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A bela e o feio mais feio ainda

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Shiori
A bela e o feio mais feio ainda Ter Abr 04, 2023 9:57 pm
Relembrando a primeira mensagem :



A bela e o feio mais feio ainda


Cinos [Agente]

não possui narrador definido.
Aberta

_________________

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Re: A bela e o feio mais feio ainda Qua Abr 19, 2023 11:19 am


Post 15 - …Traitor”




...Traitor”.

(OFF: a letra dessa música ou da outra não tem qualquer significado para as cenas, são apenas para trazer imersão e talvez um pouco mais de background pra Amélia.)

Mesmo na escuridão onde eu estava e soterrado por caixas e garrafas de produtos de limpeza, eu ainda conseguia ver o corpo caído de Aokuzi com um buraco na cabeça feito pelo seu próprio irmão. Agora com a porta fechada, ouvir a música de Amélia já se tornava mais difícil, mas eu tenho certeza de que ouvi ela anunciar a canção chamada “traidor”. Uma infeliz coincidência para o momento em que estou, pois ainda não conseguia acreditar que alguém seria capaz fazer isso com o próprio irmão, que tipo de motivo Akazuki teria que ter para cometer um fratricídio. Eles pareciam ter uma relação tão boa, Aokuzi definitivamente amava o seu irmão, eu vi o quanto ele estava disposto a sacrificar para ir atrás de Akazuki e salvá-lo, porém ele acabou sendo morto sem nem ao menos ter a chance de saber que esse sentimento não era recíproco.

Ei… Você está… Vivo? — perguntou o chef de cozinha indo até mim para tirar o peso sobre meu corpo.

Foi nesse momento que eu percebi que na verdade, eu não estava morrendo, meu corpo estava sim paralisado, mas apenas pelo choque do que acabei de vivenciar. Quando retornei a realidade, levei a mão esquerda até o mesmo lado do rosto e senti o ferimento ocasionado pelo tiro que me pegou de raspão. Se eu não tivesse suspeitado de Akazuki e olhando para ele, provavelmente não teria tido a chance de reagir a tempo desse disparo não me atingir. O mesmo serve para Aokuzi, que com certeza não percebeu as falhas da história do irmão justamente porque era o seu irmão e ele não suspeitaria tão facilmente dele.

Estou, obrigado — agradeci enquanto o cozinheiro me ajudava a levantar.

Se eu ouvi direito esse… esse homem não era irmão daquele outro? — perguntou o chef tão chocado quanto eu com o nível da traição.

Sim, eles eram. Agora por favor, não diga nada para ninguém, não por agora, caso contrário eu posso perder todas as chances que tenho de acabar com esses caras. Se o plano deles der certo o seu chefe sai prejudicado, o restaurante sai prejudicado e consequentemente você também sai prejudicado. Pode fazer isso por mim? Por nós? — expliquei ao cozinheiro pedindo que ele colaborasse em manter essa situação abafada por enquanto. — Tem também outra coisa que eu queria te pedir…

Após ter tudo resolvido com o chef, saí da sala de limpeza e retornei aos corredores, andando em passos lentos e cuidadosos enquanto fazia uso de todos os meus sentidos para conseguir detectar a aproximação de qualquer pessoa. Era um pouco estranho andar com isso na cara, mas a máscara que acabei de conseguir com o chef iria me ajudar a manter a identidade “oculta” caso eu aparecesse causando a maior confusão no restaurante de Salvatore Nava. O cheiro de gordura entrando por minhas narinas era bem desconfortável, mas eu vou me acostumar.

Eu não fazia a menor ideia de que parte do restaurante eu estava, o que me faz sentir raiva de Aokuzi por não ter me deixado vir aqui ontem fazer uma varredura do local. A única coisa que eu podia usar agora era a minha audição, portanto segui em direção ao local onde a música ficaria mais alta até chegar a entrada para o enorme e lotado salão do Mozzafiato onde o show estava acontecendo. Antes de mais nada olhei para o distintivo de Agente do Governo Mundial que havia há pouco retirado do bolso de Aokuzi, o que antes era apenas um objeto qualquer, agora parecia carregar um simbolismo muito forte para mim. Guardei o item no bolso da minha calça e dei sequência à missão que restou para eu resolver sozinho.

Provavelmente eu estava em um corredor restrito a funcionários que dava acesso a diversos pontos do estabelecimento, como por exemplo as salas que provavelmente existiam no segundo andar. Daqui onde eu estava o palco estava bem distante, sendo preciso que eu atravessasse todo o salão de mesas até chegar a provável área em frente ao palco que ficavam os VIPs. Sabendo qual era o público alvo de Amélia, me surpreendi ao ver a quantidade de cabelos grisalhos no recinto, não faço ideia do motivo para ter tanto velho aqui, mas com certeza isso iria me atrapalhar a achar o Giancarlo.

Observei melhor o salão e localizei os meus três pontos de interesse. A equipe de iluminação estava no mezanino no segundo andar controlando todas as luzes do show, ali era um ótimo lugar para posicionar um atirador de elite. Já o time da sonoplastia ficavam mais escondidos no canto e quase atrás do palco, uma área praticamente imperceptível para os olhos que estão focados na atração principal. E por fim a banda, bem, mesmo para mim que sou leigo no assunto, todos eles pareciam estar fazendo um ótimo serviço, então ainda que alguém ali fosse um mafioso disfarçado, ele também era um músico. Com a distância que o palco tinha das mesas mais próximas, um ataque sendo efetuado dali dificilmente teria como errar, mas também era com certeza a área mais exposta para o agressor. Puta que pariu, a verdade é que eu não faço ideia de onde esse espião está.

Obrigada, pessoal! Estou muito feliz por ter a oportunidade de fazer esse show aqui, sempre quis conhecer Sirarossa, vocês são ótimos! E aqueles que estão me ouvindo aí de fora, eu também amo vocês! — disse Amélia levando a sua multidão de fãs dentro e fora do restaurante gritarem em euforia. — Infelizmente a próxima música será a última de hoje, mas eu garanto para vocês que não vai ser a última que irão me ver tocar aqui, ok?

Peraí, última música? Então o ataque…

Terá que acontecer agora.

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Re: A bela e o feio mais feio ainda Ter Abr 25, 2023 6:06 pm


Post 16 - Electro!




When I'm away from you… — Amélia havia começado a cantar a sua música.
(OFF: A música teria algumas adaptações na letra já que obviamente em One Piece não existe Mercedes Benz ou internet…)

Quantos minutos tem as músicas da Amélia? Três? Quatro? Isso é pouquíssimo tempo e eu sequer sei onde caralhos está o velhote que preciso salvar. Eu posso sair correndo e alertando a todos agora mesmo, mas isso não impediria Ovotinik e os Costa de botar o plano em prática assim que eu fizesse, isso provavelmente só iria fazê-los adiantar a ação em alguns segundos, portanto não haverá sucesso se eu sequer souber onde está Giancarlo Moretti.

...I’m happier than ever…

Droga, eu devia ter perguntado pro chef qual era o número da mesa dele… — lamentei percebendo que seria quase impossível achar esse desgraçado, porém citar o chef acabou fazendo a minha mente ter um estalo. — Camarão e salmão frito no azeite! — exclamei ao lembrar do menu marinho que o cozinheiro havia dito ter sido entregue na mesa do empresário. — Vamos lá, olfato, não me decepcione — falei começando a farejar o ar na esperança de encontrar os cheiros citados.
…Do you read my interviews?…

Com segurança de que o boné e a máscara iriam ser suficientes para disfarçar a minha identidade no momento, comecei a caminhar pela multidão enquanto tentava usar o máximo do potencial olfativo de minhas narinas de ouriço. Seria um pouco mais fácil sem a máscara, talvez, mas eram tantos aromas diferentes que havia nesse salão que encontrar o cheiro que eu queria era tão complicado quanto procurá-lo usando os olhos.

…I knew when I asked you to…

Meu objetivo era me aproximar do palco e da área VIP,  mas para isso eu precisava passar pela multidão de pessoas em pé o que me custou muito tempo, ao menos eu sabia muito bem ser furtivo e nenhum segurança ou mafioso me notou. A minha sorte é que a última música de Amélia parecia ser lenta e longa, por isso quando consegui chegar perto o bastante ela ainda estava cantando. Olhei para os lados procurando por Giancarlo, mas aqui na área VIP a quantidade de velhos era assustadoramente alta, provavelmente todos mafiosos com suas famílias.

…You call me again… — Notei a música tendo uma leve mudada de ritmo, mas mantive o foco no meu objetivo. O público dela parecia gostar muito dessa parte, pois o coro de pessoas cantando aumentou.

O cheiro de peixe frito atingiu minhas narinas aguçadas, então guiei meus olhos na direção de onde este vinha e avistei duas garotas de cabelo colorido emocionadas enquanto cantavam a música junto com Amélia. Rapidamente deduzi que eram elas, as filhas de Giancarlo, e não foi difícil achá-lo na mesma mesa, mas com um semblante completamente oposto ao delas. Chegar até ele ainda era algo que eu precisava pensar, e rápido, pois não muito longe deles percebi que sentava o Dr. Ovotinik, e pelo sinal que ele discretamente fez pro palco, pude ver Akazuki se posicionando mais ao fundo, provavelmente entrando em posição para agir.

…I don’t relate to you…

As luzes do local começaram a dar uma leve falhada, o que me leva a crer que se eles forem deixar o salão em total escuridão como eu teorizei mais cedo, isso já era uma tentativa de simular o início da queda de energia, ou talvez fosse apenas coincidência e fazia parte do show. Fato é que se isso fosse um indício de que tudo iria se apagar, talvez eu não tenha mais do que um minuto para entrar em ação.

…You made me hate this city!... — Nessa parte a banda entrou com mais força na música, o que me chamou atenção e me fez parar por alguns segundos para observar o talento de minha prima, quase como se eu estivesse assumindo estar orgulhoso dela.

…So don't waste the time I don't have… — Tempo… Caralho, tempo! Eu preciso agir e não tenho tempo.

Foda-se, a essa altura eu não tenho alternativa a não ser invadir a área VIP da maneira mais abrupta e discarada possível, portanto passei por cima da grade divisória sem me importar em ser visto. Eu não queria causar um tumulto naquele momento, então tentei continuar discreto e apenas andei com passos apressados em direção à mesa dos Moretti enquanto a música de Amélia estava em seu ápice. Seria ridículo se isso funcionasse dessa forma, e é claro que os seguranças me perceberam e uma dupla deles começou a se mover na minha direção, também até então sem chamar a atenção dos ali presentes. Comecei a andar fazendo um caminho diferente para tentar desviar dos seguranças, que obrigatoriamente teriam que acelerar o passo se quisessem me alcançar, o problema é que outros começaram a vir até mim em uma formação, que logo percebi que iria acabar me cercando e a única alternativa que eu tinha era correr, mas isso também não garantia que eu iria conseguir passar por eles.

…You ruined everything good…

Olhei para uma mesa ao meu lado e pedi educadamente licença àqueles que nela estavam para então subir nela como se fosse algo natural. Os donos da mesa elevaram a voz com insatisfação. Todos os seguranças imediatamente começaram a correr na minha direção, mas eu os esperei para poder sair dali no momento certo.

…Just fucking leave me alone! — Esse era o encerramento de Amélia com uma high note, depois disso a música seguiu apenas em instrumental, mas a mink permaneceu em êxtase por um tempo, sem perceber o que estava acontecendo bem na sua frente.

Enquanto minha prima mostrava seus talentos no palco, eu mostrava os meus pulando acrobaticamente de mesa em mesa, às vezes até por cima dos seguranças, fazendo-os de bobos. Com isso eu consegui cruzar toda a área VIP em direção a mesa de Giancarlo, o problema é que também se tornou impossível as pessoas não me notarem, então muitos olhares se viraram para mim, inclusive os de Ovotinik. que levantou enfurecido erguendo a mão em direção a equipe de iluminação. Ele estava dando um sinal.

Hã? Cinos? — disse Amélia no microfone ao “voltar para a realidade” e se dar conta da confusão que eu estava fazendo ali. Mas antes que ela pudesse dizer ou fazer mais alguma coisa, a energia no salão foi completamente cortada, encerrando abruptamente os acordes finais da música e deixando todo mundo no escuro absoluto sem entender nada do que estava acontecendo.

Eu estava a apenas uma mesa de distância do empresário, já havia driblado todos os seguranças e bastava agora eu realizar um último salto para conseguir chegar até o Moretti. Antes mesmo de estar em meio ao breu, eu já havia focado não apenas o meu olfato, mas também os meus olhos na direção de Giancarlo, portanto enxergar ou não, não faria diferença para eu saber onde ele estava, o problema mesmo é que eu ainda não sabia de onde viria o ataque à ele. Iluminação? Sonoplastia? Banda? Alguma outra pessoa sentada em uma dessas mesas VIPs? Quem puxaria o gatilho? Não sei, mas eu irei descobrir, pois tenho certeza que os Costa não contavam com a minha presença, e para o azar deles, eu seja talvez o único aqui capaz de produzir luz através do meu corpo.

"Me invejem, humanos idiotas, este é o poder dos minks: Electro!", pensei no instante que saltei na direção marcada já preparando para a ação seguinte.

Arrastei a palma das mãos por todo o pelo dos braços opostos, abrindo-os em um movimento que cortaria o ar ao mesmo tempo que espalharia ao meu redor a energia elétrica gerada pelo atrito estático que acabei de gerar. Pelo próximo segundo, o cenário voltaria a ter luz devido às faíscas de eletricidade produzidas por mim, era pouquíssimo tempo, mas suficiente para eu bater os olhos nos três pontos que eu acreditava ter maior chance do impostor estar posicionado. Como imaginei, lá estava ele, bem próximo de mim e apontando uma arma na direção de Giancarlo, o infiltrado de Ovotinik era o guitarrista da banda.

O gatilho foi pressionado… E mesmo já estando no ar eu não tenho certeza se conseguirei chegar a tempo.

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Re: A bela e o feio mais feio ainda Ter Abr 25, 2023 6:10 pm


Post 17 - Herói do dia




Eu não tinha conhecimento de nada que pudesse fazer eu acelerar a minha velocidade no ar, portanto precisava apostar apenas na física para alcançar Giancarlo e tirá-lo da rota do disparo. Foi tudo muito rápido, questão de segundos, mas meu instinto já me alertava de que não daria tempo e a única coisa que eu podia fazer para evitar o pior era usar o meu próprio corpo de escudo. Foi o que eu fiz. Me agarrei ao corpo do empresário em um abraço e coloquei minhas costas na direção do palco, por conta do meu movimento nós dois seríamos arremessados no chão, e mesmo que eu me ralasse na queda, tal dor nem se compararia a que eu estou sentindo agora na região das minhas costas onde recebi o disparo do guitarrista. Giancarlo Moretti estava a salvo, agora eu só preciso impedir que levem Amélia.

Mas o que é isso? O que diabos está acontecendo? — perguntou o empresário sem entender nada, e como meu electro já havia se dissipado, o local permanecia no total escuro.

Os Costa estão querendo te matar. Fique em um local seguro com as suas filhas e não confie em ninguém — respondi sem que ele pudesse prestar muita atenção nas minhas características físicas.

O quê? Mas quem diabos é você?

Sou o herói do dia, velhote… E de nada, ok? — Ter que responder isso me irritava profundamente, afinal, provavelmente não receberei um puto centavo por estar arriscando a minha vida por esse ricaço canalha.

Quando as luzes voltaram a se acender, a multidão no salão já estava em pânico, principalmente porque a arma utilizada pelo guitarrista não era silenciada como aquela usada por Akazuki, então a plateia do show ouviu muito bem o disparo sendo efetuado. Eu era o cara que há pouco estava causando confusão pulando de mesa em mesa, por isso os seguranças deveriam continuar me perseguindo, mas o blackout, o barulho de tiro e o empresário do show caído no chão acabaram fazendo eles terem um delay antes de pensarem em voltar a atenção para mim.

Não era difícil perceber que as minhas costas estavam sangrando, e juntando os pontos muitos poderiam concluir sem dificuldade que eu havia entrado propositalmente na frente do disparo para proteger o sr. Moretti, mas eu não me importava nem um pouco com isso, pois quando olhei novamente para o palco fui o primeiro a perceber que Amélia não estava mais lá, muito menos o guitarrista ou Akazuki. Sem pensar duas vezes, fiz a única coisa que sou bom: corri. Corri em direção ao palco e o escalei com um salto acrobático, por não conhecer o restaurante eu estaria em uma grande desvantagem nessa perseguição, mas eu passei praticamente o dia inteiro com um disfarce feito pela minha prima com as coisas dela, portanto o cheiro enjoativo do perfume de Amélia ainda estava fresco em minha memória e seguir o rastro deixado por ele seria muito fácil para meu olfato apurado detectar.

Aproveite os segundos de vantagem, Akazuki, porque logo mais eles não vão servir de nada — falei para mim mesmo antes de partir em disparada pelo caminho que meu nariz me indicava.

Ignorei qualquer fala ou pessoa que de alguma forma estivesse tentando interagir comigo, mas como minha reação de correr pro palco quando as luzes se acenderam foi rápida e o lugar estava um verdadeiro caos, eu teria alguns segundos de vantagem até que alguém tentasse vir me parar para perguntar o que estava acontecendo. Os Costa e o Dr. Ovotinik com certeza tinham noção de quem eu era e o que eu pretendia fazer, portanto sair dali o mais rápido possível também era uma forma de evitar que eles mandassem seus homens pra cima de mim.

Saindo pelos fundos do palco, entrei novamente naquele corredor restrito, mas em uma área nova. Não tinha a menor intenção de explorar o lugar, então continuei correndo sem olhar para trás. Suspeitei que talvez os Costa tivessem um plano reserva para conter possíveis perseguições a artista desaparecida, mas se eles considerassem que a primeira parte do plano funcionaria, era fácil eles mentirem de início dizendo que Amélia correu assustada e se escondeu. Havia no entanto alguém que eu já esperava encontrar no caminho, sendo esse justamente o único membro da banda que havia desaparecido junto com Amélia e Akazuki, e eu estava certo em pensar isso, pois o guitarrista estava me esperando no corredor para tentar me parar, provavelmente porque o agente havia lhe alertado de que eu estaria aqui. Ele mirou a arma dele na minha direção e disparou outra vez, mas agora eu estava em um posicionamento diferente e completamente preparado para isso, portanto desviei do tiro mudando brevemente a minha rota de corrida com um saltinho pro lado.

Não me atrapalhe, seu pé no saco! — gritei dando um impulso na direção dele e girando meu corpo para fazer uso do estilo de combate da família, o Sonic Spin Style. Minha máscara e boné seriam arremessados para fora da minha cabeça por conta disso.

(Uma versão MUITO nerfada disso aqui)
A bela e o feio mais feio ainda - Página 2 F7e

Somando toda a velocidade que eu já estava com a força que coloquei na minha rotação, eu estaria fazendo uma investida com o poder de impacto semelhante ao melhor soco ou chute que eu poderia dar se fosse treinado nessas artes marciais. Com o electro vazando de forma natural pelo meu corpo, avancei como uma bola giratória espinhenta rodeada de faíscas azuladas e atingi a barriga e o peito do músico com toda a violência que eu poderia causar. O guitarrista vomitou suco gástrico junto com um pouco de sangue e caiu no chão agonizando com o peito sangrando levemente espetado e eletrocutado, mas definitivamente a maior fonte de dano foi a combinação de tudo isso com o impacto. Para não capotar no chão e me ferir junto com a pessoa que atingi, usei meus conhecimentos acrobáticos e a minha destreza para fazer um pouso adequado e sem perder muito tempo já consegui sair dali correndo novamente.

Boa tentativa, Akazuki, mas se quer me parar, então venha você mesmo.

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Re: A bela e o feio mais feio ainda Ter Abr 25, 2023 6:11 pm


Post 18 - Dessa vez eu não vou fugir




Como velocidade é o meu forte, sempre soube que alcançar Akazuki não seria um problema se tudo que eu precisasse fazer fosse correr. Eu já havia saído do Mozzafiato e estava agora nos becos ao redor do restaurante, os mesmos por onde eu passei com Aokuzi para entrarmos no estabelecimento. O que me surpreendeu ao ver o agente com a minha prima, é que ele não parecia estar levando-a à força, mas sim escoltando-a, como se estivesse ainda fazendo um papel de guarda-costas tirando-a do perigo. O problema é que ele já estava com a arma dele em mãos, então quando ele me visse poderia facilmente mirá-la em mim, ou pior, em Amélia. Eu poderia tentar me aproximar de maneira furtiva, mas a verdade é que eu estou puto, e a única coisa que eu conseguia pensar é em como iria quebrar a cara de Akazuki.

Amélia, saia de perto dele! Ele é um espião da Máfia! — gritei enquanto corria ainda mais rápido para cima dos dois.

Akazuki olhou para trás, não parecia surpreso em me ver, mas com certeza não estava feliz, curiosamente, Amélia parecia ter a mesma reação. O agente mirou sua pistola silenciada na minha direção e disparou, mas um rápido tapa da mink na mão dele acabou fazendo-o perder a mira e errar o tiro, sorte a minha, pois mais uma vez Akazuki mirou em minha cabeça e teria acertado se não fosse a reação rápida da família Ouriço.

Sua vagabunda! — xingou Akazuki girando o corpo para dar um tapão com as costas da mão no rosto de Amélia.

Meu instinto de fuga quase fez meu corpo dar meia volta e correr na direção oposta quando o projétil passou muito próximo da minha cabeça pela segunda vez na noite, mas essa era provavelmente a primeira vez em muito tempo não era o medo que estava dominando as minhas ações. Dessa vez eu não vou fugir.

Vê-lo acertar Amélia dessa forma me deixou ainda mais furioso para continuar correndo na direção de Akazuki. A garota foi atingida em cheio no rosto e jogada no chão pela força superior do agente, como a intenção dele era vendê-la como escrava, era importante que Akazuki a mantivesse viva e o mais preservada possível, portanto o foco dele nesse combate com certeza era eu. Depois de derrubar Amélia, o agente voltou a concentrar sua atenção em mim, mas já era tarde demais para ele, pois eu já havia me aproximado o suficiente para acertá-lo com um belo soco eletrizado na cara.

Não encoste essas mãos sujas nela, desgraçado! — exclamei em fúria após acertar o ataque. Parece até que eu estou agindo igual ao meu primo Saulo.

Se quem tivesse atacado fosse um boxeador, Akazuki estaria nocauteado, mas como infelizmente fui eu, o espião conseguiu resistir bem e apontou a arma pra mim, desviei ela pro lado com o braço e ataquei de novo com um soco, dessa vez bem no meio do nariz dele. Ele resistiu também e atacou com uma joelhada, acertando minha barriga, mesmo sentindo a dor, agarrei a mão direita dele para travar a movimentação da pistola e contra-ataquei com uma cabeçada.

Esse não era o estilo de combate que eu estava mais familiarizado a usar, e de certa forma eu estava lutando de maneira muito semelhante a de meu primo Saulo. Usando a mão esquerda, Akazuki segurou os meus cabelos espinhosos, ação que provavelmente iria causar danos a sua palma, mas ele não se importou com isso e em seguida iniciou uma sequência de joelhadas em minha barriga, peito e até rosto. Infelizmente não consegui resistir a sequência de golpes e larguei a mão dele, permitindo que ele pudesse finalizar tudo me acertando um tiro no peito.

Automaticamente cuspi um pouco de sangue pela boca e caí de joelhos no chão.

CINOS, NÃO! — gritou Amélia com desespero facilmente identificado em sua voz.

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Re: A bela e o feio mais feio ainda Ter Abr 25, 2023 6:19 pm


Post 19 - Ouriços vs Akazuki




Mesmo a dor sendo suficiente para me fazer cair, aparentemente este não foi o melhor dos disparos de Akazuki, e ele com certeza também concorda com isso, pois já preparou a arma para mirar no verdadeiro alvo: o meio da minha testa. Mas antes que pudesse atirar novamente, um chute alto de Amélia em sua mão fez a pistola silenciada do agente ser arremessada em rodopios para o alto. Ao mesmo tempo, coloquei ambas as mãos no peito e tentei diminuir o meu sangramento usando toda minha força física e interna para resistir a dor que estava sentindo, pois definitivamente seria o meu fim se eu perdesse a consciência aqui.

Com as pálpebras tremendo, me surpreendi ao olhar para frente e ver Amélia lutando de igual para igual contra um agente treinado do Governo Mundial. Quando foi que ela se tornou uma guerreira? Pensei ao observá-la usando chutes para pressionar o adversário, ela parecia até mesmo estar levando a melhor, acertando mais ataques do que recebendo. Eu não posso deixar a minha prima fazer isso sozinha, preciso ajudá-la mesmo que perca todo o meu sangue no processo. Com esse pensamento, voltei a me levantar, me esforçando ao máximo para conseguir me manter de pé, mas aos poucos senti que meu corpo estava se adaptando a isso, quase como se eu estivesse o acostumando a lutar.

Pare com isso, idiota, ou eu vou ter que te matar! — ameaçou o agente, mas a mink não o deu ouvidos.

Amélia, segure ele! — gritei poucos antes de me preparar para correr.

Você nunca ouviu aquele ditado? — perguntou Amélia ao espião dando um belo chute na boca do estômago dele.

Dei a investida necessária para avançar com toda a velocidade que eu podia para cima de Akazuki. O agente estava atordoado pelo chute no estômago, o que abriu margem para Amélia poder se mover ao redor dele e segurá-lo pelas costas em um abraço imobilizador. Enquanto isso eu já havia me aproximado o suficiente, então pulei dando início ao giro do meu Sonic Spin Style, liberando algumas faíscas em um efeito visual eletrizado. Esse era o estilo de combate do meu pai, do meu tio, e também do meu primo Sônio, e esse ataque é o ataque assinatura deles, então eu preciso fazer isso direito. Pelo menos uma vez, não posso ser o fracassado da família.

(Algo parecido com isso)A bela e o feio mais feio ainda - Página 2 P7Klpb

Me larga, sua peluda imunda!!!

Se mexer com o ouriço, você acaba espetado, hihihihi — disse ela contando o ditado da família e dando uma risadinha no final, pois já sabia que eu iria acertá-lo em cheio.

CYCLONE KICK! — bradei com todo o ar que tinha em meus pulmões.

Sangue jorrou por diversos orifícios da cabeça do agente no momento que o meu calcanhar esmagou com violência o topo do crânio dele. O impacto foi forte o bastante para fazer alguns dos dentes mal cuidados dele saírem de sua boca junto com um pouco de sangue. Cai em pé com destreza e observei Akazuki cambalear até cair no chão, pois Amélia já havia o soltado. Observei ele tentar se arrastar para longe, completamente atordoado sem entender direito o que estava acontecendo ao seu redor. Vi a pistola silenciada dele caída não muito distante de mim e me abaixei para pegá-la, depois disso fui em passos lentos na direção do traidor.

Por favor, Cinos, espere! — implorou ele já tendo noção que havia perdido. — A sua prima chata, você pode vendê-la como escrava e faturar uma fortuna, mais do que o suficiente para pagar sua dívida com os Costa. Sem mais perseguições de mafiosos… — continuei me aproximando, ignorando a tentativa dele de me convencer. Ele achava que me conhecia, e que iria me comprar com essa ideia, mas ele estava tremendamente enganado. — Você assim como eu também odeia sua família, não é? Você odeia como eles se acham tão melhores que você, eles não merecem isso… Você não merece isso! Eu vejo nos seus olhos, Cinos, nós somos iguais!

Sua fala estava arrastada, quase que embolando as palavras. Parei diante dele e observei o seu estado deplorável com sangue escorrendo pela boca e nariz. Novamente ele não podia estar mais errado, Akazuki havia traído a sua organização e matado seu irmão por dinheiro, ele era um verme do mais sujo possível, e não, definitivamente nós não somos iguais. Eu poderia estar muito bem esboçando ódio em minha face, mas eu não estava. O agente sabia que era o seu fim e recorreu ao último recurso que tinha: lágrimas.

Cinos, por favor… — Deixei Akazuki ver eu apontar para ele a arma que ele próprio havia usado para matar o irmão.

Nunca mexa com os Ouriços, seu otário! — Então apertei o gatilho. O corpo de Akazuki despencou de vez, sem vida, devido ao tiro a curta distância que acertei em sua cabeça. Abaixei o braço e larguei a pistola, permanecendo imóvel em seguida.

A bela e o feio mais feio ainda - Página 2 F33C815CF3665E14232FA2CC47B7593FACD065B3

Pelos próximos segundos, sem remorso algum pelo que fiz, observei o meu reflexo surgir no sangue que se espalhava ao redor do agente que matei mesmo depois de vê-lo chorar e implorar por misericórdia.

[Provavelmente foi o meu post preferido]

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Re: A bela e o feio mais feio ainda Ter Abr 25, 2023 6:24 pm


Post 20 - Missão Completa




Cinos… — falou Amélia em um tom melancólico e se aproximando de mim.

Não quero falar sobre isso — respondi seco, cortando qualquer comentário que Amélia pudesse fazer a respeito do que acabou de acontecer. — Acho que ainda temos um tempo de vantagem antes dos Costa chegarem. O plano deles era te vender como escrava, então Akazuki iria te levar para algum ponto perto do porto onde você seria jogada em um navio. Por ser território dos Nava, eles não devem ter colocado homens no hotel, nem mesmo perto dele, já que não contavam com a possibilidade de você conseguir escapar, então podemos voltar para lá e ter uma certa garantia de que Salvatore Nava e Giancarlo Moretti vão garantir ao menos a sua segurança… Quanto aos problemas que eu causei, deixa que nisso eu me viro.

Err… Ok, ok, tudo bem — ela concordou aparentemente contra a sua vontade, pois parecia muito que estava querendo comentar algo sobre essa situação, ao invés disso ela apenas me abraçou, e eu retribuí. Não dissemos nada.

Fizemos então o caminho até o Hotel Bellucci, ignorando completamente o caos que poderia estar acontecendo no Mozzafiato nesse momento com uma tentativa de assassinato e o desaparecimento da artista convidada. Ao menos quando chegamos no hotel, Amélia fez questão de parar na recepção para fazer algumas ligações, inclusive para o Mozzafiato onde ela avisou que estava bem e que no susto correu assustada de volta para o seu quarto de hotel. Como eu estava sangrando, Amélia me pediu para ir logo para o quarto enquanto ela permanecia ali fazendo mais algumas ligações ao qual eu não me importei em saber para quem eram, pois não tinha o menor interesse em saber como minha prima iria lidar com possíveis problemas que isso traria à sua carreira de artista.

Depois do lentíssimo elevador me levar ao 33º andar, fui até o quarto reservado para Amélia e o entrei sem dificuldade, já que a garota havia me entregado a chave. Sem me importar em estar com as costas e o peito encharcados de sangue, me joguei na enorme cama de casal do recinto e praticamente apaguei segundos depois. Não sei quanto tempo se passou comigo dormindo, mas quando acordei eu já estava com meus ferimentos devidamente tratados, algo que com certeza não foi feito por Amélia. Sem sair da cama, olhando a luz que vinha da janela, percebi que o sol estava nascendo… Não, na verdade estava se pondo, novamente, ou seja, dormi por praticamente um dia inteiro.

Finalmente acordou. Tem comida à bessa pra você aqui, coma o quanto quiser — falou Amélia apontando para dois carrinhos cheios de petiscos, sobremesas e pratos diferentes. A mink estava arrumando as malas dela, sinal de que já estava se preparando para ir embora dali em breve.

Aahmm... obrigado — agradeci meio sem jeito, mas obviamente não recusei a comida, indo com selvageria para cima das coisas mais gostosas dos carrinhos para comê-las e encher novamente a barriga.

Olha, você recebeu uma graninha enquanto estava dormindo, B$4.400.000 pelas duas missões completas ontem, uma foi conseguir me proteger com sucesso e a outra foi descobrir e parar o ataque terrorista no Mozzafiato — contou ela enquanto tentava colocar dentro de uma mala um número de roupas muito acima da capacidade de carga dela.

Ataque terrorista? E imagino que os Costa não tenham tido nada a ver com isso… — comentei de boca cheia, já esperando que a história contada teria sido manipulada pela família mafiosa.

Acusaram o produtor musical, Robson Nicolás de ser o líder da organização terrorista e o responsável por orquestrar o ataque ao empresário Giancarlo Moretti. Na notícia que está circulando, eles deram os créditos do sucesso da operação à equipe do agente Aokuzi, sequer citaram seu nome e ainda por cima lamentaram a morte de Akazuki junto com o irmão durante a realização da missão.

Claro, os Costa podem ter conseguido limpar a barra deles, mas jamais fariam a mídia me dar os créditos por isso sabendo que eu fui o cara que estragou tudo. E ainda por cima acusaram um cara que sequer se chama de fato Robson Nicolás, os desgraças conseguiram reduzir ao máximo qualquer dano a família deles. Mas falando em família, ao menos a de Aokuzi não saberá o que ele foi morto pelo próprio irmão, quem sabe até recebam algum suporte financeiro do Governo Mundial por isso — comentei incrédulo com a capacidade da Máfia de limpar a própria barra.

Quanto ao seu dinheiro, eu mesma fui no banco e depositei tudo na sua conta, os B$4.400.000 e também os B$3.000.000 que o Sônio te deu — disse Amélia aparentemente terminando de arrumar as suas coisas e batendo as mãos uma na outra como se tirasse poeira delas. Me surpreendi quando ela disse três milhões, pois eu tinha quase certeza que era somente metade disso. Ela então veio na minha direção tirando do bolso um papel dobrado e me entregando. — Também tem isso aqui. Um presentinho do sr. Moretti por ter salvo a vida dele.

Quê? Mas como ele sabe que era eu? Eu estava muito bem disfarçado! — Talvez nem tanto, mas enfim, agora tanto faz. Abri o papel em minhas mãos e quando li o seu conteúdo, o susto que tomei quase me fez vomitar toda a comida que acabei de enfiar pra dentro. — O QUÊ? VINTE E CINCO MILHÕES?!

(OFF: Calma ae avaliador, não vou sacar esse dinheiro então pode ficar de boas, é apenas um item que será usado para fins narrativos de desenvolvimento de personagem sem qualquer benefício “in game”, o Cinos sequer vai sentir o cheiro do dinheiro que vai vir desse cheque.)

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Re: A bela e o feio mais feio ainda Ter Abr 25, 2023 6:37 pm


Post 21 - Não me diga que…




Meus olhos praticamente saíram do meu rosto com o susto que levei ao ler aquele número cheio de zeros. Eu demorei pra conseguir acreditar que o empresário havia realmente me feito um cheque no valor de 25 milhões de berries, valor que se somado ao dinheiro que eu já tenho seria suficiente para pagar a minha dívida com os Costa mesmo com juros. Eu nunca na minha vida havia tido tanto dinheiro em mãos, mesmo que seja no momento apenas um papel que ainda precise ser trocado pelas notas que aí sim valem de algo.

Você literalmente salvou a vida dele, ele estava muito grato por isso, inclusive lamentou que você não estava em condições para recebê-lo. E olha, acho que não é um número aleatório, parece que ele sabia que você tinha uma dívida e… Sei lá, quis ajudar. — Ela agora estava recolhendo seus diversos cosméticos que estavam em frente ao espelho. —  E olha, se você chama aquilo de disfarce, vou precisar te dar umas aulas se quiser realmente aprender a verdadeira arte das roupas e maquiagens.

É… Realmente esse dinheiro poderia deixar a minha vida mais fácil e menos perigosa daqui pra frente, principalmente porque os caras que eu estou devendo podem estar ainda mais irritados comigo agora. — Esse deveria ser o momento mais feliz da minha vida, mas por alguma razão eu não tinha sequer um pingo de alegria para demonstrar.

Que foi? Parece não ter gostado do presente.

Não é isso, é só que… — Dobrei novamente o cheque e guardei dentro do distintivo de agente do governo que pertencia a Aokuzi. Eu ainda não sabia o que faria com esse cheque, mas com certeza não seria entregá-lo aos filhos da puta da família Costa, então para não deixar Amélia preocupada, menti fazendo uso das técnicas de atuação que ela mesma me ensinou um dia atrás: —  Vai ser um saco ter que ir no banco trocar este cheque em um valor em dinheiro.

Ah, nem demora tanto assim, para de ser preguiçoso! Meu navio de volta está marcado para amanhã de manhã, você pode me levar no porto e na volta passar no banco — sugeriu Amélia. — Mas e o curso grátis de maquiagem, vai querer ou não? É pegar ou largar, se eu fosse você aproveitava.

Ok, ok, eu topo, mas só porque eu gosto muito da Binas, a ouriço — disse em tom de ironia deixando escapar uma risada. — Sabe o que é engraçado nessa história toda? Quando a minha missão começou, nosso trabalho também consistia em ficar de olho em você para saber se você era uma rebelde do Exército Revolucionário. Não sei de onde eles tiraram essa suspeita, porque agora eu vejo que isso não faz o menor sentido.

É, claro, nada vê… — Achei estranha a forma como ela deu essa resposta, mas relevei.

Você é uma artista famosa, não tem pra que se envolver nisso… Apesar de saber dar bons chutes e ter dado uma bela surra no Akazuki.

Ele não estava lutando pra valer… Mas obrigada, são as aulas de taekwondo todas as terças e quintas, hahahaha. — E novamente pela maneira que ela respondeu ficou muito fácil perceber que ela estava claramente desconfortável com o assunto, parecia até que estava mentindo.

Amélia…

Cinos…

Não me diga que…



Ah não… PUTA QUE PARIU!!! VOCÊ É REALMENTE UMA REVOLUCIONÁRIA???

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Re: A bela e o feio mais feio ainda Ter Abr 25, 2023 7:38 pm


Post 22 - Amélia Rosa e o Exército Revolucionário




Assim que eu gritei, Amélia se jogou na minha direção e tampou minha boca, fazendo sinal com a mão de que havia pessoas do lado de fora do quarto que poderiam ouvir.

Fala baixo, seu idiota! Tem um outro agente no corredor fazendo o trabalho de guarda-costa! — explicou a mink sussurrando.

…UMA REVOLUCIONÁRIA ARTISTA DO MEIO MUSICAL! AMÉLIA ROSA, SUAS MÚSICAS SÃO INCRÍVEIS!!! — tentei corrigir em seguida com a atuação mais tosca do mundo, mas eu ainda estava em choque com a informação da minha prima ser uma rebelde. Seja lá quem for o novo agente no trabalho de guarda-costas, espero que ele não tenha conseguido ouvir nada disso.

E não é o que você tá pensando, eu não sou realmente uma revolucionária… Eu fui contratada — explicou Amélia ainda falando baixo.

Contratada? Como assim? Você veio aqui pra fazer um show, quem te contratou foi o Moretti, o que caralhos isso tem a ver com o Exército Revolucionário? — perguntei muito confuso. — Por acaso o Moretti além de mafioso é um soldado rebelde?

Não. Quero dizer, não sei. Eu não sei exatamente quem eles são, e mesmo se eu soubesse não iria te dizer, mas o show realmente foi uma negociação verdadeira com relação a minha carreira artística, o porém vem que os revolucionários já sabiam da possibilidade de ter um esquema de comércio de pessoas na ilha e que tinha relação com alguma família mafiosa, só não sabiam qual. Meu papel era basicamente fingir ser uma artista indefesa, me deixar ser levada pelos mafiosos e ajudar os rebeldes a descobrir mais sobre o esquema dessa ilha no tráfico de pessoas…

E aí eu meio que estraguei tudo quando apareci para te salvar e não deixei você ser levada pro lugar onde o tráfico acontece — completei e em seguida caí para trás na cama, sem acreditar que tudo isso estava acontecendo bem debaixo do meu nariz. — Cara, eu seria promovido se meus superiores soubessem que eu fodi com uma missão dos Revolucionários — sonhei por um instante antes de me dar conta de que minha prima era maluca, então voltei a ficar sentado. — Mas por que você topou essa merda? Você não tem noção do perigo disso? Você confiou nesses caras sem nem saber se eles iriam realmente conseguir salvá-la. Se eles não aparecessem você poderia…

Não ía acontecer, ok? Já falei que não vou dar detalhes sobre isso pra você, você é meu primo, mas também é um agente do governo, se quer realmente saber de algo além disso, você vai ter que me prender. — Havia um tom de desafio na voz de Amélia, ela estava falando bem sério quanto a prendê-la, mas nós dois sabíamos que eu não iria fazer isso… Isso me deixou um pouco intrigado, pensando se no começo disso tudo, se eu tivesse sido sincero e perguntado logo de cara para ela, ela teria me contado? Ou se eu de alguma forma tivesse descoberto isso, eu teria entregado Amélia a Aokuzi?

Mas e você, os revos não ficaram irritados com o ocorrido? — perguntei pensando se no momento ela ou até mesmo eu poderíamos estar na mira desses caras.

Ahh nada, mesmo com a falha eu recebi o valor total combinado, a pessoa com quem eu tinha contato disse que não tinha como eles adivinhar que um dos agentes contratados seria justamente alguém da minha família… Enfim, ele disse que foi uma situação de muito aprendizado para todos os envolvidos e que da próxima vez vão dar um jeito acabar com esse esquema de tráfico dos Costa.

Percebi que ouvir Amélia dizer isso me trouxe sentimentos bastante conflituosos, eu havia ficado feliz e esperançoso com a possibilidade de imaginar os Revolucionários conseguindo por fim a esse negócio sujo de Cesare Costa, poderia até tentar mentir para mim mesmo dizendo que minha felicidade é por conta da minha história com a família, mas eu sei que não é isso. Eu realmente estava torcendo para o Exército Revolucionário ter sucesso em sua missão de acabar com um esquema de tráfico de pessoas, muitos deles sendo da minha própria raça… Mas como um agente do Governo Mundial, não eram esses caras que eu deveria impedir?

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Re: A bela e o feio mais feio ainda Qui Abr 27, 2023 11:10 pm


Post 23 - Alvo declarado




Em algum lugar e momento de Sirarossa, uma conversa aconteceu sem que eu, Cinos, tivesse qualquer conhecimento de sua existência. Essa ocorreu entre Cesare Costa, um dos chefões da máfia da cidade, e o produtor Robson Nicolás, ou melhor, nem produtor ele era, na verdade ele era engenheiro e seu nome também nem era esse, mas sim Igor Ovotinik, também conhecido como Roboman. O fato do doutor ter usado uma identidade falsa permitiu que os mafiosos colocassem a culpa em um homem que não existe, permitindo que o nome de Ovotinik continuasse limpo. As imagens divulgadas do terrorista eram de fato as do Dr. Roboman, mas o grande trunfo disso é que o engenheiro nunca teve sua aparência divulgada para a mídia, então eles não fazem ideia de como o gênio da robótica se parece.

Mas chefe, eu não tive culpa… — disse Igor tentando se justificar ao chefe.

Eles estavam em uma sala de aparência executiva com uma iluminação amarelada fraca vinda de grandes candelabros. Havia ali com os dois outra meia dúzia de mafiosos, em pé e de guarda em locais específicos do ambiente. Ovotinik estava diante de uma mesa e uma cadeira vazia, pois Cesare estava em pé, de costas para ele, olhando através da enorme janela que fornecia uma visão panorâmica e elevada de Sirarossa. Em cima dele, havia a cabeça empalhada de um cervo.

O navio onde os agentes foram colocados era de sua responsabilidade. Os tripulantes que lá estavam foram escolhidos e contratados por você. Toda a área do tráfico de animais era gerenciada por você. Então como você pode dizer que o prejuízo de milhões que tivemos justamente nessa área não é culpa sua, Ovotinik? — argumentou Cesare usando de uma forte intimidação para fazer Roboman, que era muito maior que ele, tremer de medo.

Foi culpa do ouriço, chefe, um dos tripulantes sobreviveu e disse que foi atacado pelos animais do navio a mando do ouriço, acho que é Cinos o nome dele — continuou o engenheiro a se explicar, mas ele estava com a voz trêmula, não conseguindo formar uma linha de raciocínio.

Cinos, o ouriço? O mink que já me deve milhões e foge de nós como um pateta? Você tá me dizendo que o responsável por libertar nossas mercadorias e nos trazer o maior prejuízo em anos é esse idiota? E você permitiu que ele não só fizesse isso em seu navio, como ainda escapasse com a artista que eu escolhi a dedo para me arrecadar centenas de milhões de berries? — A fúria do chefão estava escalando em seu tom de voz, e quando ele se virou para Ovotinik, o mesmo caiu de joelhos tremendo no chão. Cesare colocou a mão na cintura, dando ênfase a pistola que havia ali. — Mas me tire uma dúvida, Ovotinik, quem foi o responsável por colocar o ouriço nessa história?

Fui eu… Fui eu chefe, mas Akazuki disse que não precisávamos nos preocupar com o irmão dele e muito menos com o ouriço idiota recém formado como agente… Foi tudo ideia do Akazuki, eu juro! — Ele estava implorando já sem conseguir conter as lágrimas e ranhos que escorriam por conta do seu medo.

E se o Akazuki está morto, quem eu deveria punir por isso? — Ele sacou a pistola e a bateu com força na mesa de madeira.

Por favor, me dê ao menos a chance de te trazer o ouriço! Ele já te deve milhões, não é? Eu trago ele pra você e você resolve isso com ele. Eu também posso dobrar a minha equipe e aumentar seus lucros no tráfico de animais, eu posso até entrar com investimento para expandir seu negócio na venda de pessoas. Eu faço qualquer coisa, chefe! — Ovotinik estava desesperado.

O dobro não, o triplo. Triplique seus homens e me traga no mínimo o dobro da receita mensal que você era responsável, não me importa em que área você vai trabalhar pra fazer isso, mas eu quero o dobro do dinheiro na minha mesa no final do mês… E é bom que a cabeça do ouriço também esteja incluída como bônus, caso contrário, doutor, será a sua que irei pendurar na minha casa.

Ovotinik concordou sem fazer qualquer objeção e então olhou um pouco mais para cima, observando a cabeça de cervo empalhada no escritório, por conta do medo, por um instante ele imaginou a própria cabeça dele ali, mas quando a raiva passou a tomar conta de seus sentimentos, era a minha cabeça que ele enxergava nessa situação.

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Re: A bela e o feio mais feio ainda Qui Abr 27, 2023 11:16 pm


Post 24 - A bela e o feio




Tudo bem, me ensine as suas técnicas de maquiagem que me tornem um verdadeiro Mestre do Disfarce.

Ok, mas você mesmo vai ser o boneco de estudo. Venha pra frente do espelho — respondeu Amélia ajeitando uma cadeira em frente ao espelho do quarto que provavelmente havia sido colocado ali com o objetivo de auxiliar pessoas a se maquiarem.

E lá vamos nós… — comentei sem acreditar que havia aceitado me submeter a isso pela segunda vez, sendo que agora sequer havia a necessidade de me esconder de mafiosos na rua. Definitivamente o meu eu do passado não passaria por isso de novo… O que diabos está acontecendo?

Vai demorar um pouco, mas você dormiu o dia inteiro, então está tudo bem, não é? — falou Amélia já pegando suas armas, digo, acessórios de maquiagem.

Com certeza vou demorar a ter sono de novo, mas e você?

Ah, eu fico ansiosa antes de viagens, não vou conseguir dormir. Vai logo, senta aí, senão não consigo te ensinar tudo — apressou ela me forçando a sentar logo na cadeira.

[Aprendendo Disfarce]

Eu ainda lembrava de boa parte das aulas de teatro que tive em Toroa anos atrás, por isso as dicas de atuação que Amélia havia me passado ontem entraram muito mais fácil em minha cabeça do que as técnicas de maquiagem e figurino que ela agora tentava me ensinar. Foram horas e horas aprendendo sobre a melhor forma de usar cores e seus significados, como criar sombreamento com maquiagem, como alterar o formato do seu rosto apenas com a utilização de produtos cosméticos, e claro, o mais difícil, qual era o nome de cada um deles. Ainda era difícil para nós, minks, mudarmos a aparência a ponto de parecer um humano, mas ao menos com as técnicas de Amélia eu saberia como fazer para parecer um mink completamente diferente.

[Fim do aprendizado]

E com isso aqui, você só precisa aplicar nos seus pelos ou cabelo que a cor vai mudar rapidinho, de ouriço azul você pode passar a ser um ouriço loiro num piscar de olhos... Mas é bom esperar secar — finalizou Amélia dando fim a sua aula.

Ou rosa, né… — comentei por conta da cor que minha prima havia decidido colocar meus pelos como exemplo. Parecia até que éramos irmãos, ou melhor, irmãs, porque não posso ignorar a maquiagem que ela colocou em meu rosto me trazendo de volta ao corpo de Binas, a ouriço.

Sabia que foi o Silvio que fez isso tudo? Pelo menos a maioria — contou ela apontando para as iniciais “SO” de Silvio o Ouriço marcadas em um batom. — Você não sabe como é difícil achar uma maquiagem boa para nossa pele e pelo. Inclusive pode ficar com tudo, é seu agora, presentinho da prima. — Amélia guardou todos os cosméticos feitos por Silvio dentro de uma bolsinha rosa e me entregou tudo.

Oh… Obrigado, com certeza vou usar bastante. — Do jeito que eu falei até parece ironia, mas de fato, para continuar fugindo dos Costa eu faria muito uso dessas maquiagens.

Meu Deus, Cinos, olha a hora! Já está na hora da gente ir! Peraí, vou me arrumar rapidinho. — Quando ela disse isso não imaginei que ela iria mudar completamente sua aparência usando roupas praticamente masculinas e escondendo todos os traços que pudessem fazer ela parecer com ela mesma. Quando percebeu meu olhar, ela explicou: — Tem multidões de fãs acampados na frente do hotel, se eu não fizer isso nunca chegaremos no navio a tempo.

Entendi… Então espero que o fato de eu estar praticamente fazendo um cosplay de Amélia Rosa não nos atrapalhe em nada — falei apontando para a minha cara maquiada, além dos pelos e cabelo espinhoso coloridos de rosa.

Nós dois saímos do hotel carregando sozinhos todas aquelas malas que ela trouxe quando chegou na cidade, isso porque ela preferiu dispensar o agente que havia sido colocado para auxiliar na proteção dela, alegando que ele não seria necessário já que ela estava disfarçada e um segurança andando do seu lado poderia estragar o disfarce. Quem realmente se fodeu com isso fui eu, que tive que carregar a maior parte do peso, mas sabiamente, já prevendo um gasto excessivo de energia, antes de sairmos fiz a limpa na comida dos carrinhos que ainda estavam sobrando no quarto de Amélia.

Realmente havia muitos fãs na parte de fora do hotel esperando a oportunidade de ver a ídolo, alguns tinham binóculos para tentar olhar as janelas do 33º andar, torcendo para que a mink aparecesse para dar um tchauzinho. Quando eu saí do hotel com uma maquiagem e cor que lembrava muito Amélia, alguns mais desesperados chegaram até a se confundir, mas ao notarem que se tratava de mim, reclamaram me xingando ou comentando coisas como “é só um feio fantasiado”, para esses fiz questão de mostrar um dedo do meio. Como eu e Amélia saímos do hotel em tempos diferentes, ninguém suspeitou que estávamos juntos e que a pessoa usando vestes no estilo noir era na verdade a artista mais popular atualmente na ilha. Com isso, chegar ao navio no porto foi bastante simples, apesar de cansativo por conta das muitas malas.

Então é isso, Cinos, espero que a gente se encontre de novo mais cedo do que da última vez — disse Amélia depois de já ter mostrado sua passagem e entregado as malas para um funcionário da companhia de viagem.

Eu com certeza vou continuar tendo notícias suas pelo jornal, em breve acredito que poderei dizer que a minha prima é a maior cantora pop do mundo — respondi sorrindo, e por incrível que pareça, não estava exagerando em minhas palavras.

Não acho que poderei dizer o mesmo de você, você acabou escolhendo um trabalho que não costuma ter muitos funcionários com destaque na mídia. Apenas tome cuidado, ok?

Eu digo o mesmo… Você e esses seus “contratos secretos”, pense bem antes de sair aceitando essas coisas. Tenho que admitir, acho que você até que é menos chata do que eu lembrava.

Nah, eu era bem chatinha mesmo, ainda bem que o tempo muda a gente. — Apesar de não saber se essa fala dela foi uma indireta pra mim, senti que teve um impacto positivo na minha reflexão.

É, realmente. — Estendi a mão para ela. Era a hora da despedida, mas ela ignorou meu movimento e foi direto me dando um abraço. Diferente do último que tivemos, esse continha apenas bons sentimentos. Retribuí exatamente como fiz com o outro. — Até mais, priminha.

E depois que ela entrou no navio, permaneci em pé no porto, observando a embarcação se afastar rumo ao alto-mar.

Decidi sair do porto quando percebi que havia algumas pessoas estranhas me observando, minha paranoia havia voltado e não demorou muito até ela ficar pior do que era antes, porque puta que pariu, o tamanho da merda que eu fiz pro negócio dos Costa deve no mínimo triplicar a minha dívida com eles, isso se eles ainda se importarem com isso, porque eles já devem imaginar que eu não vou pagar. Talvez na próxima vez que eu me deparar com um desses mafiosos, a intenção deles não seja mais me cobrar…

De toda forma, achei melhor ir logo até o banco pra sacar meu dinheiro e ver o que eu faço com esse cheque de vinte e cinco milhões. Ainda com uma estranha sensação de estar sendo observado, segui por um caminho alternativo usando os becos da cidade que eu já conhecia muito bem, porém quando um barulho de latinha caindo no chão ecoou vindo das minhas costas, me virei rapidamente para ver quem estava ali, mas não me deparei com ninguém. Achei estranho, mas visto que não era nada, me virei novamente para seguir caminho, sendo nesse momento que eu fui pego de surpresa por dois caras que seguraram e colocaram um pano molhado em meu nariz. Tendo o olfato aguçado como o meu, o cheiro forte desse troço fez efeito rápido e eu senti minha consciência indo embora rapidamente.

Hahaha, conseguimos! Estamos ricos! Pegamos ela, pegamos a artista! — ouvi um deles dizer, mas peraí, artista?

E antes que pudesse pensar melhor, o breu engoliu a minha vista.

[Início da viagem. Destino = ???]

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Re: A bela e o feio mais feio ainda Sex Abr 28, 2023 4:35 pm


Post 25 - Nem @#$&%$#!




Mais uma vez, em um lugar de Sirarossa que eu não conheço, talvez até mesmo no interior de um navio em alto-mar, outra cena ocorreu sem a minha presença.

Um homem grande e gordo caminhava por um ambiente mal iluminado, até que com um click no interruptor da parede, luzes foram acesas em algumas partes do cenário, revelando uma espécie de laboratório com oficina mecânica. Agora com um pouco mais de iluminação também era possível ver a identidade do homem barbudo que por ali andava, Ovotinik. Ele continuou caminhando pela oficina até chegar em uma mesa onde um pequeno pano branco servia de suporte para um fino e comprido espinho azul. Ele retirou tal espinho da mesa e o observou atentamente, dando ainda para perceber que o material ainda tinha um pouquinho de sangue em sua ponta.

O homem seguiu seu trajeto pelo laboratório, chegando até uma parede repleta de mini drones que misturavam a aparência robótica com a de animais voadores. Ele pegou um que parecia uma gaivota e enfiou o material genético dentro de onde seria a boca da ave drone, ligando a invenção tecnológica logo em seguida. Olhando com atenção, era possível notar um tipo de bússula ou radar no lugar dos olhos do pássaro, mas aparentemente o alvo registrado no sistema dele ainda não estava por perto.

Ache-o — disse o engenheiro soltando o animal metálico para que começasse a voar pelo cenário fazendo alguns sons não característicos de pássaros, mas sim de um robô.

Enquanto a gaivota sobrevoava a oficina em direção a uma saída, uma enorme sombra humanoide com algumas partes de seu corpo reluzentes podia ser vista atrás de Ovotinik. Era até estranho, mas a sombra e a silhueta do engenheiro “Roboman” eram de certa forma muito parecidas…

[...]

Demorei para processar onde estava no momento que abri os olhos. Estava ainda meio zonzo e enxergando muito mal, mas na verdade esse segundo era porque eu havia sido jogado em um ambiente realmente de pouca iluminação. Aparentemente me colocaram em uma cela, tinha aqui uma pia, uma cama pouco confortável e uma privada, era quase um serviço de luxo se comparado com aquele mastro onde fui amarrado junto com Aokuzi. Quem me trouxe até aqui pelo visto não achou interessante levar a bolsinha que Amélia me deu cheia de maquiagens e outros produtos cosméticos, inclusive levando a mão no bolso percebi que o distintivo de Aokuzi e o cheque escondido dentro dele ainda estavam comigo, por sorte, pois se tivessem percebido que eu carregava um papel que custa vinte e cinco milhões eles com certeza teriam levado.

Hey! Alguém aí? — Sem resposta. — Lembro de ouvir alguém falando sobre uma artista, olha só, acho que vocês pegaram a pessoa errada! — Só pelo meu tom de voz já era notável que eu não era a cantora pop que eles imaginavam.

Quando ouvi o barulho de passos, já me adiantei e para facilitar pro meu lado, retirei toda a maquiagem e lavei meu pêlo na pia para remover o produto de mudança de cor.

O que foi? Por que está gritando, princesa? — perguntou um homem tão feio quanto eu ao entrar no cômodo que parecia ter apenas uma cela. — MAS QUE COISA HORROROSA É ESSA? — ele exclamou surpreso por estar vendo minha verdadeira face só agora.

Hahahahaha e você é muito lindo, né — respondi de forma irônica.

Não, não, é sério, quem é você? Cadê aquela doçurinha que eu deixei nessa cela especial?

Sou eu, seu imbecil! Não tem doçurinha, sempre fui eu, eu tava de maquiagem e quem me capturou pensou que eu era outra pessoa.

Então quer dizer que esse tempo todo você era…

Homem, sim.

FEIO?!

OWW QUAL FOI MANÉ?!

Isso vai fazer você valer uma mixaria, droga! E ainda por cima eu roubei a sua cueca à toa. Ahhh que nojo.

MANO??? PARA! — De fato, agora que eu percebi, eu não estava mais usando cueca por debaixo das vestes. —  Ok cara, chega de gracinhas, eu sou um agente do Governo Mundial, sou uma autoridade, você não pode me deixar dentro dessa merda, então faça o favor e me tira daqui.

Hum? HAHAHAHAHAHAHAHAHA! Agente do governo? Então é bom que você tenha amigos muito importantes lá dentro pra virem te buscar, caso contrário, aproveite bastante seu novo estilo de vida… Doçurinha — disse o homem antes de ir embora em meio às suas risadas maléficas.

Ei, não, não! Cara, você não pode fazer isso comigo! HEY! AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA! — gritei quando fui ignorado com o bater da porta. — Não acredito que um feio fez isso comigo! Era pra gente se ajudar, caralho, cadê a feioridade deste lugar, hein?

Passei mais boas horas ali dentro gritando e falando sozinho, mas mais ninguém apareceu para me dar atenção. Era agoniante, sentia que iria começar a enlouquecer logo logo se continuasse assim, e olha que esse era apenas o primeiro dia, apesar de não ter certeza de quanto tempo a droga usada me deixou dormindo. Eu não sabia nada de arrombamentos, nem tinha força o bastante para amassar ou quebrar barras de ferro, mas como eu não tinha nada pra fazer, pelo menos eu tentei.

Depois de mais e mais horas, um cara brutamontes entrou na sala, me deu um prato de comida, um pouco de água e saiu sem dizer uma palavra. Comi tudo sem ter certeza se eu deveria porcionar a refeição para os próximos dias, afinal vai saber quando é que esse cara irá voltar a aparecer. Eu já tinha tirado pelo menos uns três cochilos quando finalmente ouvi a voz daquele feioso que falou comigo mais cedo, então me levantei rapidamente e me coloquei o mais próximo possível das grades próximas da porta onde a voz dele vinha. Aparentemente ele estava conversando com outra pessoa.

Então, como você é o novo gerente, imagino que você vai saber lidar melhor com essa situação do que eu. Tem um carinha que joguei aqui na cela especial que deveria ser uma artista famosa, mas é só um nerd idiota que tava de cosplay, talvez dê pra vender por um valor a mais pra galera dos fetiches“Se eu sair daqui eu te encho de porrada, filho da puta!” gritei em meus pensamentos quando ouvi ele falar isso. — Enfim, veja você mesmo, mas cuidado, ele é feio demais, pode machucar seus olhos.

Quando a porta do cômodo voltou a se abrir e uma nova pessoa entrou, percebi logo de cara que se tratava de um mink, não apenas pelo odor característico, mas também pelo penteado peculiar de certa forma até parecido com o meu. Pela silhueta parecia um homem, em forma, um pouco menor que eu, mas com as proporções dos membros na medida certa. Ele parecia elegante, o que já me alertava da possibilidade de ser uma pessoa bonita, isso com certeza iria me irritar, mas nenhum sentimento imaginável poderia paralisar o meu corpo da maneira que acabou de acontecer quando percebi quem é que estava saindo da penumbra. Era uma versão mais bonita e talentosa de mim, Sônio, o meu primo.

Nem fodendo! — dissemos nós dois ao mesmo tempo.

A bela e o feio mais feio ainda - Página 2 960974

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