do tronco, e novamente aumentaria a velocidade de corrida na direção mais arbórea e próxima de Leon. Permaneceria correndo e saltando pelos troncos, segurando o chicote em minha mão direita, atenta tanto ao terreno a minha frente quando à Alvida atrás. Se em algum momento, por um atraso meu ao tentar saltar pelo tronco, Alvida conseguisse se aproximar e tentasse um ataque, eu deixaria meu corpo cair até o tronco e o usaria para rolar lateralmente para a direita, tentando sair da área do ataque. Durante esse giro, faria um movimento de alavanca com o braço para que o meu chicote se distendesse ao meu redor, usando a força de rotação para talhar Alvida sem que eu precisasse sequer mirar, graças a proximidade. Após isso, seguraria meu movimento com a mão esquerda e continuaria a correr dela. Caso percebesse que ela conseguiria me atacar e eu não estivesse em condição ou posição para usar um tronco de apoio, rapidamente faria um rolamento lateral para evitar um golpe vertical ou uma balançada da clava, antes de aproveitar o recuo do peso da arma para disparar meu chicote contar ela em um rápido ataque e voltar a correr.

Enquanto corresse, tentaria não me afastar demais dela mesmo que tivesse a oportunidade, para que ela não se desencorajasse de me perseguir e focasse em Leon. Assim que percebesse estarmos novamente em uma área com mais arvores ao nosso redor, esperaria o momento assim que eu cruzasse por uma arvore próxima e rapidamente me viraria, segurando o chapéu com a mão esquerda durante a virada, no momento que Alvida fosse passar pela arvore também, atrás de mim. Brandindo meu chicote, faria menção de disparar a arma em sua direção verticalmente, mas ergueria meu cotovelo para mudar o ângulo do ataque e dispararia a correia horizontalmente, para que se chocasse contra a arvore e a usasse como alavanca, redirecionando-se em um ataque lateral em vez de frontal, para ataca-la por um ângulo em que estivesse despreparada. Caso, defendendo ou recebendo um dos meus ataques, ela não hesitasse e conseguisse me alcançar, aproveitaria a mão segurando meu chapéu para, com remorso, retirá-lo de minha cabeça e jogar contra o rosto de Alvida, obstruindo sua visão e, possivelmente, me dando tempo de um rápido salto para trás para me afastar do alcance de sua clava. Casso desse certo, aproveitaria também o momento de confusão para rotacionar meu chicote verticalmente com rapidez, afim de talhar seu corpo antes de voltar a correr.

Após voltar a uma área mais arborizada junto de Leon, eu voltaria a me esconder atrás das arvores, para forçar Alvida a ter que contornar ou derruba-las, me permitindo saber de qual lado ela viria, e com essa informação, desviaria saltando para o lado oposto que ela atacaria. Se, nesse meio tempo, Morgan se aproximasse para tentar me atacar também, brandiria meu chicote com minha técnica Schmerzgürtel, criando um cinturão mortal ao meu redor, tentando dar um instante para Leon me ajudar, e, se percebesse a oportunidade, esquivar logo em seguida do ataque dos dois fazendo um rolamento por entre os corpos dos dois, no ponto em que suas ambas armas se chocariam para ter espaço o bastante para fugir. Caso, porem, Leon me estendesse o chicote por entre as arvores, o seguraria e amarraria o meu também por lá para ser puxada para fora dali. Caso Leon fosse ser atacado por um ataque de Morgan que eu visse, tentaria disparar meu chicote contra o braço dele para momentaneamente o amarrar e dar tempo de Leon esquivar, antes de retrair novamente a arma para não ser puxada.

A enorme vantagem que eu e Leon estávamos acumulando com o avanço do combate era prova o suficiente para mim que ele ter sido meu companheiro havia sido a escolha certa por parte do meu subconsciente, ou do que quer que tivesse tomado essa decisão. Mesmo que as chicotadas fizessem pouco contra os dois adversários, aos poucos nossa vitória se aproximava do alcance. O único problema era... - Nasz, espero que meu chapéu também volte quando passarmos deste andar, ouviu bem? - Dizia não com tom de ordem ou intimação, mas mais como constatação. Mas não tinha mais tempo para pensar no assunto, pois tinha dois inimigos a minha frente.

Aproveitando as debilitações dois dos adversários, logo me afastaria novamente deles, contornando as arvores para nunca me afastar demais de Leon, para novamente me esconder atrás delas como havia feito no começo do combate. Eu não estava tão preocupada quanto a Alvida depois da perseguição lamentável e de sua queda, mas Morgan ainda era um perigo se ele decidisse passar a me perseguir. Me escondendo atrás da arvore, rapidamente olharia ao redor em busca de uma pedra próxima que eu pudesse enrolar com o chicote, e esperaria um instante para discernir o que Morgan faria. Se ele decidisse me atacar, rapidamente projetaria meu chicote em direção à pedra, antes de projeta-la em direção ao homem como primeiro ataque, para ao menos ter tempo de correr enquanto ele tivesse que lidar com aquele pesado projetil voando em sua direção. Se, porém, ele continuasse perseguindo Leon, eu não deixaria barato para Alvida. Logo avaliaria os galhos das arvores acima de Alvida, buscando um que fosse relativamente grande e não parecesse difícil de arrancar. Logo dispararia meu chicote naquela direção, e, com um pulinho, puxaria-o com força para baixo, para que despencasse em cima da cabeça da minha adversaria como primeiro ataque. Forçando-a a se livrar daquele galho após o impacto, ou com ele dificultando os movimentos e visão dela, eu logo agarraria a pedra com meu chicote, e, com as duas mãos, continuaria a ofensiva movendo ele para cima em um arco vertical, afim de usar a gravidade e a força centrifuga para projetar a pedra com muita força na cabeça de Alvida, de cima para baixo.

Independente de quem fosse meu adversário mais imediato, e se tivesse acertado meu primeiro ataque ou não, logo começaria a me mover entre as arvores se já não estivesse em fuga. Com passos rápidos, avançaria para trás das arvores para mudar o tronco que me ocultava afim de observar o arredor. Se Morgan ou Alvida estivessem me perseguindo, sabendo que eles poderiam ou contornar ou tentar derrubar a arvore, daria um salto para trás, me afastando da arvore quando eles estivessem se aproximando, para ter tempo de ver de qual lado viriam e correr na direção oposta, graças a possivelmente vê-los antes deles me verem. Nesse caso, faria um ataque extra aproveitando o avanço para disparar o chicote e fazê-lo contornar a própria arvore que meu perseguidor estava contornando, para poder acerta-lo com uma chicotada por trás após a curva no tronco; depois correria novamente em busca de outra arvore para me esconder. Caso Morgan estivesse muito ocupado com Leon, e Alvida estivesse atordoada demais para me perseguir de forma eficiente, eu aproveitaria para fazer meu segundo ataque projetando meu chicote em sua direção, mirando principalmente no braço dela que carregava a clava, usando aquela oportunidade única e de ouro para tentar não apenas feri-la, mas talvez até mesmo a fazer derrubar a arma involuntariamente. Se desse certo, e ela tentasse se abaixar para pegar a clava novamente, eu esperaria o momento que ela fosse começar a erguer o cabo da arma do chão, para projetar meu chicote um instante antes e agarrar o cabo da arma assim que houvesse espaço o bastante, tentando assim puxar a arma de suas mãos antes que ela pudesse processar o que estava ocorrendo. Se eu percebesse que não ia dar tempo antes dela segurar a arma com firmeza, desistiria e rapidamente retrairia o chicote para ela não ter tempo de tentar o agarrar e/ou me puxar.

Se Alvida, infelizmente, tivesse tempo e força de me puxar em reação a minha tentativa de desarma-la, tentaria resistir por um instante para rapidamente pegar outra pedra ali no chão, para, ao ser puxada, acelerar o puxão com um salto e puxão meus, afim de alcança-la mais rápido do que ela esperava e fazer um ataque extra golpeando com força sua cabeça com a pedra. Após isso, voltaria a correr e me esconder entre as arvores. Caso, em qualquer momento Morgan ou Alvida conseguissem me alcançar rapidamente faria um rolamento lateral no momento que eles fossem me atacar, esperando que assim pudesse evitar golpes verticais ou um balanço das grandes armas; ao qual, logo voltaria a correr em velocidade máxima para me afastar deles, sempre correndo em círculos para não me afastar demais de Leon, e novamente me esconder atrás de alguma arvore. Caso eu visse que Leon iria ser acertado por um ataque de Morgan que não conseguisse esquivar, e eu estivesse próxima, aproveitaria para projetar meu chicote para brevemente segurar o braço do atacante, afim de dar um instante para Leon poder evitar o ataque, mesmo que parcialmente. Após esse breve instante, largaria o braço de Morgan e retrairia o chicote para ele não ter tempo demais para processar e tentar me puxar.

Ver Alvida desmaiando após as pedradas tirava um peso dos meus ombros, por finalmente ter tirado de jogo um daqueles assustadores adversários. Mesmo que eu tivesse nocauteado ela sem tantos problemas, eu estaria mentindo se negasse estar temerosa quanto sua força, especialmente depois do ataque dela que quase me atingiu em cheio. Exatamente por isso eu sabia que não poderia me dar ao luxo de perder mais tempo, precisava ir agora ajudar Leon, uma vez que o adversário dele parecia ainda mais forte, mas quando estava prestes a me virar e sair, a cena do golpe de Alvida contra mim reprisou em minha mente - ...Quer saber? Isso é pela marretada de antes! - Desenrolando meu chicote, faria dois golpes contra a mulher caída, com o intuito de formas um X em suas costas ou outra área mais exposta. Não sabia se ela chegaria a sentir isso depois, mas com certeza me deixava mais satisfeita.

Após lidar com Alvida e chutar sua arma para longe por garantia, logo começaria a circundar o campo de batalha como que rondando a posição que Leon e Morgan estavam. Eu confiava em Leon para ganhar tempo com aquele mostro, se havia algo que o rosado fazia bem era irritar os outros, e se o fluxo do combate continuasse como antes, era tudo uma questão de tempo até Morgan cair também; não precisava me apressar. Inicialmente me manteria observando de longe, fora do alcance visual de Morgan e fazendo questão de me mover para nunca deixar ele se virar direto para minha direção, uma vez que, diferente de Leon, eu duvidava que fosse conseguir evitar a investida dele de forma tão fácil. Sempre que Leon e Morgan se movesse, eu também me moveria para manter a exata mesma distância deles, e sempre faria questão de observar meus arredores para procurar pedras que eu pudesse em algum momento jogar com meu chicote assim como fiz com Alvida. Se conseguisse me manter fora da vista do homem com mão de machado e percebesse que uma das investidas dele seria demais para Leon evitar, eu aproveitaria da minha posição inconspícua para agarrar uma pedra previamente encontrada com meu chicote, e faria um ataque projetando-a em direção a Morgan para o forçar a perder tempo evitando a pedra ou se desestabilizar ao ser atingido, para dar a chance de Leon esquivar do ataque e/ou se afastar para uma posição de maior segurança. Caso, porém, não houvesse uma pedra para arremessar, eu projetaria meu chicote em direção ao pé do homem, afim de travar seu passo, antes de fazer uma curva em uma arvore para criar um ângulo de 90 graus com minha arma ao redor da estrutura vegetal, para usa-la como força adicional para impedi-lo de arrancar imediatamente o chicote de minhas mãos com a força de sua perna. Assim que desse um instante a Leon se reposicionar, rapidamente balançaria o chicote para o faze-lo desprender-se e o retrairia, para não dar muito tempo a Morgan de tentar agarrar a arma. Se ele conseguisse a agarrar e tentasse me puxar, apenas desistiria da arma e a largaria para evitar o grande machado, voltando então a correr me afastando.

Caso Morgan tentasse a qualquer momento se virar contra mim, mudando de alvo, elevaria a voz - Leon, uma ajudinha?! - E começaria a correr do grande homem, aproveitando minha distancia inicial para ganhar ao menos um pouco de tempo. Correndo dele, tentaria prestar atenção as arvores e seus galhos acima de mim, e, ao ver um galho maior e mais fino mais à frente, projetaria meu chicote para agarra-lo, e, com um forte puxão, tentaria arranca-lo da arvore e o fazer vir mais ou menos na minha direção. Depois de tanto fugir de Leon saltando entre os galhos, eu apostava que ver eu jogando meu chicote em um faria ele pensar que eu pretendia me puxar também, e, se estivesse certa, ele certamente correria mais rápido para tentar não me deixar. Eu, porém, quereria que ele fizesse exatamente isso, pois, ao puxar o galho em minha direção, daria um amplo e rápido salto para o lado, soltando meu chicote, para que o galho fosse direto em direção a um Morgan desenfreado, chocando os dois. Se desse certo, aproveitaria a chance de provável confusão de Morgan para correr para trás de uma arvore da região e me esconder antes de voltar a me procurar, preparada para voltar a correr de arvore em arvore, usando o grande corpo de Morgan para saber quando e por que lado ele estava se aproximando antes dele me ver, e poder assim saltar na direção oposta da aproximação dele e correr com certa vantagem novamente para trás de outra arvore. Se ele conseguisse me alcançar, tentaria desviar da uma machadada sua me abaixando se fosse um golpe alto ou saltando para o lado se fosse uma machadada vertical, antes de voltar a correr.