A luz do astro rei banhava Uttara em sua tonalidade, confortando os nativos e turistas com um calor aconchegante, na medida certa. Uma pequena figura esverdeada se mostrava presente nas ruas movimentadas da cidade, e bem, estamos falando do Ornitorrinco mais badalado das sete rotas, Harvey Abdnalle.

O pequeno atuante do submundo estava na Ilha já fazia algum tempo, no qual tomou para vasculhar e se habituar com os caminhos que formavam o território dourado. Como citado anteriormente, as ruas estavam movimentadas e o velho-verde era capaz de notar a presença de muitas caras e raças distintas; algumas trabalhavam, enquanto outras pareciam turistas curiosos para desbravar Mimamsa. Em seu caminho viu muita coisa, bares, mercados, lojas de conveniências, sapatarias, ferreiros, artesões e artistas que ganhavam sua vida com suas respectivas habilidades. Como uma figura envolvida com o outro lado da sociedade, não foi complicado para ele identificar algumas figuras que destoavam do cenário, entrando e saindo de alguns estabelecimentos, como os bares, por exemplo.

Tomou um tempo para ponderar sobre seu armamento e de fato, após a longa e turbulenta viagem ele necessitava ajeitar todos os seus equipamentos, que pareciam inúteis, sendo bem sincero. Tendo isso em mente retornou para o Belucci com tranquilidade, mantendo seus olhos atentos ao cenário, captando cada pequeno detalhe por onde passava. O hotel não foi complicado de encontrar, já que como todos os outros, aquela cede carregava a magnitude que só tal franquia possuía, era algo realmente único.

Entrou receoso do que poderia encontrar, já que tinha realizado ações um tanto quanto arriscadas, porém, seu trajeto no luxuoso hotel se deu com tranquilidade, levando-o até o quarto sem mais delongas. Ao pegar nas armas conseguia sentir o odor salitre típico do mar, aquilo parecia enraizado em seus equipamentos e até mesmo suas roupas, mais uma negativa na vida do ornitorrinco. O quarto era grande, descrito com uma cama de casal, uma janela retangular com vidro fumê, além de um guarda-roupa com quatro portas, uma cômoda com três gavetas, uma mesa redonda com duas cadeiras e um banheiro confortável, com uma banheira.

O banho morno era relaxante, era tempo alocar as ideias em seus devidos lugares e deixar o corpo se recuperar naturalmente. A cama era tão confortável quanto sua aparência indicava, o rapaz sabia disso e assim permaneceu, deitado de maneira tranquila, sendo quase abraçado pelos lençóis e travesseiros que estavam espalhados por ali, além de claro, afundar vagarosamente no colchão. Quanto tempo ele passaria dormindo? Não dava para saber ao certo, porém, quando acordasse notaria que estava em um fim de tarde, com o sol alaranjado dando um “até breve” para ilha, não demorando de ser substituído pela face sombria da noite, porém, que contava com uma iluminação natural bem notável, já que a lua redonda brilhava com toda sua intensidade no céu estrelado.

Histórico:

Legendas:

A criatura esverdeada tomava um pouco do seu tempo para pensar sobre o rumo da sua vida, os últimos acontecimentos o levaram a um ponto estranho do mundo, porém, ele ainda se mantinha firme perante todas as adversidades. A lua espalhava toda sua luz por Uttara, que por sinal, estava movimentada naquela noite. Após os devidos preparos o selvagem saiu do seu momento recluso e reflexivo, carregando todos os equipamentos que lhe serviram muito bem durante algum tempo, contudo, agora pareciam desgastados pelo salitre da longe viagem que passou recentemente.

Suas pequenas pernas não tardaram a leva-lo até o hall do hotel, onde conseguiu ter certeza que as noite na Ilha eram badaladas. Parou por alguns instantes observando o ambiente, analisando o saguão em busca de indícios da sua companheira de viagem, a jovem Maka, que anteriormente fora resolver assuntos próprios. Entretanto, para sua infelicidade não conseguiu pescar nenhuma informação no meio daquele mar de pessoas, dispostas em sofás luxuosos ou sentados nas mais diversas mesas que existiam no ambiente. De qualquer forma, não ficaria preso a tais trivialidades, não encontrar o que buscava não iria atrapalhar os seus verdadeiros objetivos.

Como supracitado Mimamsa revelava toda sua festividade, suas ruas pareciam grandes veias do organismo humano, enquanto a densa parcela da população trafegava como se fosse o próprio liquido rubro da vida. Harvey não podia caminhar com toda tranquilidade, afinal, caso seus olhos encontrassem com a lua uma fatalidade iria acontecer, talvez, até mesmo levasse o experiente atirador para um caminho ainda mais sombrio. Seu objetivo? Observar o ambiente como um todo e ele assim fez, encontrando no caminho uma série incontáveis de bares e restaurantes, que estavam lotados naquela noite fria. Avistou também alguns estabelecimentos simplórios, como mercados, lojas de roupas que variavam desde às simples, até roupas de grife. Era possível encontrar um número considerável de lojas de armas, que também variavam bem o conteúdo, além de claro, forjas! Essas o ornitorrinco conseguia ver que estavam funcionando, por conta do brilho avermelhado que passava pelas frestas das janelas fechadas.

Por fim, seus olhos encontravam um lugarzinho que não estava tão cheio como os outros. O ambiente era aconchegante, com uma iluminação um pouco mais fraca, porém, que não impedia a visibilidade de maneira alguma. O odor do incenso de camomila captava a atenção da criatura animalesca, contudo, não de maneira ruim. Ele sentia que aquele era o melhor lugar para suprir o desejo por um drink e um bom charuto, inclusive, pessoas de aparência simpática estavam espalhadas no lugar, inclusive, em mesas do lado de fora, cobertas por barracas com um tecido grosso de cor prateada, o que dava um “toque” a mais.

E sobre ser contactado? Até então nada estranho passava pela sua mente ou olhos, quiçá tivesse que esperar um pouco mais. Caso entrasse seria bem recebido pelos funcionários, que logo indicaram o bar – que por sua vez estava bem visível. Seu pedido? Seria entregue sem qualquer demora, no entanto, o valor só seria descoberto quando fechasse a comanda.

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