Eu... Eu morri? Me lembrava de estar indo a uma missão e então... Aqui... Tinha morrido nessa missão? Era uma possibilidade com certeza. Tentava me mover mas sentia dificuldade, talvez estivesse em algum limbo.  Tentava falar mas as palavras não saíam de minha boca.
Assim que minha visão voltava, olhava para mimhas mãos como se tentasse provar para mim mesma que não era uma alma penada, ou que era. Até ver a sala e adentrar, encontrando aquela criatura.. Mink? Deus é Mink? Poderia comemorar a superioridade de minha raça, mas estava tensa demais e só escutava o discurso dele.

Não me restava outra coisa a não ser ouvir e eu sempre fui uma boa ouvinte, escutava atentamente e até curiosa sobre tudo aquilo, uma chance de voltar a vida? Estava confusa, voltar com recompensas? De que esse ser estava falando? Mas mesmo assim tudo parecia razoavel, um razoavel muito esquizo, mas ainda razoável.. Até a seguinte frase:

"Quem sabe não possa chegar aos meus aposentos para se divertir?"


Um frio subiu pela minha espinha... Não é possível que se tornaria em algo sexual.. Definitivamente.. Todo esse lance de minha estrelinha e agora esse convite. Uuurrrgh.

Tudo era estranho demais, porém, se teria alguma ajuda, certamente Eleine era a minha escolha, a companheira recém agente junto de mim, teriamos um melhor trabalho em equipe.. Tinhamos lidado com o mesmo preconceito, eramos fortes.

Respirava fundo, sentindo os pulmões se inundarem com o cheiro da floresta. Era um ambiente úmido e plano, com árvores que não dificultariam um combate. Aquele lugar parecia até mesmo criado, pronto para servir de arena nos estratagemas de nosso raptor. Não gostava disso, não mais do que eu gostava das duas figuras a nossa frente. Um homem estranho, com queixo de ferro e mão de machado, e uma mulher com problemas de visão e que carregava uma enorme clava consigo. Dois oponentes que mais pareciam caricaturas de reais vilões. Ao meu lado enxergava Zanza, tinha a certeza de que qualquer uma de nós bastaria para dar cabo dos dois rivais. Sacava a Katana, apertava as alças do broquel e sorria, pois tinha a certeza de como aquele combate acabaria.

Sem uma palavra para com minha amiga eu disparava. Correria, reta como uma bala, contra a mulher gorda. O escudo estaria erguido frente ao corpo, como um aríete, a espada estaria apoiada em uma borda, pronta para estocar. Contaria cada passo para me aproximar da mulher apenas o bastante para quase no alcance de sua arma, então pararia de correr. Dardejaria para o lado colocando toda pressão nas pernas para saltar e fintar uma parada brusca, faria de modo a colocá-la entre mim e o outro homem de machado, para limitar os ataques dos dois e garantir que Zanza o enfrentasse.

Caso o homem se movesse para me atacar antes disso, ou até mesmo a mulher o fizesse. Manteria o plano, apenas mudaria o timming. Saltaria para o lado e continuaria a buscar a posição onde pudesse manter a mulher entre mim e meu outro oponente. Girando em torno dos dois quantas vezes fosse preciso, manteria atenção para que isso fosse preciso e usaria a cobertura das árvores se fosse necessário.

Minha tática contra a mulher seria fácil de interpretar e realizar. Ficaria próxima o bastante para que ela se sentisse confortável em me atacar, pronta para aparar seus golpes com meu escudo e contra-atacar. Tinha confiança em minha força, mas sabia que uma arma daquelas estava fadada a causar estragos. Portanto buscaria aparar os ataques, moveria o escudo rente aos golpes da mulher, usaria a ferramenta como uma alavanca, aplicando força perpendicular a direção dos ataques de minha rival. Se ela me golpeasse na vertical, usaria o escudo para empurrar a pancada para os lados, se me atacasse na horizontal faria o mesmo e empurraria seu ataque para o alto, por sobre minha cabeça. Junto ao movimento de apara eu moveria o corpo, de modo a facilitar o quanto precisaria mover os ataques, me abaixaria ou pularia aos lados de modo a auxiliar o escudo em realizar sua função.

Se perdesse a mulher de vista manteria a calma saltaria para longe do conflito e usaria o escudo em frente ao corpo. Procuraria por minha rival mantendo atenção para golpes surpresa enquanto seguiria a lógica de aparar ataques com o escudo. Usaria a mesma estratégia de aparar ataques caso fosse pega pelo homem com mão de machado, buscaria aparar seus ataques e uma forma de afastar-me dele. Assim que o fizesse voltaria a disparar contra a mulher com clava e a atacaria. A única exceção seria contra os golpes rasteiros, os quais desviaria saltando sobre eles, de modo a baterem apenas no chão em que pisava.

Quando finalmente estivesse em posição para golpear minha rival focaria principalmente em causar pequenos danos. Cortaria com a espada e estocaria suas pernas, tentava causar feridas dolorosas e rápidas, de modo que não ficasse exposta em grandes golpes, apenas o bastante para deixá-la ferida. Atacaria suas pernas enquanto me manteria em movimento, virada para ela e com o escudo erguido para tentar frear sua ofensiva. Giraria ao seu redor e sempre que vislumbrasse uma oportunidade golpearia com a katana novamente, focaria se possível os mesmos pontos atacados anteriormente, com golpes na mesma perna e cortes que se sobrepunham. Meu intuito era imobilizar a mulher, deixá-la parada e sem poder virar-se. Golpearia uma, duas ou três vezes se necessário, não me importaria com quantas vezes fosse preciso, apenas seguiria desgastando-a enquanto manteria minhas forças.

A única exceção seria se a própria pirata me desse liberdade para agir do contrário. Se ela caísse com os ataques ou se estivesse exposta demais, trocaria o alvo de suas pernas para seus braços. Focaria no membro que carregasse sua arma, cortaria com a Katana seu ombro e braço para enfraquecer a pegada na arma, deixá-la fraca e incapaz de continuar movendo aquele trambolho gigantesco que ela carregava consigo. Sabia bem o que deveria fazer pois havia aprendido na arena a lutar. Não eram os mais fortes lutadores aqueles que eram famosos, tampouco os que matavam rápido demais, eram aqueles que faziam da morte um massacra. Que apreciavam suas vítimas e as derrubavam aos poucos. Era isso que faria, apreciaria o combate golpe a golpe, enfraquecendo minha vítima antes que finalizasse o embate.

Finalmente conseguia me movimentar a vontade, assim que chegava naquela paisagem começava a alongar meus braços e cumprimentava Eleine com um sorriso, ao contrario de nós, os outros dois não pareciam em muita sintonia. Pensava que como adultos, poderiamos agir civilizadamente e unir forças para descobrir como escapar dali, mas estava errada, bom... Amplamente errada qao notar a pirata anunciar suas intenções malignas, sem delongas minha companheira corria acelerada em direção aos oponente, eu o mesmo fazia, mas apenas de empunhar minha lança, não tinha intenção de lutar contra um marinheiro, estávamos do mesmo lado, afinal.

- Somos Agentes do Governo! Estamos do mesmo lado, marinheiro! Vamos prender essa pirata e depois descobrir como sair daqui. Em minha cabeça a convicção de minhas ideias era real, com a vantagem de minha lança, manteria ainda certa distancia para saber a resposta do mesmo, acreditava que o uniforme fosse suficiente para que ele compreendesse que estávamos do mesmo lado, claro que todos os meus dotes no uso de minha voz para o convencimento também eram colocados em uso por mim. Se necessário, usar-me-ia de algum distintivo, até carteirinha ou qualquer outro comprovante de minha classe como Agente Junior. Precisávamos realmente nos unir para sair daquela loucura. Não devia simplesmente atacar alguém da lei, como a mim, apenas por que um mink demonio bicudo estranho tinha dito para fazer.

Obviamente, que minha guarda não abaixaria em momento algum, mesmo que tivesse total ciência de minhas capacidades de convencimento, não podia simplesmente ter confiança em excesso, logo a lança jamais sairia de minha mão direita, tocando sua base no chão era como ficava enquanto estava anunciando a proposta de parceria, mas se isso não fosse o suficiente ou o marinheiro não compreendesse minhas palavras, minha persuasão, eu teria que me defender e julgando pela arma, agiria de acordo, quando com um giro pelo mão direita colocaria a lança em perpendicular ao ataque inimigo, mais de uma vez se necessário, porém, mesmo após os ataques vindos em minha direção, manteria a convicção não atacando, afim de trazê-lo para o nosso lado para juntos derrotarmos o mal da pirataria. Afinal, por que lutar contra duas gatas se ele podia lutar ao lado delas?