De volta a primeira divisão?
~Leona
Aceitando as condições de teste da excêntrica sargento, a escudista tomou seu armamento em mãos, deixando sua lança em sua mão não dominante, o que acabaria não sendo tão problemático, visto que o propósito do “teste” era apenas se defender por alguns minutos. Tomando a iniciativa, o musculoso Cabo iniciou a ofensiva com uma finta, fincando seu pé esquerdo a frente do corpo e armando um soco com o impulso da súbita freada causada ao firmar a perna, porém, aproveitando-se da inércia do movimento, apenas girou em seu próprio eixo, sendo o ataque real um chute circular horizontal que veio logo em seguida. Mais por sorte do que por planejamento, devido a velocidade com a qual Silva se movia, o chute era repelido pelo escudo portado pela lanceira, fazendo a perna do homem ricochetear para longe, dando uma leve abertura em sua postura, mas, como a intenção da marinheira era apenas defender-se, essa oportunidade passou batida.
*Tsk.*Com um estalo de língua, prosseguiu o homenzarrão, dessa vez sem fintas, indo para um ataque direto mirando a parte traseira das coxas da mulher, parte que normalmente fica desprotegida por escudos. Porém, o que ninguém na sala esperava era a graciosidade dos movimentos de Leona, que devido a sua proficiência em dança, acabava dando pequenos passos para trás, o que a fazia esquivar-se milimetricamente da ofensiva de Silva, que mantinha seu ímpeto e tentava prosseguir o ataque com um gancho direto partindo da posição que estava, na diagonal da esquerda para a direita, de baixo para cima. Esse golpe, porém, devido a falta de manuseio da marinheira com aquela mão, acabava passando. O homem atingia o cabo da lança, tirando-a do caminho ao afastá-la do corpo(Ainda estava em posse da lança, ele apenas afastou ela do corpo, abrindo a guarda) e, quase simultaneamente, Leona respondia a ofensiva ao chocar o escudo contra o rosto do atacante. Ambos recuavam alguns metros devido ao impacto, a mulher sentindo um forte impacto na lateral da barriga devido ao golpe e o homem chacoalhava a cabeça devido ao impacto contra o escudo, mas não parecia mais afetada que isso. Com um sorriso malicioso, o homem limpava algumas gotas de sangue que saíam de sua boca e avançava novamente.
-Bom… Muito bom ruivinha.O cabo mais parecia alguma espécie de besta do que um humano no momento, em êxtase pelo combate, aparentemente ele era um amante de batalhas. O último ataque foi o mais direto possível, onde o homem apenas correu na direção da ruiva, saltando a alguns metros dela com o joelho a frente do corpo, um golpe típico de praticantes de muay thai. Não tinha segredo nenhum no golpe, era apenas uma joelhada em alta velocidade devido ao pulo, mas definitivamente tinha força. Leona defendia-se do golpe ao colocar o escudo a frente do rosto e seu corpo arrastava alguns centímetros para trás no processo, deixando marcas de onde seu pé foi arrastado no chão devido a firmeza que havia aplicado em suas pernas para firmar a base. Ainda no ar, antes de tocar o chão, o homem executava um chute tornado* aproveitando-se da queda, porém, no momento em que atingiria em cheio a cabeça da mulher, ele parava o movimento. Ofegante, apenas afastava-se da ruiva, novamente estalando a língua.
-Muito bem, marinheira. Eu esperava que fosse ser atingida pelo menos 3 vezes, o fato de ter sido atingida apenas uma é surpreendente.Comentou a sargento, que estava com uma das mãos erguidas e muito provavelmente o motivo pelo qual o cabo interrompeu seu ataque tão bruscamente. Como diabos ele percebeu a mão levantada da sargento mesmo tão focado no combate? Quem sabe. Neste momento, Shen retornava à sala, trajando um uniforme novo devidamente do seu tamanho, além de um bastão em sua posse.
~Shen e Leona
Shen ia até o arsenal, onde uma moça simpática o recepcionava, entregando um bastão como solicitado, ao voltar a sala com seu novo uniforme e arma, questionava a ruiva sobre seu nome, enquanto a sargento conversava sobre algo com o cabo em um outro canto da sala, dando tempo suficiente para a apresentação dos dois novos membros do esquadrão da pequena sargento. Alguns instantes depois, retornava até a dupla a sargento, enquanto o cabo Silva se retirava da sala.
-Estou muito satisfeita com a performance dos dois. Se algum de vocês está se perguntando porque eu escolhi um bando de desconhecidos para um esquadrão do nivel que pretendo atingir, não tem nenhum motivo obscuro, nem tenho conhecimentos anteriores sobre vocês… Meu tempo é precioso demais para perdê-lo pesquisando sobre todo e qualquer soldado que entra na instituição. Caminhava de um lado para o outro, com as mãos nas costas.
-Eu poderia dizer algo nobre sobre como escolhi vocês por algum instinto… Mas não é nada do tipo. Odeio mentiras, então vocês não terão isso de mim. A razão é bem simples: Uma aposta. Tenho uma conhecida no governo que apostou comigo que eu seria incapaz de fazer um bando de desconhecidos chegarem no patamar que eu almejo e… Bom… Eu não estava muito confiante, para ser bem sincera, mas depois de analisar vocês, de fato, tenho uma boa chance. Caminhou até o centro da sala então a garota, sacando uma pistola que até então estava contida em suas costas, talvez por isso ela se movia tanto com as mãos ali.
*Bang!*Com um disparo para trás sem mover a cabeça um centímetro sequer, a sargento acertava uma garrafa d'água que estava no canto da sala.
-Eu disse que não daria a desculpa de instinto ou algo parecido… Mas eu tenho um bom olho, como puderam perceber. E esse olho me diz que vocês dois tem um potencial não explorado de atingir patamares que nem sonharam até então. Fechava o punho, com um sorriso otimista no rosto.
-De qualquer forma… Boas vindas oficialmente ao esquadrão Hellish, marinheiros. Seu sorriso mudou para algo quase diabólico então, uma mudança que talvez para Leona não fosse tão estranha assim, visto que ela compartilhava do mesmo defeito de ter emoções bem voláteis. Silva retornava à sala, com alguns papéis em mãos.
-Bom, ao trabalho! Não importa o quão longe queiram chegar, todos começam do mesmo ponto aqui na marinha. Então para vocês hoje será apenas uma patrulha rotineira. A maioria dos pelotões evitam essa área por ter bastante bares por perto e sempre dá confusão… Seu sorriso diabólico voltava a aparecer novamente.
-E é exatamente por isso que vocês irão para lá. Mostrar aos outros esquadrões que quem quer boa vida e sossego, não deveria escolher a marinha como casa. Vocês têm suas ordens, dispensados, soldados. Entregando uma folha para cada um, Astrid voltava sua atenção ao restante das folhas que Silva havia trazido.
Na folha que foi entregue a Shen, dizia para patrulhar a área esquerda ao redor do One More Drink Pub, desde os corredores até a entrada frontal. Na folha que foi entregue a Leona, dizia para patrulhar o lado direito do mesmo pub, além da saída dos fundos. Os dois poderiam ir juntos ou separados até o local, cabiam a eles decidir já que iriam na mesma direção. Ainda tinham cerca de 30min antes do início da patrulha, considerando que demorava cerca de 15 min caminhando até o local, a dupla tinha 15 min livres para fazer alguma outra coisa que quisesse, ou poderiam ir direto para lá e esperar o início do turno. Quando decidissem ir patrulhar, um garotinho acompanhado da mãe pararia o lutador no trajeto, puxando levemente seu uniforme.
-Moço! Quando eu quescer quelu ser forte igual você! Eu possu? Questionava Shen a pequena criaturinha, enquanto sua mãe ria segurando sua mão.
-Desculpe… O pai dele era marinheiro, então ele tem esse sonho de ser “forte” igual ele… Comentava a mulher, se desculpando brevemente com Ikimura. Para ambos, tanto para o lutador como para a escudista, ao chegarem a sua posição não notariam nada de diferente nas ruas e vielas até então, apenas uma algazarra vinda de dentro do pub. O local era naturalmente barulhento, visto o que era, mas parecia ainda mais barulhento nesta fatídica noite.
~Alexander
Após sua noite de fornicação com uma meretriz governamental, o jovem galanteador se arrumava e partia na direção de seu objetivo inicial, motivo pelo qual havia se metido naquela cabana. Chegava até o local sem maiores problemas e assim que adentrava, apesar de esperar que alguém notaria sua chegada, ninguém parecia dar uma única foda para a chegada do galanteador, todos estavam distraídos bebendo, paquerando, socializando e outros apreciando o show local.
... Oh, baby now let’s get down tonight (ba-ba-ba, bum)♫Com uma música que combinava com o clima vintage do pub, sentou-se a uma mesa de canto o galanteador, analisando as pessoas ao redor brevemente, até que uma atendente vinha lhe atender.
-Uma soda? Claro, já trago para você, querido. Antes que a moça se afastasse, porém, o galanteador tecia mais um comentário a mulher, que sorria em resposta.
-Sim, escuto bastante isso… E não, você não vai ganhar um desconto por tratar bem a garçonete, darling Respondeu a mulher, de forma sedutora, mas contida, como se realmente fosse bem comum a ela responder esse tipo de comentário.
Ohh baby, I’m hot just like an oven (heal me my darling, heal me my darling)♫A banda continuava a tocar, deixando o clima local bem sedutor e alguns casais se uniam à pista de dança local, trocando carícias e sussurros amorosos em meio aos passos de dança. Alexander, ou melhor, o “professor” analisava seus arredores, mas não conseguia extrair nada de útil, apenas conversas triviais que não tinham relação alguma com seu alvo. Alguns instantes depois então a garçonete retornava, trazendo sua soda, que pela aparência parecia estar devidamente gelada.
-Aqui está, querido. Claro, passarei seu comentário ao senhor… Espera, o que?! Você disse Langley?! Você tem algum parentesco com o Chad? Irei chamá-lo imediatamente, senhor. O tratamento da mulher mudava bruscamente, talvez por imaginar que Alexander tivesse algum tipo de parentesco com o dono do local, visto que ele havia dado um codinome com o mesmo sobrenome do Richard “Chad” Langton. A garota sumia por alguns instantes, entrando no escritório que se encontrava do outro lado do estabelecimento.
I need some lovin’... And baby, I can’t hold much longer (heal me my darling, heal me my darling)♫A música prosseguia e dava tempo suficiente para que o falastrão terminasse sua bebida, assim que colocava o copo vazio sobre a mesa, um homem aproximou-se, enquanto mexia alguma coisa numa dessas garrafas de barman, parecia estar fazendo alguma batida.
-Professor… “Langton”, presumo? Curioso, conheço bastante gente em minha família, mas não me recordo de ter um professor entre eles. Comentava o homem, analisando de cima em baixo a criatura a sua frente enquanto continuava a mexer sua batida.
-Clarisse, darling, leve essa bebida até a mesa 4, por favor. Tenho assuntos a tratar com meu… “Parente” aqui. Adicionou, sorrindo e puxando uma cadeira da mesa. A atendente então se retirava do local, levando a bebida que Chad havia feito. Agora que estavam só os dois, prosseguia o homem.
-Então… Meu contato disse que o seu pessoal era bem discreto, chegar aqui dizendo que compartilha do mesmo sobrenome que o meu não me parece lá muito discreto… Apesar de apreciar a homenagem. sorriu, fazendo um sinal de mãos para a banda, que aumentava o volume da música levemente.
[...]It’s getting stronger and stronger…
When I get that feeling
I want sexual healing
Sexual healing, oh baby
Makes me feel so fine[...]Estalando os dedos, fazia um gingado com o corpo o homem, mesmo que ainda estivesse sentado.
-Ah, perdão. É que adoro essa música. Tão… Cativante, não acha? Mas bem, creio que pode apreciar meu recinto após concluirmos o que veio aqui fazer, “professor”. Abaixava o tom de voz severamente o homem, aproximando-se de Alexander para que apenas ele ouvisse seus sussurros e para fugir de ouvidos curiosos alheios.
-Segundo o meu contato, o bando do qual você faz parte saqueou um navio com itens bem…”Diferentes”. Não tenho interesse no resto, mas quero em específico um cogumelo arco-iris que estava dentre a carga. Vê… Esse cogumelo da uma bela trip quando consumido puro, mas junto as minhas bebidas… Hu! Você vai para outro universo! Claro… Apenas clientes extremamentes exclusivos teriam acesso a essa bebida, afinal não quero que nossas transações venham a público e as autoridades locais proibiram a comercialização deste cogumelo, mesmo que minha “Batida Arco-iris” fosse tão popular antes… Sigh… Suspirou, desapontado pela proibição do tal cogumelo.
-Então, minha proposta é bem simples… Duas caixas do item em questão e vocês terão um punhado de berries do seu próprio tamanho, garanhão. Dava uma piscadela para Alexander, esperando pela resposta do galanteador marinheiro. Quem diria que uma simples confusão com nomes por parte da atendente renderia frutos tão saborosos para o infiltrado. Afinal, ele havia dito LangDON, mas a garota acabou ouvindo LangTON devido ao volume da música no local. Para alguém com uma lábia tão afiada, aquela parecia ser a situação perfeita para nosso jovem paquerador incurável.