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Um RPG narrativo baseado no universo de One Piece, obra criada por Eiichiro Oda.
 
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 Terra em Transe

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AutorMensagem
Kenshin
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Kenshin


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MensagemAssunto: Terra em Transe   4682B4 - Terra em Transe - Página 3 EmptySex Ago 13, 2021 3:22 pm

Relembrando a primeira mensagem :

Terra em Transe

Aqui ocorrerá a aventura do(a) Civil Tsao Tsao. A qual não possui narrador definido.

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MensagemAssunto: Re: Terra em Transe   4682B4 - Terra em Transe - Página 3 EmptyDom Set 26, 2021 3:17 pm

A Jornada de Tsao

Vestir a roupa por cima da que vestia poderia ser um pouco incômoda no início devido as vestimentas a mais e também dava um calor um tanto mais alto do que o costume devido ao atrito entre as roupas e a qualidade delas já que fazia com que absorvessem mais calor e Tsao se sentisse mais quente. Entretanto, esse incômodo ia diminuindo aos poucos conforme se acostumava e a roupa parecia se ajustar corretamente aos efeitos desejados. Com a máscara já amarrada em seu rosto, o assassino estava pronto para começar os seus trabalhos e assim prosseguir para a execução de sua estratégia.

Primeiro, ele se focava em analisar as posições dos marinheiros que em grande maioria estavam dentro da casa ou se rodeando, alguns faziam leves contas de ida e volta há dez metros como se estivessem impacientes ou tentando apenas mostrar algum serviço. E esse era o momento perfeito para que o caçador pudesse começar os seus planos, primeiro, pegava uma pedra de tamanho pequeno que seria o suficiente para a sua execução e a disparava em uma direção oposta a que estava e adjacente aos marinheiros que rapidamente se dirigiam para lá após escutar o barulho, sacando espadas e puxando o ferrolho de suas armas como se o menor sinal de movimento estivessem preparados para dispararem.

Porém, esse momento era perfeito para que Tsao saísse de onde estava para se aproximar mais de onde estava Kane e assim conseguia fazer sem que tivesse sido visto por nenhum, ou talvez, pelos marinheiros já que no momento em que sentia estar mais próximo do Temido em distância terrestre, ele ouvia o se movimentar. E assim começava a busca pelo homem de chifres que começava a pular de prédio em prédio já que eles não tinham uma distância muito grande e mesmo quando tinham, ele parecia se sobressair naquelas distâncias.

Através dos barulhos das telhas e do vento que o seu corpo fazia, Tsao conseguia localizá-lo através dos olhos e então via o motivo pelo homem se locomover de forma tão veloz pelo alto e não sofrer nenhum desequilíbrio, que provavelmente, além de treino, era uma questão física. No lugar de seus pés, haviam cascos de bode o que facilitavam aquele seu movimento já que eram preparados para subirem montanhas e afins. Desta forma, a perseguição ficava um tanto mais difícil já que o homem conseguia facilmente escapar da visão de Tsao devido a altura e o ângulo em que se encontrava.

Depois de correrem quinze minutos e o assassino ainda conseguir ter a sua localização, o homem entrava em um armazém através de um pano branco, o local era escuro e não podia ter certeza de seu interior já que a ambiente se mostrava abandonado a um tempo com as vinhas subindo pelos seus portões e a poeira localizadas em suas placas. Se ele forçasse a visão para observar o que estava escrito no metal, conseguiria ver “Casa de Peixes”.

A princípio, as ruas estavam vazias e os estabelecimentos devidamente fechados, para adentrar o armazém tinham três opções principais visíveis, uma delas era o local por onde Kane foi capaz de entrar, uma entrada lateral há dez metros de altura do solo sem nenhuma escada aparente. Um grande portão de aço que abria para cima, provavelmente trancado com cadeado ou semelhante em que as mercadorias entravam e saiam e uma porta lateral do estabelecimento, mais simples e apenas com uma fechadura normal.

Dentro do local, não se ouvia mais nenhum barulho como se os passos tivessem parado ou apenas tivesse tomando mais cuidado com os seus barulhos, de toda forma, dependia de Tsao descobrir o que havia acontecido.


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MensagemAssunto: Re: Terra em Transe   4682B4 - Terra em Transe - Página 3 EmptyDom Set 26, 2021 7:28 pm



Diabo


A roupa era perfeita para se alojar em meu corpo, mas as vestes plebeias eram demasiado desconfortáveis com o tecido do traje apertando ao corpo. O calor era momentâneo, mas rapidamente conseguia me acostumar. Talvez fosse mais fácil se não precisasse trocar as roupas no meio de um beco. Obviamente, ficar pelado ali antes de botar o traje, além de tomar mais tempo, deixaria meu corpo muito vulnerável, então simplesmente resolvi seguir com a ideia. A possessão do Diabo já tomava uma forma mais forte, e vindo do fogo do inferno, o calor pouco importava. Era momento de seguir. A distração funcionou, uma vez que os agentes estavam tão concentrados e esperançosos em sua tarefa, que não perceberam que podia se tratar simplesmente de um gato vadio. Correram para os becos, esperando que encontrassem o alvo. Tolos cegos, tão burros quanto cachorros sarnentos em busca de comida. Kane, então, começava a se mover.

Com todos os agentes distraídos, a perseguição começava. Em passos furtivos, não era difícil descobrir a localidade do caprino saltando pelos céus, uma vez que o som de seus cascos era memorável ao pisarem nos telhados, e seu grande corpo facilitava minha audição, pelo barulho do grande peso passando por plataformas suspensas. Era difícil imaginar se ele havia descoberto ou não minha localidade, uma vez que o seguia pelos passos, vindo de baixo, enquanto ele seguia de cima, em sua fuga para não ser encontrado pelos policiais. A caçada durava algum tempo, o alvo saltava de um lado para o outro, indo por vielas escuras, se afastando cada vez mais. Não havia sentido correr por tanto tempo para despistar alguns agentes. Sendo assim, ele provavelmente sabe que está sendo seguido, só não sabe ainda por quem.

Algumas vezes parecia que seria difícil continuar acompanhando, mas a audição nunca falhava. Em um dado momento, ele entra por uma janela alta, a vários metros de altura, no que parecia ser um enorme armazém. O local parecia abandonado. No letreiro, a "Casa de Peixes" se erguia diante do Diabo, enquanto seu sorriso sádico enfeitava a máscara, observando com os amarelos olhos de seu corpo possuído, o local de enterro da primeira vítima. Ou seria o primeiro movimento? Havia somente a presença de espíritos lamuriosos e almas de outro plano no local, e nenhuma alma com carne naquelas ruas enviesadas pela noite. Ao se aproximar do local, haviam algumas opções de entra. A janela, muito alta, não servia como porta de entrada. O portão, muito grande, devia demorar para ser aberto, e deixaria com que o rato escapasse. O que restava uma portal na lateral do estabelecimento, pequena o suficiente para entrar, fácil o suficiente de ser aberta. Pegando alguns objetos de arrombamento dos bolsos, um pino de metal e uma chave de 90º, colocaria a chave na fechadura para puxar a trava, e utilizaria o pino para empurrar os dentes, até ouvir um clique, revelando que a porta havia sido arrombada. Entraria, logo em seguida.

Dentro do edifício, embora a escuridão reinasse, a visão do corpo possuído era boa o suficiente para enxergar nas trevas, mesmo que com a gama de cores reduzidas. O corpo se compeliria para a frente, com passos calmos e ouvidos atentos, objetivando encontrar seu alvo, a próxima alma que seria levada para o inferno. Estando no meio do armazém, começaria a analisar o local onde estava, confiando em meus ouvidos para qualquer barulho possível, e em meus olhos para ver onde cada objeto se localizava. Uma varredura simples para saber se era um espaço mais aberto, ou se estava com vários objetos pequenos, ou vários objetos gigantes, e também para possuir uma ideia de possíveis lugares onde fosse possível se esconder. Com a furtividade deste corpo que possuo, os passos deveriam ser dados sem que houvesse barulho, e os movimentos deveriam ser contidos, como a respiração lenta dos pulmões que carregam minha alma. Onde está você, pequeno malfeitor? Sua hora chegou.

Já retiraria o facão das costas, levando a mão esquerda para o cabo no ombro direito, deslizando-o até ficar empunhado com a lâmina decapitadora. Era preferível que o alvo fosse encontrado antes, e as suposições fossem feitas depois. Caso ouvisse uma movimentação, viraria meu corpo e então aguardaria para saber de onde vinha o movimento, estando de espada em mãos. Caso pressentisse um ataque, com a prontidão do corpo que possuo, rapidamente me afastaria da direção do golpe. Independente do local de onde viesse, prontamente esquivaria e então me ocultaria em um local com bastantes sombras, e um objeto do cenário que obstruísse a visão seria ótimo. Afinal, era pouco provável que Kane, por mais temível que fosse, provavelmente não pode ver através das coisas. Aproveitaria de seu momento de ataque para que não notasse que estivesse escondido.

Se não viesse ataque algum, ou não encontrasse ninguém após um período de tempo, daria um longo assobio pelo local, quase que como chamando sua atenção. Havia a possibilidade de ele simplesmente sair pela janela novamente, mas era interessante que ele mesmo soubesse que a morte estava em seu encalço, e o Diabo estava preparado para levá-lo de volta para o inferno.

Não há mais motivo para esconder. Apareça. — Diria, a voz embargada e grossa.

O disfarce de Diabo era perfeito. Ao mesmo tempo que carregava a desgraça do corpo de um rato das ruas, não permitia que sua identidade fosse descoberta, e sua possessão poderia apavorar até mesmo o mais corajoso das sementes do sofrimento, prontas para serem levadas pelo inferno, antes que deixasse esse corpo e pudesse continuar sua pacata vida, em busca da cessação do tormento eterno que era a vivência. Enfim, a estrada de tortura para a erradicação do mal estava apenas começando, e eu serei o último que será enviado de volta para o inferno, junto do espírito que possui meu corpo.

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Achiles
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MensagemAssunto: Re: Terra em Transe   4682B4 - Terra em Transe - Página 3 EmptyTer Set 28, 2021 5:15 pm

A Jornada de Tsao

Utilizando do seu kit de arrombamento para realizar a função de abrir a porta lateral do armazém, do qual julgava ser a melhor entrada para ele, ele conseguia ouvir o tão desejado clique da fechadura que abria conforme ele empurrava a maçaneta e um leve rangido era ouvido da porta de metal e suas dobradiças enferrujadas. Para ouvidos atentos, o barulho das dobradiças poderia indicar que havia algum invasor, porém, se Kane soubesse, não havia demonstrado nenhum movimento até agora.

O local estava bem escuro quase em uma penumbra e a visão privilegiada que Tsao tinha o ajudava a se localizar dentro daquele local e um dos principais detalhes que conseguia observar eram as altas plataformas e certos guindastes que havia dentro do local que facilitavam o trabalho de pegar um peso, peso do qual poderia ser facilmente identificado como os peixes dos quais eram trabalhados por ali.

O armazém era sujo e fedia bastante, um cheiro podre e com as características do peixe, não era agradável nem para as narinas mais fracas e chegava a incomodar até mesmo debaixo da máscara. O chão era feito de concreto e haviam grandes caixas empilhadas e vazias por diversos locais, também haviam balcões de metal grudados ao solo e ao norte, um tanto distante, haviam cadeiras e mesas como se também já tivesse servido como um refeitório ou algo similar, embora não tivesse separação do resto do armazém

Ao alto, ele conseguia ver o que pareciam ser escritórios já que suas janelas eram fechadas e observavam por tudo e a todos e ali, naquela sala, havia um leve brilho vermelho como se fosse uma luz acesa. Com o facão em mãos e passos silenciosos, Tsao continuava procurando pelo diabo ou a procura de qualquer barulho e quando este não vinha, então assobiava chamando pela atenção de quem estivesse ali e declarando abertamente qual era a sua posição e no momento que fazia isso, uma faca era jogada em sua direção diretamente do escuro e graças aos velozes reflexos do caçador, conseguia bloqueá-lo usando do seu facão.

- Parece que conseguiu me encontrar. Caçador? É... Parece ser... – Sua voz ecoava em meio ao armazém de forma que era difícil localizar apenas através da audição, mesmo a de Tsao ser mais aguçada do que pessoas comuns e os seus passos eram silenciosos mesmo com os cascos o que tornava as coisas ainda mais problemáticas. – Pena que não conseguirá a recompensa que venho buscar. – E outra faca era arremessa, mais uma sendo defendida por Tsao que ainda não havia conseguido sequer imaginar de onde elas estavam vindo, mas tinha certeza de que o homem tinha se movimentado já que a faca tinha vindo de uma direção diferente. A primeira, havia vindo do norte, a segunda, ao leste.


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MensagemAssunto: Re: Terra em Transe   4682B4 - Terra em Transe - Página 3 EmptyQua Set 29, 2021 1:56 am



Diabo


A escuridão do armazém era profunda e tenebrosa. A frieza dos espaços vazios daquele edifício era tamanho, a ponto de parecer que o próprio frio falava aos seus ouvidos. Em compensação, o cheiro de peixe era desagradável, e ardia no nariz com a podridão do local. Poderia ser dito que aquela era a porta para o inferno, até certo ponto. Claro, tudo depende de como você reconhece o inferno. É um lugar frio, escuro e inabitado, ou uma caverna em chamas com monstruosidades com tridentes? Iconografias irreverentes, uma vez que, ao ter sua vida ceifada, de nada adiantaria. Seu destino será o mesmo. De toda forma, o local parecia propício para uma aventura estratégica em uma luta pela vida ou morte. Haviam guindastes pendurados no teto, plataformas altas de metal, e enormes caixas espalhadas pelo chão que poderiam muito bem servir de cobertura visual para esconderijo e proteção. Até um refeitório menor, mas não fazia muita diferença, os balcões não pareciam ter algum valor naquele momento.

Pensando sobre isso, era óbvio que Kane estava em vantagem. Além de ter chegado primeiro no local, ele naturalmente detinha o elemento surpresa da situação. Ao que parecia, também era especializado em práticas furtivas, apesar de ser óbvio pelo simples fato de ter se escondido esse tempo todo, e conseguido fugir da Marinha por um bom tempo. Mesmo que seja a caça, ele tem meu respeito. Mas não era tamanho. Estava me esperando, enquanto caminhava livremente pelo local. Aparentemente não gostava de lutas diretas, o que era uma pena. Ao assobiar e chamar sua atenção, ele também não parecia ser muito bom se comunicando, uma vez que falou como se ele mesmo estivesse buscando por ele. Enfim. Sua localização era difícil, uma vez que o som ecoava, e o arremesso de facas parecia ser sua maneira de continuar oculto. O bloqueio foi limpo nas duas vezes, mas precisava ter mais cautela.

Você é tão temido que precisa se esconder? Patético. — Diria para o nada, esperando que a provocação surtisse efeito.

Havia um padrão nos ataques dele, e algo que revelava sua localização. A primeira faca havia vindo do norte, e a segunda havia vindo do leste. Sua movimentação era suficiente para se deslocar em um tempo. É natural que a próxima faca venha do sul, havendo chances de vir pelo norte, mas não irá vir do oeste, uma vez que é a direção contrária. A movimentação é boa, mas esse jogo eu já conheço. Rapidamente, guardaria o facão e pegaria uma das facas no chão. Estaria atento, e assim que a próxima faca fosse atirada, tentaria esquivar jogando meu corpo para o lado, e com a mão esquerda, lançaria a faca pega no chão em direção ao mesmo local de onde poderia vir a terceira, tendo em consideração que provavelmente viria do sul, mas ainda com olhos no norte. Assim que atirasse a faca de volta, correria como o capeta em direção ao local, correndo pelas sombras, a máscara tenebrosa exalando sede de sangue. Sacaria, então, o facão, para dar um golpe usando a lâmina. Se ele tentasse se esquivar, tentaria acompanhar seus movimentos, e miraria especificamente seu pescoço, com balançadas curtas, rápidas e fortes. A ideia era que ele continuasse em meu campo de visão, e não possuísse mais tempo para se esconder ou pensar. Nesse combate, tentaria bloquear seus ataques com o facão, e procuraria por brechas para executar cortes bem dados em seus membros, tentando incapacitá-los, apesar deste nível de combate não ser tão alto.

Se Kane tentasse um ataque de frente, saindo das ideias do lançamento de facas, primeiro iria esquivar de seus ataques, jogando o corpo para fora de seu alcance, tentando confundi-lo com meus movimentos, antes de adentrar as sombras e me mover rapidamente por elas, para que pudesse me esconder. Nesse caso, tentaria manter uma breve ideia de sua localização, e assim que entrasse por um espaço escuro, sair pelo outro para atacar seria a melhor alternativa, uma vez que minha especialidade em Assassinato era tamanha, que poderia auxiliar em causar mais danos. Afinal, se ele se esconde e depois se deixa mostrar, também preciso do meu momento de brincar, não é? Após o ataque nas sombras, tentaria me defender com uma esquiva rápida se houvesse retaliação, mas mesmo se fosse atacado, rapidamente circundaria seu corpo, indo pelas suas costas, e então me esconderia nas sombras novamente, esperando o próximo momento para atacar.

Para o caso de receber algum golpe, estaria disposto a segurá-lo naquele momento, e usaria o braço esquerdo livre para retaliar e atacar o membro mais próximo, ou a cabeça, se estivesse próxima o suficiente da lâmina do facão. No caso de possivelmente ser lançado para trás, em razão do tamanho de Kane, aproveitaria o fim do trajeto e então tomaria impulso com os pés, correndo como o Diabo de frente, antes de saltar para lhe golpear com o facão no meio de seu corpo, ou onde quer que a lâmina quisesse atingir, em um corte de cima para baixo, como um predador que salta para matar sua presa. Estou pronto para morrer, você está pronto para deixar sua vida carnal? Se fosse atingido e não pudesse usar o braço esquerdo para atacar com o facão, tentaria me desvencilhar, saltando para trás, antes de avançar numa finta para tentar golpeá-lo novamente.

Está pronto para ir pro inferno?

Não havia uma luta perfeito, ao mesmo passo que não haviam planos imperfeitos. A morte regia a lâmina, e o Diabo abençoava seu corte.

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MensagemAssunto: Re: Terra em Transe   4682B4 - Terra em Transe - Página 3 EmptySex Out 01, 2021 4:56 pm

A Jornada de Tsao

A provocação não surtia efeito e o silêncio impregnava no local diante dos ecos da voz de Tsao, sua linha de raciocínio começava a formar algo certeiro e estipulava a direção de que viria a próxima adaga, já estando pronta para disparar contra aquela no momento em que a visse e era assim que era feito. Um movimento rápido vinha do sul e o cortar do vento revelava a adaga disparada em sua direção que rapidamente era bloqueada pelo caçador que disparava uma que teria ficado no chão de concreto na direção do seu inimigo partindo em um avanço na sua direção.

Seus passos eram rápidos e os movimentos sutis do Ladino faziam com que a aproximação fosse boa o suficiente para vê-lo e ao focar a sua atenção diretamente no inimigo, não vinha o que estava abaixo na altura dos seus tornozelos. Um fio de aço forte o suficiente para aguentar o corpo do diabo azul antes que este viesse ao chão e era deste momento em que os cascos do caprino eram ouvidos, porém não antes de Tsao sentir uma dor em seu abdômen, uma faca de arremesso cravada na altura do seu apêndice.

E os cascos mais uma vez eram cessados para o oeste, mas era dado tempo o suficiente para que o caçador se levantasse em alguns saltos e se encontrasse de frente com o seu inimigo na mesma posição que decifrara anteriormente. A ordem dos ataques de Tsao começavam fortes ao balançar o seu facão em direção ao homem que utilizava de seus movimentos ágeis dos cascos para se esquivar e em um desses balanços, Kane movia o seu casco de forma a tentar um chute frontal, tal qual era possível ver os seus cascos com uma ferradura de metal e por centímetros ou menos que isso, o golpe passava em branco.

O caçador tentava agarrá-lo naquele momento e a potência do golpe fazia com que uma única mão não fosse capaz de aguentar o tranco, principalmente sendo a do seu lado mais fraco já que o facão estava disposto em sua mão esquerda. Kane girava o seu corpo e bloqueava o golpe usando o segundo casco aproveitando do movimento de segurar de Tsao para conseguir empurrá-lo para trás. Esse golpe fazia com que o diabo azul viesse mais uma vez com velocidade em sua direção e este era o momento em que ambos eram golpeados, o Temido chutava quase como uma estocada e o homem da cicatriz utilizava seu facão. Com ambos os lados saindo prejudicados, Tsao com um hematoma em sua costela da qual sentia estar mais frágil e uma grande dor e Kane com um corte em seu peito, porém não fundo o suficiente para fazer com que a sua vida se esvaísse.

Os dois tomavam uma leve distância após a troca de golpes intensa e era o momento em que Kane usando das suas habilidades acrobáticas para subir acima em um dos ganchos e subir rapidamente em uma das plataformas e começar a correr para longe enquanto jogava mais facas de arremesso na direção de Tsao para que ele não o acompanhasse, seu caminho trajava o sul e a sua visão começava a se perder na distância já que as facas de arremesso do homem não o deixavam agir em perseguição.


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MensagemAssunto: Re: Terra em Transe   4682B4 - Terra em Transe - Página 3 EmptySáb Out 02, 2021 1:22 am



Diabo


O planejamento e a tomada de decisão sobre o posicionamento de Kane foram perfeitos. Assim que a faca veio do sul, seu bloqueio e o lançamento de uma faca extra fora suficientes para descobrir sua localização. A caçada continuava. Contudo, Kane parecia ser versado, também, em armadilhas, e havia preparado algo naquele covil abandonado. Antes haveria de ser precavido, pois um tropeço na linha foi o suficiente para que uma adaga atingisse a parte inferior de minha barriga. Não era nada muito preocupante, a dor se alastrava e o sangue poderia estar escorrendo levemente, mas este corpo estava acostumado com os baques de sua vida e os golpes que recebia ao longo do tempo, e a hipoalgia era útil para que a dor fosse ignorada. Não havia problema. Ardiloso, não é mesmo? A sequência que se deu foi fervorosa, a ação correndo pelo local. Kane tentava correr novamente, talvez para ganhar tempo, mas estava próximo o suficiente para que eu ficasse grudado junto dele. A troca de golpes foi intensa, conseguia desviar de alguns movimentos, e parecia que Kane lutava tanto a distância, atirando adagas, quanto de maneira próxima, ao golpear com seus cascos. Um dos chutes conseguiu atingir o peito, e recebia dores naquele local, mas, novamente, ignoradas a bel prazer. Um golpe conseguia ser executado, deixando um corte no peito do alvo, e nada mais.

Em uma rápida avaliação, era óbvio que estava enferrujado. Afinal, agindo sempre como um rato, as lutas diretas não eram minha especialidade, embora pudessem melhorar. Um saldo de 1 ataque com sucesso, enquanto tomei outros 2... patético, minhas habilidades precisam de melhora. No momento em que o combate esfriou, Kane aproveitou para saltar para um gancho, depois se jogar pelos ares, enquanto começava a correr para o sul, em direção ao enorme portão de metal. Também começava a atirar suas facas pelos ares, numa tentativa de impedir meu avanço. Com pensamento ágil, era natural que ele não estava tentando escapar uma vez que sua porta de entrada ficava na direção oposta ao sul, mas estava tramando algo. Se ele é versado também em armadilhas, essa pode ser uma próxima. A primeira ideia foi a de continuar a perseguição, para que ele não pudesse tomar vantagem do terreno novamente, embora já a possuísse. Começaria a persegui-lo, e ao invés de bloquear seus ataques, prestaria atenção ao som das lâminas para desviar meu corpo em ziguezagues, afim de esquivar-me dos ataques, que não pareciam ser tão precisos. Correria atrás dele em uma velocidade compassada, aproveitando para pensar em um plano mais direto. Está tentando tomar espaço para conseguir mais vantagem, mas dois podem jogar esse jogo. Caso houvesse oportunidade, se uma adaga caísse bem próximo a mim, ou fosse oportuno, pegaria a adaga, levando em conta que não comprometeria nem a corrida e nem as esquivas.

Tentaria me aproximar o suficiente para que minha visão captasse seu posicionamento, ainda me esquivando das facas, e antes que ele pudesse se virar para me enfrentar novamente, ou para jogar mais facas, aproveitaria de sua atenção na tentativa de fuga e lançamentos para executar um avanço direto para o local mais próximo onde eu pudesse conseguir uma cobertura visual, sendo furtivo o suficiente para que ele não me percebesse no escuro. Levando em consideração que o portão maior está trancado, ele está me atraindo para outra armadilha, mas esperarei seus movimentos. Estando de tocaia em uma das altas caixas próximas, num vão que fosse escuro o suficiente, posicionar-me-ia em um local onde pudesse tomar noção de seu posicionamento, ao mesmo tempo em que me esconderia, e observaria seus próximos passos. Tentaria enxergar se ele iria se esconder novamente, ou se ficaria esperando em seu local de destino, ou tomaria algum outro movimento.

Caso ele tentasse se esconder, tentaria observar o local para onde ele pudesse se direcionar, para que fosse possível começar minha movimentação atrás dele. Esgueiraria o corpo de maneira que pudesse me aproximar silenciosamente para onde minhas suposições o levassem, usando de minha audição bem desenvolvida para tentar ouvir sua respiração ofegante, em decorrência da corrida, ou mesmo os passos de seus cascos com ferraduras. Esgueirando, aproximando, espreitando... assim que estivesse próximo o suficiente, saltaria com silêncio, o facão em punho, e tentaria aplicar um golpe diretamente em sua cabeça, um possível corte, levando em consideração que poderia atingir um braço ou suas costas. Após esse ataque, para me defender, com minha prontidão, tomaria uma boa distância para evitar seus golpes, e me defenderia de adagas voadoras usando o facão para bloqueá-las, para tentar me esconder nas trevas novamente. Se ele tentasse vir de frente, aceitaria a luta, mas ao invés de atacar prontamente, tentaria bloquear seus chutes com o facão, e as adagas com rápidas jogadas de corpo. Se conseguisse desviar de um de seus chutes, faria um corte em sua perna, para tentar atrapalhar sua grande mobilidade. Assim que ele apresentasse sinal de recuo para tomar impulso em outro golpe, ou tentar fugir, avançaria com ímpeto, executando um ataque direto em uma estocada com o facão, contra seu tórax ou o que quer que estivesse presente como alvo.
Havendo possíveis armadilhas naquele local, não me surpreenderia, e caso fosse pego em uma, tentaria defender de seu ataque oportuno protegendo o corpo usando o facão, e talvez até mesmo o braço direito, evitando pontos mais delicados, para não ocorrer uma situação como a facada no canto da barriga.

Agora, se ele não saísse do lugar, e estivesse esperando minha aproximação, isso significava que ele realmente possuía uma armadilha à minha espera. Não aproximaria, nesse caso, e aguardaria sua movimentação. Provavelmente aguardava como isca. Assim, aguardaria pacientemente, possuindo noção de seus movimentos, seguindo o plano de esgueirar caso ele tentasse se esconder. Não atenderia a suas provocações, pois, em posição furtiva, lá estaria eu, esperando. Se ele começasse a se mover como quem tenta fugir, tentaria acompanhar o ritmo, em passos silenciosos e rápidos, e antes que ele se aproximasse da saída para tentar saltar, faria um movimento surpresa para atacá-lo, seguindo as mesmas premissas do plano de esgueirar. Se ele aguardasse em demasia, definitivamente não me aproximaria, e tentaria pensar em um plano melhor para o momento. Porém, para o caso de ele tentar me procurar, tentaria me movimentar de maneira que pudesse me encontrar na direção oposta a ele, impedindo que ele me encontrasse no lugar que fosse procurar, e estando atrás, daria continuidade para os ataques formulados, sendo este o caso.

Kane não deveria escapar, eu não o permitiria. Aquele lugar seria sua cova, e vai ser ali que vou mandá-lo para o inferno. Eu, o Diabo, estou pronto para tomar sua alma.

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MensagemAssunto: Re: Terra em Transe   4682B4 - Terra em Transe - Página 3 EmptySeg Out 04, 2021 2:47 am

A Jornada de Tsao

Mais algumas facas eram direcionadas a Tsao enquanto ele tentava a sua perseguição e devido a não ser mais um fator surpreso e estar preparado para tal utilizando de movimentos ágeis. As lâminas passavam voando até o momento que o diabo azul pegava uma delas e conseguia uma visão do inimigo, porém decidia-se se esconder. O homem se encontrava em um dos andaimes perto do portão principal e esperava por alguma coisa já que parecia ter perdido a visão do caçador.

Kane esperava, pacientemente, pela sua presa vir até onde ele queria e isso demorava algum tempo, o homem sabia que ambos estavam pertos e Tsao já teria notado uma possível armadilha, não sendo burro e desta forma ele começava a se movimentar correndo pela plataforma acima.

O diabo, abaixo, começava a correr em sua direção e era o momento que a armadilha era acionada, talvez uma segunda opção, porém ele não sabia. Um dos ganchos carregava uma caixa de madeira e após acionar uma alavanca o peso era solto de uma vez, fazendo um movimento lateral da caixa e indo de encontro com o corpo do diabo que decidia bloquear o golpe com seus braços e o facão, um movimento um tanto infortuno que fazia com que ele fosse arrastado alguns metros para trás.

Era esse momento, que ao ouvir um corpo sendo atingido Kane aproveitava para correr na direção de Tsao e tentar ataca-lo utilizando dos seus chutes e acertando o braço direito do diabo que correspondia esquivando do segundo chute que o caprino tentava, a partir daí, eles começavam uma trocação de golpes tentando acertar um ao outro e em um desses golpes, Kane não era capaz de desviar e recebia um corte em sua coxa, não era muito profundo, mas com certeza incomodaria. – Maldito! – O homem dava um pulo para trás, tal qual Tsao aproveitava para se aproximar e tentar uma estocada e era nesse momento em que Kane chutava uma caixa ao lado para interceptar o caminho, fazendo com que o diabo não conseguisse avançar e por muito pouco ambos não teriam se ferido mais uma vez.

A distância dos dois eram curtas com caixas aos arredores e uma plataforma a cinco metros do mão, tal qual Kane teria pulado para conseguir acertar Tsao provocando o hematoma em seu braço direito. A dor era quase nula devido a forte resistência do diabo a ela e os dois se encaravam com uma área com maior iluminação devido a ser o ponto em que o telhado era transparente e era possível ver a reflexão da lua.


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MensagemAssunto: Re: Terra em Transe   4682B4 - Terra em Transe - Página 3 EmptySeg Out 04, 2021 11:00 pm



Diabo


O filho da puta realmente estava esperando pra mais uma armadilha. Ele tinha um estilo muito bate e volta, tenta atrair pra depois dar o bote. Além de corno, esse cabra é ardiloso. Pois bem, não cair na armadilha foi uma boa, embora depois de ter tentado correr, ele conseguiu me atrair para outra armadilha, mas já estando esperto, ela não parecia causar algum dano. A caixa me afastou, mas depois foi possível que mais uma troca de ataques fosse feito. Dessa vez, ele conseguia deixar um hematoma em meu braço direito, o braço não dominante, que curiosamente segurava a faca que havia pegado anteriormente, durante a perseguição, ou ao menos era interpretável nesta forma. Foi possível fazer um corte em sua coxa, o que poderia debilitar um pouco de sua movimentação. Ou seja, uma fraqueza já era exposta, para explorada. Além disso, agora estávamos em um ambiente aberto e iluminado, onde era possível ver mais claramente a presença de armadilhas — ou a falta delas — naquele ringue imaginário, banhado pela luz da lua. Kane havia reclamado de um golpe na coxa, enquanto eu mal percebia que meus ferimentos estavam ali. Não era que não existiam, mas a dor era tão insignificante, que não valia a pena prestar atenção.

E então? Vai fugir de novo pra me levar pra uma de suas artimanhas, seu corno? — Provocaria novamente, para fazer com que ele lutasse de frente — Ficou sem mulher pra tratar esse ferimento, por isso agora você tem chifres?

Só havia um problema naquilo tudo. A luta estava caminhando muito lentamente, parecia que estava fazendo cortes em um papel. A máscara tinha sede de sangue. Gostaria de ver tripas, sangue jorrando e a cabeça de Kane rolando no chão, um presente para o Tenente... então se fosse esse o caso, precisaria tomar medidas e fazer movimentos mais drásticos. Precisava cravar o facão no fundo de seu corpo, e abrir um rasgo grande o suficiente para que suas entranhas se expelissem pelo campo. Necessitava que Kane abrisse uma brecha, uma simples brecha, pra fazer um talho profundo em seu corpo, com pretensão de rasgar a carne e decepar o troféu em seu pescoço, para que pudesse ser exibido em praça pública. Já que é assim, hora de dar tudo o que tenho. Como dizem, ir a all-in. Havia meu facão na mão esquerda, e uma faca de arremesso na mão direita, e a luz do luar clareava o local. A batalha era bela, mas em algum momento, ela precisa chegar ao fim.

Começaria o avanço, correndo em sua direção, e atiraria a faca na mão direita. Obviamente, sem a tão sonhada ambidestria, era um movimento falho, e eu sabia disso. Porém, estrategicamente ela servia para que uma decisão fosse tomada. Kane irá correr novamente, ou enfrentar o seu destino? Ele precisaria defender-se da lâmina voadora, mesmo que ela não servisse pra nada, e nesse momento, daria um salto para aproximar-me o suficiente e tentaria desferir um corte de facão em suas pernas, especificamente a perna direita, logo ao aterrissar, mas era um movimento muito óbvio. Esse ataque, funcionando ou não, deve ser visto como uma finta. Com outra tentativa defensiva de Kane, usaria de minha prontidão para deslizar para a lateral esquerda, onde uma brecha em sua postura poderia vir a calhar. Ao invés de um ataque normal, executaria Talhar na lateral de seu corpo, visando essa brecha, para abrir um talho profundo em sua carne, retraindo o braço e desferindo a técnica de baixo para cima. Se no meio da finta Kane tentasse atacar com seu lado esquerdo, com um chute ou uma facada, tentaria bloquear com o braço direito para amortecer o golpe, mas ainda continuaria com o plano de deslizar num dash para aplicar a técnica em sua lateral, dessa vez pela esquerda, tentando ir pelas suas costas para abrir o talho nelas. Após a técnica, minha guarda estaria levemente aberta, mas tentaria dar um salto recuar, evitando possíveis golpes, para depois avançar novamente tentando executar uma estocada profunda contra o corpo de Kane, onde havia mais possibilidades de acerto. Era um plano específico, contudo, abrir suas defesas era a melhor estratégia para se bater de frente e conseguir causar mais dano, para que ele não conseguisse maneiras de revidar posteriormente, ou mesmo de fugir pelos seus ferimentos. Após a estocada com facão, arrancaria a lâmina e tentaria rodear seu corpo, executando mais um corte no processo, tentando abrir um rasgo horizontal em uma grande área de seu corpo, levando em consideração que já haviam outros ferimentos para que ele se preocupasse.

Se, com meu avanço, Kane tentasse fugir novamente, ao invés de persegui-lo, gentilmente entraria nas sombras indo em sua direção, uma vez que sua movimentação estava debilitada pelo ataque em uma de suas pernas, e começaria a caçá-lo novamente, no mesmo intento de executar o plano, quando fosse o momento certo de fazê-lo na escuridão. Assim que houvesse a chance certa, em meio as sombras, lançaria a faca errante do braço direito e executaria os movimentos meticulosamente calculados. Contudo, haveriam algumas mudanças: ao invés de avançar junto da lâmina errante, movimentar-me-ia pelo espaço a fim de me aproximar de um ângulo não considerado por ele, em meio as sombras, e num ataque surpresa tentaria executar um corte diretamente em suas pernas. Após isso, tentaria coordenar os ataques para que uma brecha em sua postura fosse aberta novamente, lançando um ataque falso contra seu peito, esperando que fosse bloqueado ou esquivado, antes de deslizar num dash para uma área desprotegida em seu corpo e executar Talhar, prosseguindo com estocadas violentas e rasgos, afim de enfraquecer o alvo. Era natural que ele tentasse atacar, mas o custo de receber outra facada ou chute não era tão alto quanto aparentava. Iria me ater ao plano de abrir brechas e causar o máximo de dano possível, mesmo que precisasse amortecer um ataque com o próprio corpo. Afinal, o Diabo está sedento por sangue, e não seria uma boa ideia deixar que ele salivasse por uma alma tão necessária.

Se tudo desse certo, logo a cabeça de Kane estaria rolando ao chão, e ele irá diretamente para o inferno.

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MensagemAssunto: Re: Terra em Transe   4682B4 - Terra em Transe - Página 3 EmptyQua Out 06, 2021 5:25 am

A Jornada de Tsao

Kane não parecia ser afetado pelas provocações como quem já tinha ouvido aquela coisa milhares de vezes e possivelmente teria já que era um caprino. – Essa máscara também vem com um papagaio? – Provocava o homem. Tsao queria sangue e era isso que seus movimentos começavam a induzir, a sua sede pelo líquido rubro começava e dessa forma tornava-se mais agressivo para tentar acabar com aquela luta em uma próxima troca de golpes.

O diabo azul começava o seu avanço e atirava uma das facas de arremesso de Kane em ele próprio, a lâmina era fraca e sem ângulo, mas servia como uma distração e era o suficiente para saber que ele ficaria para dispor de um combate e o pirata movia-se lateralmente para escapar da adaga e era quando o facão vinha de encontro com a sua coxa em que o homem levantava a sua perna para utilizar do ferro em seus cascos e assim bloquear o golpe, porém esse primeiro ataque era uma finta e em um movimento lateral veloz, Tsao conseguia ganhar a iniciativa e abusando de um conhecimento do Talhar, conseguia utilizar para causar um grande ferimento na lateral do homem que girava o seu corpo em 360º para aplicar um chute rodado em que feria as costelas do caçador que sentia algumas delas terem trincado com a força daqueles cascos.

Os dois tinham se ferido de forma semelhante, porém T sentia que tinha causado um maior dano nele do que tinha sofrido, além de que a dor sentida pelos golpes eram bem menores devido a sua grande resistência a dor e Kane não parecia compartilhar dessa mesma qualidade. Em um mesmo movimento idêntico, os dois compartilhavam da vontade de atacar e faziam isso ao mesmo tempo, Tsao utilizava uma estocada enquanto que Kane vinha com o seu pé diretamente no peito do caçador e ambos se acertavam, a lâmina do facão perfurava o abdômen que lançava um líquido rubro forte enquanto que o chute de Kane causava uma grande dor em algumas costelas, que anteriormente estavam trincadas, agora estavam quebradas e a dor era sentida mesmo com tamanha resistência.

A respiração do diabo azul ficava um tanto mais pesada devido ao peso em seus pulmões enquanto que Kane estava ainda mais ofegante e ao mesmo tempo que era acertado por um corte horizontal em seu peito atirava uma adaga na panturrilha de T. O homem não demonstrava nenhum sinal de estar gostando do resultado e estava claramente mais fraco e lento de quando começou o combate, isso também refletia no condicionamento físico de Tsao que já não estava mais zero. O caprino, ainda vivo, dava alguns passos para trás e sacava adagas entre seus dedos, talvez se preparando para uma última troca de golpes.


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MensagemAssunto: Re: Terra em Transe   4682B4 - Terra em Transe - Página 3 EmptyQui Out 07, 2021 12:23 am



Diabo


Kane murmurou alguma coisa de menor importância, como um tolo de frente para a morte. Mas não é isso mesmo? Não demorou muito para que a adrenalina do sangue se alastrasse pelo espaço vazio. O ambiente era propício, um armazém isolado sem testemunhas, somente dois corpos presentes na infinita guerra travada entre os seres vivos, desde que a vida é vida. O combate se dava início, a distração foi o suficiente, ele defendeu da finta e recebeu um rasgo aberto em sua lateral sucinta, a guarda foi aberta, e um chute giratório empurrou o corpo que possuo tal qual uma pedra. As costelas se quebraram, e a dor se fez presente, mas a sede de sangue era maior, o corpo se limitou a ranger os dentes. Em um surto ofensivo, os ataques e defesas eram como carícias, uma facada profunda em seu abdômen, e o jorro de sangue banhava então o homem. Que deleitoso era o suco da vida desse animal perverso. Não o que morre diante de mim, mas o que executa a facada. Tal corpo, com tanto tormento, é capaz de suportar o peso do mundo em um alento? Estou impressionado com meu corpo. A dor é excruciante, a respiração fica titubeante, mas quão insignificante é algumas costelas quebradas, em troca do glorioso sangue que jorra com minha facada?

Perto do fim desse ato, mais uma luta sem um intento. Um corte no peito era executado, e uma facada na batata da perna era um beijo anunciado. A guerra é tão bela, e a violência tão intensa, que ferve meu sangue e a alma em meu corpo não se aguenta. Preciso decepar a cabeça de Kane, e então poderei saciar o Diabo que vive em mim. A dor nas costelas era realmente desgastante, mas o que dificultava era o compassar da respiração, que não ajudava muito. Mesmo com tamanha qualidade ofensiva, esse corpo é mais frágil do que aparenta... mas não importa. Kane já se preparava novamente, sacada uma adaga para atirá-la contra mim, de frente. O clímax estava chegando, e era a hora da verdade. Mas qual estratégia tomar nesse final de confronto? Minha movimentação estava debilitada, e as costelas não ajudavam muito... Que seja, vou decepar a cabeça desse infeliz.

A tentativa de ataque a distância era óbvia. Observando o combate, era claro a vantagem de qualidade de saúde e mobilidade de meu corpo, em relação ao corpo de Kane. Provavelmente ainda estávamos na iluminação, então, assim que ele atirasse a lâmina, tentaria bloquear o ataque com o facão e, rapidamente, esgueiraria em direção às sombras, afim de ganhar vantagem territorial sobre o alvo, por meio da furtividade, escondendo-me atrás de alguma caixa próxima ou em um local onde ele não pudesse me encontrar. Por naturalidade humana, o instinto seria o de correr — ou, quem sabe, preparar mais uma armadilha? — mas a ideia era me esgueirar pelo local para conseguir mais proximidade, em passos silenciosos e com o mínimo de celeridade. Assim que me aproximasse suficientemente dele, ainda escondido é claro, o plano de ataque começaria. Mesmo com os ferimentos, avançaria até ele de frente, e antes que ele pudesse tomar alguma precaução, tentaria dar um dash pela esquerda para atingir seu braço. Se no avanço ele tentasse atirar adagas, tentaria bloquear com o facão, antes de deslizar. Um rato encurralado sempre tentará lutar, lutar pela esquerda significava deixar a direita aberta, então em tentativa de algum chute, tentaria bloquear com meu braço próximo ao corpo, antes de executar o segundo golpe com outra estocada em seu corpo, onde quer que fosse, para ver o sangue jorrando novamente. Se uma adaga voasse em minha direção, tentaria ser rápido o suficiente para bloqueá-la com o facão, na expectativa que fizesse efeito, uma vez que esquivas não seriam efetivas dado o corpo cansado. Em um último ataque, miraria em seu pescoço, afim de rasgar um corte para que sua vitalidade se esvaísse por fim.

Contudo, se durante o espreitar da presa eu visse Kane agindo de modo estranho, como que aparentando executar uma armadilha, logo ficaria atento para que não caísse em falácias, embora não ache que ele irá dispor de tempo para organizar uma arapuca. Tentaria memorizar o mecanismo, ou um possível gatilho, para assim que avançasse, tomar cuidado com tal gatilho antes de continuar os planos de ataque, ou simplesmente parando o avanço para desviar da armadilha ativada, afim de conservar a integridade do corpo, e continuaria o plano de ataque inicial, crendo que seria o suficiente. Porém, se durante o primeiro momento, quando ele atirasse a adaga, quisesse vir pra cima, então descartaria a possibilidade de enfrentá-lo nas sombras e me concentraria em acabar com sua vida num combate direto. Tentaria bloquear seus ataques com o facão, e no caso de vir algum chute pela esquerda, tentaria bloquear de maneira que a lâmina do facão se direcionasse para sua perna, fazendo com que ele se cortasse no ato, e se pela direita, bloqueá-lo-ia com o braço direito antes de golpear sua coxa com o facão. Logo após, avançaria para dar uma estocada, visando seu peito, para tentar atingir o coração. Evitaria tentar esquivar, e me conservaria em bloqueios com o braço direito livre e a lâmina do facão para causar um retorno inesperado durante a luta. Em último ataque, ainda visaria atingir seu pescoço, para que seu último fio de vitalidade surgisse, e eu pudesse ver o glorioso sangue jorrando próximo de sua cabeça.

Ao fim do combate, caso eu estivesse conservado, e ele estivesse ao chão, tentaria me recompor para me aproximar lentamente de meu alvo. Se ele tentasse se debater, atirando adagas ou coisa parecida, bloquearia com o facão, uma vez que estava em posição de dominância. Estando na lateral de seu corpo, manusearia o facão para que sua empunhadura ficasse forte em meus dedos, antes de olhar diretamente para o seu rosto, onde veria somente a máscara azul com a face do Diabo, e, talvez, os profundos olhos amarelos que observassem sua visão patética.

Não existem últimas palavras.

Desferiria o golpe de misericórdia em seu pescoço, com intuito de decepar sua cabeça, observando a forma gloriosa com a qual a vida deixaria seus olhos, e sua alma fosse mandada para o inferno.

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MensagemAssunto: Re: Terra em Transe   4682B4 - Terra em Transe - Página 3 EmptyQui Out 07, 2021 5:44 pm

A Jornada de Tsao

Era claro que Tsao já tinha conhecimento suficiente do combate com o seu inimigo para tomar uma estratégia ainda mais problemática para Kane, os seus passos acelerados começavam ao bloquear uma das facas do caprino, o diabo avançava sutilmente por trás de algumas caixas enquanto que o bode tentava o seu melhor para ganhar alguma distância e mais uma vez se esconder nas sombras.

Algo que era inútil comparado a vantagem física que o azul tinha e era alcançado facilmente, o golpe atingia o seu braço, realizando um grande corte que inutilizava-o e deixava-o com uma dor excruciante e correspondia com um chute no braço do caçador que também era bem danificado a ponto de haver um roxo quase instantâneo

A troca de golpes não durava muito e era devido ao flanco aberto do mink que o combate teria o seu fim, o facão vinha em mais um golpe e outro, o bode tentava corresponder, mas era falho, seus movimentos já não tinham mais forças e em um último golpe, podendo até mesmo ser considerado de misericórdia após tanto outros cortes em seu corpo.

O sangue jorrava da traqueia do ser em um corpo separado e caído ao chão, o diabo tinha feito mais uma vítima e ela era Kane, o Temido, aquele do qual presenciou a ascensão do diabo azul em pessoa e não sobreviveu para contar quem era aquele por trás da máscara e roupas escuras. O sentimento da batalha era fervoroso para aquele que gosta de uma chacina e era por isso que Tsao ainda se mantinha em pé, ao avaliar o seu corpo, veria que seus ferimentos teriam parado aqueles mais fracos ou não tão resistentes quanto ele, mas devido a sua hipoalgia era capaz de aguentar os variados hematomas e alguns cortes causados pelas lâminas do caprino.

O armazém fazia agora um silêncio e uma nuvem cobria a única passagem de luz do local, dependeria apenas das ações de Tsao para entregar aquele capturado ou realizar qualquer um dos seus feitios.


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MensagemAssunto: Re: Terra em Transe   4682B4 - Terra em Transe - Página 3 EmptyQui Out 07, 2021 9:44 pm



Diabo


O banho de sangue do caprino maldito manchou o armazém, e o vermelho vivo se mostraria somente pela manhã, quando o sol iluminasse o local, ou tentassem entrar ali com lampiões por causa do cheiro pútrido. Ouso dizer, a decapitação foi gloriosa, mas ela se encerrou em silêncio no momento em que a cabeça se desprendeu do pescoço. Que o inferno receba bem sua alma, Kane. Guardaria o facão, e tentaria recompor o corpo com uma respiração compassada para continuar a jornada, uma vez que ela não havia acabado. Pegaria a cabeça de Kane pelo seu chifre, com o braço direito, para que ele se acostumasse a dor dos hematomas e ao peso da cabeça de alguém, numa tentativa de continuar treinando ambidestria, e sairia do armazém pela mesma porta lateral da qual havia entrado. Seguira pelas ruas de Las Camp, em direção ao porto pelo qual havia entrado. A preferência era passar por locais escuros e pouco movimentados, uma vez que a figura de um demônio azulado, carregando a cabeça de um caprino vermelho, poderia ser um tanto quanto conturbada, mas não havia problemas em passar também por lugares cheios de pessoas. Afinal, deveriam ver o troféu de quem conseguiu a caça, assombrando-os com minha anunciação. Uma maneira cruel de iniciar um legado, mas nada é mais cruel do que aqueles que me servem como troféus. Caminhando de maneira taciturna, ouvia a respiração do meu corpo com a obstrução no pulmão, as costelas quebradas atrapalhavam e mesmo a dor amortecida, ela ainda era incômoda a ponto de sacrificar a mobilidade. Contudo, não havia pressa, por que devo me apressar para mostrar a premiação para o Tenente fracassado?

Chegando no quartel, ou seja, no grande navio atracado no corpo, pois nem mesmo a cidade queria a presença de uma Marinha inútil dentro de suas imediações, tentaria subir pelas escadas, e se os guardas impedissem, mostraria a cabeça de Kane como que se fosse um passe para poder pegar minha recompensa. Não daria muita corda para ofensivas ou nervosismos partindo de marinheiros de baixa patente, e esperaria o momento para poder entrar. Adentrando o local, procuraria pelo Tenente, pela sala dele, ou por onde quer que ele estivesse onde pudessem me indicar, ou mesmo se ele estivesse do lado de fora, não faria diferença. Assim que visse aquela cara de marmota daquele falastrão do Governo Mundial, simplesmente me seguraria para não cuspir no chão. Então aí está, o grande salvador da pátria. Porco nojento. Pegaria a cabeça e jogaria com desprezo no chão, para que ela rolasse até seus pés, e ele pudesse ver o olho morto de Kane, o Temido, quem ele tanto procurava, logo a sua frente. Espero que ele vomite.

Fiz o serviço pra você, não precisa me agradecer. — Diria, com o mínimo de respeito possível — Usei melhor a cabeça, e a dele acabou caindo. Onde está o dinheiro? E espero que seja completo, já que era por cabeça, e ela está logo aí.

Não me preocuparia com represálias ou qualquer tipo de merda que viesse do Tenente, ou de outro marinheiro. Não estava ali para fazer amizades, estava ali para demonstrar dominância e pegar meu dinheiro, sendo este o ticket de entrada na vida como um caçador de recompensas. Não me prestaria a ouvir qualquer coisa que viesse da boca dele, e estaria disposto simplesmente a pegar o dinheiro, seja ele o valor completo pela cabeça, ou um valor reduzido pelo alvo estar morto. Após o recebimento, deixaria o barco taciturnamente, antes de adentrar novamente as sombras. Procuraria algum beco escuro e sem pessoas naquele porto cheio de pessoas. Qualquer lugar pequeno e apertado, sem a presença de pessoas, ou só com a presença de ratos, seria o suficiente. Se houvesse alguma pessoa, tentaria expulsá-las de lá sacando o facão e fazendo movimento para se retirarem, embora já seja bastante medonho a presença daquela figura demoníaca. Imagino eu, pelo menos, não parece ser algo tão comum no meio da noite em Las Camp, por mais que Kane fosse alguém que se parecesse com o capeta. Estando sozinho ali, despiria do traje preto, revelando então minhas roupas maltrapilhas por baixo. O traje devia estar bem, mas as roupas provavelmente estariam manchadas de sangue, talvez rasgadas, e enfim... não importava. O saco com coisas estava por dentro do traje também, dobraria tudo para caber ali, guardando a máscara em meu corpo, antes de sair do local.

Seguindo em direção às docas, já retornando ao estado de civil comum, procuraria as docas, misturando-me na multidão para que não atraísse tanta atenção pelos meus ferimentos. Não que eu me importe, não é a primeira vez que caminho ferido pelas pessoas. Procuraria por algum barco que estivesse aparentando dar partida para sair da ilha, embora ainda fosse noite, a possibilidade de algum barco zarpando não era ínfima. O próximo destino? Sirarossa. Não havia mais nada para fazer em Las Camp, precisava somente do meu ingresso na vida das caçadas. Mas, em Sirarossa... ouvi falar desse lugar em minhas épocas de escravidão. Era um antro do crime, embora fosse considerada uma cidade pacífica. Nunca visitei antes. Dirigir-me-ia para um tripulante do barco, para averiguar a situação.

E aí, meu bom, preciso de uma carona pra Sirarossa, vocês estão zarpando praquelas bandas? — Perguntaria, sem expressar muita cordialidade — Tenho dinheiro, se precisar pagar a viagem.

Caso a resposta fosse afirmativa, subiria no barco e procuraria um lugar para ficar. Caso fosse negativa, continuaria procurando algum barco para zarpar, afim de viajar até Sirarossa. Se por algum tempo nenhum barco zarpasse, ou nenhum tivesse destino para lá, contentaria em procurar alguma estalagem para passar a noite, antes de viajar pelo dia. Estava cansado, mas ainda não podia dormir. Havia ainda um caminho... onde vou chegar dessa vez?

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MensagemAssunto: Re: Terra em Transe   4682B4 - Terra em Transe - Página 3 EmptySáb Out 09, 2021 3:26 am

A Jornada de Tsao

A noite ainda se revelava um breu do lado de fora do armazém quando Tsao saia carregando a cabeça de Kane em sua mão destra, a que não era muito familiarizado e que estava machucada, o que indicava que o peso do crânio fazia os seus ferimentos arderem e doerem muito mais do que antes. O ambiente se revelava monótono, não haviam pessoas ou sequer alguns marinheiros pelas ruas já que era uma região bem afastada de onde estavam procurando pelo Temido ou do centro.

Relembrando do caminho do quartel, conseguia chegar por volta das cinco horas da manhã e era quando dois marinheiros que avistavam o homem de máscara se aproximarem e levantavam os seus rifles em sua direção. – Ao alto! Quem é você?! – Gritava o a esquerda. No alto do convés, um homem de terno e capa era visto, era o tenente. – Já não basta o Kane, agora também temos um demônio oriental por Las Camp? – Exclamava o homem que olhava para baixo já que o caçador havia jogado a cabeça do caprino em seus pés. A reação do tenente era incrédula, seus olhos arregalavam e sua boca estava tão aberta que moscas poderiam vir, pousar e sair tranquilamente como uma pista de pouso.

Ele então olhava para Tsao, sem o reconhece-lo, por motivos óbvios. – A recompensa total é apenas vivo, será dado 70% do valor pelo homem morto. – Ao lado, um marinheiro se prontificava e entregava o saco de dinheiro da mesma maneira que a cabeça fora arremessada. Era então o momento em que o caçador saia dali e se escondia em um beco escuro próximo, as suas roupas novas apresentavam apenas os cortes da lâmina, nada que uma boa costura não resolvesse e não deveria ser difícil encontrar alguém para tal função independentemente de onde estivesse.

Além do cheiro do sangue que ainda sentia mesmo tento retirado o seu outro traje, também havia o de suor, um cheiro forte que incomodava até mesmo as narinas menos sensíveis. Com uma roupa tão acabada e pelo seu jeito mais sujo, as pessoas sequer se incomodavam com ele, já era por volta das sete horas quando seu caminho pelo porto era misturado ao meio da multidão e o sol já reluzia forte no céu, mais uma vez.

Em um barco decorado com uma rosa em seu casco, ele encontrava um tripulante disposto a conversar e que tinha o destino desejado. – Ah, nós estamos aceitando passageiros, senhor. Vai lhe custar cem mil berries. – Comentava o homem. – O capitão receberá o seu dinheiro e lhe indicará qual é o seu quarto. Aproveite a estadia. – Comentava o marujo.

A embarcação se tratava de uma escuna simples com poucos quartos e um espaço um tanto apertado na parte debaixo do convés, porém era algo que aguentaria bons tranques independente da condição climática, um barco feito para navegar pelos mares perigosos sem se prejudicarem tanto.

O capitão? Era um homem de barba preta com uma boina vermelha em sua cabeça, seu físico não era dos mais extraordinários e não parecia ser alguém boa pinta devido as cicatrizes que acarretava em seus braços e pescoço. – Sou o Capitão Lewis. Preciso do seu nome e o dinheiro da passagem. Você ficará hospedado no quarto 03. Siga pela porta abaixo do timão. – Ele não se importava muito com a opinião do cliente e era bem ríspido na fala.

- Levantem a âncora! Içem as velas! Vamos partir! – Gritava o capitão e em uma sincronia natural os marujos começavam a realizar os seus trabalhos, o barco tomava o seu ritmo e os ventos sopravam nas largas velas da escuna.


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MensagemAssunto: Re: Terra em Transe   4682B4 - Terra em Transe - Página 3 EmptySáb Out 09, 2021 4:01 pm



Diabo


O Tenente ficou boquiaberto com a cabeça de Kane aos seus pés. Não sabia o que se passava na cabeça dele, mas poderia ser que estivesse pensando em sua incompetência de conseguir capturar um pirata com uma enorme contingência de homens. Naturalmente, havia conseguido alguma ajuda dele... de maneira desviante. Não que fizesse muita diferença, ele jogou o dinheiro aos meus pés como a cabeça. A diferença era que aquele saco tinha algum valor. Após a troca de trajes, o cheiro característicos de mendigo entrava pelas minhas narinas, como sempre havia preenchido, e o costume nunca deixava com que ele fosse muito agradável. Sangue e suor corriam pelo meu corpo, indicando o árduo caminho que passei por todo aquele dia, e a catinga de sujeira denunciava a atividade em demasia que havia tomado. Não só isso, preciso trocar minha cueca. Quem sabe, com aquele dinheiro, agora não conseguisse condições de vida melhores.

Se o dinheiro havia sido entregado no fim da noite, o sol já raiava e as pessoas já preenchiam o porto novamente. Os numerosos passos eram sinfonias comuns aos meus ouvidos delicados, mas pareciam mais presentes após uma noite silenciosa e sangrenta. O cansaço preenchia meu corpo, quase um dia inteiro caminhando e procurando, fazendo trabalhos e matando, sem descanso... e os ferimentos não ajudavam em nada naquele momento. Precisava descansar, tratar os ferimentos de algum jeito, e chegar a salvo em Sirarossa... de alguma maneira. E preciso tomar um banho e lavar o pau também, to fedendo. A embarcação que me levaria ao destino já estava de saída, parecia ser própria para o transporte de pessoas, um navio de viagem... escuna, como chamam? Não tenho certeza, nunca fui alguém muito ligado nessas informações. O capitão era um homem grande, parecia estar acostumado aquele tipo de serviço, e o preço pela viagem não era tão caro.

Você tem algum médico a bordo? Machuquei feio ontem de noite. — Perguntaria ao capitão, entregando o dinheiro da passagem — Posso pagar por ele também, mande ele pro meu quarto se possível...

Caminharia pelo barco sem prestar muita atenção nas pessoas à minha volta, e pouco me importando com o cheiro que exalava, concentrado em chegar até o quarto de número 3. Ao entrar, observaria rapidamente o ambiente, e o que havia naquele local. Talvez uma cama? Um banco? Um criado muda para guardar algo? E quem sabe um banheiro? Jogaria o saco com meus pertences em qualquer canto, e daria uma checada na porta pra observar se havia alguma tranca. Se sim, trancaria o quarto, uma vez que só esperava ser chamado pelo médico no local, para tratar os ferimentos. Havendo um banheiro, entraria lavar o rosto, e se houvesse um chuveiro, entraria debaixo dele para tomar um banho, lavar o corpo para me livrar da sujeira do mundo e do suor que impregnava minha pele. E também o pau. Repentinamente, debaixo do chuveiro ou não, a cabeça começava a rachar com os tormentos, excruciante dor que me fazia torcer o corpo para que ela parasse logo. As imagens eram nítidas em minha mente. "Um mink caprino vermelho de grande porte esmurrava o corpo de um demônio azulado, que pouco sentia a dor. Em um dado momento, o demônio azulado se aproxima de mim. Ele empunha seu facão, e desce num corte, em direção ao meu pescoço, e..." Exclamaria um urro de infelicidade, a desgraça preenchia até mesmo minha mente. A dor não ia embora, mesmo com as imagens falsas geradas em meu interior. O preço para me tornar o Diabo é tomar o lugar das cabeças que ele leva? O corpo trêmulo dizia que sim, a exaustão não facilitava e a dor dos ferimentos se agravava pelo surto da mente, agora até os menores podiam ser notados... Não somente o sofrimento do passado, mas agora, devo conviver com a entidade do além, que invade meu corpo e me auxilia na jornada do que considero como bem. Até o fim de minha vida, isso é certeza.

Sairia do banho, se estivesse nele, vestindo a mesma roupa suja com a qual estava. Estando nu, meu corpo cansado revelava suas marcas. Não só as do ferimentos, mas as marcas de minha vida. Cicatrizes diversas, escoriações perversas. É essa a vida que levo, não é mesmo? Estaria a espera do médico, e sentaria num banco ou até mesmo no chão para aguardar sua chegada, tentando me manter acordado, para não dormir em pé, e nem ter que levantar para receber o serviço. Se ouvisse uma batida na porta, perguntaria:

Quem é? — E se fosse o médico, deixaria entrar — Quanto cobra? Acho que quebrei umas costelas, tem uns roxos e uns furos também, mas nada muito sério.

Deixaria tratador trabalhar, seguindo suas orientações para que o meu corpo fosse curado. Assim que ele terminasse, pagaria em dinheiro. Se o médico não viesse em algum tempo, se não houvesse banho, se não houvesse porra nenhuma, ou mesmo se acontecesse tudo, não me permitiria continuar sofrendo em vão pela exaustão. Deitaria na cama, olhando pro teto. A vida de caçada começava, mas também precisava de um descanso...

E um descanso...

Dormir...

...

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MensagemAssunto: Re: Terra em Transe   4682B4 - Terra em Transe - Página 3 EmptyTer Out 12, 2021 2:05 am

A Jornada de Tsao

O capitão olhava para o homem de cima a baixo, não como quem o julgasse pela sua aparência e sim para avaliação de danos, porém não se importava com a impressão que aquilo causava. – Temos, enviei ele pro seu quarto. Te chamarei de João. – O homem sentia-se incomodado em não ter recebido um nome, não sabia se tinha feito de propósito ou não, porém com o dinheiro em mãos aquilo já pouco se importava.

O barco não tinha muito ao que ser visto por dentro, era bem simples e usado com as madeiras um tanto gastas e alguns parafusos e porcas meio enferrujadas enquanto outras eram nitidamente novas. O quarto parecia mais uma espelunca, a cama era um branco meio quadrado com uma borda para não caírem dele, um travesseiro de pano e o banheiro era um retângulo com uma privada de porcelana com uma pia meia boca e suja.

Toc, Toc, Toc. – É o médico! – Dizia o homem, em um tom seco. – Se sabe que não é sério, porque não se torna um médico? – Comentava o homem como um pensamento em voz alta. – Cobrarei trezentos. Cem pela mão e mais duzentos pelos medicamentos. – O médico começava de início pelo pior, as costelas, seu tratamento começavam fixando as colunas em seus lugares e o peito para ficar mais imóvel, as faixas cobriam quase todo o peito e ombro. Perto da linha da cintura e na panturrilha, tratava-se de pontos e um tratamento desinfetante para que a ferida não ficasse pior do que já estava, os hematomas uma pomada era o melhor junto com alguns remédios. – Resto é descansar. – Confirmava o médico coletando seu pagamento e saindo do quarto.

O sono vinha e o tempo havia passado, Tsao conseguia sentir um bom cheiro de carne passando por debaixo da porta e sentia a fome que seu corpo precisava, levantar-se não seria muito fácil devido as costelas estarem ainda danificadas e as faixas fixarem os movimentos daquela região. O caçador conseguia ouvir o som dos marinheiros trabalhando na parte decima do convés e os passos pesados que se movimentavam de um lado para o outro.


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